Irã e Brasil: 112 anos de bom relacionamento
25 de Maio de 2015, 18:14Um profícuo relacionamento de 112 anos. Assim definiu o embaixador iraniano, Mohammad Ali Ghanezadeh, sobre as relações entre o seu país e o Brasil, durante a reunião ocorrida em 21/5, na Comissão de Relações Exteriores e de Defesa Nacional.
Jô Moraes recebe embaixador do Irã, Mohammad Ali Ghanezadeh / foto: Cláudia Guerreiro
Ghanezadeh destacou que Brasil e Irã sempre mantiveram excelentes acordos econômicos, especialmente durante o governo do ex-presidente Lula: “neste período assinamos 27 acordos e nossa balança comercial passou de US$ 400 milhões para US$ 2, 4 bilhões”.
Jô Moraes, presidente da Comissão, refletiu que “as atuais dificuldades econômicas pelas quais passa o Brasil afetam as relações comerciais com outros países”, mas que o país busca sempre uma aproximação com os países no desenvolvimento de uma política de relações exteriores multilateral.
O embaixador do Irã avaliou que seria interessante a criação de um grupo de amizade entre Brasil e Irã, no que foi apoiado pela presidente da Comissão: “para nós, o grupo de amizade é muito importante”.
Texto: Cláudia Guerreiro
Frente Parlamentar relança apoio a Programa Antártico Brasileiro
25 de Maio de 2015, 17:29Na quinta-feira, 21/5, aconteceu o relançamento da Frente Parlamentar Mista de Apoio ao Programa Antártico Brasileiro, o PROANTAR. O grupo foi criado com o objetivo de garantir apoio às pesquisas realizadas na Antártica por cientistas brasileiros que contribuem de forma significativa para o cumprimento dos compromissos internacionais assumidos pelo Brasil quando assinou o Tratado Antártico, em 1959.
Pesquisadoras posam com exemplar de alga gigante (himanthothallus grandifolius) – a maior encontrada na região antártica. / foto: Livro: Macroalgas Marinhas da Antártica
Presentes na cerimônia, pesquisadores de diversas áreas da ciência aprovaram a ideia central da Frente que foi reforçada em diferentes discursos: a importância do continente gelado para as questões relacionadas não apenas à soberania e defesa, mas, sobretudo, à pesquisa.
Sétimo país mais próximo à Antártica, o Brasil sofre diretamente a influência de todas as condições climáticas existentes naquela região. Isto por si só já seria motivo suficiente para o haver um forte investimento em pesquisa científica no continente, mas recentemente, com as claras evidências de mudanças no clima, o desenvolvimento de trabalho científico na região se apresenta como uma necessidade concreta.
A proteção ao ambiente antártico se mostra particularmente importante quando se percebem os resultados apresentados pelas pesquisas feitas por lá: espécies únicas do reino animal e vegetal nos ajudam a compreender o funcionamento de todo o planeta, contribuindo para a elaboração de resultados relacionados à história ambiental da Terra e suas perspectivas para o futuro.
Texto: Cláudia Guerreiro
Síria busca apoio brasileiro em ajuda humanitária
21 de Maio de 2015, 9:56O embaixador da Síria, Ghassan Nseir reuniu-se com a presidente da Comissão de Relações Exteriores e de Defesa Nacional, deputada Jô Moraes, para falar sobre o relacionamento entre os dois países. O encontro aconteceu nesta quarta-feira, 20/5, em Brasília. Na ocasião, Ghassan Nseir frisou a importância das relações Brasil-Síria, “um país muito amigo, com uma imensa comunidade síria que considera o Brasil o seu próprio país”.
Presidente da Comissão conversa com o embaixador da República Árabe da Síria, Ghassan Nseir / foto: Cláudia Guerreiro
O embaixador falou sobre a crise no seu país, explicando o intenso ataque terrorista que assola a Síria, “um terrorismo internacional, praticamente universal, que não aceita o próximo. O que estes grupos terroristas têm feito é inominável: massacres, degolas e crucificação de pessoas, escravização de mulheres e estupro de crianças, destruição de locais históricos e tudo o que isto implica quando o terrorismo entra na vida de um país”.Nseir informou que os terroristas são das mais diversas nacionalidades “82 ou mais”, afirmou. Segundo ele, o povo sírio está determinado a resistir e combater este terrorismo que é perpetrado pelos mais diversos grupos: Estado Islâmico, ISIS, Frente Islâmica, entre outros tantos, todos ligados à Al Qaeda.
Quanto ao estreitamento dos laços entre os dois países, Nseir destacou que seria muito interessante se esta relação se estendesse ao parlamento, inclusive com um apoio maior na área humanitária, com doações de todo o tipo – alimentos, medicamentos, o que for possível – uma vez que por onde estes grupos terroristas passaram deixaram um rastro de destruição em toda a infraestrutura até então existente. Além disso, há que se considerar as dificuldades aumentadas pelo bloqueio sofrido pela Síria.
Jô Moraes, presidente da Comissão, explicou que a preocupação com o país é muito grande e que “recuperar o clima de estabilidade na Síria é uma prioridade” e destacou que debates sobre terroristas não podem ser contaminados por preconceitos contra árabes.
A deputada se prontificou a verificar junto ao Ministério das Relações Exteriores quais as possibilidades de se ampliar a ajuda humanitária oferecida até agora e propôs a realização de uma audiência pública para buscar outras formas de apoio, como em missões de paz das forças armadas, a exemplo do que hoje ocorre no Haiti.
