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Política

29 de Novembro de 2015, 12:01 , por Blogoosfero - | No one following this article yet.

Lula critica processo de impeachment de Dilma

11 de Dezembro de 2015, 13:11, por Jornal Correio do Brasil » Política Arquivo | Jornal Correio do Brasil

Lula lembrou que alguns articulistas apontam que tudo isso estaria sendo feito para evitar sua volta em 2018

Por Redação, com Agências de Notícias – de Brasília:

O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva voltou a criticar, nesta sexta-feira, o processo de impeachment contra a presidente Dilma Rousseff, durante o seminário “O Desafio dos Emergentes”, organizado pelo jornal El País na Espanha. O evento conta também com a presença de Felipe González, ex-presidente espanhol.

Ele também definiu a tentativa de afastamento de Dilma como uma reação “desesperada” do presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), quem já acusou de “vingança” em discurso nessa semana em Berlim.

– Não há base legal ou jurídica para o impeachment de Dilma. Trata-se de um ataque moral à democracia – disse o ex-presidente.

Lula
respeito da crise econômica por que passa o Brasil, Lula afirmou que “temos um potencial enorme de recuperação da economia”

Lula lembrou que alguns articulistas apontam que tudo isso estaria sendo feito para evitar sua volta em 2018.

– Dizem que o que acontece hoje no Brasil é para impedir que eu volte à presidência. O país não merece esse sacrifício. É melhor fazer o debate – defendeu.

A respeito da crise econômica por que passa o Brasil, Lula afirmou que “temos um potencial enorme de recuperação da economia. O Brasil é muito produtivo”.

Sobre o novo presidente argentino, Mauricio Macri, Lula disse que acredita que este agirá à altura dos desafios do Mercosul e da América Latina. A respeito do presidente da Venezuela, Nicolás Maduro, o petista disse que é preciso “muito diálogo”.

Golpe de estado

No dia 7 deste mês, Lula afirmou que, para recolocar o país de volta nos trilhos, não se pode permitir que “haja um golpe de Estado via impeachment” no Congresso. Durante reunião com movimentos sociais e centrais sindicais, na sede do Sindicato dos Engenheiros, em São Paulo, o ex-presidente afirmou que não há “base política e jurídica” para o afastamento da presidenta Dilma.

2018

O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva usou seu discurso na abertura da 3ª Conferência da Juventude do PT, no dia 20 de novembro, para alertar o partido que não há como pensar em 2018, ano eleitoral, sem resolver a crise política e econômica atual e ajudar a presidente Dilma Rousseff, mas pôs a culpa dos problemas na oposição.

– Antes de a gente pensar em 2018 nós temos que ajudar a companheira Dilma a sair da encalacrada que a oposição colocou a gente depois das eleições – afirmou, para um plateia que o recebeu com gritos de “Lula de novo com a força do povo”.

– O que precisamos ter consciência é que a primeira tarefa é ajudar a companheira Dilma. Deus queira que seja aprovado tudo o que ela quer até o final do ano para que gente possa virar a página do ajuste e colocar a página do crescimento no lugar, para que a gente possa fazer esse país voltar a crescer – completou.



E afinal, quem são os amantes da rainha?

11 de Dezembro de 2015, 12:23, por Jornal Correio do Brasil » Política Arquivo | Jornal Correio do Brasil

Rainha no tabuleiro: Ao assumir a presidência da Câmara, em fevereiro, Eduardo Cunha (PMDB-RJ) trabalhou pessoalmente pela eleição de um sucessor na liderança do PMDB

Por Maria Fernanda Arruda – do Rio de Janeiro:

Eles frequentam as páginas políticas dos jornais, mas fazem sucesso muito menor que o merecido. Quem são, afinal, os Picciani? Jorge Picciani é um notável pecuarista desde 1984, quando comprou a fazenda Monte Verde, em Rio das Flores. Hoje ele é proprietário de fazendas em Minas Gerais e no Mato Grosso, tendo se tornado referência nacional da produção de “alta genética” para as raças Nelore e Gir leiteiro. O senhor Jorge Picciani está incluído na relação dos proprietários rurais suspeitos de uso de trabalho escravo.

Iniciou sua carreira política em 1990, tendo sido eleito deputado estadual no Rio de Janeiro por quatro vezes sucessivas: é um autêntico tetracampeão. Entre 2003 e 2010 presidiu a Assembleia Legislativa. Candidato ao senado em 2010, não foi eleito, voltando à sua antiga casa em 2014, sendo novamente o seu presidente. Ele e o filho apoiaram a candidatura de Aécio Neves, opondo-se assim aos caciques do PMDB do Rio de Janeiro, Sérgio Cabral, Pezão, Eduardo Paes.

Rainha
Eduardo Cunha vem de defenestrar o jovem Leonardo Picciani, que deixa de ser o líder do partido

Ao assumir a presidência da Câmara, em fevereiro, Eduardo Cunha (PMDB-RJ) trabalhou pessoalmente pela eleição de um sucessor na liderança do PMDB para ajudá-lo a ditar o ritmo da Casa e pavimentar um amplo e multipartidário apoio à sua gestão, que desde o início prometia turbulências para o Planalto. Com a bênção do peemedebista, assumiu a cadeira seu conterrâneo Leonardo Picciani, deputado da ala rebelde do partido que, em 2014, votou pela ruptura da aliança do PMDB com o governo e fez campanha pela eleição do tucano Aécio Neves à Presidência. A parceria deu certo e Picciani se tornou o fiel escudeiro de Cunha na Câmara, o que resultou em sucessivas derrotas ao governo. Mas, sete meses depois, a relação entre os correligionários começou a dar sinais de estremecimento. Com o apoio de Sergio Cabral e de Pezão, Picciani, o Jovem, aproximou-se do Planalto, até chegar à sua liderança na Câmara. Dois ministérios, o da Saúde o mais importante, passaram a ser dele.

Eduardo Cunha vem de defenestrar o jovem Leonardo, que deixa de ser o líder do partido. Deixa de ser o líder da Presidente Dilma? Ao que tudo indica, sim. Mas isso depende dos acertos que se façam em Palácio, com Michel Temer, o escritor da carta de abandono. A que mãos será entregue o PMDB carioca, no fim o responsável exclusivo pela grande crise que abalou a República, a que estranhamente, os analistas políticos não quiseram tomar em conta? No Rio de Janeiro, lembre-se, o PT e Lula são tão somente apêndices do PMDB de Cabral e sua banda. Na Cidade Maravilhosa, quem é Temer? Possivelmente, aquele que Eduardo Cunha quer defenestrar.

 

Como, em pano de fundo, trabalham-se a possível prisão de Cunha e a destituição da presidenta, não foram tão escondidas as negociações mantidas entre os bandos componentes das duas bandas, a de lá e a de cá. Em determinado momento, as carícias presidenciais passaram às mãos de Picciani, o Jovem. Quais os patronos dessas aproximações e rejeições? Os coordenadores políticos da presidenta, o pouco hábil Mercadante, que claramente não suporta a figura de Michel Temer? Lula é aquele que, autor do roteiro da ópera bufa, ao pressentir uma apoteose final tendente ao dramático, escafedeu-se sem maiores cerimônias, partindo, para ir às touradas de Madri, para ver Peri beijar Ceci.

Como já havia sido profetizado, a Rede Globo de Televisão transformou a política brasileira em sequência de capítulos de novela, de público certo e magnetizado pela trama. Alguém matará Odete Roitmann. Que são os bons moços e quem os bandidos? E todos nós, levamos a sério o que não é senão mais uma criação de algum dos noveleiros da Vênus Prateada.

Maria Fernanda Arruda é escritora, midiativista e colunista do Correio do Brasil, sempre às sextas-feiras.



