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3 de Abril de 2011, 21:00 , por Desconhecido - | No one following this article yet.
Blog dedicado à política nacional e internacional

“FHC plagiou intelectuais banidos pela ditadura”

18 de Julho de 2012, 21:00, por Castor Filho - 0sem comentários ainda

Publicado por Nildo Ouriques na CartaCapital em:16.07.2012 08:36

 

 

Censurado. Ouriques considerou FHC um liberal

a serviço dos Estados Unidos.

Foto: Débora Klempous

 

Foram necessários 43 anos para que Subdesenvolvimento e Revolução, do mineiro Ruy Mauro Marini, desse o ar da graça no Brasil. Publicada pela primeira vez no México em 1969, a obra clássica do marxismo brasileiro ganhou edições em diversos países, inclusive naqueles da América Latina a viver sob o jugo de ditaduras. O que nos leva a perguntar: por que tanto tempo para se reconhecer um grande intelectual brasileiro? Marini (1932-1998), presidente da Política Operária (Polop) e autor de Dialética e Dependência, passou 20 anos no exílio a partir do golpe de 1964. Professor no México e no Chile, onde dirigiu o Movimento de Izquierda Revolucionária (MIR), ele não era, é óbvio, bem-vindo pela ditadura brasileira.

 

Sua obra continuou, porém, a ser censurada durante a chamada “transição democrática”. Nas palavras de Nildo Ouriques, autor da apresentação de Subdesenvolvimento e Revolução (Editora Insular, 2012, 270 págs.), professor do Departamento de Economia e Relações Internacionais da Universidade Federal de Santa Catarina e ex-presidente do Instituto de Estudos Latino-Americanos da UFSC, a hegemonia liberal “monitorada” por Washington queria uma transição isenta de teorias radicais como aquelas de subdesenvolvimento e dependência de Marini.

 

Leia também:

Grandeza da nação não é medida pelo PIB, diz Dilma

Crise abala fé no capitalismo, mas não entre os brasileiros

Governo de São Paulo recomenda: não ande de bicicleta na rua

 

Segundo Ouriques, nessa empreitada para marginalizar radicais, Fernando Henrique Cardoso e José Serra serviram à hegemonia liberal e, entre outros feitos, adulteraram um famoso texto de Marini. Na esteira, FHC pegou carona para “formular” a teoria da dependência que o tornou famoso. Subdesenvolvimento e Revolução, iniciativa do Iela-UFSC, inaugura a coleção de livros críticos que serão publicados pela primeira vez no Brasil pela Pátria Grande: Biblioteca do Pensamento Crítico Latino-Americano.

 

CartaCapital: Como explicar a popularidade intelectual de Ruy Mauro Marini mundo afora?

Nildo Ouriques: A importância do Marini é teórica e política. Ele tinha rigor teórico, metodológico, e expressava a visão da ortodoxia marxista. Na experiência brasileira, e aqui me refiro ao grande movimento de massas interrompido com a derrubada de João Goulart em 1964, ele polemizou a tese socialista chilena no sentido de afirmar os limites da transição pacífica ao socialismo. Soube usar a pista deixada por André Gunder Frank do desenvolvimento do subdesenvolvimento e fez a melhor crítica aos postulados estruturalistas dos cepalinos. Fernando Henrique Cardoso, José Serra e em parte Maria da Conceição Tavares divulgavam o debate sobre a dependência como se não fosse possível haver desenvolvimento no Brasil. Para Marini, haveria desenvolvimento, mas seria o desenvolvimento do subdesenvolvimento. A tese de Frank tinha consistência, mas não estava sustentada plenamente na concepção marxista. Marini, por meio da dialética da dependência, deu acabamento para a tese que é insuperável até hoje. Daí a repercussão do seu trabalho na Itália, França, Alemanha, sobretudo nos demais países latino-americanos, inclusive aqueles submetidos a ditaduras, com exceção do Brasil.

 

CC: O senhor escreveu na introdução do livro que a teoria da dependência de Fernando Henrique Cardoso foi influenciada pela hegemonia liberal burguesa.

