Coluna Econômica - 04/10/2012
Dia desses fui fazer um checkup e um grande hospital de São Paulo. Tudo pelo plano de saúde. Era um conjunto de exames em salas diferentes. Chamou-me a atenção o contraste entre a qualidade desses hospitais e o desastre de atendimento das companhias aéreas.
Ambos tratam com públicos amplos, em operações relativamente complexas: muito mais complexas nos hospitais.
Inicia-se pela marcação da passagem/consulta. Nas companhias aéreas, consiste em definir o número e horário do voo e o lugar do passageiro. Nos hospitais, definir horários para exames dos mais variados, exigindo preparo antecipado da parte dos pacientes.
No meu caso, foram marcados exames em três departamentos diferentes. Alguns dias antes dos exames, recebi por torpedo as orientações sobre como proceder, o que não comer e beber etc. E, depois, como me locomover no hospital.
Das companhias aéreas, nada. Embora possam ser feitas reservas pela Internet, não raras vezes voos são cancelados, deixa-se o assento livre.
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Chegando ao hospital, há uma enorme bancada de atendentes para confirmar as consultas. Recebe-se uma senha e aguarda-se sentado a informação sobre qual guichê será o atendimento. São dezenas e dezenas de pessoas na sala de consulta e o tempo médio de espera é mínimo. A atendente coloca uma fita no pulso do paciente, que permitirá a ele ser identificado em qualquer laboratório interno.
Nas companhias aéreas, formam-se enormes filas, sem que o passageiro seja informado ao certo sobre qual fila entrar.
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Marcada a consulta, o paciente deverá se dirigir à sala de espera do primeiro exame. Embora os prédios sejam antigos, há um sistema de sinalização modelo. Cada sala de espera é identificada por uma cor. Seguindo a cor – estampada nas paredes do hospital – chega-se facilmente à sala.
Nos aeroportos, sai-se do guichê da companhia, entra-se no portão de embarque com uma indicação de portão – que quase sempre será alterado para outro.
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Nos hospitais, para cada consulta há um conjunto de produtos que serão utilizados – seringas, recipientes, sacolas etc. Em cada consulta, quando o paciente chega ao laboratório todos os recipientes estão lá, devidamente identificados. Termina um exame, há uma enfermeira levando o paciente para outro laboratório.
No caso das companhias aéreas, o único objeto a ser transportado são as malas. Identifica-se o proprietário e coloca-se o ticket na passagem. Chegando ao salão de embarque, não há um guichê sequer das companhias, onde o passageiro possa se informar sobre a confirmação do voo, mudança de portões, cancelamento ou qualquer outra informação relevante. Chegando ao destino, as bagagens são derramadas em esteiras, sem nenhum cuidado, obrigando os passageiros a aguardar muito tempo para retirá-las.
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Nos grandes hospitais, todos os funcionários – dos médicos aos balconistas da lanchonete – são extremamente atenciosos. Nas companhias aéreas, qualquer manifestação de simpatia é estritamente pessoal – de pessoas que trazem a educação de casa e não através do treinamento interno.
Os grandes hospitais não são concessão pública; as companhias aéreas sim. Para melhorar o atendimento, basta serem devidamente cobradas pela ANAC (Agência Nacional de Aviação Civil).
Atividade do comércio recua 1,8%
O movimento dos consumidores nas lojas do país foi reduzido em 1,8% durante o mês de setembro em relação ao período imediatamente anterior, segundo a consultoria Serasa Experian. Na comparação com o mesmo mês do ano passado, a atividade varejista registrou expansão de 10,8%, enquanto o total acumulado no ano cresceu 9,1% frente ao mesmo período do ano passado. O efeito calendário exerceu um impacto considerável sobre o resultado.
Confiança do comércio tem leve retomada
O Índice de Confiança do Comércio (ICOM) evoluiu favoravelmente em setembro: ao comparar-se a média do trimestre findo neste mês com a do mesmo período do ano anterior, a variação interanual ficou em -3,1%, contra -4% no trimestre findo em agosto, segundo dados divulgados pela Fundação Getúlio Vargas (FGV). O indicador em setembro ficou em 128 pontos, contra 132,2 pontos no mesmo período do ano passado, o que sinaliza um aquecimento moderado do setor ao final do terceiro trimestre de 2012.
Commodities brasileiras subiram 0,29% em setembro
O Índice de Commodities Brasil (IC-Br) teve alta de 0,29% em setembro em relação ao mês anterior, segundo dados divulgados pelo Banco Central. No acumulado do ano até setembro, foi registrada alta de 8,93% e, em 12 meses, o acréscimo chegou a 3,61%. No mês, a alta do indicador foi impulsionada pelo segmento de metais, que registrou expansão de 8,05%. O indicador do segmento agropecuário teve queda de 0,89%, e o segmento de energia apresentou retração de 1,28%.
Confiança da construção tem leve retomada
Embora tenha se mantido em patamar inferior ao do ano passado, o Índice de Confiança da Construção (ICST) da Fundação Getulio Vargas evoluiu de forma relativamente favorável em setembro: a variação da média trimestral do indicador em relação ao mesmo período do ano anterior ficou em -7,8%, contra -9,8%, em agosto. Nesta base de comparação, o índice apresenta a segunda melhora consecutiva após quatro meses em queda, o que pode sinalizar o início de um movimento de aceleração do setor.
Volume de crédito/PIB ainda é baixo
A carteira de crédito bancário no país dobrou nos últimos dez anos em relação ao Produto Interno Bruto (PIB), “mas ainda é um nível baixo, e tem espaço para continuar em expansão”, de acordo com o diretor de Fiscalização do Banco Central (BC), Anthero Meirelles. Dados divulgados pelo Departamento Econômico do BC mostram que o total de créditos cresceu 8,9% e soma R$ 2,211 trilhões, equivalentes a 51% do PIB, estimado em R$ 4,333 trilhões.
Para FMI, crise irá durar uma década
A economia global levará pelo menos dez anos para sair da crise financeira iniciada em 2008, afirmou o economista-chefe do Fundo Monetário Internacional (FMI), Olivier Blanchard. Segundo a agência de notícias Reuters, Blanchard afirmou em entrevista que a Alemanha vai precisar aceitar uma taxa de inflação mais elevada, assim como um fortalecimento de seu poder de compra como parte do processo de recuperação, ressaltando que os desdobramentos internacionais não devem ser descartados.
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