O Desenvolvimento De Um País É Uma Equação Política
30 de Março de 2013, 21:00 - sem comentários aindaEscrito e enviado por Evaristo Almeida (Blog Economia & Política)
Com o advento do capitalismo isso mudou, pois foi criado o conceito de nação que superou a partilha da terra em feudos.
Essa ideia de nação não floresceu automaticamente na Europa e nem nos demais países, mas foi um processo de lutas sociais e econômicas na busca da industrialização.Não foi um processo fácil e linear.
A Inglaterra saiu na frente na industrialização e logo os economistas ingleses criaram teorias econômicas para sacramentar o desenvolvimento industrial inglês, criando a teoria da vantagem comparativa, que pregava que países deveriam produzir bens industriais enquanto outros se especializavam em explorar produtos primários.
Quem mostrou que essa teoria era de interesse nacional da Inglaterra e lutou contra foi o economista alemão Georg Friedrich List, que percebeu que sem proteção do mercado interno nenhuma nação se desenvolveria. Ele foi muito influenciado por Alexander Hamilton, cujo relatório sobre manufaturas, garantiu que os Estados Unidos se desenvolvessem.
Ao longo do tempo vários países foram tomando medidas econômicas e sociais que garantiram o seu desenvolvimento. Países como o Japão, os Estados Unidos, a França, a Alemanha, entre outros
Mas a busca desse desenvolvimento não foi sem luta política, pois uma parte das chamadas elites locais, educadas segundo os dogmas econômicos e sociais achavam que somente o livre mercado poderia levá-los a se constituírem numa nação rica.
Em vários países foram se constituindo o que chamo de elite, forjada num projeto de nação, com desenvolvimento social e econômico. O Japão com a dinastia Meiji, implantada em 1868 foi um desses. O plano incluiu educar toda a população e investir na industrialização. O Japão nunca leu Adam Smith, nem David Ricardo, economistas ingleses, e muito menos o mais pernicioso de todo, Malthus, que pregava que o pobre deveria ser jogado à própria sorte.
Na América Latina as ideias econômicas liberais sempre foram muitos fortes. O processo de colonização foi ruim para o continente, tanto que nenhum país que foi colônia no sentido clássico conseguiu se desenvolver no mundo. No continente foi implantada uma subelite, um grupo, que apesar de estar no topo da pirâmide social abriu mão de um projeto do desenvolvimento nacional.
Esse é o conceito de subelite que espero desenvolver aqui, é um processo como o do regime feudal de vassalagem, sendo leal ao feudo mais forte, hoje representado pelos Estados Unidos, a Europa Ocidental e o Japão. Em troca esse grupo social se beneficia junto com as demais nações da espoliação do seu povo. O juro alto pago no Brasil aos rentistas é uma forma de benefício à subelite local.
Eles não desejam buscar a hegemonia mundial, melhorando social e economicamente o país em que vivem. Representam os interesses estrangeiros no país. E quando são governos, são apenas fantoches, seguindo diretrizes dos países centrais, principalmente dos Estados Unidos.
Na América Latina esse processo ficou muito claro na década de 1990, em que governos neoliberais eram teleguiados de Washington, seguindo o que mandava o Fundo Monetário Internacional, o Banco Mundial e o Departamento de Estado dos Estados Unidos. Vide.p. ex., os governos de Fernando Henrique Cardoso, no Brasil, de Menem, na Argentina e Fujimori no Peru.
A imprensa no continente é parte vital desse esquema de poder entre os países centrais e a subelite. Ela é controlada por interesses exógenos dos povos da América Latina. Assim tanto faz a imprensa brasileira, como a hondurenha, paraguaia, venezuelana, argentina ou outra, a pauta será sempre a mesma.
Rafael Correa e Hugo Chávez
Eles invertem países democráticos como Venezuela e Equador, que não tem nenhum preso político e os governos eleitos em eleições limpas e internacionalmente fiscalizadas, são pautados por toda a imprensa das Américas como ditaduras, simplesmente porque os países centrais não estão se locupletando em cima desses povos. Enquanto outros países, principalmente árabes, que são petromonarquias e ditaduras duríssimas, recebem um tratamento como se fossem democracias.
Governos progressistas como o de Lula, Dilma Rousseff, Cristina Kirchner e Evo Morales também são combatidos diuturnamente por uma imprensa que a pretexto da liberdade de imprensa, age segundo o que manda o Departamento de Estado dos Estados Unidos. Apoiaram golpes de estado recentes em Honduras e no Paraguai e apoiariam em qualquer outro país, desde que seja para colocar um governo teleguiado por Washington.
No Brasil ao longo da história sempre houve tentativa de se construir uma elite para iniciar o desenvolvimento social e econômico do país. Os inconfidentes foram um deles. A Revolução de 1930 constituiu essa elite, mesmo com o esperneio da subelite, que reagiu através da contrarrevolução paulista de 1932.
Essa elite foi se constituindo com o fortalecimento do trabalhismo no Brasil, em que trabalhadores, empresários, estudantes e políticos constituíram uma força formidável para o projeto de nação. O velho Partido Trabalhista Brasileiro - PTB era quem liderava politicamente esse grupo. A União Democrática Brasileira - UDN era o representante da subelite, querendo subordinar de novo os interesses do Brasil aos dos Estados Unidos e demais países hegemônicos.
De 1930 até o golpe de estado de 1964, o Brasil fez um processo formidável, criando empresas públicas e privadas em vários setores em que o país tinha necessidade. Apesar de Eugenio Gudin, o guru da subelite brasileira, defender a ideia de um país agrário; o Brasil se tornou irremediavelmente industrializado. Criamos a indústria siderúrgica, a naval, a de telecomunicações e a maior e mais odiada pela subelite, pelo que ela representa, a Petrobras.
A Petrobras representa, em si, um projeto de desenvolvimento nacionalização. Quem controlar a Petrobras terá o poder supremo sobre o Brasil. Se a Petrobras for inteiramente privatizada não haverá governo, mesmo que eleito pelo voto popular que consiga desenvolver o país.
O golpe de 1964 contra João Goulart foi tramado nos Estados Unidos porque o Brasil tinha um projeto de desenvolvimento nacional. O objetivo dos Estados Unidos, junto à subelite local, representada pela empresa Folha de São Paulo, Globo, Estado de São Paulo e outros empresários, com os militares sendo os artífices da carnificina que àquela hora foi implantada aqui, depois foi no Chile, no Uruguai e na Argentina.
O Brasil já tinha avançado muito, com uma classe operária lutadora por seus direitos, um partido político que era imbatível nas urnas e se aplicado o projeto de reforma agrária, junto com a melhoria da educação e projetos de infraestrutura, como queria João Goulart, hoje poderíamos ter um desenvolvimento compatível com o da Coreia do Sul, que com o apoio dos Estados Unidos aplicaram lá o projeto que seria feito aqui; por medo do comunismo da Coréia do Norte.
O fato é que hoje temos na pirâmide social brasileira, uma subelite, que governou o Brasil do golpe de estado até 2003. Em 2003 o projeto de nação começou de novo a ser reconstruído, com os governos Lula e Dilma.
É isso que a subelite brasileira não tolera, pois por representar os interesses dos países estrangeiros que não querem o Brasil desenvolvido, é capaz de tudo, até de inventar um golpe de estado como o de 1º de abril de 1964.
É isso que teremos em 2014, um projeto de nação, formada pela elite trabalhadora e nacionalista brasileira, ou de novo, como em 1964, o aborto desse projeto de país que ora está se consolidando.
