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3 de Abril de 2011, 21:00 , por Desconhecido - | No one following this article yet.
Blog dedicado à política nacional e internacional

Aguardando o G​atilho do FED

17 de Setembro de 2013, 19:02, por Castor Filho - 0sem comentários ainda

 

Coluna Econômica - 17/9/2013


Nos próximos dias, o FED (o Banco Central dos EUA) iniciará a retirada gradual dos incentivos monetários criados para superar a crise de 2008.

Há enorme agitação no mercado, alguma apreensão justificável de  analistas mais sólidos e o terrorismo furado de sempre dos alarmistas.

Os estímulos monetários consistiam na injeção de dólares na economia, por parte do FED, através do resgate de títulos do Tesouro. E em derrubar a taxa básica de juros para próxima de zero.

***

Os efeitos sobre as economias emergentes foram os seguintes:

1. Com a economia norte-americana em recessão, esse dinheiro ficou empoçado nos bancos. Com as taxas de juros próximas de zero, investidores institucionais (como fundos de pensão) e investidores em geral passaram a buscar alternativas nas economias emergentes.

2. Excesso de dólares provocou uma apreciação do câmbio. As moedas nacionais tornaram-se mais caras do que o dólar (especialmente o real), tirando a competitividade dos produtos manufaturados e semimanufaturados.  Mantiveram-se apenas as cotações de commodities (produtos primários), que resistiram à crise de 2008.

3. Mesmo assim, as contas externas tornaram-se fortemente negativas. Mas o fluxo financeiro e reservas cambiais robustas garantiam o real apreciado.

***

Nos últimos meses, um novo conjunto de fatos espalhou certo pânico pelo mercado.

Imaginava-se o pior cenário.

A economia chinesa se desaquecendo e derrubando as cotações de commodities e, consequentemente, ampliando o déficit nas contas externas. Com o fim dos estímulos monetários, os dólares sendo atraídos novamente para o mercado de títulos norte-americano, deixando de financiar os déficits dos emergentes. Esse movimento seria radicalizado (isto é, haveria um "overshooting") com o aumento da percepção de risco dos emergentes, diretamente proporcional à vulnerabilidade das contas externas. A essa ampliação dos movimentos de mercado denomina-se de "overshooting".

***

À medida que se aproxima a data fatal, há maior bom senso no ar. Constatou-se que:

1. O "overshooting" talvez não seja tão agudo, seja pela percepção de que os riscos serão menores do que os imaginados ou pela constatação de que o FED pretende conduzir as mudanças com cautela.

2. A desvalorização do real promovida nos últimos tempos melhorou relativamente a competitividade interna. Já está em curso a recuperação das vendas de alguns segmentos que concorrem diretamente com importados, além da melhoria nas exportações de alguns segmentos relevantes, como o automobilístico. Ainda não se sabe em que nível. Um segundo fator é a própria recuperação da economia norte-americana.

3. Por outro lado, o desaquecimento da economia chinesa não parece tão acentuado quando se temia.

***

Há um leg entre todos esses fatos.

O efeito FED será instantâneo, com possíveis pressões sobre o real. Haverá uma melhoria relativa das exportações brasileiras e das contas externas em geral - mas ainda não é possível avaliar em que nível.

Necessidade de atrair dólares, de um lado, pressão nos preços do outro, falta de políticas alternativas, talvez obrigue o BC a pressionar os juros.

De qualquer modo, esse conjunto de fatores permitirá a economia entrar mais sólida em 2014 do que entrou em 2013.

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A ​I​novação ​N​a ​C​adeia ​D​e ​P​etróleo ​&​ ​G​ás

16 de Setembro de 2013, 5:57, por Castor Filho - 0sem comentários ainda

 

 

Coluna Econômica - 16/9/2013


A exploração do pré-sal poderá tornar o Brasil um dos grandes players globais de soluções tecnológicas. Ontem, mostrei parte da apresentação de João de Negri, diretor de Inovação da Finep (Financiadora de Estudos e Projetos) no Seminário Brasilianas sobre as redes de pesquisa do pré-sal.