Quem são os amantes da rainha?

11 de Dezembro de 2015, 12:23, por Jornal Correio do Brasil » Política Arquivo | Jornal Correio do Brasil

Ao assumir a presidência da Câmara, em fevereiro, Eduardo Cunha (PMDB-RJ) trabalhou pessoalmente pela eleição de um sucessor na liderança do PMDB

Por Maria Fernanda Arruda – do Rio de Janeiro:

Eles frequentam as páginas políticas dos jornais, mas fazem sucesso muito menor que o merecido. Quem são, afinal, os Picciani? Jorge Picciani é um notável pecuarista desde 1984, quando comprou a fazenda Monte Verde, em Rio das Flores. Hoje ele é proprietário de fazendas em Minas Gerais e no Mato Grosso, tendo se tornado referência nacional da produção de “alta genética” para as raças Nelore e Gir leiteiro. O senhor Jorge Picciani está incluído na relação dos proprietários rurais suspeitos de uso de trabalho escravo.

Iniciou sua carreira política em 1990, tendo sido eleito deputado estadual no Rio de Janeiro por quatro vezes sucessivas: é um autêntico tetracampeão. Entre 2003 e 2010 presidiu a Assembleia Legislativa. Candidato ao senado em 2010, não foi eleito, voltando à sua antiga casa em 2014, sendo novamente o seu presidente. Ele e o filho apoiaram a candidatura de Aécio Neves, opondo-se assim aos caciques do PMDB do Rio de Janeiro, Sérgio Cabral, Pezão, Eduardo Paes.

Rainha
Eduardo Cunha vem de defenestrar o jovem Leonardo Picciani, que deixa de ser o líder do partido

Ao assumir a presidência da Câmara, em fevereiro, Eduardo Cunha (PMDB-RJ) trabalhou pessoalmente pela eleição de um sucessor na liderança do PMDB para ajudá-lo a ditar o ritmo da Casa e pavimentar um amplo e multipartidário apoio à sua gestão, que desde o início prometia turbulências para o Planalto. Com a bênção do peemedebista, assumiu a cadeira seu conterrâneo Leonardo Picciani, deputado da ala rebelde do partido que, em 2014, votou pela ruptura da aliança do PMDB com o governo e fez campanha pela eleição do tucano Aécio Neves à Presidência. A parceria deu certo e Picciani se tornou o fiel escudeiro de Cunha na Câmara, o que resultou em sucessivas derrotas ao governo. Mas, sete meses depois, a relação entre os correligionários começou a dar sinais de estremecimento. Com o apoio de Sergio Cabral e de Pezão, Picciani, o Jovem, aproximou-se do Planalto, até chegar à sua liderança na Câmara. Dois ministérios, o da Saúde o mais importante, passaram a ser dele.

Eduardo Cunha vem de defenestrar o jovem Leonardo, que deixa de ser o líder do partido. Deixa de ser o líder da Presidente Dilma? Ao que tudo indica, sim. Mas isso depende dos acertos que se façam em Palácio, com Michel Temer, o escritor da carta de abandono. A que mãos será entregue o PMDB carioca, no fim o responsável exclusivo pela grande crise que abalou a República, a que estranhamente, os analistas políticos não quiseram tomar em conta? No Rio de Janeiro, lembre-se, o PT e Lula são tão somente apêndices do PMDB de Cabral e sua banda. Na Cidade Maravilhosa, quem é Temer? Possivelmente, aquele que Eduardo Cunha quer defenestrar.

Como, em pano de fundo, trabalham-se a possível prisão de Cunha e a destituição da Presidente, não foram tão escondidas as negociações mantidas entre os bandos componentes das duas bandas, a de lá e a de cá. Em determinado momento, as carícias presidenciais passaram às mãos de Picciani, o Jovem. Quais os patronos dessas aproximações e rejeições? Os coordenadores políticos da Presidenta, o pouco hábil Mercadante, que claramente não suporta a figura de Michel Temer? Lula é aquele que, autor do roteiro da ópera bufa, ao pressentir uma apoteose final tendente ao dramático, escafedeu-se sem maiores cerimônias, partindo, para ir às touradas de Madri, para ver Peri beijar Ceci.

Como já havia sido profetizado, a Rede Globo de Televisão transformou a política brasileira em sequência de capítulos de novela, de público certo e magnetizado pela trama. Alguém matará Odete Roitmann. Que são os bons moços e quem os bandidos? E todos nós, levamos a sério o que não é senão mais uma criação de algum dos noveleiros da Vênus Prateada.

Maria Fernanda Arruda é escritora, midiativista e colunista do Correio do Brasil, sempre às sextas-feiras.



Temer se reúne com a ultradireita e festa termina em baixaria

10 de Dezembro de 2015, 13:49, por Jornal Correio do Brasil » Política Arquivo | Jornal Correio do Brasil

Temer viu a ministra da Agricultura, Kátia Abreu, atirar um copo na direção do senador José Serra (PSDB-SP), que a chamou de ‘namoradeira’. Aécio Neves deixou a festa carregando doces enrolados em guardanapos

Por Redação – de Brasília

A noite que serviria para coroar o encontro entre a presidenta Dilma Rousseff (PT) e seu vice, Michel Temer (PMDB), terminou em baixaria. Temer foi a um jantar, na noite passada, na residência do líder do partido, Eunício Oliveira (CE), para onde a lista interminável de políticos ligados às forças da direita, no país, rumou na esperança de aparecer diante do nome cotado, no momento, para liderar o golpe contra o mandato petista.

Entre uma baforada e outra no charuto cubano que degustou, o vice confessava à troupe o prazer de, supostamente, ver a presidenta em uma posição humilde, em busca de seu apoio para permanecer no cargo, segundo relato da jornalista Maria Lima, no diário popular carioca Extra Digital.

No registro do fotojornalista Jorge William, de O Globo, Temer é assediado por repórteres à saída do encontro com a presidenta Dilma, na véspera
No registro do fotojornalista Jorge William, de O Globo, Temer é assediado por repórteres à saída do encontro com a presidenta Dilma, na véspera

“Mas o jantar não foi só de confraternização natalina. Em um momento que deixou constrangidos os convidados, a ministra da Agricultura Kátia Abreu e o senador José Serra (PSDB-SP) protagonizaram um verdadeiro “barraco”, que terminou com a peemedebista jogando seu copo de bebida no tucano depois de um bate-boca acalorado provocado por uma brincadeira mal recebida. Nesta quinta-feira no Twitter, a ministra Kátia Abreu confirmou a discussão com Serra e protestou contra a conduta do senador paulista”, relata a repórter.

“Reagi a altura de uma mulher que preza sua honra. Todas as mulheres conhecem bem o eufemismo da expressão “namoradeira”. Foi infeliz, desrespeitoso, arrogante e machista. A reclamação de vários colegas senadores sobre suas piadas ofensivas são recorrentes”, escreveu Katia Abreu.

No espaço aberto da mansão de Eunício Oliveira, perto da piscina, senadores e ministros assediavam Michel Temer, que carrega o título de presidente da República, por 24 horas, durante o tempo em que Dilma assistiu à posse do novo presidente da Argentina, Mauricio Macri. O assunto, segundo a comentarista, era o relato do vice, ora presidente, com a presidenta de fato e de direito. Todos queriam saber, ainda, qual a avaliação dele sobre o desfecho do processo de impeachment, em curso.

Apelo dramático

Quem mais prestava atenção era a ministra Temerministra da Agricultura Kátia Abreu que, supostamente, apoia o governo Dilma. Outro convidado falante foi o senador e ex-presidente Fernando Collor (PTB-AL), “que passou a noite falando sobre o processo de impeachment que o apeou da Presidência em 1992”, conta Maria Lima.

