Evento ensina usuários sem experiência a usar criptografia
21 de Novembro de 2013, 7:00 - sem comentários aindaA primeira edição da CryptoParty São Paulo ocorrerá no último sábado deste mês, dia 30 de novembro, das 9h30 às 19h00. A CryptoParty (ou CriptoFesta) é um evento gratuito e aberto ao público para aprender como usar ferramentas básicas de criptografia para dar maior segurança à sua comunicação. O objetivo dos organizadores é incentivar a criação e disseminação de uma cultura de defesa da privacidade entre as pessoas que utilizam a Internet.
Os participantes poderão, em um formato (meio) descontraído, assistir palestras sobre segurança da informação e privacidade, discutir o tema e também conhecer as ferramentas de proteção contra a vigilância praticada por empresas e governos.
A cada nova revelação do WikiLeaks e de Edward Snowden ficamos apavorados e preocupados com a ameaça do controle e da vigilância. Então é necessário não só lutar politicamente contra novas leis e práticas de vigilância, mas também torná-la tecnicamente impossível. “O universo acredita na criptografia”, escreveu Julian Assange, fundador do Wikileaks, da embaixada do Equador em Londres, uma vez que “é mais fácil criptografar informações do que descriptografá-las”. Se a política falhar (e não estamos num momento muito otimista), a criptografia poderá ser a nossa última esperança contra o domínio das grandes empresas e governos.
A CryptoParty é uma iniciativa global e descentralizada para apresentar softwares de criptografia e explicar seus conceitos para o público em geral. Portanto, não é necessário conhecimento prévio sobre o assunto para participar. A CryptoParty São Paulo está sendo organizada, desde o início de outubro, pela Actantes, entidade de defesa da privacidade e liberdade na rede, pelo Grupo de Trabalho “Segurança e Privacidade” da rede social livre Saravea[4] e por colaboradores individuais.
A programação do dia começará às 9h30 e terminará às 19h e contará com a realização de oficinas (tutoriais), mesas de debate e desconferências (palestras relâmpago). O anonimato da rede Tor, chave pública de criptografia (GPG) e OTR (Off The Record) são algumas das ferramentas a serem apresentadas e discutidas durante a festa.
No final da tarde, às 17h, o criptógrafo e professor da UNB, Pedro Rezende fará uma palestra mostrando os riscos da biometria para as sociedades democráticas. Falará também da urna eletrônica brasileira, desmistificando o discurso de segurança impecável e mostrando seus pontos obscuros e falhas.
Além disso, durante o dia inteiro teremos um Install Fest (festival de instalação) do sistema operacional GNU/Linux Debian. A CryptoParty adota o software livre como marco zero na discussão de segurança. Nós não confiamos em softwares proprietários, isto é, em programas que não nós permitem observar, auditar, modificar e compartilhar o código fonte. A programação completa pode ser vista no site ou através do hidden service do Tor.
Cryptoparty Brasil 2013
Onde: Rua Minas Gerais, 181 – Consolação – São Paulo/SP – Próximo ao metro Paulista e Consolação.
Quando: 30 de novembro, das 9h30 às 19h
Informações: contato@cryptoparty.inf.br
Com informações de ARede e CryptoParty.
Votação do Marco Civil da Internet adiada mais uma vez
20 de Novembro de 2013, 10:57 - sem comentários aindaA votação do Marco Civil da Internet é novamente adiada nesta terça-feira (19), mantendo a pauta da Câmara trancada. A justificativa, novamente, é a falta de acordo. Mas hoje no final da tarde, a presidente Dilma Rousseff reúne o conselho político com o objetivo de obter o apoio das lideranças da base do governo na Câmara dos Deputados e no Senado Federal, além dos presidentes das siglas aliadas para evitar a aprovação de projetos de lei sem a respectiva previsão de receitas.
Os seguidos adiamentos da votação do Marco Civil da Internet garantem a protelação da apreciação desses projetos de leis, considerados “bombas” para o Palácio do Planalto. Na reunião da bancada do governo, na manhã desta terça-feira, foi confirmada a falta de acordo sobre o texto. “Ainda há uma insegurança sobre os possíveis abusos que podem ser cometidos pela rede e os danos à imagem das pessoas, por isso o tema ainda será mais debatido”, disse o deputado Sibá Machado (PT-AC).
