Coluna Econômica - 22/01/2013
Política econômica é a arte da escolha de escolher quem ganha e quem perde. Mas sem comprometer o objetivo final, que é o desenvolvimento equilibrado da economia.
Pode-se optar por políticas mais liberais, que privilegiem o capital em detrimento do bem estar dos cidadãos. Ou por política distributivistas que, ampliando o bem estar, comprometam a eficácia da economia.
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O círculo virtuoso da economia consiste em criar uma demanda interna, das famílias e das empresas e fortalecer a produção interna. Mais demanda, mais produção, mais demanda, gerando o desenvolvimento auto-sustentável.
O câmbio deveria ser o grande instrumento de aumento ou piora da competitividade sistêmica da economia. Sua função é definir o grau geral de competitividade em relação a outras moedas.
Mudar o câmbio, no entanto, traz inúmeras consequências indesejáveis, das quais a principal é a pressão sobre os preços e a redução do poder aquisitivo, trazendo distúrbios políticos de monta.
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Sem a ferramenta câmbio, há um arsenal conhecido de medidas protecionistas, aumento da defesa comercial do país, ampliação do conteúdo nacional nas compras públicas, desonerações fiscais.
Mas não se tem escolhas indolores. Ao movimentar uma peça, afetam-se várias casas, fortalecendo algumas, enfraquecendo outras. Se não tomar cuidado, esse hiperativismo da Fazenda pode trazer consequências bastante indesejáveis.
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Há que se ponderar os seguintes pontos:
1. O risco de proteger insumos em detrimento do produto final.
Quando se protege o país da entrada de produtos finais, as consequências ocorrem apenas no bolso do consumidor: pagará mais caro pelos similares nacionais. Pode-se privilegiar mais o consumo ou mais o emprego, mas os desdobramentos da decisão são conhecidos.
Quando são insumos, o jogo é mais complicado. Quais os efeitos sobre a cadeia produtiva e o produto final? Há situações em que a proteção do insumo nacional pode tirar a competitividade do produto final, prejudicando toda a cadeia produtiva.
2. A análise acurada do similar nacional.
A proteção do produto nacional é importante, mas há que se ter limites. Ela é virtuosa quando indutora de aumento da competitividade; perniciosa, quando cria feudos não expostos a nenhuma forma de competição. Para impor conteúdo nacional, tem que se ter certeza de que ele existe e é competitivo ou poderá se tornar competitivo em um prazo razoável.
Além disso, há um prazo para adequar o sistema de compras aos novos fornecedores. Atualmente, há problemas de monta entre empresas brasileiras de máquinas e equipamentos e os sistemistas da Petrobras, para a área de plataformas marítimas. A implantação descuidada dessa política pode matar a capacidade de geração de lucros da empresa.
3. O cuidado com a isonomia.
O ativismo da política econômica tem que obedecer a uma lógica clara para todos os agentes e para a opinião pública. E, de preferência, os benefícios precisam vir acompanhados de contrapartidas claras dos agentes econômicos. A autoridade econômica tem que se impor limites, até como maneira de se defender das pressões dos grupos mais influentes.
IGP-M avança 0,34% no segundo decêndio
O Índice Geral de Preços - Mercado (IGP-M) atingiu 0,34% no segundo decêndio de janeiro, segundo a Fundação Getúlio Vargas (FGV). Os números ficaram bem abaixo do visto no mês anterior, quando o total foi de 0,69%. O Índice de Preços ao Produtor Amplo (IPA) subiu 0,23%, bem abaixo dos 0,75% do mesmo período do mês anterior. O Índice de Preços ao Consumidor (IPC) atingiu 0,70%, ante 0,69% de dezembro, e o Índice Nacional de Custo da Construção (INCC) subiu 0,19%, abaixo dos 0,34% do mês anterior.
Empresas devem reduzir inadimplência em 2013
O prognóstico de inadimplência das empresas apresentou uma retração de 1,7% no mês de novembro em relação ao período anterior, ficando em 91,5 pontos, segundo a consultoria Serasa Experian. O resultado sinaliza que o endividamento das empresas deve apresentar uma trajetória gradual de queda ao longo deste ano. Já os números referentes a inadimplência do consumidor recuaram 0,2%, atingindo 99,8 pontos, o que indica que a inadimplência do consumidor seguirá em queda gradual ao longo de 2013.
FOCUS: IPCA volta a ser ajustado
Os prognósticos para a taxa oficial de inflação foram novamente ajustados, e permanecem acima do centro da meta estabelecida pelo governo federal, segundo informações do relatório Focus, a sinalização para o IPCA (Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo) ao fim deste ano subiu pela terceira semana, de 5,53% para 5,65%. Na análise mensal, os indicativos para o mês de janeiro avançaram de 0,78% para 0,81%, enquanto a variação suavizada para os próximos 12 meses avançou de 5,53% para 5,56%.
Receita deve adotar malha fina para PJs
A Receita Federal pretende finalizar neste ano o projeto que cria a malha fina para pessoas jurídicas. Após a finalização do sistema, será possível revisar de 20 mil a 30 mil declarações de empresas em um ano. A Receita divulgou nesta segunda-feira os números da fiscalização no ano passado e o resultado, sem a malha fina, foi recorde em lançamento de créditos tributários: no total, foram R$ 115,8 bilhões, valor que supera em 5,6% os créditos tributários de 2011.
Balança fecha semana com déficit
A balança comercial brasileira encerrou a terceira semana de janeiro com um déficit de US$ 1,723 bilhão, segundo dados divulgados pelo Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC). Ao longo de cinco dias úteis, as exportações brasileiras foram de US$ 3,216 bilhões (média diária de US$ 643,2 milhões), enquanto as importações contabilizaram US$ 4,939 bilhões, com desempenho médio diário de US$ 987,8 milhões.
Consumo de energia aumenta 4,2% em 2012
O consumo de energia no Brasil cresceu 4,2% em 2012 ante o ano anterior. De acordo com o Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS), a carga de energia no Sistema Interligado Nacional (SIN) totalizou 62,801 mil MW médios em dezembro, com alta de 6,3% em relação a igual período do ano anterior, devido a ocorrência de temperaturas acima das esperadas para essa época do ano, com "desconforto térmico extremamente elevado", nos subsistemas Sudeste/Centro-Oeste e Sul.
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