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Os Riscos do Hiperativismo na Economia

30 de Janeiro de 2013, 22:00 , por Castor Filho - 0sem comentários ainda | No one following this article yet.
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Coluna Econômica - 31/01/2013

 

O desafio de uma política econômica virtuosa é conseguir trabalhar de forma pragmática todos os instrumentos que melhorem investimentos e ambiente econômico, sem deixar que o pêndulo se incline demais em uma das duas direções: do mercado ou do Estado.


O governo Collor deu início ao desmonte do excesso de Estado herdado do regime militar. 


Cometeu imprudências em algumas áreas, mas tentou definir formas de atuação do Estado em ambiente de mercado. Quando entrou Fernando Henrique Cardoso, o pêndulo radicalizou: trocou-se a ideia do Estado enxuto, porém forte, pela do não-Estado. Matou-se a gestão pública no país.


***


De 2008 para cá iniciou-se um novo tempo na política econômica, consolidado no ano passado com a redução dos juros, melhoria do câmbio e um ativismo maior das empresas estatais, bancos comerciais, BNDES (Banco Nacional do Desenvolvimento Econômico e Social), Eletrobras e Petrobras.


Esse ativismo permitiu superar a crise de 2008, baratear o custo do crédito, prover a economia de uma enorme massa de financiamento a longo prazo. Sem a freada de arrumação, corre-se o risco de exagerar na direção oposta ao do movimento anterior.


***


Analise-se a questão da reciclagem da poupança.


Nas últimas décadas, criou-se enorme volume de poupança privada, seja na ciranda do mercado, na venda de ativos familiares, na expansão dos fundos de previdência.


De um ano para cá, mudou-se o ambiente econômico, com a redução da taxa Selic e o controle das arbitragens entre juros e câmbio. O objetivo final desse movimento é reciclar essa poupança, trazendo-a para a economia real e para o financiamento da infraestrutura.


Ora, o caminho natural para essa reciclagem é o mercado de ações. Esse ativo está sendo jogado fora.


***


Numa ponta, devido à política de financiamento do BNDES.


O foco principal deveria ser o aumento da taxa de investimento na economia e o apoio às pequenas e médias empresas. Logo, entrar de forma complementar aos demais instrumentos de captação.


Em vez disso, está ocorrendo o efeito substituição do investimento privado.


Uma das linhas do banco são megafinanciamentos para fusões e aquisições que não acrescentam um tijolo à infraestrutura existente.


Outra linha temerária são os megafinanciamentos às empresas de telefonia e multinacionais em geral. Esses financiamentos estão liberando as empresas para distribuírem todo seu lucro e remeterem para fora não apenas os dividendos como juros sobre capital. Além disso, especialmente no setor de telefonia estão acumulando passivos gigantescos.


***


Dentre as estatais, problema semelhante.


À Petrobras foi conferido o extraordinário desafio de administrar o petróleo do pré-sal. Não se pode sangrá-la, como está sendo feito com esse sub-reajuste dos preços de combustíveis ou jogando em suas costas prejuízos com a venda de gás para as termoelétricas. Os desafios que ela terá que enfrentar são muito relevantes.


Há limitações no front inflacionário, mas não se tratam esses problemas com gambiarras que poderão comprometer o desempenho futuro de peça-chave para a economia brasileira.


 

IGP-M perde força em janeiro


O IGP-M (Índice Geral de Preços - Mercado) subiu 0,34% em janeiro, abaixo dos 0,68% registrados em dezembro de 2012, segundo a Fundação Getúlio Vargas (FGV). Em janeiro de 2012, a variação foi de 0,25%. No período, o Índice de Preços ao Produtor Amplo (IPA) subiu 0,11%, abaixo dos 0,73% do mês anterior. O Índice de Preços ao Consumidor (IPC) subiu 0,98%, ante 0,73% em dezembro, enquanto o Índice Nacional de Custo da Construção (INCC) subiu 0,39% em janeiro, acima dos 0,29% apurados em dezembro.


 

Setor público tem superávit primário de R$ 22,3 bi


O setor público consolidado registrou um superávit primário de R$ 22,3 bilhões em dezembro, bem acima da economia de R$ 1,934 bilhão de igual mês do ano anterior, segundo o Banco Central. Ao longo do período, o Governo Central registrou superávit de R$27,9 bilhões e os governos regionais e as empresas estatais, déficit de R$3,1 bilhões e de R$2,6 bilhões, respectivamente. O superávit primário atingiu R$ 105 bilhões (2,38% do PIB) no ano, ante R$ 128,7 bilhões (ou 3,11% do PIB) em 2011.


 

Taxa de desemprego segue em queda


A taxa de desemprego registrou leve queda pelo quarto mês seguido, passando de 10% em novembro para 9,8% em dezembro, segundo dados da Fundação Estadual de Análise de Dados (Fundação Seade) e do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese). No último mês do ano, o nível de ocupação variou 0,2%, com a criação de 48 mil postos de trabalho, acima do contingente de 6 mil pessoas que ingressaram no mercado de trabalho, o que viabilizou a queda da taxa de desemprego.


 

Preços ao produtor sobem 7,16% em 2012


O Índice de Preços ao Produtor (IPP) variou 0,30% em dezembro em relação ao mês anterior, segundo o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). O resultado foi superior ao observado na comparação entre novembro e outubro, quando o total ficou em 0,27%. O indicador acumulado em 2012 chegou a 7,16%, acima do acumulado nos 12 meses anteriores (novembro), que chegou a 6,84%. Ao longo do período, 16 das 23 atividades apresentaram variações positivas de preços, contra 15 do mês anterior.


 

Atividade econômica deve avançar no semestre


A perspectiva de atividade econômica aponta um crescimento de 0,3% no mês de novembro frente ao período anterior, atingindo o total de 101,2 pontos, segundo a consultoria Serasa Experian. Esta foi a décima alta mensal consecutiva do indicador. Com o resultado, pode-se dizer que, após a quase estagnação do crescimento econômico brasileiro durante grande parte do ano passado, a atividade econômica deverá avançar um pouco mais rápido, especialmente ao longo do primeiro semestre de 2013.


 

Fluxo cambial tem déficit em janeiro


O fluxo cambial apresenta um déficit de US$ 2,692 bilhões ao longo dos 18 dias úteis de janeiro, segundo o Banco Central. Ao longo do período, a conta comercial apresentou perdas de US$ 3,364 bilhões, resultado de exportações no valor de US$ 11,427 bilhões contra importações de US$ 14,791 bilhões, enquanto a conta financeira apresenta um saldo positivo de US$ 672 milhões, decorrente de vendas no valor de US$ 22,964 bilhões e de compras de US$ 22,292 bilhões.


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Tags deste artigo: nassif economia índices gestão pública política econômica

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