Quando Aécio Neves, fala mal da Petrobras, ele está buscando apoio de países estrangeiros, ávidos por nos surrupiar o pré-sal. Aécio e o PSDB se investem de Joaquim Silvério dos Reis, que traiu o país, na Inconfidência Mineira. Serra, já havia prometido dar o pré-sal para a Chevron.
Atualmente o PSDB, o DEM e o PPS tem o papel histórico que teve a UDN, no passado. São o braço político atual da subelite brasileira.
O que representa um projeto nacional de desenvolvimento
As riquezas e o trabalho dos brasileiros sendo canalizados para o desenvolvimento social e econômico do país. Os povos dos Estados Unidos, da Europa e do Japão, vivem bem porque fizeram isso. Esses países tentam evitar que outros o façam, pois um mundo desenvolvido é um risco à hegemonia deles
Então para continuarmos construindo um Brasil com igualdade para todos e melhoria de vida é preciso que sejamos essa elite capaz de neutralizar a subelite brasileira e tudo o que eles representam, que são juros altos, desemprego, desigualdade social, violência e um país sem futuro.
Então o conceito de elite dentro do desenvolvimento nacional são as forças capazes de implantar um projeto de desenvolvimento social e econômico do país, independente da sua condição intelectual ou econômica. E a subelite, apesar de ser a parcela mais rica do país, representa as forças retrógradas, que inercialmente, querem manter o país atrasado, subdesenvolvido e pobre. Os compromissos dessas forças não são com o povo brasileiro e sim com nações estrangeiras. São aqueles que vivem falando mal do Brasil e dizendo que esse país não tem jeito. A velha imprensa mercantil brasileira é a imagem e a voz dessas forças.
O Jogo Recorrente Para Aumentar Os Juros
28 de Março de 2013, 21:00 - sem comentários ainda
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RodapéNews - 29/03/2013, Sexta-Feira - Brasileiros Melhoram De Vida Com Crescimento Da Renda Familiar
28 de Março de 2013, 21:00 - sem comentários ainda(informações de rodapé dos últimos três dias e outras que talvez você não tenha visto)
De: Paulo Dantas
Valor (via Conversa Afiada)
Renda das famílias cresce bem acima do PIB per capita
A renda familiar no Brasil avançou em um ritmo bastante superior ao do Produto Interno Bruto (PIB) nos últimos dez anos. De acordo com cálculos do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), a renda domiciliar per capita da população brasileira aumentou 40,7% entre 2003 e 2011, taxa 13,3 pontos superior a apresentada pelo PIB per capita, que avançou 27,7% no período. Dentro do PIB, em consequência, a renda do trabalho tem crescido mais do que as rendas da "propriedade", que envolvem, na conta do PIB, juros, dividendos e a própria remuneração do capital
Jornal da Globo – atualizado em 29/03/2013 – 0h59
Vídeo: Consumo das famílias sustenta crescimento da economia
O consumo no Brasil cresceu muito nos últimos anos, e, graças a ele, o resultado do PIB em 2012 foi positivo. Celular, carro, ou simplesmente aquele prato de comida que mata nosso desejo: qual o limite para gastar com o que simplesmente nos dá prazer? Será que existe um salário capaz de satisfazer todos nossos sonhos?
A economia está cheia de teorias para explicar o consumo humano. Uma que a gente encontra em vários livros é a que fala da propensão marginal a consumir. Em outras palavras, analisa o que acontece com o consumo quando há um acréscimo na renda
SOLIDEZ ECONÔMICA BRASILEIRA ESTÁ EXPRESSA TAMBÉM AQUI
O Globo
Brasil deve injetar US$ 18 bi em fundo dos Brics contra crises
Valor é parte da reserva de US$ 100 bi que foi anunciado nesta quarta-feira
BBC
Novo banco e fundo de reserva fortalecem articulação dos Brics
Resultado mais relevante do encontro entre Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul diz respeito ao avanço em dois projetos que visam aumentar as fontes de financiamento para esses cinco países.
O primeiro projeto envolve a criação do Banco de Desenvolvimento dos Brics, cujo objetivo é financiar projetos de infraestrutura nos países do grupo.
"(Esse banco) é mais um elemento para expandir a nossa capacidade de obter recursos”, disse a presidente Dilma Rousseff. “O grande desafio das economias dos Brics é justamente ampliar seus investimentos na área de infraestrutura."
O segundo projeto a receber aval dos Brics foi o chamado Arranjo de Reservas de Contingência - um fundo de US$ 100 bilhões que servirá para socorrer países com problemas de liquidez financeira.
"Trata-se de um acordo importantíssimo porque estamos assistindo a uma grande volatilidade no mundo. Tivemos a crise do Lehman Brothers em 2008, recentemente o problema em Chipre e tudo que ocorreu no ano passado com os países europeus", disse Dilma.
"Nenhum país dos Brics sofreu nenhuma crise, nem bancária nem financeira. E o acordo de US$ 100 bilhões é muito significativo porque é mais uma contribuição para a estabilidade da moeda (desses países)."
Dilma disse ver a aprovação dos dois projetos como uma "realização do Brasil".
http://www.bbc.co.uk/portuguese/noticias/2013/03/130326_brics_dilma_rc.shtml
JB / Ansa
Brics criam banco de desenvolvimento alternativo ao FMI e ao Banco Mundial
DURBAN - Os Brics, o grupo formado pelos países emergentes Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul, criará um banco de desenvolvimento para o financiamento conjunto de grandes projetos infra-estruturais.
O anúncio da criação da nova instituição foi feito pelo ministro sul-africano das Finanças, Pravin Gordhan, durante a cúpula dos Brics de Durban, na África do Sul. O banco dos Brics vai ser uma instituição financeira alternativa ao Fundo Monetário Internacional (FMI) e ao Banco Mundial
AO AFIRMAR QUE NÃO ELEVARÁ JUROS PARA COMBATER INFLAÇÃO, DILMA CONTRARIA RENTISTAS, QUE TÊM A MÍDIA COMO PORTA-VOZ DE SEUS INTERESSES
CartaMaior
Dilma enfrenta a pátria rentista: mídia uiva – por Saul Leblon
Uma dia de estupefação e revolta no circuito formado pelos professores banqueiros, os consultores e a mídia que os vocaliza.
Na reunião dos Brics, na África do Sul, nesta 4ª feira, a presidenta Dilma afirmou que não elevará a ração dos juros reivindicada pelos batalhões rentistas, a pretexto de combater a inflação.
A reação instantânea das sirenes evidencia a cepa de origem a unir o conjunto à afinada ciranda de interesses que arrasta US$ 600 trilhões em derivativos pelo planeta
http://www.cartamaior.com.br/templates/postMostrar.cfm?blog_id=6&post_id=1215
TV Afiada
O que a Dilma disse na África
E a manipulação dos “de sempre”. A declaração da Dilma é solarmente clara
OBRAS DO “MINHA CASA, MINHA VIDA”
O Globo
Caixa anuncia que vai radicalizar com construtoras do Minha Casa, Minha Vida – Entrevista com Jorge Hereda, presidente da Caixa
Empresas que não solucionarem os problemas poderão entrar para um cadastro negativo.
