Ministério da Saúde alerta para aumento de casos de coqueluche no Brasil
5 de Junho de 2024, 16:04Dados do ministério mostram que, entre 2016 e 2023, as coberturas vacinais contra a coqueluche se mantiveram abaixo dos 95% preconizados pela OMS, “favorecendo o acúmulo de susceptíveis ao longo dos últimos sete anos”.
Por Redação, com ABr – de Brasília
Em meio a surtos de coqueluche em países da Ásia e da Europa, o Ministério da Saúde publicou nota técnica em que recomenda ampliar, em caráter excepcional, e intensificar a vacinação contra a doença no Brasil. A pasta pede ainda que estados e municípios fortaleçam ações de vigilância epidemiológica para casos de coqueluche.

O documento amplia a indicação de uso da vacina dTpa (tríplice bacteriana acelular tipo adulto), que combate difteria, tétano e coqueluche, para trabalhadores da saúde que atuam em serviços de saúde públicos e privados, ambulatorial e hospitalar, com atendimento em ginecologia e obstetrícia; parto e pós-parto imediato, incluindo casas de parto; unidade de terapia intensiva (UTI) e unidade de cuidados intensivos (UCI) neonatal convencional; berçários (baixo, médio e alto risco); e pediatria.
Ainda de acordo com a nota, profissionais que atuam como doula, acompanhando gestantes durante os períodos de gravidez, parto e pós-parto; além de trabalhadores que atuam em berçários e creches onde há atendimento de crianças com até 4 anos, também devem ser imunizados.
A administração da dose no público deve considerar o histórico vacinal contra difteria e tétano (dT). Pessoas com o esquema vacinal completo devem receber uma dose da dTpa, mesmo que a última imunização tenha ocorrido há menos de dez anos. Já os que têm menos de três doses administradas devem receber uma dose de dTpa e completar o esquema com uma ou duas doses de dT.
Cenário global
A nota técnica cita um aumento de casos de coqueluche em pelo menos 17 países da União Europeia, com registro de 25.130 casos de janeiro a dezembro de 2023. Já entre janeiro e março de 2024, 32.037 casos foram notificados na região em diversos grupos etários, com maior incidência entre menores de 1 ano, seguidos pelos grupos de 5 a 9 anos e de 1 a 4 anos.
Ainda de acordo com o documento, o Centro de Prevenção e Controle de Doenças da China informou que, em 2024, foram notificados no país 32.380 casos e 13 óbitos por coqueluche até fevereiro. A nota também cita um surto da doença na Bolívia, com 693 casos confirmados de janeiro a agosto de 2023, sendo 435 (62,8%) em menores de 5 anos, além de oito óbitos.
Brasil
No Brasil, o último pico epidêmico de coqueluche ocorreu em 2014, quando foram confirmados 8.614 casos. De 2015 a 2019, o número de casos confirmados variou entre 3.110 e 1.562. A partir de 2020, houve uma redução importante no número de casos confirmados, associada à pandemia de covid-19 e ao isolamento social. Já nas primeiras 14 semanas de 2024, foram confirmados 31 casos da doença.
“O aumento de casos registrado em outros países, a partir de 2023, sinaliza que situação semelhante poderá ocorrer no Brasil dentro de pouco tempo, uma vez que, desde 2016, o país vem acumulando suscetíveis, em razão de quedas nas coberturas vacinais em menores de 1 ano de vida e lacunas na vigilância e diagnóstico clínico da doença”, alertou o ministério.
Entre 2019 e 2023, todas as 27 unidades federativas notificaram casos de coqueluche. Pernambuco confirmou o maior número de casos (776), seguido por Minas Gerais (253), São Paulo (300), Paraná (158), Rio Grande do Sul (148) e Bahia (122). No Mesmo período, foram registradas 12 mortes pela doença, sendo 11 em 2019 e uma em 2020.
Cobertura
Dados do ministério mostram que, entre 2016 e 2023, as coberturas vacinais contra a coqueluche se mantiveram abaixo dos 95% preconizados pela OMS, “favorecendo o acúmulo de susceptíveis ao longo dos últimos sete anos”.
