"O BRASIL DESCOBRIU CABRAL", A MARCHINHA QUE SERÁ, COM CERTEZA, O SUCESSO DO CARNAVAL DE RUA DO RIO DO JANEIRO EM 2014!!!
11 de Outubro de 2013, 4:59 - sem comentários aindaMarchinha extraída do YouTube
Foto retirada do blog Ladeiras do Silêncio
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Lejeune Mirhan: Proletariado ou Classe Trabalhadora?
7 de Outubro de 2013, 15:41 - sem comentários ainda
Tenho ouvido de forma generalizada dentro e fora das fileiras partidárias, o termo “classe trabalhadora”. Muitas vezes penso que os marxistas-leninistas perdemos esta batalha. E nada me convence que usa-se o termo “classe trabalhadora” por ele ser mais compreensível para as massas do que o termo “proletariado”.
Por Lejeune Mirhan [*]
Os comunistas conviveram 15 anos seguidos em uma central sindical de ideologia social-democrata. Ouvir petistas e cutistas usarem e abusarem dessa terminologia posso compreender. Mas os comunistas? De meu ponto de vista tanto nossos sindicalistas quanto nossos dirigentes partidários que usam essa terminologia ambos erram em profundidade.
Nosso Partido, em seu artigo 1º dos estatutos deixa claro que somos o Partido da classe operária e das massas trabalhadoras e “vanguarda consciente do proletariado”. Mas, deixemos os aspectos estatutários e formais de lado. Interessa-nos a teoria de marxista na forma como foi formulada.
Marx não nos deixou uma definição precisa sobre classe social. No entanto, nunca lhe passou pela cabeça que “todos os que trabalham pertenceriam à classe”. Quando ele menciona de forma clara a existência de uma classe que está chamada a levar adiante o processo revolucionário que porá fim ao sistema capitalista, ele se dirigia a um tipo especial de trabalhador.
Quando falamos que Marx sofreu influência de Smith é verdade. No entanto, ele despreza os aspectos idealistas da teoria econômica desse economista inglês. Quando Smith diz que “todo trabalho produz riqueza”, Marx diz que não é verdade. Nem todo trabalho produz riqueza. Só um tipo de trabalho é capaz disso: o trabalho “produtivo”. Na concepção marxista, esse sim um trabalho que acumula, que produz “mais-valia” ou “mais-valor”.
Dito de outra forma: nem todo trabalho enriquece os proprietários dos meios de produção. Uma costureira quando faz um vestido para si não enriquece a si própria com seu trabalho. Mesmo quando faz e vende para ganhar dinheiro com isso, mas sem tomar trabalho de terceiros, é trabalhadora de si própria e explora a si própria como exemplifica Marx (o capítulo onde muitos exemplos esclarecedores podem ser obtidos em “Produtividade do capital. Trabalho produtivo e improdutivo”, no Livro IV d’O Capital, Editora Bertrand do Brasil, páginas 384-406).
Para os marxistas é claro que o trabalho improdutivo é aquele que não agrega valor, não faz acumular capital para os burgueses capitalistas, estes sim pertencentes a outra classe social que vivem do lucro e são proprietários do capital. Marx estabelece uma identidade entre classe com fonte de renda. Capitalistas vivem do lucro e proletários do seu salário (Livro 3 d’O Capital).
No entanto, é preciso combinar um outro fator determinante para integrar a classe, pois não basta receber salário: é preciso enriquecer outrem com sua força de trabalho. Uma pessoa que tem uma empregada mensalista em sua casa não torna nem ela proletária, nem o seu empregador um membro da “burguesia capitalista”. A fonte de renda com que o empregador paga o salário da empregada é seu salário. E o trabalho dela não o enriquece todos os meses. Ao contrário. O seu gasto está na esfera das despesas e ele na prática fica sempre “mais pobre” com o gasto mensal e nunca mais rico.
Já ouvi muitas vezes que desempregados são proletários. Ora, a condição de um trabalhador “ser” proletário é produzir riqueza. Mas, desempregado, como ele faria a proeza de produzí-la? Quem não trabalha não pode produzir riqueza alguma. Temos ainda o trabalhador rural, camponês, dono de sua terra, pequenas glebas, agricultura familiar etc. A terra é seu próprio instrumento de trabalho e sua força de trabalho não acumula riqueza para nenhum burguês. Simples assim. Por fim, os servidores públicos. Basta que perguntemos a que classe social o seu trabalho enriquece? Podem ser assalariados, mesmo terem jornadas estafantes, receberem pouco, mas isso jamais os tornarão trabalhadores produtivos, produtores de “mais-valor”.