A reunião da bancada de lideranças da base contou com a participação da ministra das Relações Institucionais, Ideli Salvatti, e do secretário executivo da Fazenda Dyogo de Oliveira, que salientaram os prejuízos ao país, caso as matérias como as que criam pisos nacionais para determinadas categorias, como policiais militares e bombeiros além dos agentes comunitários de saúde e endemias.
Como resultado, os parlamentares afirmaram que dariam apoio apenas à votação dos vetos presidenciais. A votação do projeto de Lei de Diretrizes Orçamentárias (LDO), por sua vez, deverá ficar para amanhã às 11 horas.
A bancada do PMDB, que deveria se reunir hoje, também adiou para esta quarta-feira (20) o encontro para discutir votações. Ontem à noite, o líder do partido na Câmara, deputado Eduardo Cunha (RJ), disse no programa de TV Record News, que não pode aceitar o conceito de neutralidade da rede e da obrigatoriedade de instalação de data center no país por provedores de conteúdo. “São medidas que trazem aumento de custos tanto para consumidores como para empresas”, afirmou.
Em conversa com o Tele.Síntese, o deputado disse aguardar uma proposta do governo, para que se consiga votar o Marco Civil da internet ainda este ano.
Com informações de Tele.Síntese.
Pesquisa demonstra que mundo virtual torna jovem mais participativo em aula
20 de Novembro de 2013, 10:55 - sem comentários aindaNão há, certamente, ninguém, com mínimo espírito crítico, que a partir de certo momento da vida escolar não se tenha perguntado: “Para que estou aprendendo isso? O que isso tem a ver comigo?” As novas tecnologias e seus apelos cada vez maiores tornam esses questionamentos recorrentes, agravados hoje pela inquietação e impaciência dos jovens. Talvez, associem a escola a uma diligência que perdeu os cavalos e segue por áridos descaminhos impulsionada pela inércia, carregando giz e quadro negro.
Depois de licenciada em Letras, Melina Aparecida Custodio foi à sala de aula dedicando-se ao ensino de gramática e produção de textos em várias escolas privadas que adotam sistemas de ensino. Passou a incomodá-la a postura de espectador dos alunos que simplesmente recebiam o conhecimento, o registravam e não sabiam o que fazer com ele. A vaga promessa de que no futuro serviria para alguma coisa, que cairia no vestibular, soava distante.
Resulta daí um grande contingente de alunos desinteressados, mesmo porque grande parte das informações passadas em sala e abordadas nas diversas apostilas é facilmente encontrada na internet. São circunstâncias que geram em sala tédio, conversas, indisciplinas e tentativas de uso do celular, mesmo proibido por lei, como fuga do que se tornou enfadonho.
Preocupada e disposta a mudar esse quadro, Melina voltou ao Instituto de Estudos da Linguagem (IEL) da Unicamp para cursar pós-graduação no Departamento de Linguística Aplicada, em que atuam professores especializados no ensino de língua materna. Lá se discutiam, entre outras, questões relacionadas às culturas da juventude, ao uso de novas tecnologias no ensino de línguas, embora os caminhos a serem percorridos não estivessem ainda totalmente pavimentados. Orientada pela professora Roxane Rojo, ela se propôs a estabelecer os possíveis diálogos entre produção escrita na escola, novas tecnologias e culturas da juventude, em investigação que culminou em sua dissertação de mestrado.
Ao constatar que a cultura dos jovens provinha essencialmente do mundo virtual, Melina teve a ideia de pesquisar possibilidades e implicações de sua utilização na escola. Partiu, então, para um trabalho diagnóstico. Procurou verificar o que os alunos realizavam com grande motivação no mundo virtual e a que situações a escola os submetia para tentar motivá-los a aprender o conteúdo que se propunha a ensinar. Essencialmente, ela pretendia descobrir o que os motivava a produzir na internet e por que não o faziam em sala de aula, em que angustiados, descambavam para a indisciplina, fenômeno recorrente na escola de hoje.
Ela partia da crença de que era preciso fazer os alunos se apaixonarem pelo conteúdo de modo a se mostrarem motivados a perceberem o significado do que estavam aprendendo. “Para que isso ocorra não se pode tratar o aluno como mero espectador, despejando conhecimento e informações a que ele já tem acesso através da internet. Claro que estou considerando a realidade de uma região em que a maioria dos alunos tanto das escolas privadas quanto públicas dispõem da web”, pondera.