Entre os casos confirmados de coqueluche de 2019 a 2023, 31,9% estavam com situação vacinal ignorada ou “em branco”; 1,6% tinham dados classificados como não válidos em relação ao número de doses informadas para a faixa etária; e 11,2% eram menores de 2 meses de vida, ou seja, se encontravam abaixo da idade para receber a primeira dose da vacina.
Além desses, 20,9% não eram vacinados; 23,3% haviam recebido uma dose; 11,8% haviam recebido duas doses; e 18,1% haviam recebido três doses, mas não haviam recebido o reforço.
Esquema vacinal
O ministério destaca que a principal forma de prevenção da coqueluche é a vacinação de crianças menores de 1 ano, com a aplicação de reforços aos 15 meses e aos 4 anos, além da vacinação de gestantes e puérperas e de profissionais da área da saúde
O esquema vacinal primário é composto por três doses, aos 2 meses, 4 meses e 6 meses, da vacina penta, que protege contra difteria, tétano, coqueluche, hepatite B e Haemophilus influenzae tipo b, seguida de reforços com a vacina DTP, contra difteria, tétano e coqueluche, conhecida como tríplice bacteriana.
Para gestantes, como alternativa de imunização passiva de recém-nascidos, recomenda-se, desde 2014, uma dose da vacina dTpa tipo adulto a cada gestação, a partir da 20ª semana. Para aquelas que perderem a oportunidade de serem vacinadas durante a gravidez, a orientação é administrar uma dose da dTpa no puerpério, o mais precocemente possível e até 45 dias pós-parto.
Desde 2019, a vacina dTpa passou a ser indicada também a profissionais da saúde, parteiras tradicionais e estagiários da área da saúde atuantes em UTI ou UCI neonatal convencional e berçários, como complemento do esquema vacinal para difteria e tétano ou como reforço para aqueles que apresentam o esquema vacinal completo para difteria e tétano.
Causada pela bactéria Borderella, a coqueluche, pertussis ou tosse comprida, como é popularmente conhecida, é uma infecção respiratória. A doença tende a se alastrar mais em tempos de clima ameno ou frio, como na primavera e no inverno.
Confederação anuncia os mesa-tenistas que irão para os Jogos de Paris
5 de Junho de 2024, 16:04Atual número 6 no ranking mundial, o carioca Hugo Calderano está prestes a disputar a terceira Olimpíada na carreira. Ele chega a Paris após bons resultados na temporada.
Por Redação, com ABr – do Rio de Janeiro
A Confederação Brasileira de Tênis de Mesa (CBTM) anunciou na terça-feira a lista com oito convocados para a Olimpíada de Paris, que começa daqui a 51 dias. Na disputa masculina o Brasil contará com Hugo Calderano, Vitor Ishiy e Guilherme Teodoro, além do reserva Leonardo Iizuka. Já na feminina, estarão as irmãs Bruna e Giulia Takahashi, Bruna Alexandre e Laura Watanabe na suplência. A competição do tênis de mesa em Paris ocorrerá e 27 de julho a 10 de agosto. O Brasil vai em busca do primeiro pódio olímpico na modalidade.

Atual número 6 no ranking mundial, o carioca Hugo Calderano está prestes a disputar a terceira Olimpíada na carreira. Ele chega a Paris após bons resultados na temporada. No último domingo de maio, Calderano faturou o WTT Contender Rio de Janeiro. Antes, ele já alcançara as semifinais do WTT Champions Chongqing (China), torneio que reúne os melhores mesa-tenistas do mundo.
Em Paris, Calderano deve ser o quarto cabeça de chave olímpico, o que o livrará de competir com adversários chineses, os mais bem ranqueados do mundo, nos primeiros embates.
Francisco Arado, o Paco, técnico da seleção brasileira masculina também aposta na experiência de Vitor Ishiy (85º colocado no ranking mundial) em sua segunda participação olímpica, e no estreante Guilherme Teodoro (119º).