NO: Indiscutivelmente. Os fatos agora demonstram claramente que FHC estava a favor de um projeto de Washington de conter movimentos intelectuais radicais no Brasil. Uma das metas de Fernando Henrique e José Serra era minar o terreno de radicais como Marini. Em 1978, Fernando Henrique e Serra, que havia ganhado uma bolsa nos Estados Unidos, passaram, na volta ao Brasil, pelo México. Marini dirigia a Revista Mexicana de Sociologia (RMS), da Universidade Nacional Autônoma do México (Unam). Eles deixaram um texto de crítica ao Marini, As Desventuras da Dialética da Dependência, assinado por ambos. Marini disse que publicaria o texto desde que na mesma edição da RMS de 1978 constasse uma resposta crítica de sua autoria. FHC e Serra concordaram. E assim foi feito. Em 1979, FHC e Serra publicaram As Desventuras nos Cadernos do Cebrap (Centro Brasileiro de Análise e Planejamento) número 23. A dupla desrespeitou a prática editorial que Marini lhes reservou no México. Em suma, a resposta de Marini não foi publicada aqui.

Após 43 anos. O livro de Marini,

censurado durante a “transição

democrática” chega enfim ao Brasil

 

CC: FHC e Serra teriam adulterado o texto por eles assinado ao se referir a um conceito econômico de Marini.

NO: Alteraram um conceito fundamental na teoria de Marini: o da economia exportadora. Marini previa a redução do mercado interno e a apologia da economia exportadora no Brasil. Segundo ele, com a superexploração da força de trabalho não há salário e mercado interno para garantir a reprodução ampliada do capital de maneira permanente. A veloz tendência da expansão das empresas brasileiras força-as a sair do País, e no exterior elas encontram outras burguesias ultracompetitivas. Fernando Henrique e Serra mudaram o conceito de “economia exportadora” e substituíram por “economia agroexportadora” no texto publicado pelo Cebrap. Marini falava que o Brasil exportaria produtos industriais, inclusive aviões, como de fato exportamos. Mas isso não muda nada. A tendência da economia exportadora implica a drástica limitação do mercado interno. FHC e Serra queriam levantar a hipótese de que Marini não previa a possibilidade de o Brasil se industrializar. Em suma, Marini seria, segundo FHC e Serra, o autor da tese de que no Brasil se estava criando uma economia agroexportadora. Essa adulteração do texto numa questão tão central não ocorre por acaso.

 

CC: Mas FHC, apesar disso, é tido como o pai da teoria da dependência.

NO: É rigorosamente falso e irônico. Ele e Serra tinham a meta de bloquear essa tendência mais radical, mais ortodoxa, mais rigorosa do ponto de vista analítico de, entre outros, Marini, e pegaram carona. Daí a astúcia, no interior do debate mais importante na área de Ciências Sociais na América Latina: o da teoria da dependência. E nesse contexto se apresentaram como os pais da famosa teoria, especialmente FHC, quando em parceria com Enzo Falleto publica Dependência e Desenvolvimento na América Latina. À época, a Comissão Econômica para a América Latina e o Caribe (Cepal) já não tinha condições para defender seus projetos teórico e político, e eles se apresentam como interlocutores nesse debate. Visavam por um lado recuperar as posições cepalinas e de outro evitar o radicalismo político. E foram exitosos, turbinados pelas elites nacional e internacional favoráveis a um projeto de transição lenta, gradual e segura. Um projeto dessa natureza precisa ter uma direita clássica, fascista etc., e também uma versão liberal na qual se encaixa Fernando Henrique Cardoso.

 

CC: E o que ele representava?

NO: De fato, ele encabeçou a oposição liberal à ditadura. Tornou-se suplente de senador de Franco Montoro e logo em seguida com a eleição deste para o governo do estado se transformou no grande modelo de intelectual político “dentro da ordem”, para usar uma feliz expressão de Florestan Fernandes. Não é um movimento fútil o de FHC. Ele percebe a política do Partido Democrático em Washington, no sentido de democratizar o Brasil, percebe o movimento da elite empresarial em São Paulo por meio do manifesto de 1977 contra o gigantismo estatal e percebe o movimento de massa pelo crescimento do MDB. E assim teve uma brilhante carreira política. Idem o Serra, para falar de políticos mais notórios. E conseguiram produzir numerosos intelectuais no mundo universitário, exceto a intelectualidade que estava mais presa a um novo sindicalismo e ao petismo.

