Convidado a falar sobre os assuntos do seu ministério na Comissão de Relações Exteriores e de Defesa Nacional (CREDN), o ministro da Defesa, Aldo Rabelo, participou em 2/12 de audiência pública juntamente com os comandantes das Forças Armadas. Além do ministro, compuseram a mesa o almirante de esquadra Luiz Guilherme Sá de Gusmão, o general Eduardo Dias da Costa Villas Bôas, e o tenente-brigadeiro do ar, Nivaldo Luiz Rossato.
O convite foi feito em atendimento aos requerimentos dos de deputados Eduardo Barbosa (PSDB/MG), Cabo Daciolo (sem partido/RJ), Carlos Zarattini (PT/SP), Luiz Carlos Hauly (PSDB/PR) e Luiz Lauro Filho (PSB/SP).
Em sua apresentação, Aldo Rabelo falou da importância das Forças Armadas e seu papel no desenvolvimento da segurança do país, destacando tanto seus aspectos técnicos quanto humanos: “Estas instituições têm a função dual de defender e prosseguir o esforço de construção do país”. “O companheirismo, a camaradagem, a solidariedade são valores construídos por estas instituições. A construção tecnológica do país tem sido uma contribuição importante das forças armadas”, afirmou.
Seu discurso seguiu pelas questões orçamentárias, hoje contingenciadas pelo governo. Aldo Rabelo mostrou que as três instituições, Marinha, Exército e Aeronáutica têm projetos especiais, estratégicos, que se não forem desenvolvidos se tornam obsoletos: “Se não têm equipamentos, se não têm meios, elas – as Forças Armadas – não cumprirão o seu papel. Precisamos de recursos, portanto”. Ainda neste contexto, Aldo lembrou que a média de gastos dos países dos BRICS com defesa está acima de 2% do orçamento. “Será que nós não deveríamos imaginar que ter um percentual do PIB como parte do orçamento para as forças armadas?” questionou.
No seguimento, o ministro sugeriu que fosse pensada a possibilidade de o Brasil seguir um plano parecido “para que os projetos não sofressem uma interrupção, ou pior, uma descontinuidade, que nos prejudicaria de forma incalculável”. Como exemplo de equipamentos que já deveriam fazer parte da realidade brasileira, Aldo Rabelo citou o veículo lançador de satélite e o submarino à propulsão nuclear. “Acho que nós já deveríamos ter alguns destes programas essenciais mais avançados”, disse.
Em relação às áreas de fronteira, o ministro apresentou a Amazônia como sendo o grande desafio para o Brasil: “A cobiça sobre ela é tão antiga quanto atual. Nós devemos tratar deste assunto com equilíbrio e atenção”. No tocante às Organizações Não Governamentais (ONGs) que atuam na região, Aldo Rabelo foi enfático: “Nós sabemos que estas agendas vêm carregadas de interesses que não são apenas os ambientais”. Do seu ponto de vista, é preciso haver algum tipo de controle sobre o trabalho delas. “Não digo proibição, mas controle sobre os recursos que financiam essas ONGs, especialmente as que atuam na Amazônia, de forma respeitosa, sem nenhum tipo de xenofobia ou intolerância, que fique claro”, reiterou.
Aldo lembrou que o Brasil, pela sua natureza geopolítica, não pode se esquecer de que sua política de defesa tem que atender a preservação da soberania ao longo de quase 17 mil quilômetros de fronteira. “Nós temos a presença extensiva por causa do nosso território. Não temos escolha. Um país que é detentor da sétima economia do mundo não pode desconhecer esta realidade ao traçar a sua política de defesa”, enfatizou.
Texto: Cláudia Guerreiro / Foto: Richard Silva
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