Caminhos
Depois de ter diagnosticado as atividades de seus alunos na internet, Melina se propôs a determinar como essas vivências poderiam ser aproveitadas na sala de aula. Portanto, seu trabalho teve como principal objetivo compreender possíveis relações entre as práticas letradas de jovens no espaço virtual e a influência desse repertório na produção colaborativa de texto escrito e, assim, inferir quais ganhos a exploração dessas relações podem trazer ao ensino-aprendizado da escrita na escola.
Em seu estudo de caso, baseado em um grupo de alunos do oitavo ano do segundo ciclo do ensino fundamental, em escola privada da cidade de Campinas, SP, utilizou uma proposta de produção colaborativa digital, do gênero tragédia.
A atividade foi estruturada de forma a lhe permitir analisar durante o seu desenvolvimento os registros gerados e decorrentes – através da ferramenta digital Google Docs, conectada à internet –, de práticas colaborativas de escrita de grupos de cinco alunos. A colaboratividade estava garantida através de uma atividade conjunta, para a produção de um texto, utilizando uma ferramenta virtual que não exige que os participantes precisem trabalhar ao mesmo tempo e no mesmo lugar.
Basta que um dos componentes do grupo inicie o processo para que todos os demais participantes entrem e comentem, modifiquem, sugiram alterações e melhoras. Resulta um trabalho conjunto à distância, em que as várias etapas do procedimento, do início à conclusão, possam ser acompanhadas pelo professor.
A tarefa proposta assentou-se sobre uma abordagem prevista no planejamento da escola, baseada na leitura de texto que faz parte da cultura valorizada, a tragédia de Hamlet, em Rei Lear, de Shakespeare, sobre o qual rotineiramente deveria ser produzido um texto em sala. Procedida a apresentação e discussão de trechos dessa tragédia, a professora propôs que cada grupo produzisse livremente outra tragédia, mas ligada às suas vidas, às realidades que estavam vivendo, mobilizando para tanto elementos provenientes de suas culturas.
Com efeito, nas orientações impressas entregues aos alunos lê-se: “A tragédia a ser produzida deverá abordar um tema de interesse do seu grupo, explorar recursos e assuntos com os quais nem os gregos (referência à tragédia grega também estudada) nem Shakespeare sonharam”.
Portanto, os alunos podiam produzir a tragédia não só a partir dos conhecimentos adquiridos na escola, mas foram instigados a utilizar repertórios, não valorizados pela escola, mas que fazem parte dos seus universos: letras de música, videogames, histórias em quadrinhos de estilo japonês, os mangás, animações produzidas no Japão, os animês.
Ao final de um bimestre, resultou um trabalho muito rico, com participações e envolvimentos dos alunos, como se pode depreender da leitura dos textos reproduzidos nos anexos da dissertação. O resultado obtido não encontra paralelo nos trabalhos realizados rotineira e individualmente na sala de aula, em que o aluno dispõe de tempo limitado para elaborar um texto em que suas vivências culturais não são solicitadas.
Consequências
Ao serem motivados a utilizarem textos das várias mídias que frequentam e abordam temas relacionados às suas vidas, os alunos sentem resgatadas e valorizadas suas vivências fora da escola e sua essência humana. Nesse processo, a literatura valorizada e o conteúdo programático continuam utilizados, mas de forma diferente. “Ao fazer o aluno compreender a importância dos seus conhecimentos e vivências e como eles podem ser utilizados na escola, propicia-se o despertar de uma paixão. A partir desse sentimento, ele se sente motivado a ir à escola, a trabalhar, a mostrar o que sabe e revela-se produtivo e criativo. É o que se quer desenvolver no jovem hoje: participação na sociedade, no mundo do trabalho com atitudes éticas, cívicas e proativas”, diz a pesquisadora, com entusiasmo.
As mudanças de atitudes emergem quando os próprios alunos assumem o papel do professor manifestando irritação por erros dos colegas, como os relacionados à norma culta da língua. E manifestam cuidados mútuos em relação às suas escritas, retomando regras que pareciam ter sido ensinadas em vão na sala de aula para justificar correções no texto.
