Festival de cinema ao ar livre exibirá 27 documentários sobre esporte e aventura
8 de Agosto de 2018, 14:33Inspirar, emocionar e estimular a reflexão das pessoas sobre a maneira que cada pessoa enxerga o mundo. Isso é o que pretende o Rocky Spirit, festival de filmes ao ar livre que chega a sua oitava edição nos dias 18 e 19 de agosto. Depois de uma programação intensa durante os dois dias, a partir das 19 horas, no Parque Villa-Lobos, em São Paulo, o público poderá assistir aos melhores documentários sobre aventura, esporte e vida ao ar livre produzidos recentemente no mundo, vindos diretamente do Telluride Mountainfilm Festival – considerado um dos mais prestigiados festivais de filmes do gênero dos Estados Unidos. Serão 27 filmes (sete nacionais e 20 internacionais) sobre diversos esportes, como mountain bike, surf, esqui e montanhismo, além de meio ambiente, vida ao ar livre e tudo o que faz parte do universo outdoor.
“Durante as duas noites, no Parque Villa-Lobos, serão projetados, em um telão de alta definição, seis horas de documentários de curta e média metragem. São filmes que trazem uma segunda camada sob as imagens alucinantes de aventura e vão muito além do esporte em si, da adrenalina”, diz Andrea Estevam, diretora-executiva e de conteúdo da editora Rocky Mountain, organizadora do evento, e diretora artística do festival.
Para completar a experiência, haverá bate-papos com os diretores e protagonistas dos filmes nacionais, possibilitando a interação do público, que poderá fazer perguntas e debater assuntos relacionados ao filme.
Entre os destaques deste ano estão “Três Mulheres e uma Montanha”, dirigido por Marco Campos, que mostra gerações de mulheres de uma mesma família intrinsicamente ligadas ao Parque Nacional do Itatiaia, no Rio de Janeiro; “Via Cruxis”, uma animação dirigida pelo espanhol Ignasi López; “A Onda da Pedra D’Água”, sobre a primeira geração de surfistas a desbravar as hoje famosas ondas de Trindade; “The Frenchy”, que apresenta um francês de 82 anos, que segue pedalando e esquiando nas montanhas do Colorado; e “Pindorama”, sobre uma família brasileira que se lançou em uma viagem de bike pela costa da Bahia.
A programação completa está disponível no site www.rockyspirit.com.br
Abaixo, sinopse dos filmes confirmados
A ONDA DA PEDRA D’ÁGUA
Brasil, 2018
Direção: Caio Antunes e Laurent Refalo
O documentário conta a história da descoberta da onda do Cepilho, em Trindade (Paraty, SP), por meio de depoimentos e materiais de acervo da primeira geração de surfistas que exploraram a região, nos anos 1970. “A Onda da Pedra D’Água” explora as características e pricipais lembranças desse grupo que ajudou a desenvolver o surf no Estado de São Paulo.
BRASIL RAIZ
Brasil, 2018
Direção: Otávio Lino e Marcio Sanchez
A bordo de um carro antigo, Otávio Lino e Marcio Sanchez vão em busca de personagens regionais brasileiros que fizeram do turismo comunitário uma forma de preservar suas raízes, para ouvir o que eles têm a contar sobre suas origens. Ao longo de oito meses e 24.000 km de viagem, encontram paisagens surpreendentes e muitas aventuras, e trazem um panorama das culturas e paisagens do interior de um país de tamanho continental.
ESCAPE
Canadá, 2018
Direção: Anjali Nayar
Há algo gloriosamente incongruente – e quase incompreensível – sobre um DJ ruandês, avesso ao risco, não-atlético, que encontra o verdadeiro significado de sua vida pedalando pelo Canadá até a costa congelada do Mar Ártico em uma tentativa de quebrar o recorde da maior viagem de bicicleta de pinhão fixo. No decorrer dessa improvável aventura, o protagonista, Jean-Aime Bigirimana, também descobre que a verdade sobre escapar não é tão definida como, digamos, sua silhueta de elastano contra a fria paisagem de neve canadense.