Presidente da Caixa diz que empreiteiras terão cinco dias, a partir da reclamação, para irem ao empreendimento e verificarem possíveis falhas de construção
DIREITOS HUMANOS & DIREITO DE CONTESTAÇÃO DA BANCADA EVANGÉLICA
PSC, MARCO FELICIANO E DEMAIS INTEGRANTES DA CHAMADA “BANCADA EVANGÉLICA” ESTÃO UNIDOS NA OCUPAÇÃO DE ESPAÇOS QUE REPUTAM COMO ESTRATÉGICOS
DIA DO FICO, POR ENQUANTO
O Globo
PSC anuncia que Feliciano fica na Comissão de Direitos Humanos
http://oglobo.globo.com/pais/psc-anuncia-que-feliciano-fica-na-comissao-de-direitos-humanos-7946317
DEBANDADA DE FUNCIONÁRIOS DA COMISSÃO DE DIREITOS HUMANOS
Estadão – 29/03/2013 – A6
Feliciano causa saída de funcionários de comissão da Câmara
Dos 19 servidores que atuavam no colegiado de Direitos Humanos, só 2 permanecem; parte pediu para sair, parte foi retirada por pastor
[Veja esta notícia após a coluna de Dora Kramer]
http://digital.estadao.com.br/download/pdf/2013/03/29/A6.pdf
AVANÇO ESTRATÉGICO DO PSC
O Globo
Com 16 deputados federais, PSC já disputa cargos de 2º escalão
No Rio, partido controla Secretaria de Prevenção à Dependência Química
http://oglobo.globo.com/pais/com-16-deputados-federais-psc-ja-disputa-cargos-de-2-escalao-7956066
ANISTIA INTERNACIONAL E ARTISTAS PEDEM RENÚNCIA DE FELICIANO
Estadão
Anistia Internacional e artistas cobram renúncia de Feliciano
Entidade critica escolha de pastor para presidir a Comissão de Direitos Humanos da Câmara
TUMULTO NA REUNIÃO DA COMISSÃO
Estadão
Democracia é isso, diz pastor após mandar prender e tirar manifestantes de comissão
O presidente da Comissão de Direitos Humanos da Câmara, pastor Marco Felician (PSC-SP), recorreu ontem ao uso da força para conseguir presidir a sessãodo colegiado,
mandou prender um manifestante contrário à permanência dele no cargo e optou por fazer uma audiência fechada ao público.
Ao fim de um dia tumultuado, em que reiterou que não renunciará porque foi eleito democraticamente, resumiu assim o próprio desempenho: “Democracia é isso”.
http://digital.estadao.com.br/download/pdf/2013/03/28/A4.pdf
PODER DE CONTESTAÇÃO DAS BANCADAS RELIGIOSAS NO SUPREMO
Estadão
Religiosos podem contestar leis no Supremo, diz CCJ
Uma proposta aprovada ontem na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) da Câmara garante às entidades religiosas o poder de contestar a constitucionalidade de leis no Supremo Tribunal Federal (STF). A proposta de emenda à Constituição é de autoria do deputado João Campos (PSDB-GO), que integra a bancada evangélica
DIFICULDADES DA PRÉ-CANDIDATURA DE AÉCIO NEVES A PRESIDENTE
PSDB DESUNIDO E AÉCIO, POR ENQUANTO, SEM PREDICADOS PARA ENTRAR NESTA DISPUTA, SEGUNDO ANALISTA DA FOLHA
Folha
Análise: Com PSDB desunido, será difícil atrair outras legendas – por Fernando Rodrigues
Há um mito na política brasileira recente sobre "unir o partido" para ganhar uma eleição. Sem dúvida, uma agremiação coesa ajuda, mas não é só por causa disso que alguém vence nas urnas.
O principal em eleições presidenciais é dispor de um bom candidato (capaz de falar na hora certa o que os eleitores querem ouvir) e ter o máximo possível de tempo no horário eleitoral de rádio e de TV. Nesses casos, até o mais desunido dos partidos acaba entrando no barco.
O problema do senador Aécio Neves (PSDB-MG) é que ele ainda não encaçapou nenhum dos predicados necessários para sua possível campanha como candidato a presidente em 2014
TRABALHO & EMPREGO
PEC DAS DOMÉSTICAS
DIREITOS IGUAIS AOS DEMAIS TRABALHADORES
O Globo
PEC das Domésticas é aprovada no Senado e segue para promulgação
BRASÍLIA – O Senado aprovou nesta terça-feira, por unanimidade (66 a 0), a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) que assegura aos domésticos direitos iguais aos dos demais trabalhadores. A PEC das domésticas, como ficou conhecida, entrará em vigor na próxima terça-feira, quando a nova legislação será promulgada pelo Congresso, em sessão solene. Assim, a categoria passará a ter direito, imediatamente, à jornada diária de oito horas. O que exceder será hora extra e deve ser pago com 50% sobre a hora normal. Outros benefícios, como FGTS obrigatório, adicional noturno, salário família e assistência gratuita aos filhos dependentes de até 6 anos, exigirão regulamentação. O Brasil tem 6,653 milhões de trabalhadores no serviço doméstico e apenas 30,6% são formalizados
EX-DOMÉSTICA, DELAÍDE MIRANDA ARANTES, ATUAL MINISTRA DO TST, NÃO CRÊ EM DEMISSÕES
O Globo
Entrevista: ‘É o resgate de uma enorme dívida do Brasil’, diz ministra do TST
BRASÍLIA – Aos 15 anos, a atual ministra do Tribunal Superior do Trabalho Delaíde Miranda Arantes trabalhava de doméstica em Pontalina (GO) e aos 18 anos em Goiânia, onde continuou os estudos. Especialista em Direito do Trabalho e autora do livro “O trabalho doméstico, direitos e deveres”, Delaíde conta que tem duas empregadas e que faz questão de tratá-las da mesma forma que suas assessoras de gabinete
Estadão
'É mais uma batalha vencida', diz sindicalista
Creuza comemora, mas representantes das donas de casa falam que haverá demissões em massa
O QUE MUDOU
O Globo
Veja aqui o que muda com as novas regras para empregados domésticos
Estadão
Mercado de trabalho já avança no mesmo rumo da PEC das domésticas
http://blog.estadaodados.com/mercado-ja-pratica-o-que-pec-das-domesticas-determina/
Agência Estado
GM confirma 598 demissões na fábrica de São José (SP)
PRECATÓRIOS & CNJ
ERRO NO CÁLCULO DOS PRECATÓRIOS OU SUPERFATURAMENTO INTENCIONAL
SÓ NA PARAÍBA, HÁ INDÍCIOS DE QUE R$ 100 MILHÕES FORAM PAGOS ACIMA DO VALOR
Estadão
CNJ apura erros que elevaram dívidas de precatórios
Além da decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) declarando inconstitucional o sistema de pagamento de precatórios, a recente descoberta de erros no cálculo de dívidas judiciais vem agitando Judiciário, Executivo e credores. Tudo começou quando o atual corregedor nacional de Justiça, Francisco Falcão, anunciou que ocorreram equívocos no cálculo da dívida do Estado da Paraíba. "Há perspectiva de quase R$ 100 milhões pagos acima do valor", disse Falcão, que integra o Conselho Nacional de Justiça (CNJ) desde setembro
ESQUEMA, QUE DESVIOU R$ 14 MILHÕES EM PRECATÓRIOS NO RIO GRANDE DO NORTE, TERIA A PARTICIPAÇÃO DE DESEMBARGADORES DO TJ POTIGUAR
G1 – RN
Ex-chefe da divisão de Precatórios do TJ e marido são presos em Natal
Carla Ubarana e George Leal foram condenados por fraudes no TJRN.
Segundo juiz, esquema desviou R$ 14.195.702,82 do setor de Precatórios
SE COMPROVADAS AS FRAUDES COMETIDAS PELOS MAGISTRADOS, ELES SERÃO APOSENTADOS COM SALÁRIO INTEGRAL
G1 – RN
CNJ decide reabrir investigações contra desembargadores do TJ-RN
Magistrados são suspeitos de ter desviado R$ 11 milhões de precatórios.
