Coluna Econômica - 02/10/2012
A morte de Eric Hobsbawn priva o mundo de um de seus mais instigantes historiadores. Um de seus livros clássicos comparou as duas grandes revoluções da era moderna: a Revolução Francesa e a Revolução Industrial inglesa.
Os estudos sobre a Revolução Industrial trouxeram luzes relevantes para entender a dinâmica do desenvolvimento. Como uma pequena ilha, com pouca população, sem autossuficiência em matérias primas, torna-se a mais relevante nação do planeta por quase duas décadas.
Hobsbawn definia “Revolução Industrial” como a criação de um "sistema fabril" mecanizado que por sua vez produz em quantidades tão grandes e a um custo tão rapidamente decrescente a ponto de não mais depender da demanda existente, mas de criar o seu próprio mercado *.
Qual o segredo do Império Britânico?
Dizia Hobsbawn: “Os franceses produziram inventos mais originais, como o tear de Jacquard (1804) - um aparelho mais complexo do que qualquer outro projetado na Grã-Bretanha - e melhores navios. Os alemães possuíam instituições de treinamento técnico, como a Bergakademie prussiana, que não tinham paralelo na Grã-Bretanha, e a Revolução Francesa criou um corpo único e impressionante, a Êcole Polytechnique. A educação inglesa era uma piada de mau gosto ”.
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O primeiro diferencial foi uma reforma capitalista no campo, que liberou mão-de-obra e poupança para investimentos na indústria.
Depois, foi montar uma política de Estado permanente para ampliar radicalmente o mercado externo, permitindo à indústria margens de lucro superiores às do comércio.
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Com as Leis de Navegação, a Inglaterra garantiu para sua frota o transporte marítimo do seu comércio exterior. A partir daí, dominou o comércio do Atlântico e pode montar estratégias comerciais, diplomáticas e bélicas para assegurar mercados para seus produtos.
Com o produto da venda do algodão indiano, por exemplo, compravam-se escravos africanos. Os escravos eram arrebanhados nas plantações das Índias Ocidentais. De lá saia a maior parte do algodão para a indústria britânica. E o pagamento era em tecidos de algodão, adquiridos pelos plantadores.
Esse mesmo modelo foi aplicado na América. Depois da década de 1790, revela Hobsbawn, a demanda britânica por algodão garantiu a expansão das plantações escravagistas do sul dos Estados Unidos. E os plantadores demandavam o grosso da produção de algodão bruto britânico.
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O acordo de Metuhen, com Portugal, permitiu à manufatura inglesa arrebentar com a portuguesa e, através dos superávits comerciais, raspar o caixa da Coroa, enriquecido pelo ouro brasileiro.
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Foi essa vertiginosa expansão do comércio que forneceu o espaço para o empresariado alçar voo.
Entre 1750 e 1769, aumentou em mais de dez vezes a exportação britânica de tecidos. Empresários que saíam na frente eram recompensados de forma exponencial.
Com o apoio do governo nacional, a indústria britânica logrou monopolizar quase todos os setores industriais.
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Os estudos de Hobsbawn completaram os de Friedrick List, do século 19, permitindo entender um pouco melhor a dinâmica do desenvolvimento.
IPC-S sobe 0,54% na última semana do mês
O IPC-S (Índice de Preços ao Consumidor Semanal) referente a última semana de setembro atingiu 0,54%, pouco acima dos 0,53% da última divulgação, segundo a Fundação Getúlio Vargas (FGV). Cinco das oito classes de despesa componentes do índice avançaram ao longo do período, com destaque para Comunicação (de 0,27% para 0,51%) e Saúde e Cuidados Pessoais (de 0,38% para 0,42%). Entre as classes que perderam força, estão Alimentação (de 1,28% para 1,23%) e Vestuário (de 0,64% para 0,60%).
Previdência tem déficit de R$ 4,9 bilhões em agosto
O déficit da Previdência disparou 90,4% entre os meses de julho e agosto deste ano, e atingiu R$ 4,9 bilhões, segundo o Regime Geral de Previdência Social (RGPS). Em julho, o saldo negativo foi R$ 2,59 bilhões. O crescimento do déficit é justificado pela antecipação, em agosto, da primeira metade do décimo terceiro salário concedida a beneficiários que recebem até um salário mínimo (R$ 622) – que somaram R$ 2,5 bilhões, dos quais 98,7% foram para a área rural (R$ 1,3 bilhão).
Saldo comercial perde força em setembro
O saldo comercial do mês de setembro apresentou um superávit de US$ 2,557 bilhões, queda de 16,8% ante 2011, segundo o Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC). No período, a corrente de comércio alcançou a cifra de US$ 37,441 bilhões. O total de exportações chegou a US$ 19,999 bilhões, e as importações totalizaram US$ 17,442 bilhões. Com o resultado, o total no ano chegou a US$ 15,727 bilhões, valor 31,8% inferior ao registrado em equivalente período anterior.
Crédito às empresas vai puxar retomada do crescimento
O índice de perspectiva de crédito elaborado pela consultoria Serasa Experian chegou a 100,8 pontos em agosto, um recuo discreto ante os 100,9 pontos de julho. Segundo os economistas, a melhora no grau de confiança dos empresários e as medidas de estímulo à competitividade que estão sendo anunciadas pelo governo devem ajudar a impulsionar a demanda por crédito por parte do setor produtivo nacional. Quanto ao consumidor, o índice de perspectiva do crédito subiu 0,1%, atingindo 97,6 pontos.
Desemprego fica estável na Europa
A taxa de desemprego apurada na zona do euro e na União Europeia (UE) ficou estável em agosto e segue em patamares considerados históricos, segundo o escritório estatístico Eurostat. O desemprego na eurozona foi de 11,4% em agosto, enquanto nos 27 países da UE ficou em 10,5%, os mesmos dados de julho. Em termos anualizados, o desemprego aumentou 1,2 ponto percentual nos países que adotam a moeda única e 0,8 ponto nos 27 países, de 10,2% e 9,7%, respectivamente.
Indústria americana tem pior trimestre em anos
A indústria norte-americana encerrou o terceiro trimestre com seu pior desempenho em três anos, devido a desaceleração da demanda global: segundo pesquisa do instituto Markit, o Índice de Gerentes de Compras (PMI) final do setor industrial dos Estados Unidos caiu para 51,1 pontos em setembro ante 51,5 pontos em agosto, e apresentou um patamar médio de 51,4 pontos no terceiro trimestre. Ambas as leituras mensal e trimestral foram as menores em três anos.
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