GUANACO
Brasil, 2017
Direção: Pedro McCardell
O explorador Pedro McCardell registra sua expedição de São Paulo à Patagônia, em solitário, a bordo de uma motocicleta. Durante a aventura, documenta pequenas histórias de viajantes de todo o mundo – histórias essas que se entrelaçam com o resgate de um animal entre a vida e a morte.
HAYLEY: 90 SECONDS ON FEAR
Suécia, 2017
Direção: Stian Smestad
“Não posso ter medo. O medo é o assassino da mente. Medo é a pequena morte que causa o bloqueio total. Enfrentarei meu medo." Esse é o mantra de Hayley Ashburn enquanto caminha por uma highline de 70 metros de altura entre paredes rochosas no frio das Dolomitas.
HOME TRAILS
Inglaterra, 2018
Direção: Stu Thomson
Um escocês e um suíço se encontram em uma trilha… o que parece o começo de uma piada ruim é na verdade o começo de uma aventura épica. “Home Trails” mostra o que realmente aconteceu quando os pros do mountain bike Danny MacAskill (o escocês) e Claudio Caluori (o suíço) decidiram pedalar juntos no Cantão dos Grisões, na Suíça – região alpine com a maior concentração de trilhas em uma area tão pequena. Nenhum cume era muito alto, nenhuma trilha era muito íngreme, nenhuma garganta era muito profunda.
IMAGINATION: TOM WALLISCH
Canadá, 2017
Direção: Dave Mossop
Do entediante banco de trás do carro dos pais, um jovem esquiador vê os montes de neve e os telhados inclinados que passam pela janela e imagina pistas urbanas de esqui. Seu devaneio ganha vida quando o esquiador Tom Wallisch voa sobre latas de lixo e desce escadarias e corrimãos em Nelson, na Columbia Britânica, com faíscas voando quando seus esquis encontram asfalto. “Imagination” é uma prova que, com um pouco de neve e criatividade, tudo é possível.
INTERSECTION: MICAYLA GATTO
Canadá, 2017
Direção: Lacy Kemp
A mountain biker profissional e artista plástica Micayla Gatto recria em suas pinturas as vistas arrebatadoras das serras que ela percorre em sua bicicleta. Pedalar pelas trilhas e usar o pincel na tela permitem a Micayla atingir o fluxo mágico de energia, onde ela existe completa e feliz no presente. Intersection nos leva para dentro do vibrante espaço onde artista e atleta se unem, enquanto Micayla pedala através de sua arte com um toque de cor.
LIFE COACH
EUA, 2017
Direção: Renan Ozturk, Taylor Rees
O escalador e cineasta Renan Ozturk faz a peregrinação para a paisagem denteada e agressiva da Geleira Ruth, no Alasca, todos os anos. Desta vez, ele e o colega escalador Alex Honnold estão de olho em uma bela linha no Monte Dickey. Mas o tempo é horrendo. Então, em vez disso, eles acabam sentados na barraca, falando da vida. O que se desenrola não é o típico filme de escalada, mas sim uma tocante análise de grandes questões da vida.
MULHERES SÃO MONTANHAS
Brasil, 2018
Direção: Renata Calmon
“Mulheres São Montanhas” é uma janela para a vida das escaladoras Mônica Filipini e Danielle Pinto na pacata cidade de São Bento do Sapucaí, no interior de São Paulo, lidando com a maternidade e as atividas domésticas e curtindo a grande paixão pelas montanhas. Com lirismo, o filme dá visibilidade à escalada tradicional feminina brasileira (um esporte ainda tradicionalmente masculino no país) e investiga as motivações dessas duas mulheres a se arriscarem nas rochas.
NATURAL PLAYGROUND
França, 2017
Direção: Benjamin Leclair
Benjamin Leclair aproveita ao máximo uma situação ruim, percorrendo as ruas inundadas de Paris num wakeboard. A filmagem aérea deslumbrante dá uma aparência muito melhor do que o provável cheiro.