Conselheiros entenderam que é preciso refazer perícias do caso
CNJ REPETE VÍCIOS DOS TRIBUNAIS
Estadão
CNJ eleva gastos e reproduz vícios dos tribunais
Conselho sofre com processos lentos, pressões políticas, inchaço da máquina, despesas crescentes e pequenos, mas simbólicos, malfeitos
[Esta matéria está após o artigo de Dora Kramer]
http://digital.estadao.com.br/download/pdf/2013/03/28/A6.pdf
LUTA PELA DEMOCRATIZAÇÃO DA MÍDIA BRASILEIRA
ESTA LUTA INDEPENDE DA POSIÇÃO POLÍTICA DO GOVERNO DILMA SOBRE A PROPOSTA
Viomundo
Artur Henrique: Não vamos esperar que os “outros” façam o que temos de fazer
"Cabe aos partidos, em especial ao PT, pressionar para que o Poder Executivo, caso insista em não ajudar, que pelo menos não atrapalhe mais do que já vem fazendo em relação a esse tema", afirma Artur Henrique, secretário adjunto de Relações Internacionais da CUT e presidente do Instituto de Cooperação da CUT.
Saiba mais, lendo este artigo de sua autoria
EXEMPLO A SER SEGUIDO
CartaMaior
O exemplo inglês – por Venício Lima
Quatro meses após a publicação do Relatório Leveson, os três principais partidos ingleses anunciaram o fechamento de acordo para regulação da imprensa (jornais, revistas e internet) no Reino Unido
http://www.cartamaior.com.br/templates/colunaMostrar.cfm?coluna_id=6022
COMENTARISTA DO SBT É CONTESTADA POR EMITIR COMENTÁRIOS DISPARATADOS EM RELAÇÃO ÀS REPORTAGENS VEICULADAS
Yahoo
Funcionários do SBT fazem movimento contra apresentadora do ‘SBT Brasil’, diz jornal
http://www.jornaldaparaiba.com.br/polemicapb/2013/03/25/rachel-sheherazade-gera-discordia-no-sbt/
Youtube
Veja seu comentário infeliz em defesa da permanência de Marco Feliciano
[Não é uma questão de democracia. Marco Feliciano ou qualquer outra deputado, com perfil semelhante, não tem condições de assumir essa Comissão, pois, na prática, condenam de antemão os direitos da minoria que esta Comissão deve defender]
COMISSÃO DA VERDADE
NÉLSON MOTTA, QUEM TE VIU, QUEM TE VÊ
Estadão
Após o infeliz artigo do colunista Nélson Motta, leia também nesta página:
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POSIÇÃO DOS DEFENSORES DA DITADURA - Comissão da Verdade é ‘totalitária’, dizem militares
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ARQUIVOS NA INTERNET - Estado coloca arquivos do Dops na internet
-
PARTICIPAÇÃO AMERICANA NO GOLPE DE 1964 RELATADA EM FILME - Filme relata papel do governo dos EUA no golpe de 1964
-
TORTURADOR ARGENTINO EXTRADITADO - Brasil extradita Claudio Vallejo
O Globo
Câmara aprova projeto que isenta motorista de pagar pedágio onde mora
NOTÍCIAS DE SÃO PAULO
CUMPRIMENTO DE DECISÃO DA JUSTIÇA, QUE NÃO LEVOU EM CONTA O LADO SOCIAL DOS OCUPANTES DE TERRENO, QUASE REPETE A TRAGÉDIA DO PINHEIRINHO
MORADORES RESISTIRAM À VIOLÊNCIA POLICIAL
SPTV
Policiais militares cumprem ordem judicial de reintegração de posse no Jardim Iguatemi
TERRENO DECLARADO DE INTERESSE SOCIAL
Bom Dia, São Paulo –
Fernando Haddad assina decreto que transforma terreno ocupado em área de interesse social
Estadão
Desapropriada área que teve tumulto
[Jornal errou na manchete. Em vez de “desapropriada”, leia-se “declarada de interesse social”]
http://digital.estadao.com.br/download/pdf/2013/03/28/C6.pdf
DONO DO TERRENO SOB INVESTIGAÇÃO
SPTV
Fernando Haddad pede que MP investigue dono de terreno ocupado no Jardim Iguatemi
PRAÇA LIVRE DE CARRO
Estadão – 29/03/2013
Largo 13 ganha 1ª zona livre de carros de SP
Automóveis não podem mais passar por vias no entorno do local em horário de pico
BAIXADA SANTISTA
Uol / AE
Santos, Praia Grande e Cubatão enfrentam epidemia de dengue
Santos - Depois de Santos e de Praia Grande, Cubatão acaba de decretar epidemia de dengue no município. Na segunda-feira (25), a cidade atingiu o número de 262 casos da doença. Unidades básicas de saúde e prontos-socorros de toda a Baixada Santista vêm apresentando aumento considerável de atendimento de pacientes, todos com suspeita de dengue. Na semana passada, Santos confirmou o quadro epidêmico, com a ocorrência de 2.359 casos. Em apenas uma semana, houve um aumento de 97% de casos, somente em Santos, fato que vem deixando as autoridades sanitárias bastante preocupadas com a situação
Estadão
Litoral de SP ainda tem ameaça de queda de barreiras
O poço começou a ser desmontado ontem e a previsão é de que o serviço termine na tarde de segunda-feira, dia 1º de abril. “Só depois que desmontarmos o poço inteiro é que será feita uma perícia para avaliar qual o problema que causou a paralisação do sistema”, afirma o Paulo Paganelli, gerente de operações e manutenções do Semae
Estadão
Número de falhas que prejudicam a operação do metrô mais que dobrou
http://digital.estadao.com.br/download/pdf/2013/03/28/C1.pdf
Estadão
Estado investe só 44% do previsto no Metrô
http://digital.estadao.com.br/download/pdf/2013/03/28/C3.pdf
CONVÊNIO DA PREFEITURA PAULISTANA COM POSTOS DE SAÚDE PRIVADOS
Estadão
Prefeitura estuda incentivo para levar postos de saúde privados à periferia
Proposta prevê oferta de contrapartida, como isenção tributária, a empresas do setor dispostas a instalar laboratórios, consultórios
ou leitos em regiões atendidas apenas pelo SUS: planos de saúde populares, que só oferecem atendimento em áreas centrais, estão na mira
http://digital.estadao.com.br/download/pdf/2013/03/28/A12.pdf
PLANO DE METAS PARA SÃO PAULO
DEFINIDAS 100 METAS PARA 4 ANOS DA GESTÃO HADDAD
Rede Nossa São Paulo
Prefeitura apresenta 100 metas para a cidade de São Paulo
PLANO ENXUTO
Folha
Plano de metas 'enxuto' é proteção de Haddad contra críticas, diz pesquisadora
A decisão do prefeito Fernando Haddad (PT) de apresentar um plano com menos da metade das metas de Gilberto Kassab (PSD) divide a opinião de especialistas que estudam políticas públicas.
O plano de Haddad tem cem metas --o de Kassab, 223.