– Nossa equipe mescla experiência com juventude: temos o Hugo, que é um dos melhores jogadores do mundo, o Vitor, que teve desempenho muito consistente durante todo o ciclo olímpico, individualmente e em equipe, mesmo caso do Guilherme. E o Iizuka, que obteve grandes resultados internacionais tanto no juvenil quanto no adulto – analisou Paco, em declaração à CBTM
Equipe feminina
Principal nome do tênis de mesa feminino brasileiro, Bruna Takahashi (18ª do mundo) vai representar o Brasil nos Jogos pela terceira vez (as primeiras foram Rio 2026 e Tóquio 2020). Multicampeã nas Américas, Bruna competirá ao lado da irmã caçula Giulia (90ª), revelação da nova geração de mesa-tenistas, e Bruna Alexandre (173ª), que se tornará a primeira brasileira a competir tantos nos Jogos Olímpicos quanto nos Paralímpicos.
– A Bruna Takahashi tem um talento enorme, vem em franca evolução e é nossa principal atleta. É uma líder, também no aspecto técnico. Também temos a Giulia, que se firma cada vez mais na categoria adulta, boa no pino curto, algo que nos cria uma variação de jogo; e a canhota Bruna Alexandre, com todo seu talento, experiência. E como reserva vamos levar a Laura Watanabe, que participou de todo o ciclo olímpico, já conquistou títulos juvenis internacionais e foi muito importante, em Cuba, na nossa classificação para os Jogos Olímpicos – detalhou Jorge Fanck, técnico da equipe feminina.
Narendra Modi é reeleito para terceiro mandato
5 de Junho de 2024, 12:04Pela primeira vez, em uma década, o Partido Bharatiya Janata (BJP) de Narendra Modi terá de contar com seus aliados de coligação para alcançar uma maioria no Parlamento, de acordo com os dados da comissão eleitoral.
Por Redação, com RTP – de Nova Délhi
O primeiro-ministro indiano, Narendra Modi, e seus aliados do partido nacionalista hindu conquistaram esta terça-feira a vitória nas eleições gerais, mas com uma maioria parlamentar reduzida e uma oposição reforçada. Tanto os analistas como as sondagens de boca de urnas tinham previsto uma vitória esmagadora do atual líder.

Pela primeira vez, em uma década, o Partido Bharatiya Janata (BJP) de Narendra Modi terá de contar com seus aliados de coligação para alcançar uma maioria no Parlamento, de acordo com os dados da comissão eleitoral.
O BJP e os seus aliados conquistaram pelo menos 272 de um total de 543 assentos parlamentares. Sozinho, o partido do primeiro-ministro conquistou 224 cadeiras e foi o mais votado em mais de 16 círculos eleitorais, em um total estimado em 240, mantendo-se o maior partido no Parlamento, mas abaixo dos 303 lugares alcançados nas últimas eleições, em 2019.
Já o Partido do Congresso, a principal força da oposição, obteve 88 mandatos parlamentares e ficou em primeiro lugar em mais de 11 círculos eleitorais, em um total estimado em 99, quase o dobro dos 52 lugares que conquistou há cinco anos.
Narendra Modi já declarou a vitória da sua aliança nas eleições. Na rede social X, ele escreveu que a Índia depositou a confiança na coligação governamental “pela terceira vez consecutiva”.
– Vamos continuar o bom trabalho realizado na última década para seguir satisfazendo as aspirações do povo – acrescentou.
Dirigindo-se a uma multidão de apoiantes na sede do BJP em Nova Deli, o líder indiano declarou que “este terceiro mandato será de grandes decisões” e que “o país escreverá um novo capítulo no seu desenvolvimento”.
Modi comprometeu-se a cumprir sua promessa eleitoral de transformar a economia da Índia, a terceira maior do mundo, e a não se esquivar de colocar em prática seu programa. Declarou ainda que irá impulsionar a indústria de Defesa, promover o emprego para os jovens, aumentar as exportações e ajudar os agricultores.
