Coluna Econômica - 05/04/2013
Para entender a razão de, em janeiro, a indústria ter apresentado um crescimento estimulante de 2,6%; e em fevereiro ter desabado 2,5%.
De fato, em janeiro aumentou a produção em 18 dos 27 setores industriais pesquisados pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). Em fevereiro, houve queda em 15 setores.
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Segundo avaliação do IEDI (Instituto para o Desenvolvimento Industrial), o crescimento de janeiro foi puxados pelos setores de bens de capital e de bens duráveis. No caso de bens de capital, a influência quase exclusivamente pela produzção de caminhões, puxado pela safra; no caso de bens duráveis, devido aos incentivos de IPI (Imposto sobre Produtos Industrializados) para veículos automotores.
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Em fevereiro a venda de bens de capital para transportes se manteve, devido à recomposição de estoques. Já a de bens duráveis caiu, com retração de 9,1% na produção de veículos automotivos, devido à perspectiva de fim da redução do IPI. Esta semana a Fazenda anunciou a prorrogação do incentivo. Assim, as revendas devem retomar os pedidos.
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Como mostra o IEDI, há fatores sazonais explicando a volatilidade da produção industrial no início do ano. Retirando esses fatores, observa-se ainda um cenário desfavorável à indústria. Os setores menos contaminados por fatores pontuais – como bens intermediários, semiduráveis e duráveis – o desempenho foi ruim no primeiro bimestre, com pequena melhora em relação a uma fase de crescimento quase nulo.
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A produção de bens intermediários aumentou 1,2% em janeiro; mas recuou 1,3% em fevereiro. A produção de bens semiduráveis e duráveis cresceu apenas 0,2% em janeiro e caiu 2,1% em fevereiro. No bimestre, as quedas foram respectivamente de 0,3% e de 1,5%.
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Ontem, a CNI (Confederação Nacional da Indústria) reviu para baixo as projeções de crescimento do PIB para 2013.
O IEDI ainda acredita em resultados melhores para a indústria no primeiro semestre, fechando o ano com crescimento na maior parte dos setores, com destaque para o setor de bens de capital, de veículos automotores e, dentre os intermediários, dos segmentos de refino de petróleo e produção de álcool.
Mas tudo isso ainda dependendo do comportamento geral da economia brasileira e internacional.
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Saliente-se que 2012 foi tomado por medidas sucessivas de desoneração fiscal por parte da Fazenda. E ainda por uma redução expressiva na taxa Selic e uma melhoria no câmbio.
Mesmo assim a economia não logrou reagir.
A manutenção do ritmo de crescimento do consumo acabou comprometido pelo aumento expressivo das importações.
Ontem, em evento em São Paulo, o economista Yoshiaki Nakano reiterou um alerta que será cada vez mais intenso nos próximos anos: sem uma mudança drástica na paridade real-dólar, dificilmente o país sairá do marasmo atual.
Crescendo o consumo, aumentarão as importações. Crescendo as importações, aumentará a vulnerabilidade externa.
O Banco Central ainda está em posição confortável, podendo financiar os déficits externos com as reservas cambiais.
Mas apenas postergará um ajuste que, quanto mais tempo demorar para ser feito, mais custará para o futuro do país.
Atividade do comércio avança 1,4% em março
O movimento dos consumidores no varejo brasileiro avançou 1,4% em março, já descontados os efeitos sazonais, segundo a consultoria Serasa Experian. O resultado aponta recuperação após os dados de fevereiro, quando houve uma retração de 0,4%. Na comparação com o mês de março de 2012, a alta foi de 13,4%. Segundo os economistas da consultoria, o crescimento foi impulsionado pelas promoções realizadas pelo varejo automotivo, além do desempenho da atividade varejista em março, que subiu 1,2%.
Poupança bate recorde em março
O total de depósitos realizados na caderneta de poupança durante o mês de março ultrapassou os saques em R$ 5,96 bilhões, naquele que foi considerado o melhor resultado para o mês desde 1995, segundo dados divulgados pelo Banco Central. Desta forma, o resultado apurado no trimestre chegou a R$ 10,581 bilhões, valor considerado recorde. Em 2012, a captação registrada no primeiro trimestre foi positiva em R$ 2,129 bilhões.
Japão vai colocar recursos na economia
O Banco do Japão, autoridade monetária do país, prometeu injetar aproximadamente US$ 1,4 trilhão na economia do país em menos de dois anos. Segundo agências de notícias internacionais, o novo presidente do BC japonês, Haruhiko Kuroda, fez o banco comprometer-se à compra de títulos ilimitada e afirmou que a base monetária vai quase dobrar, para 270 trilhões de ienes (US$ 2,9 trilhões) até o fim de 2014, em uma medida de choque para acabar com duas décadas de estagnação.
Vendas de veículos sobem 20,8% em março
As vendas de automóveis, comerciais leves e caminhões apresentou um crescimento de 20,8% durante o mês de março em relação a fevereiro, segundo levantamento da Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea). Ao todo, foram licenciados 283,9 mil veículos no último mês ante 235,1 mil em fevereiro. Porém, em relação a março do ano passado, quando foram comercializados 300,6 mil veículos, houve decréscimo de 5,5%.
Paraguai deve voltar ao Mercosul
O ministro das Relações Exteriores, Antonio Patriota, sinalizou que o Paraguai pode ser reincorporado ao Mercosul e à União das Nações Sul-Americanas (Unasul), depois das eleições presidenciais do dia 21 de abril. Segundo ele, o processo eleitoral será acompanhado por observadores dos dois blocos, assim como integrantes das organizações das Nações Unidas (ONU) e dos Estados Americanos (OEA). O país está suspenso dos dois blocos desde junho de 2012.
Desoneração retira R$ 16 bi dos cofres públicos
A desoneração da folha de pagamento fará o governo deixar de arrecadar R$ 16 bilhões este ano e R$ 19 bilhões em 2014, segundo o secretário de Política Econômica do Ministério da Fazenda, Marcio Holland de Brito. Publicada no Diário Oficial da União desta quarta-feira, a lei que ampliou a desoneração da folha de pagamento incluiu mais 27 segmentos da economia no regime. Apenas com a inclusão de novos setores, a renúncia fiscal atingirá R$ 1,7 bilhão em 2013 e R$ 1,9 bi no próximo ano.
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