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A lista e o caos

15 de Abril de 2017, 9:18 , por Feed RSS do(a) News - | No one following this article yet.
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As repercussões da lista de Fachin vão muito além do que ela, concretamente, representa, ou seja, a possibilidade de condenação de expressiva parcela do mundo político brasileiro.

De certa forma, essa é a sua consequência menos importante.
 
O fim dos processos - por enquanto, o Supremo Tribunal Federal apenas permite a abertura de inquéritos para investigar a veracidade das acusações dos delatores - vai ocorrer daqui a muito tempo, e nem todos os nomes da lista serão condenados.
 
As sequelas mais profundas para o país são outras.
 
Aí vão algumas, as mais visíveis:
 
1) Aprofundar na opinião pública a percepção de que todos os políticos são ladrões e a política é suja;
 
2) Abrir caminho, nessa esteira de criminalização da política, para a ascensão dos chamados "salvadores da pátria", pessoas como os fascistas Bolsonaro e Doria, abutres que se aproveitam desses momentos de fraqueza democrática para atingir seus sonhos de poder;
 
3) Fixar a ideia de que as fontes da corrupção são algumas empresas, como a Odebrecht, com suas dezenas de delatores, e os políticos em geral, deixando de lado setores inteiros, como o Judiciário, o Ministério Público e a imprensa, suspeitíssimos de também terem em seus quadros malandros e picaretas de todos os calibres;
 
4) Acabar com um dos pilares fundamentais da democracia, a independência e harmonia entre os poderes Executivo, Legislativo e Judiciário, já que os dois primeiros estarão em farrapos, enquanto caberá ao último, intacto em sua pureza, executar a tarefa de livrar o país do mal.
 
Cabe aos chamados "cientistas sociais" dissecar os efeitos da lista de Fachin na vida brasileira.
 
Uma coisa, porém, é certa: em vez de ajudar, ela aumenta a maior crise político-econômica da história do Brasil.
 
A situação nunca deveria ter chegado onde chegou.
 
A nação está em cacos, estraçalhada, e sem perspectiva de que, desse caos, nasça algo benéfico, a lírica flor do pântano.
 
A única possibilidade de o Brasil superar este momento delicadíssimo seria a concretização de um amplo pacto de pacificação entre todos os atores desta tragicomédia - algo que, pelas peculiaridades dos atores, é simplesmente impossível de ser feito. (Carlos Motta)

Fonte: http://blogoosfero.cc/news/blog/a-lista-e-o-caos

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