– Este país assistirá a um novo capítulo de grandes decisões. Esta é a minha garantia.
Modi, de 73 anos, continua a ser popular no país após dois mandatos. No fim de semana, disse estar certo de que “o povo indiano compareceu em números recordes” às urnas para o reeleger, após uma década à frente do país.
Derrota moral
Para o líder da oposição, Rahul Gandhi, os resultados revelam que os indianos disseram a Modi que “não o querem”. Já o deputado do Partido do Congresso Rajeev Shukla afirmou que “o BJP não conseguiu garantir uma grande maioria sozinho”, tendo sofrido uma “derrota moral”.
Os opositores do primeiro-ministro têm acusado o governo de utilizar o sistema judicial para fins políticos, aumentando o número de processos judiciais contra eles. Também a ONG norte-americana Freedom House afirmou que o BJP está “utilizando cada vez mais as instituições governamentais para atingir opositores políticos”.
Denunciando um retrocesso na democracia, tanto a oposição como os ativistas dos Direitos Humanos acusam Narendra Modi de favorecer os hindus, que constituem sendo maioria no país, em detrimento das principais minorias, incluindo os 210 milhões de muçulmanos indianos.
Já Modi acusa o Congresso de querer distribuir a “riqueza nacional” pelos “infiltrados” e “aqueles que têm mais filhos”, referindo-se à comunidade muçulmana. A oposição remeteu esta acusação para as autoridades eleitorais, que não sancionaram o primeiro-ministro, agora reeleito.
Cerca de 642 milhões de indianos foram às urnas nestas eleições, que se desenrolaram ao longo de seis semanas. A participação está estimada em 66,3% dos eleitores, ligeiramente abaixo dos números de 2019.
Polícia do Rio indicia quatro pessoas por poluição das águas do Guandu
5 de Junho de 2024, 12:04O Sistema Guandu, em Nova Iguaçu, na Baixada Fluminense, é responsável por 80% do abastecimento de água da região metropolitana do Rio de Janeiro. Com uma vazão de 43 mil litros por segundo, a estação de tratamento atende a mais de 9 milhões de pessoas.
Por Redação, com ABr – do Rio de Janeiro
A Polícia Civil indiciou quatro pessoas por suspeita de lançamento indevido de poluentes em rios da bacia do Guandu, em agosto do ano passado. Eles são ligados a uma empresa da região, que atua no ramo da fabricação de sabões e detergentes.

O inquérito, concluído no início desta semana pela Delegacia de Proteção ao Meio Ambiente (DPMA), apurou a responsabilidade de sócios e diretores da empresa.
A DPMA considerou que a empresa foi responsável pelo lançamento de produto surfactante (usado para reduzir a tensão superficial de líquidos), em suas galerias de águas pluviais, com base em perícias realizadas pelo Instituto Estadual do Ambiente (Inea) e pelo Instituto de Criminalística Carlos Éboli.
Em agosto do ano passado, foi detectada uma espuma branca espessa no rio Guandu, o que fez com que a Cedae suspendesse o abastecimento de água de grande parte da região metropolitana do Rio.
Guandu
O Sistema Guandu, em Nova Iguaçu, na Baixada Fluminense, é responsável por 80% do abastecimento de água da região metropolitana do Rio de Janeiro. Com uma vazão de 43 mil litros por segundo, a estação de tratamento atende a mais de 9 milhões de pessoas, segundo informações da Cedae.
O rio Guandu corta oito municípios, a maioria na Baixada, são eles: Piraí, Paracambi, Itaguaí, Seropédica, Japeri, Queimados, Nova Iguaçu e Rio de Janeiro. O Guandu deságua na Baía de Sepetiba. A captação de água para tratamento é feita após 43 quilômetros de percurso do rio, em Nova Iguaçu.
SP: CineSesc celebra cinema suíço com seleção de 12 filmes
5 de Junho de 2024, 12:04A mostra tem início nesta quarta-feira e segue até o dia 12 de junho no CineSesc, na capital paulista, mas parte da programação será apresentada no Centro Cultural Banco do Brasil (CCBB) de Brasília entre os dias 7 e 9 de junho e também pela Internet, na plataforma Sesc Digital.
