O Brasil Prepara a Sua Defesa
November 21, 2012 22:00 - no comments yet
Entrevista com Celso Amorim
Extraída do Blog do Mauro Santayana
Sobre a mesa de centro da sala de espera há dois quepes militares, sendo estrangeiro um deles. Isso explica porque o Ministro da Defesa, Celso Amorim, me atenda alguns minutos depois da hora marcada: ele se despedia do Comandante da Marinha do Senegal, contra-almirante Mohamed Sane, que recebera meia hora antes.
O ex-chanceler é homem de boa biografia para ocupar o cargo, porque sempre foi afirmativo em suas posições. Em 1982, presidente da Embrafilme, teve a coragem de financiar, com dinheiro do Estado, a primeira denúncia cinematográfica das torturas cometidas pelos agentes da Ditadura, com o filme “Pra Frente, Brasil!”, de Roberto Farias. Foi, é claro, demitido.
Ao assumir o cargo de Chanceler, no governo Lula, Amorim – na presença da Embaixadora dos Estados Unidos – recomendou aos jovens diplomatas que, acima de tudo, não tivessem medo. E mostrou a que viera, ao nomear, para a Secretaria - Geral do Itamaraty, o Embaixador Samuel Pinheiro Guimarães, que fora ostensivamente hostilizado durante o governo anterior, em razão de sua firme atitude nacionalista. Conduziu política externa de afirmação nacional, coerente com a de alguns de seus antecessores, também do regime militar, que foi oposta à dos oito anos anteriores, os de Fernando Henrique Cardoso, e bem próxima de sua atuação quando, no governo Itamar Franco, ocupou pela primeira vez a Secretaria de Estado.
A nossa conversa começou com uma olhada ao mundo. Se, de acordo com a visão de Clausewitz, política internacional e guerra se complementam, com os embates armados se seguindo à movimentação diplomática, Amorim está no lugar certo. Ele, diplomata atento, conhece bem a história política internacional – e não só a partir do Tratado de Westphalia, que é tido como o alicerce do poder mundial de nosso tempo. Seus olhos vão mais atrás, na longa crônica dos conflitos planetários, desde que deles há registros. Enfim, o mundo é da forma que é. Sendo assim, temos que nos preparar, e conviver com a realidade - não com o sonho.
Todos os países têm uma estratégia de poder, e a mais conhecida delas, no mundo contemporâneo, é a dos Estados Unidos. Os norte-americanos nunca esconderam o seu projeto expansionista, exposto a partir de 1845 – quando se preparavam para a guerra com o México, com a doutrina do Destino Manifesto. A frase foi criada pelo jornalista John Sullivan, ao exigir, em artigo, a anexação do Texas: a “divina providência” dotara o país da missão de dominar o mundo.
-- Ministro, qual é a estratégia de poder do Brasil?
-- O Brasil – e isso não é só uma convicção nossa, mas é também do conhecimento da comunidade internacional – não tem o objetivo estratégico de expansão de seu poder no mundo. O que a natureza e a história nos deram é bastante. Não queremos outro poder que não seja o de garantir a nossa soberania territorial e o respeito internacional à nossa autodeterminação. Para isso, é claro, devemos dispor de suficiente capacidade militar de defesa. A nossa estratégia pode ser resumida em uma idéia básica: cooperação ativa com os nossos vizinhos continentais, a fim de manter a paz e a defesa de nossos interesses comuns, e capacidade bélica a fim de dissuadir a agressão de eventuais adversários externos à nossa região, por mais poderosos sejam. Não nos amedrontamos: estamos dispostos a resistir a qualquer agressão com determinação e bravura. É nesse duplo movimento que o Brasil vem agindo e continuará a agir.
O Ministro lembra que a situação geopolítica do Brasil, com a nossa extensa costa atlântica, vis-à-vis com a África Ocidental, traz-nos responsabilidade e preocupação com essas águas, que sempre singramos, em nossas relações seculares com o outro grande continente meridional.