— Temer ficou surpreso com o apelo dramático que a presidente Dilma fez a ele. Logo ela que é durona e não mostra fraqueza, se emocionou muito — comentava Kátia Abreu entre os colegas. Só faltou dizer que a presidenta Dilma chegou a chorar, durante a conversa. Mas isso ela não disse, claramente.

A conversa entre os convidados era que Dilma, para encontrar Temer, fez um pequeno aquecimento junto com o ministro da Casa Civil, Jaques Wagner, que foi a uma reunião na casa do presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), com outros senadores do partido. No treino, Dilma fora instruída a aparentar uma certa emoção e fugir dos temas citados na carta desabafo do interlocutor. O objetivo de se discutir a relação seria, somente, a manutenção do PMDB na base aliada, com um nível aceitável de traição, longe do que é praticado, atualmente.

— O vice está deslumbrado e muito embevecido achando que já é o presidente, mas disse que não vai fazer nenhum comentário a respeito. Na conversa ele disse para a presidente Dilma que sua preocupação agora é com o partido que está dividido ao meio. Há em curso um processo paulista, do empresariado e da mídia impulsionando esse seu comportamento de distanciamento da presidente — comentou a ministra Kátia Abreu com interlocutores.

Na festa de Temer, Serra chama Kátia Abreu de ‘namoradeira’

O ex-ministro, ex-governador e atual presidente da Fundação Ulysses Guimarães, Moreira Franco, presente entre os convivas, sugeria, nas conversas, a importância de o PMDB do Senado, que tem dado sustentação a presidente Dilma, se articular mais junto ao partido. “A conversa de mais ou menos 15 minutos de Collor com Temer também chamou a atenção”, reparou a jornalista.

— É a vítima dando lições para algoz — comentou o senador Paulo Bauer (PSDB-SC).

Kátia Abreu relata o fato ocorrido com o senador José Serra, na festa para o vice Michel Temer
Kátia Abreu relata o fato ocorrido com o senador José Serra, na festa para o vice Michel Temer

Ao voltar para a mesa em que estavam vários senadores, inclusive o presidente nacional do PSDB, Aécio Neves (MG), Garibaldi Alves Filho (PMDB-RN), Ronaldo Caiado (DEM-GO) e outros, Collor passou a discorrer sobre sua própria experiência de impeachment. Os senadores quiseram saber em que momento ele percebeu que não tinha mais volta, que a cassação será irreversível.

— O momento mais dramático foi quando eu tive que demitir os ministros Bernardo Cabral (Justiça) e Zélia Cardoso de Melo (Economia) . Naquele momento eu perdi o comando do governo. Depois, quando o povo se vestiu de negro, eu senti que perdera a presidência da República — contou Collor, dizendo que na conversa com Temer não tinha abordado como tinha sofrido, o que poderia ser interpretado como um gesto em defesa da presidente Dilma nesse momento.

Até de madrugada

As conversas políticas, porém, a certa altura do jantar, pararam para ver a baixaria que se sucedeu entre a ministra Kátia Abreu e o senador tucano José Serra (SP). “Numa roda, o senador Ronaldo Caiado (DEM-GO), que é médico, contava de um episódio em que teve de aplicar uma injeção na ministra. O tucano quis brincar, mas a brincadeira descambou para uma resposta que deixou os senadores surpresos”, relata.

— O que tenho ouvido é que você tem fama de ser muito namoradeira — brincou Serra.

— Me respeite que sou uma mulher casada e mesmo quando solteira, ao contrário de você, nunca traí — reagiu a ministra, segundo as testemunhas presentes, arremessando um copo na direção do senador tucano.

Serra, porém, não deixou o caso esfriar e, como Temer, foi um dos últimos a deixar a festa. Temer chegou pouco depois das 23h e por volta de 2h da madrugada ainda permanecia na casa de Eunício.

— Temer hoje não dá para quem quer. Está todo mundo encostando nele para perguntar de Dilma e das outras coisas — disse o ministro da Saúde, Marcelo Castro.

“Aécio deixou a festa carregando tortinhas de morango e chocolate, enroladas num guardanapo, para levar para a esposa, Letícia”, conclui.



Cunha: novo relator apresenta na terça parecer sobre processo

10 de Dezembro de 2015, 12:14, por Jornal Correio do Brasil » Política Arquivo | Jornal Correio do Brasil

O deputado, nomeado novo relator do processo contra Cunha, também elogiou o presidente do Conselho, deputado José Carlos Araújo (PSD-BA)

Por Redação, com ABr – de Brasília:

O deputado Marcos Rogério (PDT-RO), novo relator do processo sobre o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), anunciou, nesta quinta-feira, que na próxima terça-feira apresentará formalmente o novo relatório sobre o caso e lembrou que, como já era de conhecimento de todos os parlamentares, será favorável à admissibilidade do processo.

Cunha
O processo contra o presidente da Câmara, Eduardo Cunha, no Conselho de Ética da Casa tem novo relator

– Meu parecer em razão da discussão da matéria já é conhecido de todos, então apresentarei apenas de maneira formal meu relatório – disse Marcos Rogério, destacando que, por zelo ao processo, não apresentaria o voto imediatamente.

– Vou repeitar o devido processo. Não aturarei com açodamento nem procrastinação, serei na condição de relator, um ajudante de cumpridor do regimento. Vou zelar pela probidade do processo – afirmou.

O relator também elogiou o presidente do Conselho, deputado José Carlos Araújo (PSD-BA), que, segundo ele, mesmo discordando da substituição do antigo relator, Fausto Pinato (PRB-SP), agiu com a cautela que o processo exige acatando a decisão da vice-presidência da Casa.

A defesa do presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), disse, na quarta-feira, ao Supremo Tribunal Federal (STF) que um eventual pedido de afastamento do cargo será “absurdo e infundado”, segundo manifestação enviada espontaneamente ao ministro Teori Zavascki, relator dos dois inquéritos a que Cunha responde na Corte, relacionados com a Operação Lava Jato.

Na petição, os advogados afirmam que tomaram a iniciativa de levar o assunto à Corte diante de notícias publicadas na imprensa sobre eventual pedido de afastamento de Cunha por parte da Procuradoria Geral da República ( PGR). A defesa também negou que Cunha esteja atrasando os trabalhos da Comissão de Ética da Câmara que analisa a abertura de seu processo de cassação por falta de decoro, por meio de recursos e atos para impedir a realização das sessões no período da manhã, quando não há sessões do plenário.



Conselho de Ética: reunião começa com briga

10 de Dezembro de 2015, 10:58, por Jornal Correio do Brasil » Política Arquivo | Jornal Correio do Brasil

O Conselho de Ética tenta, mais uma vez, avançar na discussão que pode dar sinal verde à continuidade do processo por quebra de decoro contra Cunha

Por Redação, com ABr – de Brasília:

A reunião do Conselho de Ética da Câmara foi aberta nesta manhã com uma briga entre os deputados Wellington Roberto (PR-PB), aliado do presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), e José Geraldo (PT-PA). A discussão começou porque Wellington achou que nesta quinta-feira seria votado um requerimento para dar prosseguimento ao processo contra Cunha.

Conselho de Ética
O deputado José Carlos Araújo (PSD-BA), classificou a briga de “espetáculo deprimente, que envergonha a Casa e o Conselho de Ética”

O deputado José Geraldo acusou o colega Wellington Roberto, da “turma do Cunha”, de estar tumultuando e atrapalhando o andamento do processo no Conselho de Ética. Começou então um bate-boca e os dois parlamentares tiveram de ser contidos por agentes da Polícia Legislativa da Câmara.