Por Redação, com ABr – de São Paulo
Entre documentários e ficções, o Panorama do Cinema Suíço Contemporâneo celebra sua décima edição apresentando uma seleção de 12 filmes, entre eles, o premiado Blackbird, Blackbird, Blackberry, de Elene Naveriani, que abrirá o evento. A programação do festival reflete a diversidade linguística e cultural da Suíça, abordando temas relevantes para o mundo contemporâneo.

A mostra tem início nesta quarta-feira e segue até o dia 12 de junho no CineSesc, na capital paulista, mas parte da programação será apresentada no Centro Cultural Banco do Brasil (CCBB) de Brasília entre os dias 7 e 9 de junho e também pela Internet, na plataforma Sesc Digital.
Diretora franco-suíça
Na edição deste ano, a homenageada é a diretora franco-suíça Ursula Meier, que ganhará uma retrospectiva de sua obra. Nessa retrospectiva será apresentado seu filme mais recente, A Linha, que ganhou o prêmio de melhor roteiro, direção e atriz coadjuvante no Swiss Film Award de 2023. A diretora estará presente em todas as sessões para apresentar os filmes que estarão em exibição no festival e participará de bate-papo com o público nesta quinta-feira, no CineSesc.
Mais informações sobre o festival e a programação do evento podem ser consultadas no site do evento.
Mineração em cartão postal de BH é alvo de vistorias
5 de Junho de 2024, 12:04A extração mineral no local atualmente está proibida. No entanto, em outubro do ano passado, a Agência Nacional de Mineração (ANM) permitiu a retirada de 800 mil toneladas de minério que já haviam sido beneficiados e estavam estocados.
Por Redação, com ABr – de Brasília
Após pressão de diversas entidades ambientalistas por maior fiscalização sobre as atividades da Empresa de Mineração Pau Branco (Empabra), um grupo de parlamentares da Comissão de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável da Assembleia Legislativa de Minas Gerais (ALMG) fez uma visita técnica na segunda-feira. A mineradora é responsável pela Mina Granja Corumi, encravada na Serra do Curral, um dos principais cartões postais de Belo Horizonte.

A extração mineral no local atualmente está proibida. No entanto, em outubro do ano passado, a Agência Nacional de Mineração (ANM) permitiu a retirada de 800 mil toneladas de minério que já haviam sido beneficiados e estavam estocados. Com a grande movimentação de caminhões, moradores das comunidades vizinhas e ativistas do Fórum Pemanente São Francisco e do Projeto Manuelzão passaram a questionar se os órgãos públicos estavam acompanhando os trabalhos e se havia garantias de que a Empabra não teria voltado a extrair minério.
As suspeitas de atividade ilegal ganharam força em vistoria da prefeitura de Belo Horizonte no mês passado, que levou à interdição total da mina e de todas as atividades da empresa. Houve autuação por crime ambiental e foi aplicada multa de R$ 64,9 mil.
“Foi constatada a retirada de minério fino depositados em pilhas, desassoreamento das estruturas de drenagem (sumps), retirada de minério em taludes conformados, com possíveis avanços em terreno natural (minério in situ) e indícios de atividade de lavra, além de transporte”, informou a prefeitura. Segundo o Executivo municipal, o escoamento de minério para possível venda não contaria com o devido licenciamento ambiental tanto em âmbito estadual quanto municipal.
A mina Granja Corumi existe desde a década de 1950. Com a Serra do Curral tombada como patrimônio de Belo Horizonte em 1990, as atividades no local foram reduzidas. Em 2007, a Empabra firmou um compromisso com o Ministério Público de Minas Gerais (MPMG) para elaborar um plano de recuperação da área degradada. Na época, denúncias indicavam riscos para a integridade do Parque Estadual da Baleia. Diante do descumprimento parcial do acordo, as atividades da mineradora foram embargadas temporariamente pela Secretaria de Estado de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável (Semad) em 2018.