NEON
EUA, 2018
Direção: Brett Novak
O trabalho do diretor norte-americano Brett Novak já esteve no Rocky Spirit mais de uma vez. Brett volta sempre porque seus filmes conseguem mostrar sua modalidade favorita, o skate, de uma forma única e surpreendente. Em “Neon”, ele cria uma espécie de Copa do Mundo intergerações do freestyle colocando três dos maiores feras do esporte na atualidade – o canadense Andy Anderson, 22 anos, o japonês Isamu Yamamoto, de 15 anos e o espanhol Kilian Martin, 31 anos – para dançar.
PINDORAMA
Brasil, 2018
Direção: Fernando Biagioni
De volta às origens, Pindorama é uma expedição à terra sem males. Foram os encontros nessas terras que viriam a modelar uma nação. Mais de 500 anos depois, de bicicleta, a expedição de Fernando Biagioni e sua família percorre o trecho do litoral do Brasil hoje conhecido como Costa do Descobrimento. Se, para muitos, viajar pela Bahia é visitar o imaginário de desbravamento do mundo novo, para eles essa foi uma viagem ao que restou de Pindorama.
ROGUE ELEMENTS
EUA, 2017
Direção: Todd Jones, Steve Jones
Direito de passagem para qualquer esquiador de Jackson Hole, o Couloir de Corbet é conquistado aqui não em duas tábuas, mas em duas rodas.
RJ RIPPER
Nepal, 2018
Direção: Joey Schusler, Aidan Haley
Rajesh Magar sempre foi obcecado por bikes, desde pequeno, em Kathmandu, Nepal. Sendo filho de pedreiro e empregada doméstica, no entanto, uma bicicleta não era artigo fácil de conseguir. Incansável, ele construiu uma – um Frankenstein desajeitado, mas era uma mountain bike. Ele começou a competir, e seu foco e talento natural foram notados, e ele acabou trabalhando como guia de mountain bike e trilhando o caminho para provas profissionais. Hoje, o campeão nepalês é a prova viva de que vale a pena lutar pela sua paixão, não importa o quão impossível pareça.
SECRET WAVES
Inglaterra, 2017
Direção: Tom Cockram
O diretor Tom Cockram viajou à Islândia para um filme sobre o local Ingo Olsen, um surfista apaixonado há mais de 20 anos. Durante uma semana, eles viajaram pela ilha procurando boas ondas ao longo da costa selvagem e compartilhando histórias e a paixão pelo mar. Graças à posição única da ilha e às 20 horas de luz do sol, os dois descobriram novos picos e surfaram noite adentro. O potencial desta ilha exposta e isolada para o esporte é incrível e ainda inexplorado – mas Ingo guarda seus picos secretos com zelo.
STUMPED
EUA, 2017
Direção: Cedar Wright, Taylor Keating
"Não quero ser boa para uma garota, não quero ser boa para alguém que só tem uma das mãos, eu quero ser boa, ponto final." Esta é Maureen Beck, escaladora. Nascida sem o antebraço esquerdo, Maureen escala boulders negativos, voa em 5.12s e ganha competições. Mas ela não está aí para ser exemplo, ignorando o clichê de atletas com deficiência. “Não escalamos para sermos especiais, não escalamos para ganhar prêmios bobos. Escalamos porque amamos escalar, como todo mundo.” Alimentada por esse amor, ela tem uma meta ambiciosa.
SURF THE LINE
França, 2017
Direção: Jérémy Frey
Os Franceses Voadores estão de volta, e desta vez surfando uma highline de mais de 600 metros nas Montanhas Vercors, na França – descendo a 80 quilômetros por hora e rindo histericamente durante todo o percurso.
THE FRENCHY
EUA, 2018
Direção: Michelle Smith
Jaques Houot, de 82 anos, pode ter encontrado a fonte da juventude. Francês vivendo em Carbondale, Colorado, atleta de esqui e mountain bike downhill, ciclista de estrada e romântico incorrigível, ele é a personalização da alegria de viver. Jaques passou perto de morrer umas vinte vezes, incluindo avalanches, câncer, acidentes de carro, ataque cardíaco e até tentativa de homicídio. Como sobrevivente, explica, ele tenta aproveitar cada dia que tem, rasgando as montanhas com seu bordão "No problem!" “Quando você ri, acrescenta uma hora extra à sua vida. Eu vou morrer muito velho, porque eu amo rir”, diz.