A generalidade com que sindicalistas e dirigentes partidários usam o termo “classe trabalhadora” é impressionante. Chega a ser smithiniana essa concepção. Pertenceriam à “classe” todos os que trabalham e são assalariados. Um erro crasso, neste caso, tanto para sindicalistas, em especial dirigentes de centrais sindicais, quanto para dirigentes partidários.
Quando um dirigente de central sindical fala genericamente “classe trabalhadora”, ele erra na verdade porque ele deve se dirigir a todos os trabalhadores e não somente “à classe”. E erram mais profundamente nossos dirigentes partidários que usam “classe trabalhadora”, porque estes sim devem se dirigir não a todos trabalhadores, mas à classe do proletariado. Vejam este discurso: “a classe trabalhadora brasileira é atualmente explorada e trabalha demais”. Que erro teria se escrevêssemos: “os trabalhadores brasileiros são explorados e trabalham demais”. A segunda frase é absolutamente precisa, pois todos trabalham demais e são explorados. Não só os “que pertencem à classe”.
É claro que nosso Partido deve estar de braços abertos a todos os trabalhadores, sejam eles proletários ou não proletários, trabalhadores produtivos ou improdutivos. No entanto, a prioridade absoluta do Partido do Proletariado deve ser a classe, aqueles operários produtivos e proletários do setor de serviços, como metalúrgicos; químicos; trabalhadores da alimentação; construção civil; têxteis; urbanitários; condutores; trabalhadores em comunicação; trabalhadores em saúde (privada); trabalhadores em hotelaria; trabalhadores em telecomunicação; trabalhadores em educação (privada); trabalhadores em bares e restaurantes.
As contradições centrais nas relações de trabalho seguem cada dia mais claras, visíveis. A produção é coletiva e a apropriação do lucro do trabalho é privada. Foi a forma como Marx mostrou as contradições do sistema capitalista.
Se o PCdoB acredita nisso – e não tenho dúvida que continua a acreditar – é preciso que alteremos nossa ação política e sindical e cresçamos de forma vigorosa e consistente no proletariado brasileiro. Que voltemos a usar de forma orgulhosa e com todo o convencimento, o termo “proletário” e não mais “classe trabalhadora”. Estou seguro que isso não é apenas uma questão semântica ou “de facilitar a comunicação com as massas” (sic).
[*]Lejeune Mirhan é membro do Comitê Municipal do PCdoB de Campinas.
MILICANALHAS: “Quando os DÓLARES falam mais alto”
6 de Outubro de 2013, 6:56 - sem comentários ainda![]() |
Jango e seu "amigo" MILICANALHA Amaury Kruel |
Publicado em 03/10/2013 por [*] Mário Augusto Jakobskind
Engana-se quem pensa que já se conhecem todos os fatos relacionados com o golpe civil militar de 1964 que derrubou o Presidente constitucional João Goulart. Nos últimos meses, graças ao trabalho das Comissões da Verdade, sejam estaduais ou a Nacional, muito fato novo vem sendo divulgado.
Mas um fato desta semana, protagonizado por João Vicente Goulart, ao ouvir uma denúncia do então Major do Exército, Erimá Pinheiro Moreira, poderá mudar o entendimento de muita gente sobre a ocorrência mais negativa da história recente brasileira. O alerta tem endereço certo, ou seja, aqueles que ainda imaginam terem os golpistas civis e militares agido por idealismo ou algo do gênero.
O Major farmacêutico em questão, hoje anistiado como Coronel, servia em São Paulo em 31 de março de 1964 sob as ordens do então comandante IIº Exército, General Amaury Kruel (foto com Jango). Na manhã daquele dia, Kruel dizia em alto e bom som que resistiria aos golpistas, mas em pouco tempo mudou de posição. E qual foi o motivo de o general, que era amigo do Presidente Jango Goulart, ter mudado de posição assim tão de repente, não mais que de repente?
Mineiro de Alvinópolis, Erimá Moreira, hoje com 94 anos, e há muito com o fato ocorrido naquele dia trágico atravessado na garganta, decidiu contar em detalhes o que aconteceu. O militar, que era também proprietário de um laboratório farmacêutico e posteriormente convidado a assumir a direção de um hospital, foi procurado por Kruel no hospital. Naquele encontro, o general garantiu ao major que Jango não seria derrubado e que o IIº Exército garantiria a vida do Presidente da República.