Nele, Negri enfatizava a importância, para o país dispor de autonomia tecnológica, do desenvolvimento de empresas de capital nacional.


Lançado recentemente, o programa Inova Empresas - de estímulo à inovação - tem como uma de suas principais pernas o Inova Petro, R$ 3 bi para desenvolvimento de tecnologia nas áreas de petróleo e gás.


***


Trata-se de uma cadeia bastante extensa, que começa na sísmica, vai até a petroquímica, podendo passar pela distribuição.


O primeiro passo foi definir as tecnologias críticas. Concluiu-se que seriam os produtos e serviços sob a lâmina d’água, especialmente dutos flexíveis, árvore de natal molhada, serviços e instalações.


A árvore de natal molhada é a válvula que vai na cabeça do poço e faz todo o trabalho de separação do petróleo e gás.


Atualmente, todas as árvores de natal são produzidas por empresas estrangeiras. Existe uma empresa de capital nacional há quatro anos trabalhando no desenvolvimento de um similar. Caso a Petrobras encomendasse vinte árvores de Natal, explica Negri, ela conseguiria desenvolver a primeira etapa para profundiades de até 5 mil pés.


Recentemente, uma pequena empresa do nordeste desenvolveu um duto flexível único. Em geral há a necessidade de um tipo de duto para cada modalidade de exploração. Ela conseguiu desenvolver um duto universal.


***


Expositor do seminário, autor do livro "Petróleo em águas profundas - uma história tecnologia da Petrobras na exploração e produção offshore", José Paulo Morais, do IPEA (Instituto de Pesquisas Aplicadas) identificou quatro fatores críticos a  demandar pesquisas no setor:


* Condições climáticas, geológicas e ambiente marinho.

* Grandes distâncias, seja do poço à plataforma ou da plataforma ao continente.

* A invisibilidade das operações, em oceano profundo.

* Os elementos contaminantes, como a viscosidade do petróleo.


O Brasil tem uma falta de competitividade sistêmica. Mas nessas áreas os ganhos de redução do custo podem ser tão expressivos, que o desenvolvimento autônomo torna-se não apenas necessário como competitivo.


***


Passo relevante será o monitoramento e avaliação de impacto atendendo, aliás, a uma exigência da presidente Dilma Rousseff.


Para se obter bons indicadores, faz-se uma boa coleta de informações sobre a empresa e o setor antes da contratação, para poder avaliar depois os avanços pós contratação.


A avaliação passará pelos seguintes pontos:


1. Aumento da eficiência da cadeia produtiva e participação das PMEs (Pequenas e Micro Empresas).


2. Possibilidade de redução dos custos de produção da Petrobras, em comparação com concorrentes estrangeiros.

 

3. Aumento da competitividade sistêmica da cadeia produtiva do petróleo.


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A ​J​anela de ​O​portunidade ​T​ecnológica do ​P​ré-​S​al

13 de Setembro de 2013, 9:01, por Castor Filho - 0sem comentários ainda

 

Coluna Econômica - 13/9/2013


Há dois setores nos quais o Brasil poderá montar estratégicas competitivas de inovação, graças ao mercado interno, ao poder de compra do Estado e a parceria com institutos de pesquisa: fármacos e cadeia de petróleo e gás.


A opinião é de João Negri, diretor de Inovação da Finep (Financiadora de Estudos e Pesquisa), no seminário sobre as cadeias de pesquisa do setor, promovido pela Brasilianas.


***


No caso de petróleo e gás, a Petrobras costuma se comparar à NASA e ao desafio de colocar o homem na lua. São desafios tecnológicos intensos, de equipamentos resistentes a condições extremas de temperatura e pressão, exigindo o  desafio de novos materiais, nanotecnologia, engenharia, colocando-a na fronteira da tecnologia no mundo. E não pode errar.