THE SPACE WITHIN
EUA, 2017
Direção: Frank Pickell
Passeando pelas piscinas de maré de uma praia tropical deserta, um menininho encontra um misterioso tesouro nas pedras e é rapidamente transportado para um mundo diferente, coberto de neve e lar de esquiadores que cravam linhas na neve profunda.
THE WOLF PACK
EUA, 2018
Direção: Nick Waggoner, Zac Ramras
No alto das montanhas de San Juan, sobre Silverton, Colorado, um grupo de corredores trota pelos campos, caminha sobre picos coloridos, embrenha-se pelas florestas e explora a paisagem acidentada de seu quintal. É a família Braford-Lefebvre – mãe, pai e três filhos –, que usaram a corrida como mecanismo de cura e uma ferramenta para ajudá-los a viver juntos. The Wolf Pack retrata a vida de uma família que vive da maneira certa: ao ar livre, pelas montanhas e na natureza.
TRÊS MULHERES E UMA MONTANHA
Brasil, 2018
Direção: Marco Campos
Um relato sobre três vidas – três gerações de mulheres de uma mesma família – intrinsicamente ligadas ao Parque Nacional do Itatiaia, no Rio de Janeiro. Cada uma a sua maneira, elas se conectam às montanhas desse parque para buscar sua essência.
VIA CRUXIS
Espanha, 2018
Direção: Ignasi López
Marcel e Andrezj são uma dupla lendária de escaladores, primeiros a conquistar alguns dos mais altos e difíceis picos. Apesar da diferença de temperamento, são um grande time. Marcel assumiu a liderança e a é o mais popular, enquanto Andrezj sempre ficou em Segundo plano. Agora os dois enfrentam seu maior desafio: alcançar o cume virgem da montanha mais alta. Para realizer isso, eles terão que supercar obstáculos terríveis, juntos.
WHY NOT NOW: VIVIAN STANCIL
EUA, 2017
Direção: Riley Hooper
Cega e com medo da água, Vivian Stancil aprendeu a nadar aos 48 anos. "Ouvi dizer que cegos não podem nadar", diz Vivian, e continua: "Ah, podem sim!" Duzentas e vinte e uma medalhas depois, com metade do seu peso inicial, Vivian continua nadando.
Serviço
ROCKY SPIRIT
Data: 18 e 19 de agosto
Endereço: Parque Villa-Lobos – Ilha Musical
Telefone: 3039-8200 (Rocky Mountain) / 2683-6302 (Parque)
Horário de Funcionamento: 10h às 22h
Capacidade: 5.000 pessoas por dia
Estacionamento: R$ 20,00
Facebook: /rockyspiritfest
Instagram: @rockyspiritfest
Acessibilidade/ Pet Friendly
O dono da voz
8 de Agosto de 2018, 9:52Carlos Motta
Lá se vão 20 anos que o síndico Tim Maia deixou este mundo para cantar no coro dos anjos. Felizmente ele nos legou uma obra de tanta beleza que parece que ainda esta por aí, em busca da perfeição.
Tim era, como se diz, um artista completo. Além de cantor excepcional, dos melhores e mais inovadores surgidos nesta terra, ainda compunha, fazia arranjos e tocava vários instrumentos com rara competência.
Um fenômeno. Ou um gênio, como queiram.
Suas gravações em estúdio são irretocáveis. Suas apresentações ao vivo, inesquecíveis.
Uma delas, provavelmente feita em 1994, depois de ser entrevistado por Jô Soares em seu programa, pode, facilmente, ser incluída no Olimpo das artes.
Tim canta, acompanhado pela sua banda, a Vitória Régia, "Voltou Clarear", dele, Cláudio Mazza e João Batista Martins, carro-chefe do CD homônimo que havia lançado.
Para surpresa do público, ele assume a bateria antes de soltar a voz - e que voz, que facilidade vai do grave ao falsete, que aula de interpretação!
Sei não, mas a maioria dos cantores de hoje teriam muito a aprender se, ao menos, ouvissem com atenção esse mestre.
