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O Perfil da Nova Classe Média

6 de Agosto de 2013, 7:13 , por Castor Filho - 1Um comentário | No one following this article yet.
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Coluna Econômica - 06/8/2013


Divulgado ontem, caderno 4 da série “Vozes da Nova Classe Média” aborda a questão do emprego assalariado. Trata-se de estudo encomendado pela Secretaria de Assuntos Estratégicos da Presidência da República, com participação do IPEA (Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada), CNI (Confederação Nacional da Indústria) e Instituto Data Popular.


***


A primeira conclusão do estudo é que a ascensão da nova classe média se deu basicamente em função do trabalho, não das transferências de renda e a transição demográfica.


De 2001 a 2011, houve um aumento de 33% na renda per capital; de 8% na proporção de adultos na População Economicamente Ativa; de 28% na renda não derivada de trabalho adulto; de 22% na renda do trabalho por adulto.


Do aumento de renda no período, 14% se explica pelo aumento da proporção de adultos trabalhando; 26% na renda não derivada do trabalho por adulto; e de 59% na renda do trabalho por adulto.


Ou seja, foi a formalização do emprego e a melhoria salarial que explicam a ascensão da nova classe média. Em 2011, para o conjunto das famílias a renda do trabalho por adulto era de 20% maior que em 2001; para a classe média, de 40%.


***


Nesses dez anos, o número de postos de trabalho aumentou de 76 milhões para 92 milhões e a taxa de desemprego declinou até alcançar seu mínimo histórico.


No período, a PEA aumentou de 123 milhões para 146 milhões de pessoas, crescimento de 23 milhões, ou 1,7% ao ano. No mesmo período, o emprego no setor público passou de 8 milhões para 11 milhões – aumento de 3 milhões ou 2,8% ao ano. No setor privado o aumento foi de 33 milhões para 45 milhões, 12 milhões a mais ou 3,3% ao ano de crescimento

.

No setor privado, o emprego com carteira assinada aumentou de 21 milhões para 34 milhões – 13 milhões a mais, ou 5,1% ao ano; sem carteira assinada caiu de 12 milhões para 11 milhões.


***


Um dos fatores que pesaram na melhoria de renda foi o aumento da escolaridade do brasileiro. De 2001 a 2011 passou-se de 6,7 anos de estudo para 8,5 anos, um crescimento de 27%.  Ainda assim, continua bastante precário, apenas ligeiramente acima do fundamental completo.


Como não melhorou a qualidade do trabalho, a importância da educação tem sido decrescente para a definição da renda. Em 2001 um trabalhador com ensino médio tinha remuneração 32% superior a de um trabalhador com apenas o fundamental completo; em 2011 o diferencial foi reduzido para 19%. Obviamente está ligado ao declínio da desigualdade no país.


Mesmo com os avanços, não houve redução na rotatividade do trabalho. Em média 40% da força de trabalho muda de emprego a cada ano. Para trabalhadores até 2 salários mínimos, a rotatividade chega a 57% ao ano.


***


De acordo com os estudos, entre os trabalhadores do setor privado, a classe média atingiu seu ápice em 2012. A partir de agora deverá ocorrer um crescimento da classe A de tal maneira que em 2022 ela será maioria entre os empregados do setor privado; e em 2023 maioria para o conjunto de trabalhadores.

 

O maior avanço será entre trabalhadores não sindicalizados. Entre os sindicalizados há mais de quinze anos a classe alta supera a classe média.

 

 


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Tags deste artigo: nassif economia classe média nova classe média

1Um comentário

  • A2ba465d2799ec66f8161f835f457e6d?only path=false&size=50&d=404Ronaldo Heredia(usuário não autenticado)
    6 de Agosto de 2013, 10:16

    O que é classe média

    Abaixo dados do IBGE: Famílias, por classes de rendimento mensal familiar (em salários mínimos)
    Fonte: seri​eses​tati​stic​as.i​bge.​gov.​br/s​erie​s.as​px?n​o=6&​amp;​op=0​&​;vco​digo​=PD2​98&a​mp;t​=fam​ilia​s-cl​asse​s-re​ndim​ento​-men​sal-​fami​liar​-sal​ario​s

    Abrangência: Brasil - Unidade percentual
    Ano
    Salários mínimos 2001 2002 2003 2004 2005 2006 2007 2008 2009 2011
    Sem rendimento 3,78 3,22 3,34 2,89 2,75 2,48 2,71 2,21 2,35 2,22
    Ate 1 13,09 13,66 14,57 13,35 14,92 14,80 14,21 13,53 14,07 12,89
    Mais de 1 a 2 19,26 20,16 20,57 21,69 22,57 23,4 22,38 22,32 23 22,33
    Mais de 2 a 3 14,66 15,33 15,92 15,45 15,94 16,95 16,84 16,91 16,9 17,24
    Mais de 3 a 5 18,14 17,89 18,18 19,07 18,2 17,56 18,61 19,16 19,18 19,06
    Mais de 5 a 10 16,51 15,99 14,76 15,15 14,77 14,32 14,18 14,54 13,86 14,03
    Mais de 10 a 20 8,07 7,60 7,14 6,9 6,23 5,86 6,07 6,01 5,49 5,24
    Mais de 20 4,45 4,27 3,56 3,3 2,97 2,65 2,49 2,51 2,19 2,08

    Pela tabela acima o que se vê é uma diminuição da participação das rendas maiores e um aumento das rendas menores. Mesmo assim a situação não parece ter mudado muito. É obvio que 1% representa um grande números de famílias tanto para melhora como para piora. Melhorar uma faixa em detrimento de outra não parece melhora na situação.
    Pode-se observar que a melhora ocorreu na faixa de até 5 salários mínimos, classe média discutível, com queda nas faixas com mais de cinco. Atente que o aumento percentual nas faixas mais baixas ocorre dos lados. Melhora das faixas mais baixas e queda das faixas mais altas.

    Abraços


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