Após o restabelecimento da ordem o presidente da Comissão, deputado José Carlos Araújo (PSD-BA), classificou a briga de “espetáculo deprimente, que envergonha a Casa e o Conselho de Ética”.

– Esse conselho deve ser o local da ética, do zelo e do respeito entre os seus pares, da conversa e do diálogo. Jamais isso poderá ser transformado em um ringue – disse Araújo.

Ainda com a polêmica sobre a escolha do relator do processo contra o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), o Conselho de Ética da Casa tenta nesta quinta-feira, mais uma vez, avançar na discussão que pode dar sinal verde à continuidade do processo por quebra de decoro contra Cunha.

Com a substituição do relator ontem Fausto Pinato (PRB-SP), que havia apresentado um relatório pela admissibilidade do processo, a discussão volta à fase inicial, agora com o novo relator, deputado Marcos Rogério (PDT-RO).



Dilma participa da posse de Mauricio Macri

10 de Dezembro de 2015, 10:40, por Jornal Correio do Brasil » Política Arquivo | Jornal Correio do Brasil

Na última semana, Dilma Rousseff recebeu o presidente eleito da Argentina no Palácio do Planalto. Foi a primeira viagem oficial de Macri

Por Redação, com Agências de Notícias – de Brasília:

A presidenta Dilma Rousseff embarcou na manhã desta quinta-feira para a Argentina, onde participa da posse do novo presidente Mauricio Macri. Ele sucede Cristina Kirchner que ocupou a Presidência durante oito anos. Macri foi eleito no segundo turno das eleições, em 22 de novembro, com 51,42% dos votos, contra 48,60% de Daniel Scioli, o candidato apoiado pelo governo.

A cerimônia de posse está marcada para meio-dia no Congresso argentino. Em seguida, haverá os cumprimentos ao novo presidente na Casa Rosada, sede do governo. Dilma deverá chegar a Brasília no início desta noite.

Dilma
A cerimônia de posseousseff, está marcada para meio-dia no Congresso argentino

Na semana passada, Dilma recebeu Macri no Palácio do Planalto. Depois de conversar por cerca de meia hora com a presidenta, Macri, afirmou, em entrevista à imprensa, que ela estava “muito tranquila” durante o encontro. Segundo ele, Dilma explicou a situação política brasileira e disse que continuará trabalhando, enquanto durar o processo de impeachment, inclusive em questões do Mercosul.

De acordo com o Planalto, a Argentina é o principal sócio político e um dos maiores parceiros comerciais do Brasil. Entre 2002 e 2014, a corrente de comércio bilateral passou de US$ 7,1 bilhões para US$ 28,4 bilhões. As exportações entre os dois países são formadas majoritariamente de produtos manufaturados. No caso do Brasil, as exportações de industrializados representaram 95% das vendas para a Argentina nos 11 primeiros meses de 2015.

Michel Temer

A presidente Dilma Rousseff e o vice-presidente Michel Temer alinharam o discurso público na noite de quarta-feira ao prometerem após reunião que durou cerca de 45 minutos, que terão uma “relação pessoal e institucional” produtiva.

O relato da reunião, feito por Temer em uma frase dita a jornalistas e por Dilma em nota, vem depois de uma série de polêmicas públicas entre ambos, que teve seu ápice no vazamento de uma carta de Temer à presidente na segunda-feira. Na missiva, Temer reclama da falta de confiança do governo nele e no PMDB, partido que preside.

“Na nossa conversa, eu e o vice-presidente Michel Temer decidimos que teremos uma relação extremamente profícua, tanto pessoal quanto institucionalmente, sempre considerando os maiores interesses do país”, afirma a breve nota divulgada pela Presidência.

“Combinamos, eu e a presidenta Dilma, que nós teremos uma relação pessoal e institucional que será a mais fértil possível”, afirmou Temer, na única frase que disse aos jornalistas após o encontro.



Brasil vive normalidade democrática extraordinária, diz Temer

9 de Dezembro de 2015, 14:09, por Jornal Correio do Brasil » Política Arquivo | Jornal Correio do Brasil

Questionado  sobre se haveria uma debandada do PMDB, seu partido, do governo Dilma, Temer fez sinal negativo

Por Redação, com ABr – de Brasília:

O vice-presidente Michel Temer disse, nesta quarta-feira, que o Brasil vive em um “regime de uma normalidade democrática extraordinária” e que as instituições “estão funcionando”, ao comentar a vitória da chapa 2 – Unindo o Brasil, formada na maioria por deputados da oposição e dissidentes da base aliada, para compor a comissão especial que vai analisar o pedido de impeachment da presidenta Dilma Rousseff e a decisão do ministro do Supremo Tribunal Federal Edson Fachin de suspender o processo de impedimento.

Temer
Para Temer, a Câmara dos Deputados tomou ontem uma deliberação no exercício legítimo da sua competência

– A Câmara dos Deputados tomou ontem uma deliberação no exercício legítimo da sua competência e, posteriormente, em face de medida judicial, o Supremo suspendeu, temporariamente, essa medida e, preliminarmente, para o exame posterior pelo plenário. Isso revela que vivemos num regime de uma normalidade democrática extraordinária, as instituições estão funcionando. Nós devemos preservar aquilo que as instituições estão fazendo e revelar com isso a democracia plena do país -afirmou na saída do gabinete da Vice-Presidência.

Perguntado sobre se haveria uma debandada do PMDB, seu partido, do governo Dilma, Temer fez sinal negativo. O vice-presidente não comentou a carta que enviou à presidenta na segunda-feira, sobre seu descontentamento com o tratamento recebido no governo, nem o encontro que deverá ter hoje à noite com Dilma.

Saída de Picciani

Peemedebistas que já se declararam contrários ao governo deram nesta quarta-feira o primeiro passo para tentar substituir o deputado Leonardo Picciani (RJ) da liderança do PMDB na Câmara, e que é aliado do Palácio do Planalto. Com 35 assinaturas, o grupo de parlamentares protocolou o pedido na Mesa Diretora para que o deputado federal Leonardo Quintão (MG) assuma a vaga. Quintão já era o mais cotado pela ala insatisfeita do PMDB.

O grupo reuniu o apoio formal de metade mais um dos deputados que compõem a bancada – hoje com 66 parlamentares. O estopim para a mudança foi a lista de nomes do PMDB que Picciani apresentou para compor a comissão especial que vai analisar o pedido de impeachment da presidente Dilma Rousseff. As vagas são disputadas por integrantes do partido aliados do governo e nomes ligados ao presidente da Câmara, deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ), que desde o fim do primeiro semestre anunciou rompimento pessoal com o Palácio do Planalto.



Oposição estuda recorrer contra liminar que suspende rito de impeachment

9 de Dezembro de 2015, 12:06, por Jornal Correio do Brasil » Política Arquivo | Jornal Correio do Brasil

A decisão do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Edson Fachin suspende o processo de impeachment da presidenta Dilma Rousseff

Por Redação, com ABr – de Brasília:

O líder do PSDB na Câmara, Carlos Sampaio (SP), informou nesta quarta-feira que os partidos de oposição estudam qual medida adotar para recorrer ao Supremo Tribunal Federal (STF) e anular a liminar concedida, nesta terça-feira, ao PCdoB. A decisão do ministro do STF Edson Fachin suspende o processo de impeachment da presidenta Dilma Rousseff. Segundo Sampaio, a tendência é que seja uma ação conhecida como amicus curiae. A expressão, em latim, significa amigo da Corte, ou seja, não é amigo das partes que disputam uma questão na Justiça. A finalidade é chamar a atenção da Corte para fatos ou circunstâncias que poderiam não ser notados.

impeachment
Autores da liminar que suspendeu o processo de impeachment de Dilma na Câmara dos Deputados

Autores da liminar que suspendeu o processo de impeachment de Dilma na Câmara dos Deputados, parlamentares do PCdoB esperam que o Supremo, além de avaliar se há fundamento legal para o trâmite, defina formalmente o rito que o Parlamento deve seguir. O PCdoB questiona na liminar a votação secreta de ontem para formar a comissão especial e a composição de uma chapa por partidos de oposição e aliados descontentes com o governo (como o próprio PMDB), sem que tenha havido indicação das lideranças das legendas.