Temos excelentes relações, também de natureza militar, com as novas nações, e não as limitamos àquelas que, tendo sido colonizadas por Portugal, são nossas irmãs históricas. A propósito, faz menção à visita de cortesia do contra-almirante Mohamed Sane, do Senegal, que acabara de receber. No decorrer do encontro o contra-almirante referiu-se a uma ação da Marinha Brasileira, em Cabo Verde, de treinamento de tripulações para atendimento médico e social das populações litorâneas e ribeirinhas, e mostrou interesse em receber a mesma colaboração.
Nesse particular, recordou que, terminado o regime de apartheid na África do Sul, tão logo a última nave de guerra sul-africana deixou o porto da Baía de Walvis, na Namíbia, nele encostou uma fragata brasileira. O Brasil está presente na Namíbia, ajudando seu povo a construir a nação, depois de dura dominação européia, iniciada pelos holandeses, há mais de 200 anos. Está presente na Namíbia, como está na Guiné, em Cabo Verde, em São Tomé e Príncipe e, naturalmente, em Angola. E em Moçambique – do outro lado do continente – isso sem falar em Timor Leste. Enfim, o Brasil não está ausente do mundo.
Amorim é cuidadoso nas respostas. Como Ministro da Defesa cabe-lhe preparar as forças militares a fim de cumprir as decisões tomadas pela Chefia do Governo e do Estado, a partir de uma visão conjunta do país e do planeta. Esse cuidado é ainda mais nítido, quando fala na geopolítica brasileira, a fim de não entrar nas atribuições do Itamaraty – que conduziu por mais de onze anos. Não lhe é difícil, no entanto, manter, como diretriz mental, a linha básica da política externa que vem sendo a mesma, desde a Independência, mas de forma mais nítida com a República e com Rio Branco: a da permanente e pragmática defesa da soberania nacional, a do não alinhamento automático a essa ou àquela potência, e da autodeterminação dos povos, dentro das condições objetivas de seu tempo - ainda que eventualmente desprezada por certos governantes, como ocorreu com a doutrina das fronteiras ideológicas da Ditadura. Amorim, como bom diplomata, faz silêncio, quando lembro o alinhamento constrangedor do governo de Fernando Henrique a Washington.
Conversamos dias depois de terminada a Operação Ágata VI, que teve ampla repercussão internacional, mas foi pouco divulgada pela imprensa brasileira. O ministro está satisfeito com o desempenho das três forças no exercício de patrulhamento intensivo da fronteira. Ao mesmo tempo em que as tropas se preparam para eventuais combates na defesa do território – não contra os vizinhos, dos quais nada temos a temer – realizam a necessária coerção contra o contrabando, de armas e de drogas. E presta assistência médica e social às populações que vivem quase isoladas nos confins do Oeste e do Norte. Nossas fronteiras terrestres são extensas, e não há como delas cuidar apenas com as corporações policiais. É preciso, assim, ter tropas adestradas para intervir, sempre que necessário.
-- Temos convidado os países vizinhos para enviar observadores a essas operações. Alguns os enviaram, outros, não. Houve ainda os que, decidiram realizar operações semelhantes e simultâneas em seu próprio território, e isso tornou a nossa tarefa ainda mais fácil – disse o Ministro.
Amorim, que é homem de formação intelectual inclinada para a cultura, como cineasta que foi (e pai de cineastas), não se sente deslocado entre os militares. Sempre entendeu que a ordem é a razão dos corpos armados, o que significa absoluto respeito à hierarquia. Na verdade, disciplina e hierarquia são atributos profissionais dos soldados, o que não impediu que houvesse sempre chefes militares que atuassem como homens de Estado. Amorim cita Caxias, um clausewtziano, que, obtida a vitória sobre o Paraguai, com a tomada de Assunção, sugeriu o armistício generoso e o fim das hostilidades – e foi substituído no comando pelo Conde d’Eu. O genro do Imperador, impelido pelo ânimo vingador do Trono, atuou ali com os exageros que conhecemos e ainda nos constrange. Antes disso, na repressão aos movimentos libertários e descentralizadores das províncias, o Duque sempre promovera a anistia aos revoltosos, no momento em que as armas silenciavam.
