Território de riquezas incomensuráveis, a Amazônia brasileira é também uma das regiões mais vulneráveis do território nacional. O país tem quase 17 mil quilômetros de fronteiras e seu monitoramento é feito, sobretudo, pelo Exército, especialmente no Norte do país, área que engloba a densa floresta tropical. Com o intuito de discutir a questão das parcerias entre os diferentes órgãos de fiscalização das fronteiras e avaliar a disposição orçamentária para apoiar este trabalho, a Comissão de Relações Exteriores e de Defesa Nacional (CREDN) organizou uma audiência pública para debater ‘o papel do Exército brasileiro na Amazônia, na proteção da unidade nacional, das diversidades e das riquezas; a situação do controle de fronteiras, as ameaças do tráfico de drogas, armas e diversidade e a coordenação com as forças dos países limítrofes’.
Comissão recebe comandante militar da Amazônia para falar sobre desafios das fronteiras
Solicitada pelo deputado Átila Lins (PSD/AM), e subscrita pelos deputados Pastor Eurico (PSB/PE) e Ezequiel Fonseca (PP/MT), a audiência teve como convidado o general de Exército Guilherme Cals Theophilo Gaspar De Oliveira, comandante militar da Amazônia. Em sua fala, o general Cals explicou as dificuldades enfrentadas no desafio de monitorar as enormes fronteiras brasileiras com os parcos recursos – orçamentários, materiais, tecnológicos e humanos – existentes atualmente. “É missão nossa, do Exército, estar permanentemente atuando na fronteira”, lembrou.
Destacando as parcerias de orçamento para desenvolver as ações necessárias na região, o comandante militar frisou que “temos que nos preocupar com os recursos que são alocados na Amazônia. Eles existem e precisam ser trabalhados em conjunto”. Em sua apresentação, Guilherme Cals apontou uma zona crítica, o trecho conhecido como Amazônia Ocidental: “a atuação dos cartéis na região amazônica já foi detectada”.
Jô Moraes (PCdoB/MG), presidente da CREDN, lembrou que a Amazônia tem que passar a ser uma das preocupações centrais de qualquer projeto de desenvolvimento do país. Sobre as informações apresentadas pelo general acerca dos desafios a serem vencidos na proteção das fronteiras, a deputada comentou: “os dados das ameaças, do tráfico de drogas, dos armamentos e da fragilidade das fronteiras mostram como estas influenciam na realidade de violência dos centros urbanos. Assim, se buscamos paz, devemos começar protegendo as fronteiras daqueles que alimentam estes conflitos”, concluiu.
Texto e foto: Cláudia Guerreiro
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