À medida que ocorre a produção do texto, links remetem ao material consultado e que serviu de base para sua elaboração, o que permitia que a professora se inteirasse dos gêneros textuais que os interessavam. A partir deles, ela explorou relações com os conteúdos a serem ensinados em sala de aula para que, partindo daquilo que fazia sentido a eles, pudesse conduzi-los ao aprendizado esperado.
Valendo-se então da motivação despertada, Melina estabeleceu um diálogo entre os interesses dos alunos e os objetivos da escola que, no seu caso, eram os conteúdos gramaticais e o trabalho com gêneros valorizados da literatura. Concretizado esse diálogo, a professora observou o aumento da autoestima e grande melhora na disciplina, reações que ela atribui ao fato de os alunos não se sentirem mais apenas espectadores, mas também produtores que tinham encontrado a oportunidade de utilizar seus conhecimentos. E mais, a disciplina de redação não se reduziu à apresentação de textos de livros ou jornais, em cuja qualidade deveriam se espelhar. Fato que muitas vezes contribuía para lhes rebaixar a autoestima, pois criavam expectativas absurdas: elaborar individualmente em folha avulsa, em 50 minutos, textos semelhantes àqueles que foram produzidos por profissionais em maior intervalo de tempo e revisados por colaboradores, tal como ocorre na rotina de jornais e editoras.
A conclusão da pesquisadora é a de que o conhecimento individualizado, hierarquizado, não motiva o aluno, não desperta paixão, não leva a uma postura proativa, não atrai e em boa parte dos casos gera indisciplina. Diante da percepção de que os jovens lidam na internet, no seu dia a dia, de forma muito interativa, com gêneros que têm muito a ver com o gênero narrativo trabalhado na escola, que envolve igualmente ficção cientifica e o fantástico, ela decidiu-se por utilizar colaborativamente habilidades e conhecimentos que fazem parte de seus universos para a produção de textos que remetem aos conteúdos valorizados na escola.
Em sua dissertação, Melina chama a atenção para a extrema importância da valorização das coleções dos alunos na garantia do aprendizado efetivo, sem escamotear as questões sociais e culturais imbricadas nos mais diversos usos da linguagem. Considera essa abordagem bastante diferente daquelas sedimentadas na escola que ensinam os gêneros pelos gêneros, sem que os alunos saibam os contextos em que ocorrem e com quais propósitos.
Para ela “vem bem a propósito a discussão do papel do professor, que frente a esse panorama, não pode mais ter sua função reduzida à transmissão de informações. A ele são lançados os desafios de conhecer as vivências culturais de seus alunos, construir projetos de trabalho que os insiram em práticas autênticas de produção de conhecimento, preparando-os para práticas bem-sucedidas de participação nas múltiplas maneiras de ser humano”.
Com informações de Jornal da Unicamp.
Marco Civil: governo insiste em data center no país e admite negociar custos
20 de Novembro de 2013, 10:52 - sem comentários aindaO ministro das Comunicações, Paulo Bernardo, disse, nesta segunda-feira (18), que o governo mantém o intuito de incluir a proposta de armazenamento de dados no Brasil no Marco Civil da Internet, apesar das críticas. “Estamos fazendo um trabalho de convencimento, por meio dos ministros José Eduardo Cardozo (Justiça) e Ideli Salvati (Secretaria de Relações Institucionais), mas a bola está com o Congresso Nacional”, disse, sem querer fazer previsões sobre a votação da matéria.
Bernardo disse que as críticas à proposta vêm de empresas que têm data centers no exterior. “Nós achamos que é tecnicamente razoável e politicamente também porque não achamos justificável de forma alguma que uma grande empresa de tecnologia diga que não pode eventualmente fornecer para justiça dados solicitados na forma da lei e da
constituição porque os dados estão armazenados nos Estados Unidos”, afirmou.
O ministro disse que a negativa é ainda menos justificável quando a empresa afirma que a definição do local onde o armazenamento ocorre se dá em função de algoritmos matemáticos definidos pelos técnicos da empresa. “Ou seja, se é isso mesmo, eles deram uma declaração falsa ao STJ”, ressaltou.
Para Bernardo, é preciso discutir essa questão mais a fundo e se o problema é apenas custos, o governo está aberto a negociações. “Nós não queremos imputar custos altos às empresas. O governo já abriu mão de tributos federais, que não vão incidir sobre os equipamentos e sobre a construção de data Center”, afirmou. Mas admitiu que essa
proposta pode ser barrada pelos parlamentares.