 

CC: O FHC parece não ter muita credibilidade no mundo acadêmico.

NO: Ele não tem uma obra. Fernando Henrique é no máximo um polemista no interior de um debate acadêmico (dependência) no qual ele não era a figura principal. Mas cumpriu o papel decisivo no sentido de bloquear, coisa que fez com certa eficácia, as correntes mais vitais desse debate. Teve êxito especialmente com a obra de Marini, mas também com livros muito importantes de Theotonio dos Santos, Imperialismo e Dependência, ou Socialismo ou Fascismo, o Novo Dilema Latino-Americano, este publicado até em chinês, mas jamais no Brasil.

 

CC: Marini concordaria com o senhor que o discurso sobre a nova classe média é uma forma de legitimar o subdesenvolvimento no Brasil?

NO: Completamente. Esse debate esconde algo fundamental, a gigantesca concentração de renda. Enquanto se fala na ascensão da classe média, a pobreza é muito maior: 76% da população economicamente ativa vive com até três salários mínimos, 1,5 mil reais. Ou seja, nem sequer alcançam o salário mínimo do Dieese. Com meu salário de professor em greve (por aumento salarial), pertenço aos 24% mais ricos da sociedade, ao lado do Eike Batista.

 

CC: Mas, de fato, Lula elevou o nível de vida de milhões de brasileiros.

NO: Lula fez política social. O problema de Fernando Henrique e José Serra é que eles odeiam o povo. FHC não tinha uma política social para o País. Mas política social não traz emprego e renda. Num país subdesenvolvido, inclusive numa estratégia revolucionária, é preciso ter programas emergenciais. A estratégia da erradicação da pobreza de Dilma Rousseff não pode ser realizada exclusivamente com política social. O petismo está mostrando seus limites porque terá de confrontar o poder, o prestígio social e a elite. Se não enfrentar tudo isso, será devorado.



RodapéNews - Edição de quarta-feira, 18/07/2012 (informações de rodapé e outras que talvez você não viu, associando os fatos)

17 de Julho de 2012, 21:00, por Castor Filho - 0sem comentários ainda
PARCELA DE GUARDAS CIVIS METROPOLITANOS (GCMs), CUMPRINDO ORDENS NAZISTAS DO GOVERNO KASSAB, AGRIDEM MORADORES DE RUA E TIRAM SEUS AGASALHOS E COBERTORES
[O correto seria o cadastramento desses moradores de rua pelo serviço de assistência social da prefeitura de São Paulo para ajudá-los a sair da condição subumana de sobrevivência, em vez de usar métodos nazistas para solucionar o problema, como  esta deplorável  política higienista. Muitos que defendem esta política fazem, hipocritamente, nesta época do ano, a campanha do agasalho para doar aos necessitados]
 
SBT
Vídeo: Moradores de rua são agredidos pela Guarda Civil Metropolitana (GCM) de SP
Em São Paulo, na região central da capital, a reportagem do SBT fez novos flagrantes de homens da Guarda Civil Metropolitana agredindo e humilhando moradores de rua. Registros de violência anteriores, feitos pelo SBT no ano passado, renderam uma ação civil do Ministério Público para que a prefeitura pague R$ 10 milhões de indenização para um fundo coletivo.    
Em uma das agressões registradas, no último sábado - 14 de julho -, membro da GCM disfarçadamente pega o spray de pimenta que está no cinto e espirra, à queima roupa, no rosto do mendigo. 
Outro flagrante, no Largo São Francisco, guardas civis retiram roupas, cobertores e até documentos das pessoas que vivem na rua. Os mendigos tentam fazer uma leve resistência, mas são vencidos pelos GCMs
 