De um lado, a redução é vista como uma estratégia do petista para atingir uma porcentagem maior de metas e evitar as críticas feitas a Kassab no final da gestão por ter cumprido apenas 55% dos compromissos assumidos
http://www1.folha.uol.com.br/fsp/poder/100740-painel.shtml
Leia mais:
http://media.folha.uol.com.br/cotidiano/2013/03/25/programa-de-metas.pdf
Análise: Plano corre o risco de não efetivar boas intenções
http://media.folha.uol.com.br/cotidiano/2013/03/25/programa-de-metas.pdf
NO “SHADOW CABINET” DO PSDB, A FISCALIZAÇÃO DA GESTÃO HADDAD
UOL / Valor
PSDB montará espécie de "ministério paralelo" para acompanhar metas de Haddad
A bancada do PSDB na Câmara Municipal de São Paulo montará um "shadow cabinet" para acompanhar a execução das metas propostas pelo prefeito Fernando Haddad (PT). O petista entregou o documento nesta quarta-feira (27) ao Legislativo.
O modelo é inspirado na tradição britânica de formar um "ministério paralelo" para fiscalizar o Executivo e tem como um dos maiores defensores o governador de São Paulo, Geraldo Alckmin (PSDB)
LICITAÇÃO SOB SUSPEITA DE DIRECIONAMENTO, ADVINDA DA GESTÃO KASSAB NA SECRETARIA DE HABITAÇÃO, É SUSPENSA
Valor
Haddad suspende licitação de Kassab por suspeita de favorecimento
SÃO PAULO - O prefeito de São Paulo, Fernando Haddad (PT), suspendeu licitação do antecessor, Gilberto Kassab (PSD), para construção de moradias para a população de baixa renda por suspeitas de direcionamento, conforme ato publicado no Diário Oficial do Município de sábado. O contrato, de R$ 83 milhões, iria para o consórcio formado pelas construtoras OAS e Constran.
A Controladoria Geral do Município de São Paulo verificou, em análise preliminar, a “situação de potencial restrição à competitividade” da licitação aberta por Kassab em 28 de novembro de 2012 para a segunda etapa da construção de unidades habitacionais no Real Parque, feito com dinheiro da Operação Urbana Água Espraiada, para abrigar as famílias retiradas de favelas da região
Mandonismo à paulista – por Roberto Livianu e Felipe Locke Cavalcanti
Cumprindo nossa missão constitucional, protegemos o patrimônio público, cultural e social, o ambiente, a infância e juventude, os idosos, as pessoas com deficiência, os consumidores e a coletividade
É natural e compreensível que, para isso, muitas iniciativas do Ministério Público incomodem os detentores do poder. Muitas vezes são eles os próprios réus que temos o dever de responsabilizar por atos desrespeitosos à sociedade. Talvez por isso queiram nos impedir de investigar crimes, juntando o Brasil a um grupo de apenas três países
Deputados que compõem a nova Mesa da Assembleia paulista se reuniram ontem com o procurador-geral de Justiça, Márcio Elias Rosa. O encontro serviu para aliviar a tensão entre o Legislativo e o Ministério Público em razão da PEC que restringe o poder de investigação dos promotores.
Veja esta e outras notas que constaram do Painel desta quarta-feira
http://www1.folha.uol.com.br/fsp/poder/100740-painel.shtml
AMEAÇA À JORNALISTA POR PARTE DO VEREADOR PAULISTANO CORONEL TELHADA (PSDB)
Viomundo – por Conceição Lemes
Sindicato dos Jornalistas vai interpelar Telhada sobre ameaça a Lúcia Rodrigues
O presidente do Sindicato dos Jornalistas, José Augusto Camargo (Guto), alerta: “Estamos assistindo ao crescimento da violência contra os jornalistas no Brasil. Vão de ameaças veladas, intimidações, ações na Justiça a agressões e assassinatos. Tudo isso levando ao cerceamento do exercício da profissão”.
“Curiosamente, a violência não é dirigida à empresa de comunicação, mas ao jornalista, o lado mais frágil dessa situação”, observa. “Para piorar, na maioria das vezes, a empresa não se envolve como deveria. O profissional fica então sem apoio institucional, o que incentiva a impunidade”
Cria-se um círculo perverso. O jornalista é ameaçado, fica inseguro e recua, não publicando a denúncia. Ou ele vai adiante e corre o risco de retaliação. Aí, como as empresas geralmente não dão o apoio devido, a tendência é o jornalista enfrentar sozinho a violência. Resultados: verdade factual abatida e impunidade
Lembrando a demissão da jornalista Lúcia Rodrigues:
ÁREAS RICAS E POBRES DE SP SOB PERMANENTE VIOLÊNCIA E INSEGURANÇA
O Globo
Violência aflige áreas ricas e pobres de São Paulo
SÃO PAULO — Nas áreas mais ricas da cidade, arrastões de criminosos em prédios residenciais se repetem e são um tormento para as classes média e alta. Na periferia, a concentração de homicídios se mantém e ganha novos contornos com a confirmação do envolvimento de policiais em alguns desses crimes, principalmente na Zona Sul
http://oglobo.globo.com/pais/violencia-aflige-areas-ricas-pobres-de-sao-paulo-7955779
6º ARRASTÃO DO ANO VIOLENTO
Folha – 29/03/2013
Esse foi, ao menos, o sexto caso ocorrido neste ano
CRIMINOSOS, RESPONSÁVEIS POR ATAQUES NA VILA BRASILÂNDIA, NÃO FORAM PRESOS
Jornal da Record – 28/03/2013 – 21h01
Vídeo: Ataque deixa oito pessoas baleadas em Vila Brasilândia, bairro da zona Norte de SP
Um grupo de jovens conversava em um ponto de encontro da comunidade, quando bandidos apareceram em duas motos e efetuaram vários disparos.
Um rapaz de 20 anos, que tinha problemas mentais, não resistiu aos ferimentos
Folha – 29/03/2013
Ataques matam dois e ferem seis na Brasilândia
Na véspera, jovem foi morto na mesma região
PM SOB SUSPEITA DE ASSASSINATO DE METALÚRGICO
Jornal da Record – 28/03/2013 –
Morte de metalúrgico gera revolta de familiares em Guarulhos (SP)
A vítima não tinha passagens pela polícia e, segundo os parentes, também não tinha inimigos. O corpo foi localizado em Mairiporã, a mais de 100 km de onde o metalúrgico morava, com cinco tiros
ESTILISTA ENCONTRADA MORTA
Estadão – 29/03/2013
Estilista Clô Orozco é encontrada morta
Polícia acredita que dona das marcas Huis Clos e Maria Garcia tenha se matado
http://digital.estadao.com.br/download/pdf/2013/03/29/C4.pdf
ESPORTES
RIO SEM ESTÁDIO
QUEM É O RESPONSÁVEL PELA CONSTRUÇÃO DESTE ESTÁDIO?