Projeto Egberto 70 reúne big band e diversos solistas
7 de Agosto de 2018, 15:10Nos dias 22, 24 e 25 de agosto, o Centro Cultural Banco do Brasil São Paulo (Rua Álvares Penteado, 112, Centro, São Paulo) vai apresentar três grandes shows do projeto Egberto 70, dirigidos e regidos por Gaia Wilmer (na foto de Leo Aversa), com participações de diversos artistas: André Mehmari, Jaques Morelenbaum, Mauro Senise, Yamandú Costa, Gabriel Grossi, Ricardo Herz e Egberto Gismonti.
Na primeira apresentação, dia 22, o palco de Gaia Wilmer contará com a participação de Jaques Morelenbaum, Mauro Senise e o homenageado, Egberto Gismonti. No segundo dia, 24, os convidados serão Gabriel Grossi, Jaques Morelenbaum e Yamandú Costa. O projeto se encerra, no dia 25, com André Mehmari, Jaques Morelenbaum e Ricardo Herz. Em cada noite, Gaia apresentará arranjos inéditos para composições de Egberto escritos para sua big band, formada por 19 músicos de diferentes gerações e provenientes de diferentes regiões do Brasil, e seus convidados especiais.
“Egberto 70” homenageia os recém-completados 70 anos de idade do multi-instrumentista, compositor e arranjador. Egberto Gismonti é um dos músicos brasileiros mais destacados no cenário musical nacional e internacional e sua obra é um retrato da diversidade cultural brasileira. Nesse projeto, Gaia faz um tributo à obra do artista celebrando a beleza e a vitalidade de sua música e da cultura brasileira nela presente.
Pesquisadora e apaixonada pela obra de Egberto Gismonti, a compositora, arranjadora e saxofonista Gaia Wilmer é a idealizadora deste projeto, que lhe rendeu o prestigiado Prêmio DownBeat Award 2017, da revista especializada em jazz DownBeat, na categoria Melhor Arranjo Para Big Band. Natural do Sul do Brasil, Gaia reside em Boston, onde se formou em Jazz Composition pela Berklee College of Music e pelo New England Conservatory e onde vem se destacando como uma voz emergente do jazz contemporâneo e da música instrumental brasileira.
“A minha ligação com Egberto vem de tempos que eu nem me lembro quando. É um dos compositores que quando eu escuto algumas das músicas ou um dos discos, como ‘Circense’ ou o ‘Mágico’ me transporto automaticamente para minha infância” afirma Gaia, sobre sua admiração especial pelo multi-instrumentista.
Natural da cidade do Carmo, no Rio de Janeiro, na divisa com Minas Gerais, Egberto criou suas raízes musicais acompanhando o tio Edgar, mestre de banda na cidade. Descendente de pai árabe e mãe italiana, começou a estudar piano aos 6 anos e se dividia entre o romantismo e a dramaticidade da mãe italiana e a rigidez e disciplina do pai árabe, características que fazem parte até hoje de sua música. Após despontar no Festival Internacional da Canção de 1968, com a canção “O Sonho”, Egberto viajou para Europa e deu início a sua consagrada carreira. Com mais de 60 álbuns gravados e distribuídos ao redor do mundo, Egberto trabalha ativamente com trilhas para balé, cinema e teatro, compõe e arranja para diferentes formações, incluindo diversas orquestras ao redor do mundo, e se tornou um dos músicos mais respeitados no cenário internacional, tanto pelo seu virtuosismo pianístico e sua forte personalidade violonística quanto pelas diversas sonoridades exploradas em suas composições e arranjos.
As apresentações, todas dirigidas e regidas por Gaia Wilmer acompanhada de sua banda, trazem na primeira noite, na quarta, dia 22 de agosto, Mauro Senise, ao lado de Jaques Morelenbaum, e do próprio homenageado, Egberto Gismonti, com um espetáculo que promete ser dos mais especiais já realizados no Teatro do CCBB São Paulo.
Mauro Senise coleciona em sua trajetória de 15 projetos solo e três indicações ao Prêmio Latin Grammy Awards sendo vencedor em 2017 (na categoria Melhor Álbum de MPB com “Dos Navegantes”). Além de ter atuado como solista no Lincoln Center, em Nova Iorque, e em Amsterdã, com a Metropole Orkest. Jaques Morelembaum, em seus 44 anos de carreira musical, tomou parte em 772 álbuns, colaborando com gigantes da música brasileira. Com Egberto Gismonti, viajou o Brasil e o mundo para shows e gravações diversas, entre 1988 a 1993.