***


Em países como o Brasil, com determinado nível de renda mídia, explica Negri, não se conseguem saltos na produtividade per capita, como ocorre nos grandes movimentos de urbanização ou de migração da mão-de-obra de setores estagnados para outros mais dinâmicos.


O grande desafio, então, passa a ser ganhar produtividade através da tecnologia e inovação.


***


Negri identifica dois modelos de política econômica  adotados no país.


A tradição da política econômica do período 1950-1970 era o da criação de um ambiente protegido, no qual fatores como custo não contavam. E onde, também, havia os bónus de produtividade, na urbanização e na industrialização inicial.


Nos anos 90, muda-se a linha e economistas julgam que se poderia reorganizar a economia a partir da abertura e da integração internacional, aumentando a competição e proporcionando ganhos maiores de produtividade.


***


Nem a tradição dos anos 50/70 nem dos anos 90 dão conta de responder porque economia brasileira não ganha em produtividade, diz ele. A razão de fundo é a falta de domínio dos tecnologias críticas e chaves em diversos segmentos.


***


E ai se entra pela janela de oportunidade proporcionada pelo pré-sal. Nesse ponto, Negri levanta alguns pontos relevantes, questões pouco enfrentadas por sucessivas políticas públicas: não se conseguirá desenvolvimento próprio de tecnologia se não for com empresas de capital nacional.


De fato, nos últimos anos há um deslumbramento com os grandes centros de pesquisa de multinacionais implantados especialmente no Fundão.. Em geral, considera-se que os ganhos do país se dão por formas indiretas, na qualificação de técnicos, em alguma melhoria da cadeia produtiva.


É pouco, segundo Negri.


Se se quiser tecnologia autônoma, que permita desenvolver grandes fornecedores globais, há que se ancorar o desenvolvimento em empresas nacionais. Foi assim na Noruega - considerada o grande modelo de desenvolvimento petrolífero. É assim nos estudos de Michael Porter, o maior industrialista contemporâneo


Em 2003, uma empresa norueguesa, a Aker Solution, estava prestes a ser adquirida por outra norte-americana. O próprio governo norueguês interveio, adquirindo parte do capital da empresa para impedir sua desnacionalização.


A grande oportunidade que se abre para a tecnologia nacional é que as dificuldades do pre-sal são de novas e nenhuma empresa estrangeira tem domínio sobre a tecnologia. Haverá, então, o aprendizado para desenvolver equipamentos e produtos.

 

É esse desafio que não pode ser desperdiçado.

 

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O ​S​etor ​E​létrico ​P​róximo de ​U​ma ​N​ova ​R​eforma

13 de Setembro de 2013, 8:30, por Castor Filho - 0sem comentários ainda

 

Coluna Econômica - 12/9/2013


Nos próximos anos, não haverá como o setor elétrico escapar de uma nova reforma. O diagnóstico é de Renato Queiroz, do grupo de energia do Instituto de Economia da UFRJ (Universidade Federal do Rio de Janeiro), em artigo publicado no Blog Infopetro.


Dez anos após a última reforma, há uma série de questionamentos ao setor elétrico, um conjunto de problemas acumulados que só serão sanados com a definição de um novo modelo.


O primeiro, o fato de não se ter alcançado a modicidade tarifaria. Esse fato levou o governo a antecipar a renovação das concessões de energia elétrica, com a polêmica MP 579 de 2012.


A medida foi bem sucedida para as contas residenciais. No caso das grandes contas industriais, a redução foi de 7%. Mesmo assim, a conta fechou apenas com a emissão de títulos públicos.


O segundo ponto foi o enfraquecimento do grupo Eletrobras. A MP 579 afetou drasticamente sua capacidade financeira, inviabilizando a parceria com o setor privado nos leilões de energia e exigindo aportes futuros do BNDES (Banco Nacional do Desenvolvimento Econômico e Social).