No ano seguinte, o relatório final de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) instaurada pela Câmara de Vereadores de Belo Horizonte chegou a pedir a suspensão definitiva da extração de minério na Mina Granja Corumi. O documento, de 324 páginas, sugeriu ao MPMG que fosse solicitado bloqueio judicial dos bens da Empabra até a resolução das questões trabalhistas e a recuperação da área degradada.
Minério estocado
A retirada do minério estocado foi autorizada pela ANM em outubro do ano passado como parte do processo de recuperação da área. A Empabra alegou que a manutenção no local desse minério já extraído poderia gerar novos danos. Ao mesmo tempo em que deu a permissão, a ANM cobrou um plano para obras emergenciais, com o intuito de evitar deslizamentos, vazamentos e outros problemas no período chuvoso.
A deputada estadual Bella Gonçalves (PSOL), que coordenou a visita técnica, questionou as atividades da mineradora. “Até agora não vimos nenhuma medida de recuperação de área degradada. O que a gente viu foi a retirada de material para a mineração. E nos perguntamos por que os caminhões estavam saindo justamente no período noturno. Será que é para não ser visto o material que está sendo retirado aqui?”. Para acompanhar a visita, a Comissão de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável da ALMG convidou também deputados federais e vereadores de Belo Horizonte, além de representantes das entidades ambientais.
Segundo nota divulgada pela Empabra, o controle da mineradora foi assumido em 2013 pela empresa Green Metals com o objetivo de recuperar a área da Mina Granja Corumi. A ideia é formar um corredor ecológico integrando o Parque Estadual da Baleia ao Parque das Mangabeiras. Ações de restauração teriam sido realizadas até 2018, quando a Semad embargou as atividades no local. De acordo com a mineradora, a paralisação gerou novos problemas como erosão a acúmulo de materiais, que estavam sendo enfrentados desde o aval da ANM no ano passado até a nova suspensão determinada no mês passado pela prefeitura de Belo Horizonte.
“Em 23 de abril de 2024, a Empabra protocolou o Plano de Fechamento da Mina, visando a transformar a área em um espaço público integrado ao Parque das Mangabeiras e ao Parque Estadual da Baleia. Os principais objetivos incluem a criação de um corredor ecológico, a ampliação da zona de amortecimento, a reintegração ecológica e a preservação da biodiversidade”, acrescenta a nota.
Perfil da pós-graduação muda no país em 25 anos, diz estudo
5 de Junho de 2024, 12:04Segundo o CGEE, há “clara evidência do processo de desconcentração regional ocorrido na pós-graduação brasileira entre 1996 e 2021″. Conforme análise, a Região Sudeste concentrava 62% do número de cursos de mestrado brasileiros em 1996.
Por Redação, com ABr – de Brasília
O Brasil formou e empregou mais mestres e doutores em 25 anos, os cursos estão melhor distribuídos entre as regiões e há mais mulheres pós-graduadas.

No entanto, apesar das mudanças, permanecem assimetrias históricas como a remuneração mais baixa das mestras e doutoras em comparação aos colegas do sexo masculino com a mesma formação acadêmica. Ainda é baixa a proporção de pessoas com essas qualificações no conjunto da sociedade.
O retrato da pós-graduação no país está no estudo Brasil: Mestres e Doutores, produzido pelo Centro de Gestão e Estudos Estratégicos (CGEE), organização social supervisionada pelo Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI), com sede em Brasília.
Segundo o CGEE, há “clara evidência do processo de desconcentração regional ocorrido na pós-graduação brasileira entre 1996 e 2021″. Conforme análise, a Região Sudeste concentrava 62% do número de cursos de mestrado brasileiros em 1996. Após 25 anos, essa participação caiu 20 pontos percentuais.
O mesmo fenômeno foi observado no doutorado. Em 1996, oito de cada dez cursos de doutorado estavam no Sudeste (79,2%). No mesmo intervalo de tempo, o peso da região caiu 29,6 pontos percentuais.