O PCdoB acusa o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), de definir os passos processuais de acordo com seus interesses. A decisão do STF pode ser tomada no próximo dia 16, quando o plenário da Corte deverá julgar a constitucionalidade da Lei 1.079/50, a Lei do Impeachment.

Para Sampaio, o Regimento Interno da Câmara deixa claro que a eleição dos integrantes da comissão especial, responsável por analisar o impeachment, seja secreta.

– A votação é secreta para evitar interferência do Executivo, ainda mais se tratando de um processo contra a presidente da República – destacou.

O líder do DEM, Mendonça Filho (PE), ratificou que a oposição está em busca de uma medida jurídica para reverter a paralisação do processo. De acordo com ele, a eleição de ontem para compor a comissão especial foi “legítima e transparente”. Mendonça demonstrou otimismo em relação à decisão final do STF sobre o impasse.

– Vamos nos associar – todos de oposição – na ação para que a gente possa se posicionar. O Regimento Interno da Casa é claro: todas as eleições são por voto secreto. A Casa não pode viver esta guerrilha jurídica para evitar um processo que é constitucional – afirmou.

Rito

– No mínimo, [esperamos] que tudo [feito até agora] seja anulado e o rito legal seja estabelecido. A lei [do impeachment é de 1950, parte foi acolhida pela Constituição e parte não – afirmou a líder do PCdoB, deputada Jandira Feghali (RJ).

– A luta é, sem dúvida, política. Precisamos ter regras claras e baseada em uma lei. Não é possível que a Câmara não respeite a Constituição brasileira. Essa é uma das prerrogativas básicas desta Casa – completou a presidente nacional da legenda, Luciana Santos (PE).

Eduardo Cunha, por meio de sua assessoria, afirmou ainda nesta terça-feira que só vai se pronunciar sobre a decisão do STF depois que a Corte enviar a comunicação oficial sobre o ato.



PGR poderá pedir afastamento de Cunha a qualquer instante

9 de Dezembro de 2015, 11:59, por Jornal Correio do Brasil » Política Arquivo | Jornal Correio do Brasil

O procurador-Geral da República, Rodrigo Janot, investiga as manobras de Cunha e de seus aliados para adiar a votação sobre a admissibilidade do processo de cassação do deputado

Por Redação – de Brasília

A Procuradoria-Geral da República (PGR) está prestes a concluir a coleta de provas suficiente para pedir o afastamento do presidente da Câmara, deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ). Segundo fonte indicou ao Correio do Brasil, em condição de anonimato, já há elementos suficientes sobre a ação de Cunha para impedir o funcionamento da Casa, principalmente, do Conselho de Ética da Câmara. O procurador-Geral da República, Rodrigo Janot, investiga as manobras de Cunha e de seus aliados para adiar a votação sobre a admissibilidade do processo de cassação do deputado.

Rodrigo Janot
Procurador-Geral da República, Rodrigo Janot estuda medidas contra o presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ)

Procuradores que atuam nas investigações de autoridades com foro privilegiado enxergaram no gesto do deputado de aceitar o pedido de impeachment de Dilma uma tentativa de vincular seu pedido de afastamento por Rodrigo Janot a um ato pró-governo. Além de apresentar o pedido de afastamento do líder da Câmara junto ao Supremo Tribunal Federal (STF), o procurador estaria prestes a concluir a denúncia contra o deputado por crimes de evasão de divisas, peculato, lavagem de dinheiro e formação de quadrilha, no caso das contas bancárias mantidas na Suíça.

Os promotores da PGR também investigam o envolvimento da família de Cunha nos ilícitos denunciados. Juntos, ele, a mulher a filha são formalmente acusados de receber e manusear US$ 5 milhões em propina, a partir de contratos da Petrobras para operação de navios-sonda da Petrobras, no âmbito da Operação Lava Jato.

Cunha articula

Enquanto não vai preso, Cunha tenta afastar do cargo, ainda nesta quarta-feira, o líder do PMDB, o deputado Leonardo Picciani (RJ). Cunha, que havia feito campanha para que Picciani assumisse o posto, agora articula para que ele perca a posição na qual negociou com o governo a nomeação de três ministros. Na noite passada, deputados tinham em mãos as assinaturas de 35 peemedebistas favoráveis à substituição de Picciani por Leonardo Quintão (MG). Eles pretendeiam protocolar o documento nas próximas horas. A negociação para derrubar Picciani teve a participação do vice-presidente da República, Michel Temer, e do presidente da Câmara, Eduardo Cunha (RJ), segundo parlamentares ouvidos pelo CdB.

Segundo os parlamentares, a destituição do deputado fluminense contará com até 40 assinaturas, dos 66 deputados da bancada. Já prevendo a ameaça ao cargo, Picciani articulou com o governador do Rio de Janeiro, Luiz Fernando Pezão, e o prefeito da capital, Eduardo Paes, a volta de dois deputados que eram secretários, Marco Antônio Cabral e Pedro Paulo. Mesmo assim, os adversários de Picciani asseguram ter assinaturas suficientes para derrubá-lo.

O ponto definitivo para a queda do líder foi a escolha da chapa para a comissão do impeachment, favorável ao governo. Alinhado do Planalto, Picciani não abriu espaço para os parlamentares ligados à ultradireita, todos favoráveis ao impeachment. Os 16 indicados para a comissão eram favoráveis à permanência da presidenta da República. A chapa foi derrotada, em plenário, e os dissidentes peemedebistas que aderiram à chapa 2, articulada por Cunha e Temer conseguiram a maioria dos votos.

— Ele poderia ter feito um cinco a três. Era razoável. Estaríamos satisfeitos — diz um dos articuladores do documento que impõe a troca.

Ministros ficam

Segundo integrantes do PMDB, Michel Temer teve uma “participação tímida” na escolha do possível substituto de Picciani. Temer teria recebido o comunicado durante a noite passada, sobre a movimentação dos insatisfeitos e disse apenas que desejava a unidade da bancada, o que foi entendido como um sinal verde para a queda de Picciani.

Na última quinta-feira, segundo interlocutores, o próprio Temer teria alertado Picciani da necessidade de contemplar toda a bancada na distribuição das vagas da comissão, para garantir a unidade. A escolha de Quintão para sucedê-lo é o cumprimento de um acordo que havia com o próprio Picciani. Quando foi eleito líder, o deputado fluminense teve o apoio da bancada mineira para derrotar Lúcio Vieira Lima (BA) em troca de apoiar Quintão para o cargo em 2016. No mês passado, porém, Picciani avisou Quintão que desejava continuar na liderança no próximo ano.

A saída de Picciani, porém, não quer dizer que os ministros indicados por ele devam também deixar o cargo. Celso Pansera (Ciência e Tecnologia) e Marcelo Castro (Saúde) tendem a permanecer à frente das pastas, mas os peemedebistas que constroem a destituição do líder, pretende debater agora na bancada como será a participação no governo.

— Não vai haver rompimento, mas não tem ampliação de conversa — afirmou um dos articuladores.