Amorim não diz nada, mas entende a pausa de silêncio do entrevistador e a ela responde com a frase lateral:
-- As experiências mais recentes estão cimentando, nas Forças Armadas, a opinião de que devem profissionalizar-se ao extremo e dispor dos mais avançados instrumentos de combate para a sua missão constitucional. Sempre repito a idéia de que a nossa defesa é indelegável. Por melhores amigos tenhamos no mundo, não serão eles os responsáveis pela segurança de nossas fronteiras e de nossas razões. Essa é uma tarefa do povo brasileiro, tendo como vanguarda os corpos armados. As guerras modernas, sempre indesejáveis, mobilizam as nações em seu todo, e isso ficou bem claro na Segunda Guerra Mundial. Nenhuma política de defesa será eficaz se não houver o perfeito entrosamento patriótico entre os cidadãos uniformizados e os civis.
Entramos na questão da tecnologia bélica, que Amorim prefere qualificar como “de defesa”. Reitero-lhe uma preocupação, exposta neste mesmo Jornal do Brasil, com a desnacionalização da já de si modesta indústria brasileira de armamentos.
O Ministro procura tranqüilizar a inquietação nacional com relação ao problema. Reconhece que descuidamos um pouco do assunto e que as dificuldades econômicas nacionais, manifestadas na dívida externa que consumia a maior parte das receitas orçamentárias, impediram o desenvolvimento da indústria estatal de armamentos e munições, e que empresas estrangeiras acabaram se associando às indústrias privadas nacionais do setor, absorvendo algumas delas. Mas pondera que nenhuma nação do mundo dispõe de indústria militar totalmente autônoma, mesmo que disponha de conhecimento para isso. Sempre compra alguma coisa que não consegue ainda produzir ou porque há outras razões, entre elas as da reciprocidade no comércio exterior.
- Já que temos de comprar, por que não comprar dos BRIC?
O Ministro explica que estamos mantendo cooperação na área militar com a Índia, com aviões radares, que produzimos e os indianos equipam com os instrumentos eletrônicos. E que adquirimos helicópteros russos de ataque para a Força Aérea. Quanto aos aviões de caça, que muitos davam como certa a aquisição dos Raffale, da França, nada está ainda decidido. Caberá à Presidente (ou presidenta, como prefere o Ministro) a palavra final.
-- Creio, diz o Ministro, que nossa colaboração mais estreita se faz e se fará ainda mais no âmbito do IBAS – Índia, Brasil e África do Sul. Com esses países realizamos exercícios navais conjuntos e trabalhamos no desenvolvimento de equipamentos e petrechos de defesa. São países democráticos, com problemas sociais internos semelhantes e desafios idênticos, cada um deles de grande importância em seus continentes respectivos. E todos os três situados politicamente no Hemisfério Sul, ainda que a Índia esteja acima do Equador.
Nossa preocupação maior, no entanto, é com o máximo de autonomia na indústria da defesa. Tudo o que nos for possível fabricar em nosso país, devemos fabricar. Sabemos que, em caso de um conflito, nem sempre podemos contar com alguns fornecedores. A Embraer está vendendo supertucanos para o mundo inteiro e acaba de exportá-los para a Indonésia. Ainda que não estejamos mais produzindo os blindados Osório – que teve uma encomenda volumosa para um país árabe desfeita por pressão de terceiros - começamos a produzir os Guaranis em Minas Gerais. Estamos, com a Amazul, cuidando da modernização da Marinha, e queremos produzir nossas belonaves aqui mesmo. A Avibrás, por decisão da Presidenta, está fabricando lançadores de foguetes. Avançamos na produção de munições não-letais, e estamos na vanguarda dessa indústria, mas não descuidamos a produção de cartuchos convencionais, de que somos dos maiores produtores do mundo. A nossa indústria bélica se refaz, para chegar ao nível da necessidade. A indústria bélica é, sobretudo, tecnologia, que em nossos dias, significa eletrônica.
E como uma idéia puxa a outra, entramos na questão da cibernética, como um dos modernos meios de guerra. Amorim diz que não estamos alheios ao problema. Cita uma reunião ocorrida recentemente em Brasília, da qual participaram militares e especialistas civis.
-- Nesse encontro, diz o Ministro, um professor afirmou que a guerra cibernética já começou. Temos um Centro de Guerra Eletrônica em funcionamento e desenvolvemos pesquisas intensivas nesse campo de conhecimento. Em suma, não estamos desatentos. Sabemos que, sobretudo para a vigilância de nossos dois espaços mais vulneráveis, o da Amazônia, com seus imensos recursos naturais, e as águas atlânticas brasileiras, com o pré-sal, as armas eletrônicas têm prioridade absoluta.