Nesta quarta, 18/07, acompanhe no SBT Brasil a sequência desta reportagem
 
VOCÊ SABIA? ALCKMIN SEGUE EXEMPLO DE SERRA E NÃO PÕE UM CENTAVO NO SAMU
Viomundo
São Paulo é o único estado que não investe um centavo no SAMU/192
Quem já precisou de socorro para alguém em casa, via pública ou local de trabalho, sabe o alívio que dá quando liga para o 192 e a ambulância do SAMU chega ao local. Afinal, são equipes treinadas para lidar com emergências e alguns minutos podem fazer a diferença entre a vida e a morte ou mais seqüelas.
SAMU atende onde o paciente está. É a sigla do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência, programa criado no primeiro ano do governo do ex-presidente Lula pelo então ministro da Saúde Humberto Costa.
Há dois anos o Viomundo denunciou: São Paulo era o único estado brasileiro que não punha um centavo no SAMU/192, embora tivesse sido governado até abril de 2010 por José Serra (PSBD), ministro da Saúde no governo FHC. Serra manteve a decisão tomada por seu antecessor no Palácio dos Bandeirantes, o também tucano Geraldo Alckmin, de não aderir à implantação do SAMU
 
MILITARES, VIÚVOS DA DITADURA, CONTINUAM ESPIONANDO AUTORIDADES E MOVIMENTOS SOCIAIS  NO BRASIL
iG
‘É ingenuidade pensar que tudo acabou’, diz Frei Betto sobre espiões da ditadura
Um dos principais nomes da Igreja Católica na luta contra o regime militar e ex-assessor da Presidência diz que tem certeza que o MST está entre os alvos dos militares hoje
 
Nassif

A suposta quebra de sigilo fiscal de Dilma

 
SERRA, ENTRE OUTROS, TEM SUA CANDIDATURA IMPUGNADA PELA JUSTIÇA ELEITORAL: FICHA SUJA, POR ENQUANTO
Estadão
Quase 5 mil candidatos foram impugnados em São Paulo
Em São Paulo, José Serra (PSDB) e Celso Russomanno (PRB) tiveram candidatura impugnada; prazo para regularização é de 7 dias
 
CPI DA VEJA/CACHOEIRA
CA
PSDB segura Perillo para blindar Serra
Se o PSDB abre a porteira, não sobra ninguém
 
EM VEZ DA SEGURANÇA, A INSEGURANÇA COM ARBITRARIEDADE & TRUCULÊNCIA DE PMs DE SP: ATIRAM PRIMEIRO PARA DEPOIS PERGUNTAR QUEM É, JOVENS SOMEM APÓS ABORDAGEM E INVASÃO ILEGAL DE PRÉDIO
JR
Sindicância investiga erro de policial que atirou em jovem inocente em São Paulo
Dois irmãos voltavam a pé para casa quando um carro da polícia aproximou-se e disparou contra eles. Francisco, operador de máquinas, foi atingido por um tiro que entrou pelo ombro e quase pegou o coração. A Polícia Militar não revela o nome dos envolvidos, mas admite que os disparos foram um erro
 
Estadão
Jovens somem após abordagem da PM em Guarulhos e ônibus é queimado
PM disse que apura as suspeitas e pede às pessoas que levem informações úteis à Corregedoria
 
Folha
Vídeo: PMs são investigados por invasão ilegal de prédio residencial; veja vídeo
Um grupo de PMs da Rota (grupo especial da PM paulista) foi flagrado por 12 câmeras de segurança de um edifício residencial no litoral paulista ao invadir o local durante a madrugada. A ação foi feita sem amparo legal
 