“Há ainda outro ponto em debate, de aumentar o tempo de guarda de logs, de 1 para 5 anos, que vai incrementar a necessidade de armazenamento, de investimentos em data centers”, salientou.
Fórum de Governança na Internet
Os comentários foram feitos hoje durante entrevista coletiva realizada para anunciar a data de evento mundial de governança na internet, a ser realizado no Brasil em 23 e 24 de abril em 2014. Os debates sobre o futuro da governança da internet terão participação de todos os países interessados e com as atuais organizações que cuidam da administração da rede mundial, com a ICANN, o IGF e IETF, além da sociedade civil e academia.
O anúncio foi feito nesta segunda-feira (18) pelos ministros das Comunicações; da Ciência Tecnologia e Inovação, Marco Antonio Raupp; e das Relações Exteriores, Luiz Alberto Figueiredo. Bernardo disse que princípios do Marco Civil da Internet, que tramita na Câmara, podem servir de exemplo, mas acredita que será possível avançar mais. Ele ressaltou, entretanto, que alguns pontos da administração da rede mundial terão que continuar com o terceiro setor, como o é feito hoje, como protocolo de navegação, as questões de domínios, várias definições técnicas.
De acordo com o secretário de Política de Informática do MCTI, Virgílio de Almeida, o objetivo é construir uma lista de princípios globais que sejam aceitos pelos vários setores representativos, a exemplo de decálogo do Comitê Gestor da Internet no Brasil (CGI.br).
O segundo resultado importante seria a construção de uma arquitetura que reunindo os organismos atuais, encontre uma forma de tratar de assuntos que cada vez mais se tornam mais importantes, como a questão da privacidade e dos direitos humanos, que ganharam novo destaque após as denúncias de espionagem da agência nacional de segurança dos Estados Unidos (NSA, na sigla em inglês).
“O Brasil trabalhará com outros países e entidades para elaborar textos de referências a serem debatidos durante o evento, que poderão trazer modelos dessa nova arquitetura”, disse. Para Almeida, a experiência do país com a governança multissetorial que existe desde 1995, com a criação do CGI.br, terá um papel muito importante. “É um processo de construção”, afirmou. Ele assegurou que o novo organismo não trará regras indesejadas para internet. “O foco é a proteção dos direitos do cidadão”, salientou.
Para o ministro Luiz Alberto Figueiredo, atualmente não existe norma alguma, questões como essas caem no vazio, então é preciso criar regras mais democráticas possíveis no sentido mais amplo, que possam estabelecer comportamentos dos atores governamentais e de outros atores, para proteção do cidadão e das empresas. Sobre os crimes cibernéticos, Figueiredo adiantou que está em negociação uma convenção internacional para o combate a esses ilícitos, que determinará quem julga, que tipo de sanção será aplicado, enfim, toda a normativa que dependa de governo. Mas governança da internet não depende apenas do governo.
O evento deve acontecer provavelmente nos dias 23 e 24 de abril do próximo ano, quando acontece no Brasil a reunião dos Brics. O evento deveria ser detalhado hoje em videoconferência com o presidente da ICANN, mas houve problemas no link.
Com informações de Tele.Síntese.
Conferência Web.br encerra com concurso Web’s Got Talent
20 de Novembro de 2013, 10:13 - sem comentários aindaA 5ª edição da Web W3C Brasil (Web.br 2013) foi encerrada com o Web’s Got Talent, que destacou iniciativas empreendedoras e diferenciadas na Web. O concurso buscou valorizar projetos que seguem os padrões abertos e de acessibilidade criados e disseminados pelo W3C.
O concurso Web’s Got Talent foi o principal destaque do fechamento do evento. A iniciativa recebeu a inscrição de 56 projetos e foram selecionadas as melhores aplicações de promoção ao empreendedorismo e acessibilidade à web e seguindo os padrões do W3C. A seleção se deu pelos jurados Bob Wolheim (YouPix), Mauro Segura (IBM), Ana Brambilla (Editora Globo), Amyris Fernandes (ph.D. em Design de Interação), Martha Gabriel (consultora em Marketing) e Manoel Lemos (Editora Abril). A apresentação do concurso foi feita pelo professor de Marketing Digital Edney Souza, conhecido pelo apelido Interney.