O Ministro está otimista. O Brasil cresce em seus entendimentos, na área da defesa, com os demais países do Continente. A UNASUL e o Conselho de Defesa continental trabalham em conjunto e de forma a cada dia mais harmônica. Trata-se de uma fatalidade geográfica: a Natureza e a História nos uniram, e devemos dar a essa realidade uma construção política, na qual a autodeterminação de todos e de cada um esteja assegurada, e, da mesma forma, assegurada a paz na região, para servir à paz no mundo.
RodapéNews - 22/11/2012, Terça-Feira (mais PRIVATARIA TUCANA)
November 21, 2012 22:00 - no comments yet(informações de rodapé e outras que talvez você não tenha visto)
De: Paulo Dantas
Governo paulista quer vender o ginásio do Ibirapuera
A CPMI de Cachoeira e o Papel da Mídia
November 21, 2012 22:00 - no comments yet
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Santa Catarina - (e adjacências) - O Estado Sem Cidadão
November 19, 2012 22:00 - One commentRaul Longo
Enviado pelo autor e publicado originalmente no Desacato
O velho dilema Estado x Cidadão há muito foi resolvido por regimes totalitários. No período da Ditadura Militar, por exemplo, quem se metesse a reivindicar direitos mínimos de cidadania tomava porrada para se ajustar ao Estado e, dependendo da gravidade da reivindicação ou em casos de reincidência, ia pra tortura e poderia ser suicidado ou desaparecido.
Na época isso ocorreu em todos os estados da Federação. Hoje só é comum nos governados pelos remanescentes daqueles ideais de Estado sem Cidadãos para incomodar, conforme pôde verificar um meu vizinho de origem alemã, mas há uma década naturalizado cidadão brasileiro.
Traumatizado pelo totalitarismo do regime soviético imposto à boa parte de seu país após a Segunda Guerra, compreensivelmente o vizinho se indispõe àquela mal fadada experiência, confundindo-a com o comunismo proposto por seu patrício Karl Marx. Uma coisa não tem nada a ver com a outra, mas é como antipatizante ao comunismo que se estabeleceu na capital de Santa Catarina, não havendo portanto porque imputar seu relato como má vontade às elites econômicas brasileiras, de quais estados venham ou estejam.
Técnico em saneamento montou empresa especializada em implantação de inovações no setor. Tanto adapta as desenvolvidas em sua terra natal como também lá tornou reconhecidas as desenvolvidas por sua equipe brasileira. Sua empresa atende diversos estados do Brasil e populações de outros países da América Latina, mantendo cerca de 50 famílias de seus empregados catarinenses e pagando todos os impostos devidos ao Estado.
Mas neste final de semana, sem embarcar em nenhum avião ou transatlântico, o vizinho fez uma longa viagem de retorno à sua terra natal. E foi viagem a um tempo ainda anterior ao da Alemanha Oriental que talvez nunca tenha conhecido enquanto a cidade onde nasceu era dividida por um muro.
Retornou aos tempos em que o Estado Nazista tratava os cidadãos de seu país com a mesma truculência com que foi recepcionado às portas do muro que limita um luxuoso condomínio deste bairro do Sambaqui, em Florianópolis.
O condomínio foi construído para alguns integrantes da elite da sociedade paranaense há coisa de 5 anos atrás, numa área de preservação permanente que se inclui ao complexo ecossistêmico de reserva ambiental administrada pelo IBAMA, órgão da República Federativa do Brasil.
O Ministério Público bem embargou a obra por alguns meses e, então, se comentava incluir as investigações da Operação Moeda Verde da Polícia Federal que em 2007 levou a perda de mandato de vereadores e secretários de estado e municipais. Verdade ou boato o fato é que se mantiveram os empreendimentos que motivaram àquelas investigações e o condomínio lá está com sua grande piscina à beira do mar e delimitações na praia por boias que sinalizam a entrada e saída dos Jet Sksi, ou “Vespas D’Água” no vocabulário dos pescadores que tiveram seus ranchos derrubados para não atrapalhar o lazer da elite do Estado do Paraná que preteriu a Ilha do Mel por preferência à Praia do Toló.