ORGANIZAÇÃO CRIMINOSA, COM MODUS OPERANDI SEMELHANTE À DO CARLINHOS CACHOEIRA, AGE EM SÃO JOSÉ DO RIO PRETO (SP)
Diário da Região - 18/07/2012
Lobista preso por fraude diz ter relação íntima com secretários de Valdomiro
Se sentindo abandonado no meio do caminho por antigos companheiros, o empresário Alcides Fernandes Barbosa, preso por cinco meses acusado pelo Ministério Público de envolvimento em quadrilha que fraudou licitação para inspeção veicular no Rio Grande do Norte, resolveu falar. E os alvos de seu ressentimento são, entre outros, o prefeito de Rio Preto, Valdomiro Lopes, o ex-procurador-geral do município Luiz Antonio Tavolaro e empreiteiras que possuem contratos milionários na cidade.ást
A seguir, a resposta do lobista à 1ª pergunta do jornal, nesta entrevista bombástica.
Diário - Qual sua relação com Tavolaro e como chegou a Rio Preto? 
Alcides Fernandes Barbosa - Eu e o Clóvis Chaves [assessor do senador AloysioNunes (PSDB-SP)]que foi me apresentado pelo Manoel (Jesus Gonçalves), da Caixa, íamos muito à superintendência de São Mateus para prospectar áreas para construção de conjunto habitacional. Surgiu uma dúvida sobre a desapropriação de terreno que pertencia à Dersa. Como deveria ser a desapropriação. Fui com o Clóvis até à Dersa e o Paulo Souza, o Paulo Preto, falou que tinha o cara que ia resolver isso. Não era mais diretor mas continuava fazendo as coisas na Dersa. Era o Tavolaro. Peguei o telefone dele e fui ao encontro do dr. Tavolaro por indicação do Paulo Preto. Encontrei ele na campanha para o quinto constitucional e me perguntou quem mandou procurar ele. Falei que era o Clóvis, amigo do Aloysio (Nunes, senador), e ele me disse que precisava conhecer o Clóvis. Apresentei eles. Discorreu o currículo para o Clóvis, dizendo que tinha feito o edital do Rodoanel, o relacionamento dele com o Paulo Souza, que continuava atuando na Dersa apesar de não ter mais o cargo... O Clóvis até me disse: “Alcides, você trouxe o gênio das licitações em São Paulo.” E assim nós ficamos. Tínhamos uma amizade íntima. Já naquele dia ele perguntou o que eu estava fazendo e disse que estava abrindo uma empresa do ramo habitacional.
Veja a entrevista completa
 
A entrevista completa pode ser vista no link a seguir, que tem a íntegra da edição do jornal desta quarta-feira, 18/07:
 
 


A legitimidade do voto, a República e o Senado

17 de Julho de 2012, 21:00, por Castor Filho - 0sem comentários ainda


Extraído do Blog do  Mauro Santayana em 18/07/2012

 

Os escândalos políticos envolvendo o Senado têm conduzido a uma reação equivocada de alguns setores da opinião pública, que o consideram desnecessário e inútil, e propõem o sistema unicameral. Um dos problemas mais graves de nossa vida política é o desconhecimento quase geral do que seja o estado republicano. O mais grave é que ele resulta de uma decisão histórica das oligarquias dirigentes, que sempre consideraram o poder como uma coisa dos ricos proprietários rurais, dos comerciantes abastados das grandes cidades e, logo depois, dos industriais, que transferiram para o pátio das fábricas a mentalidade de senhores feudais. E hoje, sobre todos esses interesses, paira o poder financeiro mundial.

 

Em razão disso, quando muito, concede-se às crianças do povo que aprendam a ler mal e a escrever também mal. Não se ensina o que é Estado, o que é Nação, o que é Política. Desse desconhecimento padecem muitos senadores e deputados. Isso quando não se elegem exatamente para agir contra o povo. Assim, são capazes de elaborar leis que contrariam a razão lógica, sem falar na ética, que, para eles não passa de uma palavra boa para discurso.

 

O parlamento devia ser a reunião dos delegados eleitos, a fim de elaborar as leis que assegurassem, mediante normas justas, o direito individual e coletivo dos cidadãos, e contrapor-se ao poder executivo. Essa contraposição necessária se realiza, nos estados realmente republicanos, na elaboração do orçamento impositivo – e na fiscalização do respeito da administração ao texto constitucional. Os cidadãos sustentam as instituições do Estado com os tributos, ou seja, com parcelas de seu trabalho. Em razão disso, devem dizer em quê e como esse dinheiro será usado. O orçamento teria que ser o ponto de gravidade dos parlamentos. Mas não é assim, como todos sabemos, e da distorção do processo orçamentário surgem algumas das grandes mazelas de nosso sistema.