STF suspende instalação de comissão especial de impeachment

9 de Dezembro de 2015, 10:34, por Jornal Correio do Brasil » Política Arquivo | Jornal Correio do Brasil

Por Redação, com Reuters – de Brasília:

O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Edson Fachin suspendeu provisoriamente a formação da comissão especial da Câmara dos Deputados para análise do pedido de abertura de processo de impeachment contra a presidenta Dilma Rousseff.

Em decisão publicada no site da corte na noite de terça-feira, em resposta a ação impetrada pelo PCdoB, partido aliado ao governo, Fachin determinou a suspensão da medida da Câmara até decisão do plenário do STF, prevista para 16 de dezembro.

impeachment
Fachin determinou a suspensão da medida da Câmara até decisão do plenário do STF, prevista para 16 de dezembro

O ministro apresentou como justificativas para sua decisão “o objetivo de evitar a prática de atos que eventualmente poderão ser invalidados pelo Supremo Tribunal Federal, obstar aumento de instabilidade jurídica com profusão de medidas judiciais posteriores e pontuais, e apresentar respostas céleres aos questionamentos suscitados”.

Além de suspender a formação da comissão especial de deputados, o ministro também suspendeu até a decisão do plenário da corte todos os eventuais prazos no processo, inclusive os que estão em andamento, mas preservou “todos os atos até este momento praticados” ao menos até a sessão do STF no dia 16.

A decisão liminar de Fachin foi publicada horas após votação polêmica na Câmara dos Deputados, na terça-feira, para a eleição dos membros da comissão especial que analisará o pedido de abertura de processo de impeachment contra Dilma.

Na votação tumultuada, que teve bate-boca entre parlamentares e até urnas quebradas, a chapa apoiada pela oposição teve 272 votos, contra 199 da chapa governista, impondo uma derrota ao governo no primeiro teste sobre o assunto na Câmara.

Parlamentares governistas, que apontaram uma série de ilegalidades e uma “armação política” na votação da comissão, recorreram ao STF após anúncio de que a escolha dos parlamentares seria por voto secreto.

Nesta quarta-feira estava prevista na Câmara uma eleição suplementar para concluir a escolha dos 65 membros da comissão especial.



Cunha manobra para assegurar o mandato e derrubar Dilma

8 de Dezembro de 2015, 19:11, por Jornal Correio do Brasil » Política Arquivo | Jornal Correio do Brasil

Em votação secreta, imposta em uma decisão da Mesa Diretora, presidida por Cunha, prevaleceu a traição de parte da base aliada

Por Redação – de Brasília

Em uma sessão marcada por pancadarias e xingamentos, no início da noite desta terça-feira, o presidente da Câmara, deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ), conseguiu levar adiante mais uma etapa do processo de impedimento da presidenta Dilma Rousseff. A comissão que analisará o processo de impeachment na Câmara será representada por maioria por parlamentares ligados a Cunha e às forças de ultradireita, com 272 votos dos 471 deputados que votaram. A chapa que defende a permanência da atual mandatária obteve 199 votos.

Articulação de Cunha foi mais efetiva do que a de Picciani, líder do PMDB
Articulação de Cunha foi mais efetiva do que a de Picciani, líder do PMDB

Em votação secreta, imposta em uma decisão da Mesa Diretora, presidida por Cunha, prevaleceu a traição de parte da base aliada. O resultado foi comemorado por aliados de Cunha, que conseguiu uma outra vitória, na Comissão de Ética, que adiou por novas 24 horas a abertura do processo de cassação de seu mandato. Em plenário, deputados da base aliada estenderam uma grande faixa com a inscrição “não vai ter golpe”.

Cunha terá a decisão questionada no Supremo

O início da votação que escolheu a comissão especial para analisar a abertura de processo de impeachment contra a presidente Dilma Rousseff (PT) começou com tumulto entre os deputados. Deputados da base do governo, contrários à eleição por voto secreto determinada pelo presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), recorreram ao Supremo Tribunal Federal (STF) e tentaram ocupar as cabines de votação.

Na ação do PC do B junto ao STF também pedia que a eleição da comissão fosse feita por voto aberto. O Supremo, porém, não se pronunciou até o encerramento da sessão contra a decisão de Eduardo Cunha.

Na Comissão de Ética, porém, apesar do fôlego, a tendência é pela continuação do processo. Em nota, divulgada após a denúncia, Cunha negou as acusações, mas não tentou se explicar diante das denúncias. Preferiu atribuir a ação da Procuradoria-Geral da República a um complô entre Janot e o governo contra ele. Segundo afirmou, haveria um “acordão” que inclui a preservação de outro acusado pela Lava Jato, o presidente do Senado, Renan Calheiros.

– Não participei e não participo de qualquer acordão e certamente, com o desenrolar, assistiremos à comprovação da atuação do governo, que já propôs a recondução do procurador, na tentativa de calar e retaliar minha atuação política – defende-se Cunha.

 



Governadores e parlamentares expõem fraturas no PMDB

8 de Dezembro de 2015, 16:29, por Jornal Correio do Brasil » Política Arquivo | Jornal Correio do Brasil
O deputado Leonardo Picciani (RJ), foi à réplica, no início da manha. E repercutiu junto aos governadores a declaração de que o documento revela o desinteresse de Temer no “fortalecimento da bancada”

Por Redação – de Brasília

Desde que a reunião com os governadores foi agendada, a carta do vice-presidente da República, Michel Temer, à presidenta Dilma Rousseff vazou para a imprensa, no final da noite passada, ficou visível a fratura que divide o PMDB entre as forças da ultradireita, em uma aliança em curso do DEM e do PSDB com o presidente da Câmara, deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ), e os governadores aliados à base do governo. Dilma recebeu, na tarde desta terça-feira, o apoio da Frente de Governadores e de mais de 26 movimentos sociais, contra o seu impedimento.

Leonardo Picciani (PMDB-RJ) é o líder da bancada na Câmara dos Deputados
Picciani (PMDB-RJ) é o líder da bancada na Câmara dos Deputados e conversou com os governadores

Os últimos movimentos da corrente liderada por Michel Temer e Eduardo Cunha, de vazar o teor de uma carta amarga do vice-presidente para, em seguida, por meio de seus assessores, negar que tenha se afastado do governo para integrar a tentativa de golpe de Estado, em curso, provocaram a reação dos grupos que integram o PMDB, mas são contrários ao impeachment da presidenta. O quadro se agravou, por volta do meio-dia, quando também vazou para a mídia que teria partido do próprio Michel Temer a atitude de entregar uma cópia ao blogueiro Jorge Bastos Moreno.

Quando a carta teria chegado ao Palácio do Planalto, aproximadamente às 22h, Moreno já tomara ciência do conteúdo, por meio de uma cópia encaminhada pela Vice-presidência da República.

“Embora a íntegra da carta tenha sido publicada às 22h56, uma primeira prévia, em que o blogueiro descreve que Temer “enumera uma série de fatos” e diz que a presidente não confia nele, foi publicada às 21h24, indicando que Moreno já conhecia seu conteúdo neste horário e, portanto, antes de Dilma.
Ontem, Temer afirmou para o mesmo Moreno que o Planalto vazou a carta”, afirma o site de notícias DCM, citando fonte.

Revolta na base

O deputado Leonardo Picciani (RJ), foi à réplica, no início da manha. E repercutiu junto aos governadores a declaração de que o documento revela o desinteresse de Temer no “fortalecimento da bancada”. O presidente da legenda, na carta, queixa-se do papel de um “vice decorativo”, “ignorado” nas tratativas palacianas. A certa altura das lamentações, cita que Dilma o substituiu nas negociações com o Congresso por Leonardo Picciani por Jorge Picciani, pai do deputado e presidente da Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro.