O saudoso Seu Toló foi meu amigo e a praia herdou seu nome por ter sido o primeiro pescador a levantar um rancho naquela praia deserta até 5 anos atrás. Entra governo e sai governo, mas de lá pra cá Santa Catarina cada vez mais se reafirma como um Estado sem Cidadão, confirmado pelo vizinho alemão neste último domingo durante a realização do matrimônio dos filhos de duas famílias proprietárias de unidades daquele condomínio da elite paraense.
Uma chiqueria! Teve até helicóptero sobrevoando a Igreja da Nossa Senhora das Necessidades no vizinho bairro de Santo Antônio de Lisboa, despejando kg e kg de rosas brancas que o vento levou para Iemanjá, a noiva de todos os pescadores.
Além da involuntária homenagem à orixá, esta via única que por cerca de 6 kms se estende desde à Igreja até o mangue do Rio Ratones onde se instala a tal reserva federal, foi ocupada por luxuosos automóveis importados. Entre eles o de Beto Richa, o governador do Estado do Paraná pelo PSDB. Claro que devidamente escoltado.
Tudo, absolutamente tudo, dos móveis aos canapés, foi trazido de lá. E durante a semana nosso pequeno bairro recebeu uma legião de trabalhadores paranaenses, merecedores da confiança dos familiares dos nubentes para o preparo da grande festa à qual também se contratou um exército de leões de chácara para garantir a segurança dos convidados. Motivo pelo qual exigiram a identificação de moradores obrigados a passar à frente do condomínio para seguir pelos 2 km adiante em busca de suas residências naquela via única e até então confundida como pública.
Mas o ponto alto da solenidade matrimonial se deu no início da noite através de uma música estentórica que incomodou o pretenso cidadão brasileiro de origem alemã.
Lá pelo início da madrugada ele estacionou seu carro à frente dos portentosos portais do condomínio e com o jeitão contemporizador e civilizado que o tem distinguido entre a vizinhança, explicou que precisava dormir para trabalhar no dia seguinte, solicitando que se diminuísse o volume do som.
Os seguranças que o recepcionaram informaram que os promotores da festa tinham autorização oficial para a realização do evento no volume que bem entendessem até as horas que quisessem. O cidadão conhece a existência de leis municipais, estaduais e federais que coíbem a perturbação da ordem e tranquilidade pública. E conhece através dos avisos pregados na mesma praia onde se inscrevem as penalidades previstas contra sons automotivos que em quaisquer das 24 horas do dia incomodem aqueles condôminos.
De nada adiantou os números das leis ali divulgados, a 10 metros da frente do condomínio. Os seguranças apenas ordenaram que o cidadão retirasse o carro do portal.
Equivocado, o alemão/catarinense pediu para primeiro ver o documento que oficializaria o direito da transgressão da lei. Os seguranças insistiram, a teimosia germânica e cidadã também insistiu garantindo que só sairia depois de conferir a autorização. Demorou pouco o impasse debelado pelo argumento de um “armário” daqueles ao torcer o braço do empresário para trás de suas costas. O enfiou adentro do próprio carro e aconselhou que saísse dali para não piorar as coisas.
O alemão é jovem, não viveu os tempos do totalitarismo nazista, mas sem dúvida herdou pela memória ancestral o terror à Gestapo que o aconselhou a voltar para casa de onde ligou para a Polícia Militar para denunciar a agressão sofrida e solicitar o apoio dos serviços públicos mantidos pelos impostos pagos por sua empresa e seus empregados. Mas de lá ordenaram que no dia seguinte prestasse queixa à Polícia Civil. Explicou que precisava dormir naquela noite. Por fim, antes de insistir por sua cidadania foi convencido pela própria memória evocando ancestrais lembranças da SS.
Conclusão: o cidadão e todos os vizinhos ficaram sem dormir até o final da festa, lá pelas 6 horas da manhã.
E hoje, exatamente agora, os noticiários informam a suspensão de duas das maiores importantes festas desta capital de Santa Catarina: a FENAOSTRA, que promove nacional e internacionalmente uma das mais importantes fontes de recursos econômicos para o estado: a ostreicultura. E o Carnaval, que promove o turismo.