 

O sistema presidencialista de governo, nas repúblicas federativas modernas, como é o caso do Brasil, se calcam no modelo norte-americano. Os norte-americanos deram à instituição senatorial – que foram buscar entre os romanos – dupla função: a de câmara legislativa e revisora, no exercício da representação dos estados federados. Partiam da idéia de que a Câmara dos Representantes, na base natural de one man, one vote, significaria a ditadura dos estados mais populosos sobre os de menor população. Era preciso, portanto, criar o Senado, não na base da representação proporcional, mas sim, paritária, de forma a que os estados menores moderassem o poder dos mais populosos. Esse foi também o entendimento dos constituintes brasileiros de 91. No sistema norte-americano não existem suplentes de senadores. No caso de vacância de uma cadeira, cada estado, com sua autonomia legislativa, atua de forma particular para suprir o mandato.

 

Entre outros equívocos de nossa Constituição se encontra a figura do suplente de senador. No passado, durante a vigência da Constituição de 1946, e mesmo na primeira legislatura depois de 88, muitos dos suplentes eram políticos conhecidos, que tinham vida partidária ativa, e eram selecionados nas convenções, juntamente com os aspirantes à posição como titulares.

 

Longe estamos de um tempo em que o suplente de senador tinha todas as condições, políticas, intelectuais e, quase sempre, morais, para substituir o titular. Entre os muitos exemplos, cito um, o de Edgard de Godói da Matta Machado, que foi suplente do Senador Itamar Franco.

 

Atualmente, eles são escolhidos entre os financiadores dos candidatos principais, como é notório no caso do suplente do Senador Demóstenes Torres. Sem um só voto, cavalgando na garupa do candidato goiano, o empresário Wilder Morais chega ao Senado. Como se informa, o ex-marido da atual senhora Carlos Cachoeira financiou a candidatura de Demóstenes Torres com 700.000 reais. Não será exagero afirmar que ele adquiriu a legenda com esse dinheiro e, provavelmente com mais algum obtido entre seus amigos, amigos muito íntimos, como o próprio Cachoeira.

 

A opinião pública, em sua nova atitude diante do poder, que não é bem a dos rebanhos bem comportados, está chamando os senadores ao brio. Já é hora de emenda constitucional que acabe com a figura do suplente – esse legislador sem voto – e estabeleça a convocação de novas eleições regionais, no caso de morte ou impedimento do titular, que nunca poderá ser deslocado para o poder executivo, sem perda de seu mandato.

 

Sem discutir os méritos dos suplentes, o que devemos ter em conta é a legitimidade do mandato. Ninguém com um só voto – o do candidato a titular – pode decidir em nome do povo de um estado, mesmo que seja o mais capaz e o mais honrado. 



[Minha Mosca] Notícias do Dia 18/07/2012

17 de Julho de 2012, 21:00, por Castor Filho - 0sem comentários ainda

Notícias do Dia 18/07/2012

by minhamosca

The euro graph of doom
New Greek cuts almost impossible: govt (Tic,tac,tic,tac...)
([...] a recessão no país tornou "praticamente impossível" conseguir atingir a meta de 11,5 mil milhões em cortes nos próximos dois anos como exigido pelos credores.)
Fund managers expect more trouble in Germany (Tic,tac,tic,tac...)
([...] começaram a duvidar da capacidade da Alemanha aguentar mais choques da crise da dívida da região, [...])
What a cost-benefit analysis of EU membership might reveal
Italy: Over eight million living in poverty, one in four southern families
Corrupt Cliques Vie for Power in Romania

Noonan confirms 'evolving' debate on imposing losses on senior bondholders (Irlanda)
ECB financing to local lenders grows in June (Grécia)
UK regulators 'in denial' over Libor rigging, MPs claim
City bankers charmed at the Square Mile 'scummer' party (No outro planeta...)