Houve críticas quanto ao método de cálculo das indenizações pagas pela antecipação das outorgas. Para agravar o quadro, a Receita decidiu tributar as indenizações pagas pela alíquota de 35%.


***


O quadro não termina aí. Segundo o estudo, enfrenta-se simultaneamente o aumento do consumo de energia elétrica e a queda nos níveis dos reservatórios, obrigando a se chamar as usinas térmicas e reabrindo a discussão sobre os entraves técnicos e ambientais para as usinas implantadas na Amazônia.


Acontece que o combustível para as hidrelétricas – o gás – segundo o trabalho não é competitivo.  E as térmicas serão essenciais enquanto outras hidrelétricas e renováveis não aumentarem sua participação na matriz energética. A alternativa será aumentar o espaço para a energia nuclear e para o carvão, provocando a crítica dos ambientalistas.


***


A geração com térmicas tem custo maior, que terá que ser absorvido pelas distribuidoras até o reajuste anual, quando então será repassado para os consumidores. Os reservatórios do nordeste estão em tal nível que o ONS (Operador Nacional do Sistema) aconselhou a se poupar água, aumentando a geração com térmicas.


***


O setor definiu novas regras para enfrentar esses problemas. São as bandeiras tarifarias, que imporão valores adicionais (de R$ 1,5 a R$ 3 por 100 kWh consumidos) sempre que os reservatórios atingirem determinados níveis mínimos.


Todo esse imbróglio aumentou com as declarações do diretor-ouvidor da ANEEL (Agência Nacional de Energia Elétrica). De que o modelo atual de leilões de energia está “próximo do estado de saturação”.


É esse conjunto de fatores que leva os especialistas da UFRJ a preverem a reforma da reforma da reforma do setor elétrico brasileiro. Conclui o artigo: “No setor elétrico, as reformas são como o pulo do sapo. Não são feitas por gosto, mas por necessidade”.

 

Nos próximos meses, sem o terrorismo do início do ano – quando se levantou o fantasma do “apagão” – a opinião pública mais esclarecida terá que se debruçar sobre o novo desenho do setor elétrico.

 

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O ​T​ruste de ​H​ollywood e o da ​V​elha ​M​ídia

12 de Setembro de 2013, 8:36, por Castor Filho - 0sem comentários ainda

 

 

Coluna Econômica - 11/9/2013


Na nova economia, há um conjunto de movimentos brilhantes prenunciando os novos tempos de Internet.


De um lado, existe a nova indústria do audiovisual, os novos projetos jornalísticos, as novas experiências virtuais, um contraponto eficaz no mercado de opinião política e uma rapaziada esfuziante desenvolvendo aplicativos, sistemas, redes. Todo esse universo é movimentado por pequenas empresas, por jovens empreendedores, criando um arquipélago rico, diversificado, com amplo espaço para o exercício da criatividade e da inovação.

 

De outro, os campeões do período anterior – grupos jornalísticos com emissoras de TV e rádio e publicações impressas, grandes empresas controlando centralizadamente diversos meios de comunicação, atuando em forma de truste e/ou cartel, envelhecendo a olhos vistos e valendo do poder remanescente combater o novo que nasce.


***


Trata-se de uma disputa ancestral no capitalismo que se manifesta especialmente nesses momentos de transição.


Há grupos dominantes do período em curso. As novas tecnologias abrem espaço para o novo. Não entendendo o novo, a defesa do velho consiste em se fechar em trustes ou cartéis utilizando o poder remanescente para manter o controle sobre o mercado.


***


Hollywood é um caso clássico, fruto direto dessa batalha entre o velho e o novo ocorrida na indústria cinematográfica dos Estados Unidos no início do século 20.


Vale a pena entender os paralelos entre aqueles tempos e os tempos atuais.