Alguém que não faço questão de lembrar quem tenha sido nem posso imaginar em que se baseou para me julgar um bêbado por ter revelado a anulação de meu voto no segundo turno da última eleição à prefeitura desta capital; neste ano já não poderá incorrer nas mesmas ilações para acusar a nenhum Cidadão dessa cidade durante as comemorações destas festas, pois não poderão acontecer porque o dinheiro público que as financiaria foi gasto na campanha política derrotada para sucessão do atual prefeito.
Por outro lado, para o grupo do candidato vitorioso e apoiado por ecolóides do PSOL que se reivindicam “bem atentos”, isso de cidadania também é mito, conforme comprovado pelas razões que provocaram a Operação Moeda Verde, durante o governo do, hoje, Senador Luís Henrique da Silveira que, ainda como governador, foi o primeiro a reivindicar a redução de áreas de matas ciliares estabelecidas pelo código florestal.
Na época Luís Henrique era aliado ao atual prefeito Dário Berger, a quem trouxe do PSDB para o PMDB, na última eleição derrotado pelo PSD que foi DEM ainda há pouco, mas antes era o PFL das origens políticas de Berger que, como Amin, do PP, oscila entre tempos de aliança e de oposição a Bornhausen.
Ambos os candidatos ao segundo turno desta última campanha, vencedor e vencido, já integraram governos e administrações sob o controle do mesmo grupo que através de casamentos e divórcios de letras de siglas partidárias, em Santa Catarina há décadas ajusta Cidadãos ao Estado para solucionar dilemas sócio/políticos, conforme relatado e analisado por Fernando Evangelista na matéria “Florianópolis: Sob ataque e sem controle” que recomendaria ao vizinho alemão para que possa entender como retornou pelo túnel do tempo a quando o país onde nasceu negava a cidadania de seus pais e avós.
RodapéNews - 1ª Edição, 20/11/2012, Terça-Feira - (in) Segurança Pública em SP. Showmício do STF
November 19, 2012 22:00 - no comments yet
(informações de rodapé e outras que talvez você não tenha visto)
De: Paulo Dantas
Vítima usava drogas, mas não tinha passagem pela polícia
Agente da Fundação Casa foi morto a tiros em frente a uma padaria
Circuito de câmeras registrou a ação dos criminosos.
Três homens que estavam no local conseguiram fugir
Desde janeiro, 913 veículos foram furtados em Jundiaí
Polícia diz que tem ciência do aumento de crimes e reforçou patrulhamento.
Também foram roubados notebook, celular e objetos de valor
Ele tinha passagem na polícia por homicídio e até agora ninguém foi preso
Vítimas foram levadas para o Pronto Socorro da cidade
O funcionário diz que o 'problema' ocorreu neste sábado (17)
O pedido, feito pelo diretor clínico da unidade Alfonso Bittencourt, leva em consideração dois recentes casos apurados de “médicos fantasmas”, que trabalharam por mais de cinco anos no hospital e tinham uma frequência média de trabalho de no máximo duas vezes por mês.
Assessoria de Camarinha informou que tomará as medidas legais
A ação de Eni é baseada em decisão do juiz da 8ª Vara Cível, Paulo Roberto Zaidan Maluf, que determinou o seu retorno às fileiras partidárias em agosto deste ano. Ainda cabe recurso da decisão em primeira instância, junto ao Tribunal de Justiça (TJ) de São Paulo, pela comissão executiva do PT local.
Foram vendidas fazendas, uma financeira (Roma), uma construtora (São Marcos) e vários outros negócios, muitos deles ligados à comunicação. A Globo deixou o controle da subsidiária da NEC no Brasil, praticamente encerrou as atividades de sua gravadora Som Livre, fechou a distribuidora Globo Vídeo e o varejo da Globo Disk, saiu da Teletrim, da TV portuguesa SIC e da Maxitel (atualmente parte da TIM), vendeu a empresa de telecomunicações Vicom e a gráfica Globo Cochrane e liquidou o sonho de uma operadora de parques temáticos.
Essa redução implicou, também, em desistir do mercado internacionAL.