Além de Jaques Morelenbaum, Yamandú Costa e Gabriel Grossi são os convidados da segunda noite de “Egberto 70”, na sexta, 24 de agosto. Foi a convite do Circuito Cultural Banco do Brasil, aos 17 anos, que Yamandú se apresentou pela primeira vez em São Paulo e, a partir daí, passou a ser reconhecido como músico revelação do violão brasileiro. Hoje, ele é referência mundial na interpretação da nossa música, a qual domina e recria a cada performance, inclusive em suas composições. O gaitista Gabriel tem carreira estabelecida dentro e fora do país. Ao todo, já se somam 11 discos lançados em seu nome, além de gravações e shows com grandes nomes da música nacional e internacional, entre eles Hermeto Pascoal, Chico Buarque, Leila Pinheiro, João Donato, Dave Matthews, Lenine, Milton Nascimento e Dominguinhos.
Na noite de sábado, 25 de agosto, Gaia Wilmer fecha o projeto com a participação de Jaques, do violinista Ricardo Herz e do pianista André Mehmari. Ricardo, reconhecido como o músico que reinventou o violino brasileiro, tem a música de Egberto como uma de suas influências. Sua técnica leva ao violino o resfolego da sanfona, o ronco da rabeca e as belas melodias do choro. Enquanto Mehmari, importante nome da música brasileira, conquistou prêmios nas áreas erudita e popular, teve composições e arranjos tocados por expressivos grupos orquestrais e gravou com bambas da MPB.
Natural do Sul do Brasil, Gaia Wilmer é compositora, arranjadora, saxofonista e produtora musical. Ao longo dos quase quatro produtivos anos que viveu na cidade do Rio de Janeiro, desenvolveu alguns dos grupos com os quais trabalha até hoje, como o Tungo e o Rama Trio e teve a oportunidade de tocar com músicos como Egberto Gismonti, Guinga e Gilberto Gil.
De mudança para os Estados Unidos, em 2013, onde reside atualmente, formou-se em Jazz Composition, na Berklee College of Music, e, recentemente, terminou seu mestrado no New England Conservatory. Entre as cidades de Boston e Nova Iorque, Gaia atua como saxofonista e arranjadora e desenvolve seu trabalho autoral com sua big band e com seu octeto, grupo com o qual lançou o disco “Migrations”, pelo selo de jazz americano Red Piano Records e pela Biscoito Fino no Brasil. Com sua big band, grupo com o qual iniciou seu projeto em homenagem à Egberto Gismonti, ganhou o DownBeat Award 2017, da revista especializada DownBeat, na categoria Melhor Arranjo Para Big Band, com seu arranjo de Sete Anéis.
Para a realização desse projeto, Gaia montou sua big band no Brasil com 19 excelentes instrumentistas de Belo Horizonte, Rio de Janeiro e São Paulo. Homens e mulheres, de diferentes gerações, amigos e conhecidos que têm em comum o profundo respeito à vida e à obra do compositor, somados aos cinco convidados especiais – André Mehmari, Gabriel Grossi, Jaques Morelenbaum, Mauro Senise, Ricardo Herz –, bem como o próprio Egberto. Com arranjos recém-produzidos para esse projeto, Gaia apresentará um panorama da obra de Egberto Gismonti homenageando seus 70 anos de vida, completados em dezembro de 2017.