O Globo
Engenhão: obra milionária marcada por falhas
Queda de muro, apagões e relatório entregue pelo Botafogo à prefeitura em 2009, já apontando 30 itens defeituosos, compõem histórico de problemas do Engenhão
RIO - Maior legado dos Jogos Pan-Americanos de 2007 para a cidade, o Engenhão, oficialmente batizado Estádio Olímpico João Havelange, levou três anos para ser construído a um custo, à época, de R$ 380 milhões dos cofres públicos. Já escolhido como local das provas de atletismo das Olimpíadas de 2016, o estádio arrendado por 20 anos ao Botafogo e interditado ontem pelo prefeito Eduardo Paes, por falhas estruturais na cobertura, tem um histórico de problemas, apesar dos poucos anos de uso. Embora o anúncio de Paes tenha sido recebido com aparente perplexidade pelos grandes clubes cariocas, que ali jogavam clássicos e boa parte de seus jogos desde o fechamento do Maracanã para as obras da Copa-2014, a decisão traumática é o desfecho de um roteiro anunciado há tempos
http://oglobo.globo.com/carioca-2013/engenhao-obra-milionaria-marcada-por-falhas-7957255
NA POSIÇÃO SENSATA DA DIRETORIA PALMEIRENSE, ESPERA-SE UM COMPORTAMENTO DIFERENTE DO ADOTADO PARA “TECNICO PRESTIGIADO”
Estadão – 29/03/2013
Kleina fica com prazo de validade
http://digital.estadao.com.br/download/pdf/2013/03/29/e1.pdf
NEYMAR VAIADO
Estadão – 29/03/2013
Neymar volta e Santos só empata
Time de Muricy fica na frente por duas vezes, mas não consegue superar o Mogi Mirim;
craque é vaiado na Vila
http://digital.estadao.com.br/download/pdf/2013/03/29/e3.pdf
MELHORES MOMENTOS
G1 /SPORTV
RodapéNews - 27/03/2013, Quarta-Feira: ENTREVISTA EXCLUSIVA DE LULA
26 de Março de 2013, 21:00 - sem comentários ainda"Prioridade em todos os Estados é reeleger Dilma"
Por Vera Brandimarte, Maria Cristina Fernandes e Cristiane Agostine | De São Paulo
Presidente de honra do PT e principal cabo eleitoral do partido, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva diz, em entrevista exclusiva ao Valor , que a prioridade do PT em 2014 é reeleger a presidente Dilma Rousseff, ainda que isso custe a candidatura petista em Estados estratégicos como São Paulo e Rio de Janeiro.
"Não podemos permitir que a eleição da Dilma corra qualquer risco. Não podemos truncar nossa aliança com o PMDB", diz o ex-presidente. Em São Paulo, Lula defende a aproximação com o PSD do ex-prefeito Gilberto Kassab e com o PTB. No Rio, elogia tanto o senador Lindbergh Farias (PT) quanto o vice-governador, Luiz Fernando Pezão (PMDB).
Recuperado do tratamento contra um câncer, mas ainda com a voz rouca, Lula diz que os médicos o liberaram para participar da campanha de 2014. Sem fumar nem beber, queixa-se apenas da garganta inflamada e das unhas quebradiças. O petista diz que prefere viajar aos Estados a articular alianças e pretende subir em todos os palanques estaduais, inclusive em Pernambuco, reduto do governador Eduardo Campos, pré-candidato do PSB.
Amigo de Campos, o petista afirma que a eleição não vai abalar a amizade entre eles e que não pedirá ao presidente do PSB que desista de concorrer. Vê com naturalidade o nome do governador na disputa, mas diz que é cedo para tratar a pré-candidatura como definitiva.
Na primeira entrevista sobre política e economia a um jornal brasileiro desde que deixou o cargo, Lula diz não ver problemas em viajar à África e América Latina apoiado por empresários para mediar seus interesses. "Se alguém tiver um produto brasileiro e tiver vergonha de vender, me dê que eu vendo. Não tenho vergonha de continuar fazendo isso". Sobre sua atividade como conferencista, diz que há "pouca gente com autoridade de ganhar dinheiro como eu".
Em meio a elogios à presidente, o petista afirma que o Brasil "nunca esteve em tão boas mãos". "Nunca este país teve uma pessoa que chegou à Presidência tão preparada como a Dilma". Lula não descarta concorrer em 2018. "Vai que de repente precisam de um velhinho para fazer as coisas... Mas não é minha vontade".
Ele evita falar sobre o julgamento do mensalão no Supremo Tribunal Federal e diz que só dará opinião após o fim da análise dos recursos.
2ª Parte - Entrevista
"Senso prático de Dilma supera ideologia"
Por Vera Brandimarte, Cristiane Agostine e Maria Cristina Fernandes | De São Paulo
O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva recebeu o Valor num hotel na zona sul de São Paulo depois do seminário "Novos Desafios da Sociedade", promovido pelo jornal. A seguir, os principais trechos da entrevista.
Valor: Como está sua saúde?
Luiz Inácio Lula da Silva: Agora estou bem. Há um ano vou à fisioterapia todos os dias às 6h da manhã. Minha perna agora está 100%. Estou com 84 quilos. É 12 a menos do que já pesei mas é oito a mais do que cheguei a ter. Não tem mais câncer, mas a garganta leva um bom tempo para sarar. A fonoaudióloga diz que é como se fosse a erupção de um vulcão. Tem uma pele diferenciada na garganta que leva tempo para cicatrizar. Quando falo dá muita canseira na voz. Já tenho 67 anos. Não é mais a garganta de uma pessoa de 30 anos.
Valor: O senhor deixou de fumar e beber?
Lula: Não dá mais porque irrita a garganta.
Valor: Dois anos e três meses depois do início do governo Dilma, qual foi seu maior acerto e principal erro?
Lula: Quando deixei a Presidência, tinha vontade de dar minha contribuição para a Dilma não me metendo nas coisas dela. E acho que consegui fazer isso quando viajei 36 vezes depois de deixar o governo. Fiquei um ano imobilizado por causa do câncer. Estou voltando agora por uma coisa mais partidária. Sinceramente acho que no meu governo eu deixei muita coisa para fazer. Por isso foi importante eleger a Dilma, para ela dar continuidade e fazer coisas novas. O Brasil nunca esteve em tão boas mãos como agora. Nunca esse país teve uma pessoa que chegou na Presidência tão preparada como a Dilma. Tudo estava na cabeça dela, diferentemente de quando eu cheguei, de quando chegou Fernando Henrique Cardoso. Você conhece as coisas muito mais teóricas do que práticas. E ela conhecia por dentro. Por isso que estou muito otimista com o sucesso da Dilma e ela está sendo aquilo que eu esperava dela. Foi um grande acerto. Tinha obsessão de fazer o sucessor. Eu achava que o governante que não faz a sucessão é incompetente.
Valor: A presidente baixou os juros, desonerou a economia, reduziu tarifas de energia e apreciou o câmbio. Ainda assim não se nota entusiasmo empresarial por seu governo ou sua reeleição. A que o senhor atribui a insatisfação? Teme-se que esse governo não tenha uma política anti-inflacionária tão firme ou é pela avaliação de que o governo Dilma seja intervencionista?
Lula: Não creio que haja má vontade dos empresários com a presidente. Passamos por algumas dificuldades em 2011 e 2012 em função das políticas de contração para evitar a volta da inflação. Foi preciso diminuir um pouco o crédito e aí complicou um pouco, mas Dilma tem feito a coisa certa. Agora tem conversado mais com setores empresariais. Acho que os empresários brasileiros, e eu vivi isso oito anos assim como Fernando Henrique também viveu, precisam compreender que uma economia vai ter sempre altos e baixos. Não é todo dia que a orquestra vai estar sempre harmônica. O importante é não perder de vista o horizonte final. O Brasil está recebendo US$ 65 bilhões de investimento direto. Então não dá para se ter qualquer descrença no Brasil nesse momento. Nunca os empresários brasileiros tiveram tanto acesso a crédito com um juro tão baixo. Vamos supor que a Dilma não tivesse a mesma disposição para conversar que eu tinha. Por razões dela, sei lá. O dado concreto é que, de uns tempos para cá, a Dilma tem colocado na agenda reuniões com empresários e partidos políticos.
Valor: Os empresários acham que ela é ideológica demais...