O vencedor entre cinco projetos finalistas foi o aplicativo Arte Fora do Museu, que mapeia arte de rua em cerca de 100 cidades dentro e fora do Brasil. Apresentado pela dupla de jornalistas André Deak e Felipe Lavignatti, o projeto teve início em 2011 e ainda busca uma forma sustentável de financiamento. “Nosso site é também mobile e hoje as pessoas podem atualizá-lo em um mapa, de maneira totalmente colaborativa. A iniciativa é um esforço de memória, especialmente porque alguns grafites depois de algum tempo, são apagados”, explicou Deak. O projeto ganhou uma viagem à sede do W3C no MIT em Cambridge, nos Estados Unidos.
Em quinto lugar ficou o aplicativo U.sit http://usitapp.com/, criado para fazer a gestão de filas em restaurantes. Em quarto, o Code Freelas https://codefreelas.com, um aplicativo para gestão das atividades de profissionais freelancers. O terceiro colocado foi o Loggi https://www.loggi.com/, de logística para motoboys. Já o segundo colocado foi o ProDeaf http://www.prodeaf.net/, criado para traduzir textos em Português para a Libras, a Língua Brasileira de Sinais.
Demais atividades do último dia da Conferência
Mais cedo, na abertura do segundo dia da Conferência, o principal palestrante foi o diretor-executivo da jQuery Foundation, Kris Borchers, que falou principalmente sobre padrões abertos para melhoria da Internet.
Borchers traçou um perfil da jQuery Foundation, assim como de seus serviços na Web. “A jQuery não tem fins lucrativos e a maioria do dinheiro envolvido serve para manter nossas bibliotecas de JavaScript ativas. O objetivo é desenvolver uma Web aberta. Não há royalties em nossas iniciativas. Em jQuery, você nunca terá que pagar para usar”, explicou Borchers.
A Conferência também exibiu o computador Rapsberry Pi, que integra todo seu hardware em uma placa com o tamanho de um cartão de crédito. “Trouxemos o Rapsberry com objetivo de disponibilizar um novo tipo de dispositivo para utilização dos participantes no evento, possibilitando que eles façam coisas incríveis. O computador foi conectado a um drone, que funcionou com uma ferramenta de JavaScript”, explicou Reinaldo Ferraz, especialista em desenvolvimento Web do W3C Brasil, lembrando da palestra de Daniel Filho na conferência.
O Rapsberry Pi possui um sistema operacional próprio, com interface gráfica facilmente programável e opera apenas com um cartão de memória SD, que é usado em câmeras digitais. “Eu testei o Rapsberry Pi para Robótica. Ele pode fazer comandos pela Internet, manipulando motores e sensores para acender e apagar lâmpadas e também pode funcionar ainda como um media center ou como um servidor de arquivos.”, disse Igor Isaias Banlian, do V Hacker Clube contando ainda que um desenvolvedor chegou a fazer um fliperama caseiro com o Rapsberry.
A Conferência promoveu ainda uma mesa sobre Digital Publishing na criação de e-books e na imprensa, mediada pelo jornalista Gustavo Faleiros. Rafael Kenski, editor de websites das publicações segmentadas da Editora Abril, foi um dos palestrantes e falou sobre sua experiência profissional. “Minha luta diária é pensar os sites de forma diferente do modelo fisico, tentando convencer as pessoas na empresa a entregarem um produto essencialmente diferente, que pode agregar games e outras plataformas interativas sem apostar na reportagem tradicional”, afirmou.
Kensi disse ainda ver o jornalismo atual como uma prática open source, similar a um programa colaborativo feito a baixo custo.
José Fernando Tavares, diretor da Simplíssimo Livros, também participou do debate e, como exemplo de jornalismo que integra novas tecnologias, ele lembrou da reportagem Snow Fall, publicada pelo New York Times em 2012 com recursos de HTML5 (http://www.nytimes.com/projects/2012/snow-fall/).
Você pode ainda encontrar fotos da Conferência em: http://migre.me/gFSF3
Confira como foram as palestras e os debates do Web.br pelos canais sociais: https://www.facebook.com/W3CWebbr / https://twitter.com/w3cbrasil ou pela Hashtag #WebBR2013.
Com informações de W3C Brasil.