Gaia Wilmer Big Band, formação:
Gaia Wilmer – regência
Maiara Moraes – flauta, flauta em sol e flautim
Aline Gonçalves – flauta, flauta baixo e flautim
Fernando Trocado – sax alto e sax tenor
Rui Alvim – sax alto, clarinete e clarone
Gustavo D’Amico – sax tenor e sax soprano
Joana Queiroz – sax tenor, clarinete e clarone
Henrique Band – sax barítono
Bruno Soares – trompete
Diego Garbin – trompete
Gilson Santos – trompete
Pedro Paulo Júnior – trompete
Rafael Rocha – trombone
Everson Moraes – trombone
Fábio Oliva – trombone
Leandro Dantas – trombone baixo
Luciano Camara – guitarra
Rafael Martini – piano e acordeom
Mayo Pamplona – baixo acústico
Lourenço Vasconcellos – bateria
Um reencontro, uma festa para celebrar a amizade e a música
7 de Agosto de 2018, 10:32Carlos Motta
O reencontro dos quatro integrantes do grupo Bombom, uma "boy band" que fez um sucesso fulminante no ano de 1983 com a música "Vamos a La Playa", nesta quinta-feira, 9 de agosto, no Sesc Piracicaba, onde vão gravar, a partir das 20 horas, para a rádio Educativa FM da cidade, uma edição especial do programa Resgate 105, poderia ser apenas mais uma atividade extra na vida dos hoje atarefados senhores. Mas não. Eles encaram a reunião como uma celebração de uma amizade que dura mais de três décadas e um ato de profundo respeito à música.
O Bombom durou pouco - foi desfeito em 1985. Mas o tempo em que Sandro Haick, Fernando Seifarth, Marcelo Papini e Paulo Roberto Rozani estiveram juntos, ensaiando, viajando, tocando para os mais diversos tipos de público, conhecendo outros músicos e os bastidores do meio artístico, foi o suficiente para despertar nos quatro o amor à música.
O multi-instrumentista Sandro Haick se tornou um dos mais conceituados músicos do país, produziu inúmeros artistas e gravou vários discos, tendo, durante anos, acompanhado Dominguinhos por suas andanças. Trabalha intensamente em seu estúdio, toca no grupo Os Incríveis, com seu pai, o baterista Netinho, desenvolve o curso online “O segredo da música", que tem quase mil alunos, e ministra oficinas e workshops por todo o Brasil.
Fernando Seifarth, o "Dino" do Bombom, formou-se em Direito no Largo de São Francisco e ingressou na magistratura paulista, sendo atualmente juiz da Vara da Família em Piracicaba. Passou a ter a música como hobby e fez uma verdadeira imersão no jazz cigano, gênero criado pelo belga Django Reinhardt nos anos de 1930 que se espalhou pelo mundo. Fundou o grupo “Hot Club de Piracicaba” em 2008, com o qual gravou três CDs, está constantemente tocando em público, e produz o Festival de Jazz Manouche de Piracicaba, evento que reúne destacados músicos do Brasil e de exterior, desde 2013.
Marcelo Papini seguiu a carreira solo como cantor, compositor e produtor musical, e foi um dos fundadores da banda paulistana Vexame, com a atriz Marisa Orth.
Paulo Roberto Rozani trabalha na Izzo, empresa fabricante de instrumentos musicais, mantém contato constante com artistas brasileiros, e toca eventualmente contrabaixo em jam sessions.
É ele quem resume o que significou, para os quatro, o que foi participar do Bombom: "A experiência foi fundamental em nosso aprendizado, pois aquela época era muito diferente da atual, não havia a tecnologia de agora e tudo era muito difícil para evolução de um músico." Ele continua: "Tais dificuldades criavam músicos que aprendiam na marra e com muito mais competência técnica do que hoje, na minha opinião". E como exemplo, cita os companheiros da banda: "José Fernando, Sandro Haickk e Marcelo Papini são frutos que expressam essa realidade, com uma competência ímpar e muita musicalidade. Hoje todos nós utilizamos enormemente aquele aprendizado em nossos trabalhos."
Opinião parecida tem Marcelo Papini que diz que tocar no Bombom foi muito importante para o seu crescimento pessoal e profissional, "pois foi ali que comecei a entender e pude lapidar melhor as coisas". Marcelo confessa que vive a música "de uma maneira intensa", acompanha o mais que pode o que se faz hoje no Brasil, mas procura seguir seu próprio caminho e "sempre trocar experiências com outros músicos".
E se ele pretende continuar sua atividade como músico, se apresentando em festas e eventos, seu amigo Paulo Rozani confessa que tem um trabalho solo como cantor guardado, e está em seus planos gravá-lo, "certamente ao lado desses meus três grandes amigos".