Lula: O que é importante é que ela não perde suas convicções ideológicas, mas não perde o senso prático para governar o país. Ela não vai governar o país com ideologia. Se alguém ainda aposta no fracasso da Dilma, pode começar a quebrar a cara. Ela tem convicção do que quer. Esses dias liguei para ela e disse para tomar cuidado para não passar dos 100%. Porque há espaço para ela crescer. Vai acontecer muito mais coisa nesse país ainda. Não adianta torcer para não ter sucesso. Não há hipótese de o Brasil não dar certo.
Valor: A queixa é de que tudo que eles [os empresários] precisam têm que falar com a presidente porque os ministros não têm autonomia para decidir, ela não delega. É isso?
Lula: Se isso foi verdade, já acabou. Sinto, nos últimos meses, que a Dilma tem feito muito mais reuniões. Tem soldado muito mais o governo. A pesquisa mostra que o governo vem crescendo e vai chegar perto dela nas pesquisas. E os ajustes vão acontecendo. É a primeira vez que a gente tem uma mulher. O papel dela não é tão fácil quanto o meu porque 99% das pessoas que recebia eram homens, e homem fala coisa que mulher não pode falar, conta piada. Não há hábito do homem ainda perceber a mulher num cargo mais importante. Mas os homens vão ter que se acostumar. Uma mulher não pode se soltar numa reunião onde só tenha homem. Então acho que as pessoas têm que aprender a gostar das outras pessoas como elas são. A Dilma é assim e é assim que ela é boa para o Brasil. A mesma coisa é a Graça [Foster]. É uma mulher muito respeitada também. Não brinca nem é alegre, mas cada um tem seu jeito de ser.
Valor: Seu governo viabilizou projetos essenciais para o rumo que a economia pernambucana tomou, como o polo petroquímico e a fábrica da Fiat. A pré-candidatura Eduardo Campos, que agrega adversários fidagais de seu governo, como Jarbas Vasconcelos e Roberto Freire, e anima até José Serra, é uma traição?
Lula: Não. Minha relação de amizade com Eduardo Campos e com a família dele, que passa pela mãe, pelo avô e pelos filhos, é inabalável, independentemente de qualquer problema eleitoral. Eu não misturo minha relação de amizade com as divergências políticas. Segundo, acho muito cedo pra falar da candidatura Eduardo. Ele é um jovem de 40 e poucos anos. Termina seu mandato no governo de Pernambuco muito bem avaliado. Me parece que não tem vontade de ser senador da República nem deputado. O que é que ele vai ser? Possivelmente esteja pensando em ser candidato para ocupar espaço na política brasileira, tão necessitada de novas lideranças. Se tirar o Eduardo, tem a Marina que não tem nem partido político, tem o Aécio que me parece com mais dificuldades de decolar. Então é normal que ele se apresente e viaje pelo Brasil e debata. Ainda pretendo conversar com ele. A Dilma já conversou e mantém uma boa relação com ele.
"Ainda é cedo para falar de Eduardo candidato, mas se ele for não é da minha índole tentar demover candidaturas"
Valor: O Fernando Henrique teve como candidato um ministro e o senhor também. O senhor acha que ainda é possível demover Eduardo Campos com a proposta de que ele se torne um ministro importante no governo Dilma e depois seu candidato? É possível se comprometer com quatro anos de antecedência?
Lula: Somente Dilma é quem pode dizer isso. Não tenho procuração nem do Rui Falcão [presidente do PT] nem da Dilma para negociar qualquer coisa. Vou manter minha relação de amizade com Eduardo Campos e minha relação política com ele. Até agora não tem nada que me faça enxergá-lo de maneira diferente da que enxergava um ano atrás. Se ele for candidato vamos ter que saber como tratar essa candidatura. O Brasil comporta tantos candidatos. Já tive o PSB fazendo campanha contra mim. O Garotinho foi candidato contra mim. O Ciro também. E nem por isso tive qualquer problema de amizade com eles. Candidaturas como a do Eduardo e da Marina só engrandecem o processo democrático brasileiro. O que é importante é que não estou vendo ninguém de direita na disputa.
Valor: Já que o senhor tem uma relação tão forte de amizade com ele, vai pedir para Eduardo Campos não se candidatar?
Lula: Não faz parte da minha índole pedir para as pessoas não se candidatarem porque pediram muito para eu não ser. Se eu não fosse candidato eu não teria ganho. Precisei perder três eleições para virar presidente. Eu não pedirei para não ser candidato nem para ele nem para ninguém. A Marina conviveu comigo 30 anos no PT, foi minha ministra o tempo que ela quis, saiu porque quis e várias pessoas pediram para eu falar com ela para não ser candidata e eu disse: "Não falo". Acho bom para a democracia. E precisamos de mais lideranças. O que acho grave é que os tucanos estão sem liderança. Acho que Serra se desgastou. Poderia não ter sido candidato em 2012. Eu avisei: não seja candidato a prefeito que não vai dar certo. Poderia estar preservado para mais uma. Mas Serra quer ser candidato a tudo, até síndico do prédio acho que ele está concorrendo agora. E o Aécio não tem a performance que as pessoas esperavam dele.
Valor: Quem é o adversário mais difícil da presidente: Aécio, Marina ou Eduardo?
Lula: Não tem adversário fácil. O que acho é que Dilma vai chegar na eleição muito confortável. Se a gente trabalhar com seriedade, humildade e respeitando nossos adversários e a economia estiver bem, com a inflação controlada e o emprego crescendo, acho que certamente a Dilma tem ampla chance de ganhar no primeiro turno.
Valor: Como vai ser sua atuação na campanha de 2014? Vai atuar mais nos bastidores, na montagem das alianças, ou vai subir em palanque em todos os Estados?
Lula: Eu quero palanque.
Valor: Vai subir em Pernambuco e pedir votos para Dilma?
Lula: Vou. Vou lá, vou em Garanhuns, vou no Rio, São Paulo, na Paraíba, em Roraima...
Valor: Seus médicos já liberaram?
Lula: Já. Se eu não puder eu levo um cartaz dela na mão (risos). Não tem problema. Acho que ela vai montar uma coordenação política no partido e eu não sou de trabalhar bastidores. Eu quero viajar o país.
Valor: Nem às costuras de alianças o senhor vai se dedicar?
Lula: Não precisa ser eu. O PT costura.
Valor: Quais são as alianças mais difíceis? Como resolver o problema do Rio?
Lula: No Rio tem uma coisa engraçada porque nós temos o Pezão, que é uma figura por quem eu tenho um carinho excepcional. Nesses oito anos aprendi a gostar muito do Pezão, um parceiro excepcional. E tem o Lindbergh.
Vai que precisam de um velhinho para fazer as coisas [em 2018] mas não é da minha vontade, já dei minha contribuição"
Valor: Ele disse que vai fazer o que o senhor mandar...
Lula: Não é bem assim. Eu não posso tirar dele o direito de ser candidato. Ele é um jovem talentoso, um encantador de serpentes, como diriam alguns, com uma inteligência acima da média, com uma vontade de trabalhar, como poucas vezes vi na vida. Ele quer ser. Cabe ao partido sempre tratar com carinho, porque nós temos que ter sempre como prioridade o projeto nacional. Ou seja: a primeira coisa é a eleição da Dilma. Não podemos permitir que a eleição da Dilma corra qualquer risco. Não podemos truncar nossa aliança com o PMDB. Acho que o PT trabalha muito com isso e que Lindbergh pode ser candidato sem causar problema. Acho que o Rio vai ter três ou quatro candidaturas e ele, certamente, vai ser uma candidatura forte. Obviamente Pezão será um candidato forte, apoiado pelo governador e pela prefeitura. Na minha cabeça o projeto principal é garantir a reeleição de Dilma. É isso que vai mudar o Brasil.
