Coluna Econômica - 25/7/2013
As manifestações de junho pegaram o governo desprevenido. Até então, tinha-se a ilusão de que os indicadores de popularidade superavam qualquer deficiência. Agora, sabe-se que, até o final do mandato de Dilma, vai haver luta ferrenha e diuturna.
Mesmo assim, em círculos próximos a Dilma, considera-se que ela já teria superado a fase mais difícil, que era sair das cordas após as manifestações.
O governo Dilma sempre enfrentou problemas com a base de apoio.
Ao propor o plebiscito e a ênfase nos serviços públicos, considera-se que tenha passado a bola para frente. Com todas as ressalvas que se possa fazer, o tema reforma política saiu do Congresso e ganhou as discussões gerais.
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O clamor das ruas fez também com que, nas últimas semanas, Dilma se abrisse para a interlocução geral. E colocasse na agenda os temas preferidos dos manifestantes, como a mobilidade urbana.
Mas não se deve esperar mudanças ministeriais. Menos ainda no Ministério da Fazenda.
No segundo governo Lula, cogitou-se na demissão do presidente do Banco Central Henrique Meirelles. Lula foi demovido com a justificativa de que, faltando um ano e meio para o fim do governo, seria impossível construir um novo discurso econômico.
Foi-lhe lembrado o segundo governo FHC. Após a crise do câmbio, caiu o presidente do BC, Francisco Lopes, substituído por Armínio Fraga. Depois da mudança, o Ministro da Fazenda Pedro Malan teria sido completamente apagado.
Até o final do governo, o discurso econômico nunca mais foi refeito.
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No caso de Guido Mantega ocorreria o mesmo com o sucessor, estimam esses analistas. Considera-se que, apesar de erros pontuais, especialmente o da distribuição indiscriminada de isenções fiscais, as linhas gerais da política econômica estariam corretas. E nenhum sucessor teria tempo de refazer o discurso.
Há a visão de que as críticas contra Guido originam-se da redução da taxa Selic, que teria prejudicado inclusive os empresários do setor produtivo.
De minha parte, não vejo assim. Mas, enfim, é a visão que prevalece no governo.
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Do mesmo modo, não se deve esperar por reforma ministerial que, segundo essas análises, mais levanta poeira do que ajuda a assentar. Será possível esperar alguns ajustes pontuais, de troca de Ministros. Mas nada de muito drástico.
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Nessa avaliação, Dilma já teria batido no fundo do poço, mas em um quadro bastante favorável para a recuperação. Especialmente porque preservou a base original do PT, no nordeste e junto aos setores de menor renda.
Nos setores mais esclarecidos, quem cresceu foi Marina Silva. Mas assim que for instada a expor suas opiniões – sobre os mais diversos assuntos – se perceberá um discurso em conflito com o que pensam os setores mais alfabetizados da população.
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Considera que, primeiros alvos das manifestações foram os governantes da linha de frente. A maioria se reposicionou atendendo ao clamor das ruas.
Em situação mais difícil fica o poder legislativo e alguns grandes órgãos de mídia, como a TV Globo.
Assim como Dilma, ela terá que se reinventar para fugir ao desgaste. Terá comando para tanto?
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