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O Novo Desenvolvimento e o Papel do Estado - 4

1 de Agosto de 2012, 21:00 , por Castor Filho - 0sem comentários ainda | No one following this article yet.
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Coluna Econômica - 02/08/2012

 

A construção de um país é um processo cumulativo que, em determinados períodos permite saltos, mudanças de escala, alterando profundamente o tecido econômico, social e político.

Isso se dá em momentos históricos próprios, em que se formam mercados de consumo de massa.

Foi assim nos Estados Unidos de meados do século 19. Há um início de industrialização na costa do Atlântico. Depois, um forte movimento migratório. Quando a indústria ganha escala, busca novos mercados internos, levando o desenvolvimento para o oeste e para o sul.

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Criam-se, então, as condições para a revolução industrial e política. Novos consumidores são agregados tanto ao mercado econômico quanto político social. Nesse período, emerge uma pujante sociedade civil, ainda hoje o fator mais dinâmico do desenvolvimento norte-americano.

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No Brasil, lutas sociais e inclusão social ajudaram na modernização das estruturas nos anos 30 e 50 - produzindo também crises políticas significativas.

Mas em pelo menos três momentos o país jogou fora janelas de oportunidade históricas.

A primeira, no final do século 19, com a Abolição da Escravatura e a política migratória. Falta de políticas inclusivas e de oportunidades para os imigrantes atrasaram o desenvolvimento do mercado interno.

A segunda janela perdida foi nos anos 70. Completa-se a urbanização brasileira, desenvolvem-se novos centros industriais e uma enorme seca expulsa populações inteiras do nordeste para o sudeste. Ao mesmo tempo, pelo menos na primeira metade da década o país experimentou taxas elevadas de crescimento. Uma melhor distribuição de renda forneceria as bases internas para um crescimento sustentado.

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A terceira janela de oportunidade foi o próprio Plano Real. O mero fim da inflação trouxe milhões de brasileiros para o mercado de consumo em um momento de profundas transformações na cadeia produtiva das multinacionais. As jogadas com o câmbio e juros mataram essa possibilidade, adiando em 12 anos a explosão do mercado interno de consumo.

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Com o aumento do salário mínimo e as políticas de transferência de rendas, emergiu um novo mercado de consumo que mudou a escala da produção das empresas.

Mais que isso, trouxe um novo pensamento sistêmico à economia brasileira, fugindo das análises terrivelmente emburrecedoras dos cabeças de planilha.

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O cabeça de planilha primário tende a considerar todo gasto social como despesa, quase próxima ao desperdício. No entanto, além da responsabilidade do país para com as populações vulneráveis, políticas de transferência de renda possibilitam:

1. Melhoria no sistema educacional, ao substituir a mendicância pela escola para as crianças de baixa renda.

2. Melhoria substancial nos gastos com saúde, ao afastar as famílias da subnutrição e seus riscos.

3. Melhoria na segurança, ao deixar jovens menos expostos ao crime organizado.

4. Dinamização do mercado interno.

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O grande desafio será mudar as formas de financiamento da Previdência e das políticas sociais, tirando o peso das folhas de salário, de maneira a desonerar a mão-de-obra.

 

IPC-S perde força ao fim de julho

O IPC-S (Índice de Preços ao Consumidor Semanal) apresentou uma variação de 0,22% na quarta semana de julho, segundo a Fundação Getúlio Vargas (FGV). O indicador ficou 0,06 ponto abaixo da última semana, quando o índice foi de 0,28%. Cinco das oito classes de despesa apresentaram decréscimo, com destaque para Alimentação (de 1,16% para 1,02%). O grupo Habitação ficou estável em 0,18%, e as quedas ficaram com Comunicação (de 0,19% para 0,28%) e Despesas Diversas (de 0,41% para 0,42%).


Produção industrial oscila 0,2% em junho

A produção industrial variou 0,2% no mês de junho frente ao período imediatamente anterior, na série com ajuste sazonal, após três meses seguidos de taxas negativas que acumularam perda de 2,1%. Em relação a igual mês do ano passado, a indústria apontou queda de 5,5%, décimo resultado negativo consecutivo nesse tipo de comparação e o mais intenso desde setembro de 2009 (-7,6%). Os dados foram divulgados pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística).


Registro de serviços entra em vigor

O país terá como monitorar tudo o que exporta e importa no setor de serviços com a entrada em vigor do Sistema Integrado de Comércio Exterior de Serviços, Intangíveis e de Outras Operações Que Produzam Variação no Patrimônio (Siscoserv). Agora, o governo vai exigir o registro das importações e exportações de serviços. Segundo a Receita Federal, o novo sistema vai permitir um maior controle das operações que não eram computadas antes, e a sonegação de imposto pode ser combatida mais facilmente.


Fluxo cambial tem déficit de US$ 1,46 bilhão

O fluxo cambial mostra que a saída de dólares no país superou a entrada em US$ 1,461 bilhão até o dia 27 de julho, de acordo com o Banco Central. Em maio, a saída líquida foi US$ 2,691 bilhões. Em junho, houve entrada líquida de US$ 318 milhões. Os dados preliminares de julho mostram que a saída foi maior que a entrada no segmento comercial em US$ 1,907 bilhão. Já o segmento financeiro registrou entrada líquida de US$ 446 milhões.


FMI descarta plano de resgate à Espanha

O Fundo Monetário Internacional (FMI) descartou a adoção de um programa de resgate à Espanha, ao mesmo tempo em que a diretora-gerente da entidade, Christine Lagarde, ressaltou que as autoridades já estão fazendo o que foi recomendado pela instituição. Porém, Lagarde ressaltou que as medidas adotadas "não estão funcionando" devido à "incerteza" sobre o rumo da eurozona e às "preocupações" dos investidores sobre a falta de crescimento na Espanha.


Balança comercial começa semestre com superávit

A balança comercial brasileira encerrou o mês de julho com um superávit de US$ 2,879 bilhões, segundo o Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC). O resultado é decorrente de US$ 21,005 bilhões em exportações e US$ 18,216 bilhões. Com isso, o segundo semestre começa com um desempenho mais otimista para o indicador, uma vez que o balanço registrado no primeiro semestre foi o pior para o período nos últimos dez anos.

 

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