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Os Obstáculos Brasileiros ao Aparecimento do Novo

12 de Agosto de 2013, 7:33 , por Castor Filho - 0sem comentários ainda | No one following this article yet.
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Coluna Econômica - 12/8/2013


O Brasil sempre enfrentou enormes barreiras para aceitar mudanças de paradigmas. Há uma intolerância exacerbada que quase sempre desagua na fulanização e nos julgamentos pessoais.


É o que está ocorrendo com a discussão que se instaurou sobre a Casa Fora do Eixo e a Mídia Ninja -- as duas experiências coletivistas, objetos de um programa Roda Viva, que já comentei aqui.


Nos portais de jornais e nas redes sociais explodiu um  amplo processo de desconstrução, brandido à esquerda e à direita, deixando para segundo plano o essencial: a análise e a celebração das novas práticas, dos novos modos de produção abrindo um horizonte até então inimaginável, graças ao conceito de rede social.


***


É interessante analisar a quebra de paradigma trazida por essas experiências e a razão de terem despertado a ira tanto da esquerda quanto da direita.


A reação da direita deveu-se ao caráter coletivista de ambas as experiências. Nos dois casos, são comunidades trabalhando de forma articulada, em cima de modelos de atuação claros - porém impensáveis para quem só entende o trabalho a partir do modelo de chefia-subordinados-tarefas com horário e funções determinadas.


Para dinossauros da direita, todo trabalho coletivo é socialista e contra os meios de produção e de mercado. Vem daí sua resistência.


***


A resistência da esquerda é em direção contrária. O grupo é coletivista, sim, mas trabalha de acordo com leis de mercado.


As Casas Fora do Eixo são comunidades espalhadas por todo o país coordenando shows, turnês de grupos, abrindo espaço para artistas de diversas regiões e da periferia.


Conquistaram espaço com sua estrutura de shows, com as formas de divulgação e com a organização, que lhes permite participar de editais públicos.


São vistos por parte da esquerda e dos artistas como exploradores.


De fato, não há nada de mais mercado do que desenvolver uma marca, um modo de produção, uma estrutura de distribuição e de captação de recursos e se beneficiar desses ativos.


***


Esse é o dado importante, não a análise do caráter, oportunismo, esperteza e outros aspectos pessoais dos seus líderes.


Se as Casas Fora do Eixo representam um novo modo de produzir cultura, a Midia Ninja explora um novo modo de fazer jornalismo, coletivo, tecnicamente imperfeito mas muito mais dinâmico do que o telejornalismo convencional.


***


É praticamente impossível que ambas as formas de produção se tornem hegemônicas - e reside aí outro vício da crítica. "Jamais poderão substituir as formas tradicionais", e bordões do gênero.


Mas é claro que não. São propostas alternativas válidas e que fazem o contraponto, assim como fazem blogs e portais alternativos.


Essa é a raiz da democracia e do mercado: a criação de novos ambientes que permitem o florescimento de práticas alternativas, algumas das quais poderão ganhar dimensão maior, outras desaparecendo na poeira.


Hoje em dia, no ambiente da Internet e da produção audiovisual vicejam essas formas novas de produção, de parcerias, de sistemas horizontais de produção.

 

O futuro já chegou no dia-a-dia dos TICs (Tecnologia da Informação e da Comunicação) e nas experiências mais radicais dos rapazes do Fora de Eixo.


Email: luisnassif@ig.com.br

Blog: www.luisnassif.com.br

Portal: www.luisnassif.com 


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Visite o BLOG e confira outras crônicas

 


Tags deste artigo: nassif economia tecnologia da informação e comunicação casas fora do eixo mídia ninja inovação

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