No palco do Sesc Piracicaba, na quinta-feira, Sandro, Fernando, Marcelo e Paulo vão relembrar as músicas do Bombom, tocar músicas próprias e de outros artistas, além de falar o tempo em que estiveram juntos. O programa será levado ao ar pela rádio Educadora FM no dia 25 de agosto, sábado, às 14 horas.
Teresina promove festival e concurso de violão
6 de Agosto de 2018, 15:54O 1º Concurso de Violão de Teresina está com inscrições abertas. Candidatos de qualquer idade ou nacionalidade podem participar com peças de livre escolha. Os três primeiros colocados recebem premiação no valor de R$ 2 mil, R$ 1.500 e R$ 1 mil, respectivamente. Basta gravar um vídeo de, no mínimo, 10 minutos de duração contendo uma ou várias obras. As inscrições são gratuitas e vão até 31 de agosto. O concurso integra a programação do 2º Festival de Violão de Teresina, que ocorre entre 28 e 30 de setembro. Além do valor em dinheiro, o vencedor em primeiro lugar será convidado para retornar ao palco do festival na terceira edição.
O festival é sempre formado por grandes nomes internacionais e regionais. Esta segunda edição terá Yamandu Costa, Duo Siqueira Lima, Ulisses Rocha, Rogério Caetano, Nonato Luiz, Cristiano Braga, Edson Figueiredo, Josué Costa, Wellington Torres e a Orquestra de Violões de Teresina (OVT). O boliviano Fabrício Gallegos Rojas também participa do evento. Os recitais terão entrada franca. Mas para participar da série de masterclasses, é necessário estar inscrito no concurso. O número de ouvintes é de até 200 participantes.
O vídeo para o concurso pode ser simples, inclusive com câmera de celular, desde que tenha qualidade de áudio e imagem o suficiente para os jurados fazerem avaliação. O material precisa ser postado no YouTube, cujo título deve ter o seguinte padrão I Concurso de Violão de Teresina_nome do candidato. Os títulos das músicas podem constar no campo de descrição.
O link do filme e mais a fotocópia da carteira de identidade e as fichas de inscrição preenchidas devem ser enviados para teresinafestivaldeviolao@gmail.com. Baixe o PDF do regulamento, junto com as fichas de inscrição (sendo uma para o festival e outra para o concurso – páginas 5 e 6). Mesmo para quem só vai participar do festival, é importante se inscrever.
A pré-seleção dos candidatos será feita por uma banca julgadora, que analisará os vídeos inscritos e vai selecionar até 10 semifinalistas, a critério da Coordenação do Festival, para provas presenciais em Teresina. Vale frisar que não será possível repetir peças em nenhuma das etapas do concurso.
A semifinal vai ocorrer no dia 29 de setembro, às 10 horas, no auditório da Oficina da Palavra, em Teresina. Cada candidato deverá tocar uma obra de livre escolha e uma peça de confronto que será disponibilizada pela coordenação do festival ao candidato até o dia 3 de setembro. A duração total das duas peças é de até 12 minutos. Durante a semifinal, serão selecionados até cinco candidatos para a fase final com as maiores notas atribuídas de 1 a 10, a critério da banca julgadora.
A final vai ser em 30 de setembro, às 11 horas. Nessa última etapa, cada candidato deverá tocar duas peças de livre escolha, e sua apresentação é de até 15 minutos. Serão declarados vencedores em primeiro, segundo e terceiro lugares os três candidatos que obtiverem as três maiores notas da apresentação do dia, atribuídas de 1 a 10, a critério da banca julgadora. A divulgação do resultado será na cerimônia de encerramento do festival, às 19 horas.
Coordenado por Ravi Cordeiro e com direção artística de Josué Costa, o Concurso e o Festival de Violão de Teresina são promovidos pela Fundação de Apoio Cultural do Piauí (Fundapi), com apoio da Prefeitura de Teresina, por meio da Fundação Municipal de Cultura Monsenhor Chaves (FMC) e do Governo do Estado do Piauí, com o Sistema de Incentivo Estadual à Cultura (SIEC).