How Bernanke will cause the next crash before 2014
(Porque é tão fácil de prever isso? Porque estamos a repetir todos os mesmos estúpidos erros que cometemos nos anos de levaram ao crash de 2008. As políticas de dinheiro barato da Reserva Federal favoreceram os bancos, desvalorizando o dólar, destruindo o valor das acções, alimentando a inflação, despoletando o aumento do desemprego e as convulsões sociais. Resumindo, a feliz conspiração entre a Reserva Federal e Wall Street é suicida e irá arrastar toda a América com eles. [...] deixem de dar atenção aos falinhas mansas, aos prostitutos de Wall Street e às cabeças falantes da televisão.)
Europe Is Over. Now It's All About The US (Tic,tac,tic,tac...)
Stockman: We're Heading Toward Recession, Paralysis
Pimco's Gross Sees US Nearing Recession as BlackRock Sees Fed Step
'Shadow REO': As Many as 90% of Foreclosed Properties Held Off the Market (EUA)
Real estate crisis hits Argentina’s economy
Japan, China plan to expand currency swap (Apertando o garrote ao dólar...)
'The Dollar Is Going to Go to Hell': Trump
Beware China, but Not Commodities: Marc Faber
* ‘Economic profits hush West over Muslim plight in Burma’ (Os reis da hipocrisia...)
5 reasons super-rich need government more than others

HSBC, Libor and the cynical ethos of international banking
Derivatives Should Be Banned From Financial Markets
UK Libor investigation grips 7 banks
Bank of England governor claims he only knew of misreporting of Libor TWO WEEKS ago despite U.S. warning in 2008
HSBC exposed: Drug money banking, terror dealings
JPMorgan's Whale Tale: More To Come?
Peregrine Founder Says He Spent Most of Missing Money
Senate GOP again block bill requiring disclosure of big donors to campaign ads (Segredo a alma da demo-cracia...) Shhh...
In this election, pick your elite (EUA)
Blair-Bush Iraq war transcript may be suppressed Shhh...

Corn Prices Headed for Record Highs as Crop Shrinks

Britain flooded with 'brand police' to protect sponsors (As demo-cracias...)
That’s no phone. That’s my tracker
(O aparelho que tem na sua mala ou nas suas calças que pensa ser um telemóvel - pense melhor. É um engenho de rastreamento que por acaso realiza chamadas. Vamos deixar de lhes chamar telemóveis. Eles são rastreadores.)
New Mexico police embrace mobile surveillance tools
The silent spy drone that could stay in the sky forever

US geoengineers to spray sun-reflecting chemicals from balloon (Os deuses do aDeus... Bill, o homem do controlo populacional, do controlo do clima e outras coisas que tal... o salvador do planeta...)
(Keith, que gere uma pesquisa geoclimática de milhões de dólares custeada pelo fundador da Microsoft Bill Gates, [...])
GM mosquitoes: Risky experiment or life saver? (A notícia abaixo explica...)
* The Ecology of Disease
Human Corpses Are Prize In Global Drive For Profits
(RTI é uma das empresas de uma indústria em expansão que lucram com a transformação de restos mortais num pouco de tudo, desde implantes dentários, a bexigas até curas para as rugas.)
Regulator ignores toxic plume polluting river for a decade (Austrália)
US West Coast to receive dangerous levels of Fukushima radiation
([...] a toxicidade dessas ondas poderá eventualmente ser pior do que se assistiu no Japão.)
Katla Volcano Shaking, Geologist Says (Tic,tac,tic,tac...)

36 Percent Of Fukushima Children Have Abnormal Growths From Radiation Exposure
Fukushima Radiation May Cause 1,300 Cancer Deaths, Study Finds (Que optimismo!!!!)
In Japan, an effort to crowdsource radiation information
* Giant antinuclear rally in Tokyo draws protesters from all walks of life

Falling oil puts pinch on economy (Canadá)
20 held during protest against power cuts (Índia)
Russia delivers uranium to US nuclear power plants
Doubts Rising over German Switch to Renewables
JIM ROGERS: The World's Agricultural Problems Are Much Bigger Than The Drought In The US
(«Não se consegue ter um clima perfeito em todo o lado, todos os anos.» [...] «Enfrentamos faltas de quase tudo. Os inventórios estão perto de níveis históricos por isso qualquer problema tem um efeito imediato e profundo. Enfrentamos uma falta de agricultores por isso qualquer problema só se tornará ainda maior.»)