Por: Cláudia Guerreiro
Ministro da Defesa fala em reunião da Comissão
20 de Maio de 2015, 17:45Em audiência pública realizada na manhã desta quarta-feira, 20/5, a Comissão de Relações Exteriores e de Defesa Nacional recebeu o ministro da Defesa, Jacques Wagner para falar sobre a formulação e a execução da política de defesa nacional, a implementação da Política Nacional de Defesa, da Estratégia Nacional de Defesa e do Livro Branco da Defesa e, por fim, sobre o salário pago aos militares das Forças Armadas, o PIB para a Defesa Nacional e as condições de elegibilidade dos membros das corporações militares.
Jô Moraes faz a abertura da audiência pública com o ministro da Defesa, Jacques Wagner / foto: Cláudia Guerreiro
Jacques Wagner apresentou as conquistas, projetos e desafios do seu Ministério, reiterando o papel da indústria militar. “A indústria de defesa, no mundo inteiro, é geradora de valores acima de um trilhão de dólares em negócios. No mundo inteiro ela é propulsora da economia e da indústria civil. Ela é a alavanca da indústria de inovação e tecnologia”, afirmou.
O ministro falou da importância do fortalecimento do sistema de defesa para um país como o Brasil, uma das 10 primeiras economias do mundo, explicando que as três forças precisam estar “equipadas, motivadas e qualificadas” e que este é um esforço que “vem sendo feito nos últimos anos do Brasil desde a criação do Ministério da Defesa”. Jacques Wagner também comentou sobre o patrulhamento das imensas fronteiras brasileiras, feito atualmente por satélite, e sobre o Programa Amazônia Conectada.
A deputada Jô Moraes apresentou ao ministro três questões: a informação de que o corte orçamentário previsto pelo governo recairia, em sua maior parte, sobre o Ministério da Defesa, com o adiamento da compra de equipamentos militares para as forças armadas, a criação de uma legislação antiterrorista e, por fim a falta de articulação entre os ministérios das Relações Exteriores, Defesa e do Desenvolvimento, Indústria e Comércio.
O ministro explicou que a segurança do país está sendo monitorada, sobretudo com a proximidade dos Jogos Olímpicos de 2016: “Estamos trocando bancos de informações, nos qualificando. Vamos envolver 37 mil profissionais das forças armadas”. Jacques Wagner entende que o Brasil, como 7ª economia mundial não pode ser um mero comprador de produtos de defesa. Em sua opinião, “queremos ser produtor e exportador. Temos Inteligência para isso. Hoje não teríamos a Embraer se não fossemos obsessivos e determinados”.
Por Cláudia Guerreiro
Indústria da defesa é tema de seminário na Comissão
19 de Maio de 2015, 18:50"O que ainda está por ser conquistado é a estabilidade do fluxo orçamentário dos investimentos públicos que não permita interrupções e a busca de alternativas de financiamento dos projetos estratégicos hoje existentes. Isto só será possível com a incorporação de toda a sociedade a estes desafios". com estas palavras, Jô Moraes, presidente da Comissão de Relações Exteriores e de Defesa Nacional, abriu na tarde desta terça-feira, 19/05, o Seminário Segurança e Defesa: suas implicações para o desenvolvimento nacional. Na composição da mesa de debates, estiveram o deputado Carlos Zaratini (PT/SP) e a ex–deputada e atual assessora especial do Ministério da Defesa, Perpétua Almeida.
Jô Moraes coordena o seminário Segurança e Defesa: suas implicações para o desenvolvimento nacional / foto: Cláudia Guerreiro
Em seu discurso, Jô, que coordenou o debate, lembrou que é preciso transformar o tema Defesa Nacional em um assunto de toda a sociedade: "Este debate se insere no esforço de nosso país em formular um pensamento estratégico que tome como base o atual cenário global, o entorno geoestratégico brasileiro, as relações da defesa com a sociedade e os desafios para o desenvolvimento da Base Industrial de Defesa".
Ela explicou que esta reflexão é feita em um momento de "prolongada crise internacional do sistema capitalista que produz duro impacto sobre as economias nacionais em todo o mundo e crescente instabilidade política e militar". Jô explicitou que a crise atual mostra a falência do modelo capitalista hegemônico que elevou a desigualdade social, contendo o avanço dos países em desenvolvimento e levando os países mais desenvolvidos à recessão e à estagnação. Neste contexto, a deputada reforçou que o grande desafio é relacionar esses problemas com a questão estratégica nacional. "É preciso transformar o tema Defesa Nacional, até então assunto exclusivamente militar, em tema de toda a sociedade, de todos os interessados nos destinos do país", pontuou.
A fala seguinte, feita pelo deputado Carlos Zaratini, destacou os projetos de defesa que são atualmente desenvolvidos pelas forças armadas e defendeu o deslocamento - com garantia de emprego e renda - de uma parte da população para a Amazônia. "Também julgo importante para a soberania nacional que nós tenhamos ativa a defesa do nosso oceano, a chamada Amazônia Azul, que é onde estão as nossas principais riquezas, como o petróleo, o desenvolvimento da pesca".
A assessora especial do Ministério da Defesa, Perpétua Almeida, reafirmou que o Brasil deve consolidar uma base industrial de defesa, capaz de atender as demandas das forças armadas de irradiar conhecimento, emprego e tecnologia em outros setores da economia. Abordando a importância do elo entre o parlamento, o executivo, as forças armadas, a sociedade e a indústria de defesa, ela mostrou que, não à toa, o Brasil recentemente sediou a LAAD, uma das maiores feiras de defesa e segurança da América Latina, cujo principal objetivo é promover produtos de segurança e defesa do Brasil, "para mim, esta é uma reação real de que o Brasil tem dado cada vez mais importância ao tema da defesa, da indústria da defesa e do desenvolvimento do país a partir desta perspectiva industrial".
Por Cláudia Guerreiro