Coluna Econômica - 01/7/2013
O governo Dilma Rousseff tem três desafios.
O primeiro, superar o momento atual do esculacho, o enorme desabafo nacional que sacudiu todo o país. Os movimentos já atingiram o epicentro e começam a refluir.
O segundo, o de recuperar o protagonismo político e abafar o movimento “volta Lula”, ensaiado por setores do PT e do empresariado.
Bancada por duas grandes empreiteiras, recente pesquisa de opinião analisou perdedores e ganhadores do movimento das ruas. Dilma e Geraldo Alckmin (governador de São Paulo) caem, Dilma um pouco mais, Alckmin um pouco menos. O PT despenca e, junto com ele, o PSDB e Aécio Neves. Marina Silva sobe um tanto e Lula sobe mais.
Um eventual crescimento do sentimento “volta Lula” teria consequências imprevisíveis sobre a fervura política do país, razão pela qual o próprio Lula tem demovido os entusiastas de sua volta.
O fim antecipado do governo Dilma lançaria a economia em mares revoltos, justamente no momento em que haverá turbulências de monta com a decisão do FED (o banco central dos EUA) em voltar a subir os juros. O país poderia chegar às eleições caindo aos pedaços.
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Sobre o quadro econômico, há a certeza, em setores influentes do empresariado e da própria oposição, da importância de não se permitir o desmanche do governo Dilma.
Também não há interesse em criar uma instabilidade tal que provoque a volta de Lula – como candidato ou em uma eventual chapa com o governador pernambucano Eduardo Campos.
Todos esses fatores são elementos de fortalecimento de Dilma.
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Na última semana, Dilma recuperou o protagonismo político com a proposta de plebiscito para a reforma política e a abertura dos portões do Palácio para interlocutores dos movimentos sociais e de minorias, das centrais sindicais e de outros órfãos do governo.
As lideranças rurais a estimam, as lideranças empresariais acreditam nas suas boas intenções, mas duvidam da sua capacidade operacional.
Assim como nos campeonatos de futebol, Dilma depende de seus jogos para se classificar.
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Terá que mostrar que efetivamente mudou o estilo de governança. As provas passam pela redução da centralização excessiva da sua gestão, pela criação de canais institucionais de participação. O anúncio de uma rede social para que as minorias possam se expressar mostra que entendeu os novos tempos, mas não basta.
Para descentralizar, terá que montar um Ministério competente.
Houve erro nas escolhas de Ministros ou na sua alocação para áreas que não dominam. Aloizio Mercadante seria um ótimo articulador na Casa Civil. No Ministério da Educação, praticamente interrompeu os avanços da gestão anterior.
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No meio empresarial, o grande desafio de Dilma será a próxima rodada de concessões. Se bem sucedida, recupera parte das esperanças perdidas; se mal sucedida, queima a última oportunidade de turbinar a economia no seu governo. Este é o segundo fator relevante.
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O terceiro passo será completar o mais rápido possível os dois passos anteriores, para entrar inteira no grande desafio de enfrentar as turbulências externas e os problemas na conta corrente do país.
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