Pois bem, as 2 da tarde Erimá foi procurado por um emissário de Kruel de nome Ascoli de Oliveira dizendo que o general queria se reunir com um pessoal fora das dependências do IIº Exército. Erimá indicou então o espaço do laboratório localizado na esquina da Avenida Aclimação, local que hoje é a sede de uma escola particular de São Paulo. Pouco tempo depois apareceu o próprio comandante do IIº Exército, que antes de se dirigir a uma sala onde receberia os visitantes pediu ao então major que aguardasse a chegada do grupo.
Erimá Moreira ficou aguardando até que apareceram quatro pessoas, um deles o presidente interino da Federação das Indústrias de São Paulo (FIESP), de nome Raphael de Souza Noschese, este já conhecido do major. Três dos visitantes carregavam duas maletas grandes cada um. Erimá, por questão de segurança, porque temia que pudessem estar carregando explosivos ou armas, mandou abrir as maletas e viu uma grande quantidade de notas de dólares. Terminada a reunião foi pedida que a equipe do major levasse as maletas até o porta-malas do carro de Amaury Kruel, o que foi feito.
De manhã cedo, por volta das 6,30 da manhã, Erimá Moreira conta que mais ou menos uma hora e meia depois da chegada no laboratório ligou o rádio de pilha para ouvir o discurso do comandante do IIº Exército. Moreira disse que levou um susto quando ouviu Kruel dizer que:
(...) se o Presidente da República não demitisse os comunistas do governo ficaria ao lado da “revolução”.
Erimá Moreira então associou o que tinha acontecido no dia anterior com a mudança de postura do Kruel e falou para si mesmo:
(...) pelo amor de Deus será que ajudei o Kruel a derrubar o Presidente da República?
Ainda ouvindo o discurso de Kruel, conta Erimá, chegaram uns praças para avisar que tinha uma reunião marcada com o general no QG do IIº Exército.
Na reunião, vários militares, alguns comandantes de unidades, eram perguntados se apoiavam Kruel.
(...) eu não aceitei e pedi para ser transferido.
Indignado, Erimá Moreira dirigiu-se a um coronel do staff do comandante do IIº Exército para perguntar se o general Kruel não tinha recebido todo aquele dinheiro para garantir a vida do Presidente:
Me transfiram daqui, que com o Kruel no comando eu não fico.
Aí então – prossegue Erimá Moreira – me colocaram de férias para eu esfriar a cabeça. Na volta das férias, depois de um mês, fiquei sabendo pelo jornal que o Kruel havia me cassado.
A partir de então o Major e a família passaram maus momentos com os vizinhos dizendo à minha mulher que era casada com um comunista.
Naquela época, quem fosse preso ou cassado era considerado comunista.
Algum tempo depois contei esta história que estou contando agora ao General Carlos Luis Guedes, meu amigo desde quando servimos em unidades militares em São João del Rey. Fiz um relatório por escrito e com firma reconhecida. O General Guedes tirou xerox e levou o relato para a mesa do Kruel. Em menos de 24 horas o Kruel pediu para ira para a Reserva. Fiquei sabendo que com o milhão de dólares que recebeu do governo dos Estados Unidos comprou duas fazendas na Bahia.
Ao finalizar o relato, o hoje Coronel Erimá Moreira mostrou-se aliviado e ao ser perguntado se autorizava a divulgação desse depoimento, ele respondeu que:
(...) não tem problema nenhum.
Nesse sentido, sugerimos aos editores de todas as mídias que procurem o Coronel Erimá Pinheiro Moreira para ouvir dele próprio o que foi contado neste espaço.
Sugerimos em especial aos editores de O Globo, periódico que recentemente fez uma autocrítica por ter apoiado o golpe de 64, que elaborem matéria com o militar que reside em São Paulo.
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[*] Mário Augusto Jakobskind é correspondente no Brasil do semanário uruguaio Brecha. Foi colaborador do Pasquim, repórter da Folha de São Paulo e editor internacional da Tribuna da Imprensa. Integra o Conselho Editorial do seminário Brasil de Fato. É autor, entre outros livros, de América que não está na mídia, Dossiê Tim Lopes - Fantástico/IBOPE.