Valor: Aqui em São Paulo o candidato é o Padilha?
Lula: Olha, acho que a gente não tem definição de candidato ainda. Você tem Aloizio Mercadante, que na última eleição teve 35% dos votos, portanto ele tem performance razoável. Tem o Padilha, que é uma liderança emergente no PT, que está em um ministério importante. Tem a Marta que eu penso que não vai querer ser candidata desta vez. Tem outras figuras novas como o Luiz Marinho, que diz que não quer ser candidato. Tem o José Eduardo Cardozo, que vira e mexe alguém diz que vai ser candidato e você pode construir aliança com outros partidos políticos. Para nós a manutenção da aliança com o PMDB aqui em São Paulo é importante.
Valor: Isso passa até pelo PT aceitar um candidato do PMDB?
Lula: Se tiver um candidato palatável, sim. Nós nunca tivemos tanta chance de ganhar a eleição em São Paulo como agora. A minha tese é a mesma da eleição de Fernando Haddad. Ou seja, alguém que se apresente com capacidade de fazer uma aliança política além dos limites do PT, além dos limites da esquerda. Como é cedo ainda, temos um ano para ver isso. Eu fico olhando as pessoas, vendo o que cada um está fazendo. E pretendo, se o partido quiser me ouvir, dar um palpite.
Valor: Em 2012, em São Paulo, o senhor defendeu a renovação do partido, com um candidato novo. Essa fórmula será mantida para o governo do Estado?
Lula: Hoje temos condições de ver cientificamente qual é o candidato que o povo espera. Por exemplo, quando Haddad foi candidato a prefeito, eu nunca tive qualquer preocupação. Todas as pesquisas que a gente trabalhava, as qualitativas que a gente fazia, toda elas mostravam que o povo queria um candidato como ele. Então era só encontrar um jeito de desmontar o Russomanno, que em algum lugar da periferia se parecia com o candidato do PT. Na época eu não podia nem fazer campanha direito. Estava com a garganta inchada. Eu subia no caminhão para fazer discurso sem poder falar, mas era necessário convencer as pessoas de que o candidato do PT era o Haddad, não era o Russomanno. Quando isso engrenou, o resto foi mais tranquilo. Para o governo do Estado é a mesma coisa. Não é quem sai melhor na pesquisa no começo. É quem pode atender os anseios e a expectativa da sociedade.
Valor: E quem pode?
Lula: Não sei. Temos que ter muito critério na escolha. A escolha não pode ser em função só da necessidade da pessoa, de ela querer ser. Tem que ser em função daquilo que é importante para construir um leque de aliança maior. Temos que costurar aliança, temos que trazer o PTB, manter o Kassab na aliança e o PMDB. Precisamos quebrar esse hegemonismo dos tucanos aqui em São Paulo, porque eles juntam todo mundo contra o PT. Precisamos quebrar isso. Acho que temos todas as condições.
Valor: Desde que deixou a Presidência, o senhor tem sido até mais alvejado que a presidente. Foi acusado de tentar manter a chefe do gabinete da Presidência da República em São Paulo. Agora foi acusado de ter suas viagens financiadas por empreiteiras. Como o senhor recebe essas críticas e como as responde?
Lula: Quando as coisas são feitas de muito baixo nível, quando parecem mais um jogo rasteiro, eu não me dou nem ao luxo de ler nem de responder. Porque tudo o que o Maquiavel quer é que ele plante uma sacanagem e você morda a sacanagem. É que nem apelido: se eu coloco um apelido na pessoa e a pessoa fica nervosa e começa a xingar, pegou o apelido. Se ela não liga, não pegou o apelido. Tenho 67 anos de idade. Já fiz tudo o que um ser humano poderia fazer nesse país. O que faz um presidente da República? Como é que viaja um Clinton? A serviço de quem? Pago por quem? Fernando Henrique Cardoso? Ou você acha que alguém viaja de graça para fazer palestra para empresários lá fora? Algumas pessoas são mais bem remuneradas do que outras. E eu falo sinceramente: nunca pensei que eu fosse tão bem remunerado para fazer palestra. Sou um debatedor caro. E tem pouca gente com autoridade de ganhar dinheiro como eu, em função do governo bem-sucedido que fiz neste país. Contam-se nos dedos quantos presidentes podem falar das boas experiências administrativas como eu. Quando era presidente, fazia questão de viajar para qualquer país do mundo e levar empresários, porque achava que o presidente pode fazer protocolos, assinar acordo de intenções, mas quem executa a concretude daquilo são os empresários. Viajo para vender confiança. Adoro fazer debate para mostrar que o Brasil vai dar certo. Compre no Brasil porque o país pode fazer as coisas. Esse é o meu lema. Se alguém tiver um produto brasileiro e tiver vergonha de vender, me dê que eu vendo. Não tenho nenhuma vergonha de continuar fazendo isso. Se for preciso vender carne, linguiça, carvão, faço com maior prazer. Só não me peça para falar mal do Brasil que eu não faço isso. Esse é o papel de um político que tem credibilidade. Foi assim que ganhei a Olimpíada, a Copa do Mundo. Quando Bush veio para cá e fomos a Guarulhos, disse a ele que era para tirarmos fotografia enchendo um carro de etanol. Tinham dois carros, um da Ford e um da GM, e ele falou: "Eu não posso fazer merchandising". Eu disse: "Pois eu faço das duas". Da Ford e da GM. E o Bush tirou foto com chapéu da Petrobras. Sem querer ele fez merchandising da Petrobras. Você sabe que eu fico com pena de ver uma figura de 82 anos como o Fernando Henrique Cardoso viajar falando que o Brasil não vai dar certo. Fico com pena.
Valor: O senhor acha que São Paulo corre risco de perder a abertura da Copa porque o Banco do Brasil não vai liberar dinheiro sem garantias?
Lula: Sinceramente não acredito que as pessoas que fizeram o sacrifício para chegar onde chegaram vão se permitir morrer na praia agora. A verdade é que o Corinthians precisa de um estádio de futebol independentemente de Copa do Mundo. São Paulo não pode ficar fora da Copa. Acho que seria um prejuízo enorme do ponto de vista político e simbólico o Estado mais importante da Federação, com os times mais importantes da Federação - com respeito ao Flamengo - esteja fora da Copa do Mundo. É impensável. Eles que tratem de arranjar uma solução.
Valor: O senhor voltará à política em 2018?
Lula: Não volto porque não saí.
Valor: Voltará a se candidatar?
Lula: Não. Estarei com 72 anos. Está na hora de ficar quieto, contando experiência. Mas meu medo é falar isso e ler na manchete. Não sei das circunstâncias políticas. Vai saber o que vai acontecer nesse país, vai que de repente eles precisam de um velhinho para fazer as coisas. Não é da minha vontade. Acho que já dei minha contribuição. Mas em política a gente não descarta nada.
Valor: Que análise o senhor faz do julgamento do mensalão?
Lula: Não vou falar por uma questão de respeito ao Poder Judiciário. O partido fez uma nota que eu concordo. Vou esperar os embargos infringentes. Quando tiver a decisão final vou dar minha opinião como cidadão. Por enquanto vou aguardar o tribunal. Não é correto, não é prudente que um ex-presidente fique dizendo "Ah, gostei de tal votação", "Tal juiz é bom". Não vou fazer juízo de valor das pessoas. Quando terminar a votação, quando não tiver mais recursos vou dizer para você o que é que eu penso do mensalão.