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Compilado por Paulo Dantas
SOMENTE UMA REFORMA POLÍTICA CORAJOSA INIBIRÁ CRIMES DE CORRUPÇÃO, AFIRMA SEPÚLVEDA PERTENCE, EX-MINISTRO DO STF
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Folha
Condenações não mudarão história do Brasil, diz ex-presidente do STF
O ex-presidente do Supremo Tribunal Federal e ex-presidente da Comissão de Ética Pública da Presidência da República, Sepúlveda Pertence, 75 anos, acredita que as condenações do mensalão não terão o efeito de inibir de maneira significativa a corrupção no país.
Para Pertence, o modelo de presidencialismo de coalizão e a sofisticação dos crimes de colarinho branco -incluídos os de políticos- são fatores que continuarão a produzir uma conjuntura favorável para delitos como os do mensalão.
No início da década de 90, ainda membro do STF, Pertence foi voto vencido quando defendeu a condenação do ex-presidente Fernando Collor, que havia sido afastado do cargo depois de um processo de impeachment.
Ele acha que agora o Supremo tem uma interpretação diferente para casos em que há acusação de corrupção. Ainda assim, declara-se "mais cético que as manchetes e os autores das cartas do leitor que são divulgadas esses dias".
Um delito como o do mensalão "não é como o crime comum em que o batedor de carteira subtrai a carteira do bolso da calça e depois pensa para onde vai correr; é um crime absolutamente planejado". Para Pertence, "uma condenação de determinada manobra que, real ou não, diz o Tribunal que existiu, não inibirá a imaginação criadora do crime sofisticado de buscar outras formas".
O que poderia ser feito?
"É preciso uma reforma política corajosa. E a reforma política é sempre a mais difícil de fazer numa democracia simplesmente porque ela há de ser feita pelos vitoriosos.
Já dizia o presidente [Juscelino] Kubitschek, vitorioso não muda de método de política, essa é a regra básica".
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