X marks the spot: Spy ring and warships encircle Iran
Iran reinforces nuclear rights, OKs atomic merchant ships
Spokesman: MI6 Chief's Remarks Mean Aggression against Iran, If True
New cyber espionage virus found targeting Iran
Persian Gulf Shooting: Boat Not Warned Before Being Fired Upon, Official Says (Rufam os tambores...)
'The ability of one of these incidents spiraling out of control is very real'
Iran: US navy attack "threatens regional security" (Rufam os tambores...)
U.S. concerned at Syria spillover; China decries ‘pretext’ of intervention
'Dictatorship has nothing to do with conspiracy against Assad'
(A conspiração do ocidente contra o governo de Bashar al-Assad não é por não gostarem de ditaduras, mas porque o regime sírio se recusa a seguir as ordens do ocidente [...])
Russia ready for showdown with UK over arms being transported to Syria in cargo ship

China has territorial claims to nearly 20 countries
China Sends Largest Fleet Ever To Disputed Islands

Cab drivers create gridlock in Games Lane protest
Uganda protest movement goes to villages

The EU is going off the rails

Shell Oil Has Arctic Accident Before Even Getting Drilling Platform In Place 

Clear Evidence FDA Officials Have ZERO Interest In Protecting The American Public 

Occupy Bohemian Grove: Secret 1% getaway revealed 

 
minhamosca | 18/07/2012 at 04:46 | Categorias: Mais NotíciasNotíciasOutras Notícias do Dia | URL: http://wp.me/pYOvl-2KA


Explosão do milho vai gerar um bom problema

16 de Julho de 2012, 21:00, por Castor Filho - 0sem comentários ainda

Enviado por José Augusto Valente em 17 julho de 2012 às 5:03 PM

 

Milho em Paranaguá - Foto: Asscom/Appa

Milho em Paranaguá - Foto: Asscom/Appa

 

Segundo matéria do Valor (17/7), “a constatação de que a estiagem que castiga o Meio-Oeste dos EUA pode derrubar a produção mundial de milho na safra 2012/13 teve reflexos imediatos sobre a comercialização do grão no Brasil, com a retomada das exportações – que em 2011 renderam US$ 2,7 bilhões ao país- e a escalada dos preços”.

 

Toda vez que ocorre uma quebra como essa, nos principais países produtores, a explosão da demanda pelo produto brasileiro gera o que chamo de “bom problema”, embora ele venha a ser explorado como se fosse um grave problema.

 

Aconteceu com a soja, em 2003, e as famosas filas gigantescas de caminhões em Paranaguá e com o açúcar, em 2010, com filas de navio, em Santos e Paranaguá.

 

Nenhum país tem terminais portuários de granéis preparados para suportar picos de demanda excepcionais, como os mencionados. Se assim o fizessem, contribuiriam para grave desperdício de recursos escassos que, ao contrário, devem ser otimizados para atender a demanda regular e seu crescimento gradativo.

 

O Brasil não tem silos de grãos em quantidade suficiente para regular o fluxo do produto entre a região produtora e os portos. Embora haja programa do BNDES para essa finalidade, os embarcadores de grãos são comedidos em fazer esse investimento. Na outra ponta, não há silos de grãos suficientes nos portos, especialmente em Santos e Paranaguá, que são os que atendem à grande parte da demanda.

 

Assim, é previsível que tenhamos dois sintomas desse “bom problema” da explosão da demanda do milho: grande fluxo de caminhões para Santos e Paranaguá e grande quantidade de navios graneleiros fundeados nessas duas áreas.

 

Esses dois sintomas, certamente, gerarão matérias, artigos e discursos da CNA diagnosticando a “situação precária dos portos brasileiros por conta de um marco regulatório que impede investimentos em novas áreas portuárias”, exigindo assim uma radical alteração do nosso marco legal portuário.

 

Ocorre que o atual marco regulatório, como demonstramos em artigos anteriores, permite a construção e operação de quantos terminais portuários privativos os produtores e embarcadores do agronegócio necessitam e onde quiserem. Sem restrição alguma.

 

Só falta saber porque não fazem.

 

Editorial do portal T1