— A carta esclarece muitos pontos. Vai ter uma repercussão forte dentro da bancada. Fica claro que o Michel Temer não queria o fortalecimento da bancada. Ele ficou incomodado. Ele fala contra a presidenta ter conversado comigo e ter indicado os dois deputados ministros. E em todo momento, não defende a posição da bancada, mas dos seus aliados pessoais. Ele mesmo frisa que o Moreira Franco, o Eliseu Padilha e Edinho Araújo eram pessoas dele — disse Picciani a jornalistas.

Na reforma ministerial, o parlamentar do Rio indicou, com sucesso, os deputados Marcelo Castro (PMDB-PI) como ministro da Saúde, e Celso Pansera (PMDB-RJ) para a pasta da Ciência e Tecnologia.

— Não fui eu quem fui procurar a presidenta. Não fui eu que foi pedir nada. Ela ofereceu e eu apenas cumpri o papel de líder transmitindo à bancada os convites que foram feitos. E decidimos após consultar a maioria. Em momento nenhum eu pedi que substituíssem os aliados dele por membros da bancada — afirmou Picciani.

Picciani acrescentou que estranha a queixa de Temer, que se denominou apenas como “vice decorativo” no primeiro mandato. Segundo Temer, jamais ele ou o PMDB foram “chamados para discutir formulações econômicas ou políticas do País”.

— Se Temer se julgava um vice decorativo nos quatro primeiros anos, por que ele depois conduziu o partido, mesmo rachado, a permanecer na aliança? Se ele se sentia um vice decorativo por que continuar dessa forma (na chapa presidencial do PT)? — questiona o líder do PMDB.

O peemedebista disse ainda que preza pelo “bom senso”.

— Evidentemente não controlo todas as posições de todos os deputados. Aqueles que têm posições mais exacerbadas, fazem o que acham que devem — declarou

“Fora Cunha!”

Citado em ações no Supremo Tribunal Federal (STF) por formação de quadrilha, entre outros crimes, e prestes a perder o mandato no Conselho de Ética da Câmara, o deputado Eduardo Cunha ganhou um fôlego novo ao lançar ao Plenário da Câmara o pedido de impeachment da presidenta Dilma. Momentaneamente, Cunha recebe como aliados os parlamentares do DEM e do PSDB, entre outras legendas ligadas à ultradireita. Mas, segundo fonte no PMDB ao Correio do Brasil, na tarde desta terça-feira, “a legenda já percebeu que o impeachment é uma canoa furada”.

— Quem permanecer no apoio à essa aventura, ao lado de Cunha, mesmo sob a liderança do vice-presidente, sofrerá as consequências deste ato inconstitucional e golpista — afirmou.

Diante deste cenário, além dos governadores entraram em estado de alerta os movimentos sociais, ONGs, associações políticas, sindicais e a população em geral. Em nota conjunta, a Frente Brasil Popular, integrada por 66 movimentos populares, pastorais e partidos políticos, afirma que “os setores golpistas da direita através de um grupo de parlamentares, liderados pelo deputado Eduardo Cunha, querem o impeachment da presidenta da República”.

Leia o documento, adiante:

“A maioria do povo brasileiro, através das centrais sindicais, dos movimentos  populares, dos estudantes, das organizações de juventude, mulheres, negros, LGBT, indígenas, das pastorais das igrejas, da intelectualidade democrática, bem como através da opinião de cada cidadão e cidadã, está se pronunciando contra o impeachment. Somam-se  amplos setores democráticos da sociedade civil, do mundo religioso, jurídico, intelectual e cultural do país.

Somos contra o impeachment, porque sobre a presidenta Dilma Rousseff não paira nenhuma acusação ou suspeita de crime, desonestidade ou ilegalidade. Não há qualquer fato ou decisão da presidenta, que possa ser considerado crime de responsabilidade. E sem crime de responsabilidade, não existe motivo para o impeachment.

Somos contra o impeachment, porque pretendem afastar a presidenta Dilma para revogar as conquistas e os direitos do povo brasileiro, para destruir e privatizar a Petrobrás, para submeter o Brasil aos interesses imperialistas.

Somos contrários ao impeachment, porque sabemos das motivações criminosas do deputado Eduardo Cunha. Dono de contas bancárias na Suíça, onde estão depositados vários milhões de reais, dinheiro de origem ilícita, Cunha quer que a oposição o proteja da cassação, em troca do que promete manipular o processo de impeachment e cassar o mandato legítimo da presidenta Dilma.

Entendemos que se trata de um verdadeiro que afronta a democracia, a legalidade e a soberania do voto popular. Os que pretendem substituir Dilma Rousseff devem disputar as próximas eleições presidenciais, em 2018. É isto que pensam aqueles setores da oposição que também são contrários ao impeachment.

Queremos uma política econômica que retome e aprofunde o legado de conquistas sociais, promova a retomada do desenvolvimento, da distribuição de renda, da geração de emprego e da inclusão social.

Este é um momento de unidade de todo o povo, das forças democráticas, progressistas, na intransigente luta pelas conquistas democráticas. Conclamamos a presidenta Dilma a convocar o povo brasileiro a defender seu mandato, com este objetivo: retomar o programa vitorioso nas eleições presidenciais de 2014.

A decisão sobre o impeachment será tomada, ao longo das próximas semanas, pelo plenário da Câmara dos Deputados.

Para derrotar os golpistas, apoiar os democratas convictos e convencer os indecisos, a Frente Brasil Popular conclama cada brasileiro e cada brasileira a se engajar na jornada nacional de lutas Em defesa da democracia, Não vai ter golpe.

Contra o golpe, em defesa da democracia!

Fora Cunha!

Por uma nova política econômica!

São Paulo 7 de dezembro de 2015

Coletivo nacional dos 66 movimentos populares, pastorais e partidos políticos que conformam a FRENTE BRASIL POPULAR

Nota: Conclamamos a todos se mobilizarem em atos de massa nos estados, e na mobilização nacional programada para dia 16 de dezembro de 2015”.



Carta não propôs rompimento com o governo, diz assessoria de Temer

8 de Dezembro de 2015, 13:21, por Jornal Correio do Brasil » Política Arquivo | Jornal Correio do Brasil

Por Redação, com Agências de Notícias – de Brasília:

Um dia após a carta do vice-presidente Michel Temer (PMDB) à presidenta Dilma Rousseff ser divulgada, a assessoria de imprensa do peemedebista disse que ele não pregou o rompimento do PMDB com o governo ou com o PT.

Através da sua conta no Twitter, a vice-presidência afirmou que diante da informação de que a presidente o procuraria para conversar, Temer resolveu escrever uma carta à presidente, em que aponta “fatos reveladores” da desconfiança que o governo tem em relação a ele e ao PMDB.

Temer
No Twitter a assessoria disse que é proposta “a reunificação do país, como já o tem feito em pronunciamentos anteriores”

No microblog a assessoria disse: “Não propôs rompimento entre partidos ou com o governo”. “Exortou, pelo contrário, a reunificação do país, como já o tem feito em pronunciamentos anteriores. E manterá a discussão pessoal privada no campo privado”, completou.

Confira a carta na íntegra:

“São Paulo, 7 de Dezembro de 2015

Senhora Presidente,

“Verba volant, scripta manent”. Por isso lhe escrevo. Muito a propósito do intenso noticiário destes últimos dias e de tudo que me chega aos ouvidos das conversas no Palácio. Esta é uma carta pessoal. É um desabafo que já deveria ter feito há muito tempo.

Desde logo lhe digo que não é preciso alardear publicamente a necessidade da minha lealdade. Tenho-a revelado ao longo destes cinco anos. Lealdade institucional pautada pelo art. 79 da Constituição Federal. Sei quais são as funções do Vice. À minha natural discrição conectei aquela derivada daquele dispositivo constitucional.