***


O enorme mercado norte-americano fechou-se em torno de um truste de dez companhias organizado por Thomas Alva Edison, a partir de seu trunfo com a invenção do gramofone. O Truste era constituído pelos maiores produtores e distribuidores de filme, por George Eastman, da Kodak, principal fabricante de películas, dentre outros.


Sem competição, mataram o mercado. Impuseram cláusulas leoninas para os exibidores, adquiriram a maioria das distribuidoras independentes.

 

Enquanto Paris tornava-se o grande centro cinematográfico do planeta, atraindo espectadores com grandes nomes, como Sara Bernhardt.

nos Estados Unidos o truste permitia apenas filmecos de poucos minutos e proibia os modelos de filmes fundados em personalidades artísticas – para não encarecer as produções.


***


Em 1909 houve a rebelião inicial de um dos distribuidores, Carl Laemmle, que queria implantar o sistema europeu, de produções maiores com grandes estrelas. Quase foi destruído. Mas conseguiu a aliança com um grupo de produtores franceses, italianos e britânicos, que montaram uma empresa para combater o truste.


A luta para valer foi interna, quando apareceram outros aliados, dos quais o mais relevante foi o único distribuidor que se recusou a vender sua empresa para o truste. Atendia pelo nome de Willhelm Fuchs.


Com o tempo, começaram a aparecer produtores independentes,  pequenas empresas ousando sair do figurino do truste e passando a fazer filmes mais extensos, com roteiro e temáticas até então inéditas.


***


O Truste reagiu, recorrendo até à censura contra filmes considerados mais fortes. Tentou sufocar os “independentes” com toda sorte de ações judiciais. Depois, apelou para o uso de força, quebrando salas que passassem seus filmes e apelando para a polícia contra a quebra de patentes das novas produtoras.


As ameaças legais eram de tal ordem que parte dos independentes fixou-se em países vizinhos. E parte foi para Los Angeles, por ser perto da fronteira do México, facilitando as fugas da Justiça.


O truste era formado por anglo-saxões de cintura dura. Os independentes, em sua maioria, por judeus com sensibilidade artística e enorme foco no público que se formava.


Gradativamente, o truste foi perdendo o pé do mercado, afastando-se cada vez mais do público, enquanto os independentes ganhavam espaço e passavam a produzir em quantidade cada vez maior.


Laemmle e Fuchs tornaram-se produtores de sucesso, recorrendo à importação de películas para fugir ao boicote da Kodak. O estúdio de Laemmle se tornaria a Universal; o de Fuchs, a Fox, depois que ele adaptou seu sobrenome. William Hodkinsons, dono de um teatro, montou uma distribuidora e, depois, a Paramount. E Hollywood tornou-se o mais importante centro da indústria cinematográfica.


***


Em muito, a ação do truste cinematográfico norte-americano lembra o truste midiático reforçado no país após 2005.


Com o pacto dos quatro grandes controladores do mercado de opinião – Globo, Abril, Estado e Folha - tendo as demais emissoras e jornais a reboque, criou-se o Truste da Mídia - a não ser a diferença de escala e de tecnologia, com métodos idênticos ao do Truste dos Dez.


Moveram campanhas sistemáticas contra os novos atores que surgiam, os blogs, preservando para si a maior parte da publicidade pública. Tentaram assassinar a reputação de novos grupos que se instalavam – como foi o caso dos portugueses da Ongoing.


Abarrotaram os blogs com ações judiciais, para sufoca-los financeiramente. Reagiram com fúria a qualquer tentativa de regulação do mercado que pudesse abrir espaço para o novo.


***


Mesmo assim, as poucas brechas abertas estão permitindo o nascimento do novo. 


Já existe uma indústria de audiovisual promissora, algumas (embora poucas) experiências inovadoras de jornalismo online, mas que já fazem um contraponto expressivo no mercado de opinião política. E um conjunto de personagens à espera do próximo grande agente aglutinador, dentro das possibilidades abertas pelas novas tecnologias.

 

O novo já nasceu. É questão de tempo para o velho morrer.


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