Coluna Econômica - 24/10/2013
A educação brasileira caminha para consensos, essenciais para coloca-la como objetivo nacional, acima das quizílias partidárias.
No dia a dia dos estados, no entanto, persistem conflitos e polarização de posições, contra ou a favor os sistemas de avaliação.
Vamos por partes.
Sistemas de avaliação são essenciais em qualquer política pública ou privada. São eles que permitem saber onde se está e onde se pretende chegar. E a educação não está fora dessa métrica.
A questão central é discutir a qualidade dos modelos a serem implementados, que melhor permitam avaliar os avanços educacionais.
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Indicadores não são objetivos em si, mas instrumentos de aprimoramento. Portanto, devem conter informações que permitam diagnósticos precisos sobre como aprimorar a educação.
Hoje em dia, há um conjunto de avaliações – inclusive em nível global – medindo habilidades básicas na língua pátria, matemática e outros ramos de ciências duras.
Mas há maneiras e maneiras de trabalhar com dados, especialmente com avaliações gerais, que não respeitam as características de cada escola, região, do seu entorno. Se são realidades heterogêneas, como tirar ensinamentos universais?
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Uma das principais teóricas dos métodos gerenciais na educação básica nos Estados Unidos, Diane Ravitch - que atuou no primeiro governo Bush, pai -, fez uma pesada autocritica da implantação do sistema.
Através de dois programas, No Child Left Behind e Accountability, definiram-se metas ambiciosas para serem atingidas até 2014: 100% dos alunos com nível de proficiência.
Eram metas impossíveis de serem alcançadas. Houve ampla manipulação de dados e de resultados pelos estados, que reduziram suas exigências para cumprir as metas.
As diferenças sociais também impediram qualquer avaliação horizontal. Em Nova York, por exemplo, havia diferenças fundamentais entre as escolas de Manhattan e do Bronx, impedindo a padronização das avaliações.
O método praticamente desmontou o ensino básico nos Estados Unidos. O livro, em que expressa sua decepção, chama-se “Vida e morte do grande sistema escolar americano”.
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Não significa que devam-se abolir os indicadores, mas aperfeiçoa-los.
As provas aplicadas pelo MEC (Ministério da Educação) tem a virtude de funcionarem como um avaliador externo às escolas. E têm permitido identificar boas práticas em vários lugares.
Escolas do Piauí conseguiram resultados excepcionais devido ao fato dos professores manterem contato permanente com as famílias, visitando-as em casa.
Obviamente, um recurso quase impossível para grandes metrópoles.
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Há uma grande discussão sobre o nível da educação brasileira. Os pessimistas analisam o nível estaticamente, comparam com os indicadores internacionais e forem. Os otimistas analisam o ritmo de melhoria e celebram.
A questão central, no entanto, é como proceder ao chamado “catching up”, o salto que corte etapas.
Há alguns exemplos muito bem sucedidos, apresentados como exemplares pelo MEC. Um deles é o de Foz do Iguaçu; outro, o de Sobral, no Ceará.
A identificação das boas práticas foi possível com a aplicação das provas e o uso das estatísticas.
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