Entretanto, sempre tive ciência da absoluta desconfiança da senhora e do seu entorno em relação a mim e ao PMDB. Desconfiança incompatível com o que fizemos para manter o apoio pessoal e partidário ao seu governo. Basta ressaltar que na última convenção apenas 59,9% votaram pela aliança. E só o fizeram, ouso registrar, porque era eu o candidato à reeleição à Vice.

Tenho mantido a unidade do PMDB apoiando seu governo, usando o prestígio político que tenho, advindo da credibilidade e do respeito que granjeei no partido. Isso tudo não gerou confiança em mim, Gera desconfiança e menosprezo do governo.

Vamos aos fatos. Exemplifico alguns deles.

1. Passei os quatro primeiros anos de governo como vice decorativo. A Senhora sabe disso. Perdi todo protagonismo político que tivera no passado e que poderia ter sido usado pelo governo. Só era chamado para resolver as votações do PMDB e as crises políticas.

2. Jamais eu ou o PMDB fomos chamados para discutir formulações econômicas ou políticas do país; éramos meros acessórios, secundários, subsidiários.

3. A senhora, no segundo mandato, à última hora, não renovou o Ministério da Aviação Civil, onde o Moreira Franco fez belíssimo trabalho, elogiado durante a Copa do Mundo. Sabia que ele era uma indicação minha. Quis, portanto, desvalorizar-me. Cheguei a registrar este fato no dia seguinte, ao telefone.

4. No episódio Eliseu Padilha, mais recente, ele deixou o Ministério em razão de muitas “desfeitas”, culminando com o que o governo fez a ele, Ministro, retirando, sem nenhum aviso prévio, nome com perfil técnico que ele, Ministro da área, indicara para a ANAC. Alardeou-se a) que fora retaliação a mim; b) que ele saiu porque faz parte de uma suposta “conspiração”.

5. Quando a senhora fez um apelo para que eu assumisse a coordenação política, no momento em que o governo estava muito desprestigiado, atendi e fizemos, eu e o Padilha, aprovar o ajuste fiscal. Tema difícil porque dizia respeito aos trabalhadores e aos empresários. Não titubeamos. Estava em jogo o país. Quando se aprovou o ajuste, nada mais do que fazíamos tinha sequência no governo. Os acordos
assumidos no Parlamento não foram cumpridos. Realizamos mais de 60 reuniões de lideres e bancadas ao longo do tempo, solicitando apoio com a nossa credibilidade. Fomos obrigados a deixar aquela
coordenação.

6. De qualquer forma, sou Presidente do PMDB e a senhora resolveu ignorar-me, chamando o líder Picciani e seu pai para fazer um acordo sem nenhuma comunicação ao seu Vice e Presidente do Partido. Os dois ministros, sabe a senhora, foram nomeados por ele. E a senhora não teve a menor preocupação em eliminar do governo o Deputado Edinho Araújo, deputado de São Paulo e a mim ligado.

7. Democrata que sou, converso, sim, senhora Presidente, com a oposição. Sempre o fiz, pelos 24 anos que passei no Parlamento. Aliás, a primeira medida provisória do ajuste foi aprovada graças aos 8 votos do DEM, 6 do PSB e 3 do PV, recordando que foi aprovado por apenas 22 votos. Sou criticado por isso, numa visão equivocada do nosso sistema. E não foi sem razão que em duas oportunidades ressaltei que deveríamos reunificar o país. O Palácio resolveu difundir e criticar.

8. Recordo, ainda, que a senhora, na posse, manteve reunião de duas horas com o Vice-Presidente Joe Biden – com quem construí boa amizade – sem convidar-me, o que gerou em seus assessores a pergunta: o que é que houve que numa reunião com o Vice Presidente dos Estados Unidos, o do Brasil não se faz presente? Antes, no episódio da “espionagem” americana, quando as conversas começaram a ser retomadas, a senhora mandava o Ministro da Justiça, para conversar com o Vice-Presidente dos Estados Unidos. Tudo isso tem significado absoluta falta de confiança.

9. Mais recentemente, conversa nossa (das duas maiores autoridades do país) foi divulgada e de maneira inverídica, sem nenhuma conexão com o teor da conversa.

10. Até o programa “Uma Ponte para o Futuro”, aplaudido pela sociedade, cujas propostas poderiam ser utilizadas para recuperar a economia e resgatar a confiança, foi tido como manobra desleal.

11. PMDB tem ciência de que o governo busca promover a sua divisão, o que já tentou no passado, sem sucesso. A senhora sabe que, como Presidente do PMDB, devo manter cauteloso silêncio com o objetivo de procurar o que sempre fiz: a unidade partidária.

Passados estes momentos críticos, tenho certeza de que o País terá tranquilidade para crescer e consolidar as conquistas sociais. Finalmente, sei que a senhora não tem confiança em mim e no PMDB hoje e não terá amanhã.

Lamento, mas esta é a minha convicção.



Para Gilberto Gil, processo de impeachment é “delírio político”

8 de Dezembro de 2015, 11:56, por Jornal Correio do Brasil » Política Arquivo | Jornal Correio do Brasil

Por Redação, com Vermelho – de Brasília:

O cantor, compositor e ex-ministro da Cultura Gilberto Gil criticou nesta segunda-feira o processo de impeachment aberto na Câmara dos Deputados contra a presidenta Dilma Rousseff. Segundo ele, neste momento, se vê no Brasil um exemplo de uma “aventura, um delírio político tentando legitimar uma aventura jurídica com o pedido de impeachment da presidente”.

Gilberto Gil disse, ainda, esperar que a sociedade brasileira se manifeste contra o impedimento de Dilma Rousseff.

Gilberto Gil
O cantor disse esperar que a sociedade brasileira se manifeste contra o impedimento de Dilma

– É uma coisa que está ficando cada vez mais clara e espero que fique suficientemente clara para a sociedade brasileira, no sentido que a sociedade brasileira tenha a capacidade de se manifestar definitivamente contra essa tentativa de impedimento da presidenta – disse.

Ele afirmou ainda que não se sente capacitado para o exercício da política e classificou de uma contribuição passageira a experiência que teve no campo político quando ocupou os cargos de secretário de Cultura da Bahia e, depois, de ministro da Cultura durante o governo Lula. Gil disse que essa contribuição se deu mais na gestão da questão pública, no sentido de conceber e dirigir à população políticas públicas e refletir as necessidades delas.

– Se fosse para fazer uma contribuição no campo da política, possivelmente, não teria assumido as responsabilidades que assumi tanto na Secretaria de Cultura da Bahia como no Ministério da Cultura, porque não me sinto capacitado, não me sinto apto, não tenho talento para o exercício da política -disse.

– Não tenho apetite político para vivenciar a vida política da maneira que a política se estabeleceu nestes últimos quadrantes – acrescentou.

Para o ex-ministro, a política se não foi sempre assim, pelo menos de um tempo para cá, passou a ser um sistema subsidiário de grandes jogos de interesses em outros campos, especialmente, da vida material, dos interesses da produção e na distribuição de bens.

– A política tem se reduzido cada vez mais a esses interesses confinados em certos setores e certos âmbitos. A capacidade da política pensar em uma aventura maior que inclua a visão 360 graus da vida, de toda a sociedade, em todo o tempo, isso é uma questão cada vez mais complicada e difícil – avaliou.

Gil participou, no Circo Voador, no centro do Rio, do debate Aventuras Políticas do Século 21, incluído na programação do projeto Emergências realizado pelo Ministério da Cultura, por meio da Secretaria da Cidadania e da Diversidade Cultural (SCDC). Após o debate, ele fez houve um show musical.



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