Em consequência, a geografia das titulações também se modificou. “Em 1996, 67,4% dos títulos de mestrado e 88,9% dos títulos de doutorado foram concedidos na Região Sudeste”, diz o estudo. Em 2021, “tais participações tinham diminuído para, respectivamente, 43,5% e 52,5%.”
Carteira assinada
As mudanças atingiram o mercado de trabalho formal. Em 2009, no Sudeste estavam empregados 55,1% dos doutores e 49,2% dos mestres. Em 2021, a prevalência de doutores na região permanece, mas deixa de ser majoritária, cai para 45,6% dos doutores empregados. No caso dos mestres com carteira assinada, a proporção caiu para 43,9%.
A redistribuição da pós-graduação no Brasil tem a ver com dois movimentos. Em primeiro lugar, a mobilidade de mestres e doutores, especialmente dos estados de São Paulo, do Rio de Janeiro e Rio Grande do Sul, para estados de outras regiões.
Em segundo lugar, o aumento da formação local, que diminui a relevância da “importação” de profissionais com mestrado e doutorado. “O fato de ter pós-graduação no Brasil inteiro dificulta a mobilidade”, avalia a socióloga Fernanda Sobral, vice-presidente da Sociedade Brasileira para o Progresso da Ciência (SBPC).
Desigualdade
Fernanda comemora a desconcentração, mas alerta para a queda recente da taxa de crescimento de cursos de pós-graduação. Entre 1996 e 2021, o número de programas de mestrado e doutorado passou de 608 para 4.691. O sucesso entre 2016 e 2021 foi menos intenso, no entanto. Segundo o CGEE, houve “clara desaceleração do processo de crescimento da pós-graduação brasileira nos cinco últimos anos da série analisada (1996-2021).”
A redução do ritmo preocupa especialmente a comunidade científica porque o número de titulados por habitante ainda é pequeno. Em 2021, o país tinha 27 mestres para cada grupo de 100 mil habitantes e 10,2 doutores para cada 100 mil habitantes. “Isso ainda é baixo. Isso tem a ver com a nossa desigualdade social que é muito grande. “Para ter um nível educacional é difícil”, afirma Fernanda Sobral.
A vice-presidente da SBPC, que acompanhou o lançamento do estudo em Brasília, também destacou a remuneração mais baixa paga as mulheres tituladas. Em 2021, a remuneração média das mulheres com mestrado era de R$ 10.033,95 – 26,7% menor do que recebiam os homens com a mesma formação. No caso das doutoras, a remuneração média naquele ano era de R$ 14.782,68 – 16,4% abaixo do que ganhavam os doutores.
Um detalhe importante é que a presença feminina é majoritária na pós-graduação. “A partir do ano de 1997, as mulheres passaram a ser maioria entre os titulados em cursos de mestrado no Brasil, A partir de 2003, elas também passaram a ser maioria entre os titulados em cursos de doutorado. A participação de mulheres no total de títulos de mestrado e de doutorado no ano de 2021 foram, respectivamente, 13,6 e 11,2 pontos percentuais maiores do que as participações de homens.”
Os dados analisados pelo CGEE são das bases de informações do Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), Relação Anual de Informações Sociais (RAIS); e da Plataforma Sucupira, mantida pela Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (Capes), fundação vinculada ao Ministério da Educação (MEC) e responsável pela política de pós-graduação no Brasil.
Público e privado
Conforme dados secundários, o setor público emprega mais mestres e doutores do que as empresas privadas, especialmente por causa das universidades públicas federais e estaduais, que são grandes empregadoras de professores que têm essas formações acadêmicas.
A despeito da tendência, o CGEE captou maior demanda por força de trabalho qualificada entre entidades empresariais. “O que a gente viu recentemente é que as entidades empresariais privadas passaram a ter papel importante no emprego de mestres, 25% do total dos mestres que estão empregados, trabalham hoje em entidades empresariais privadas”, diz Sofia Daher, coordenadora do estudo do CGEE e doutora em ciência da informação.
Segundo ela, a contratação de mestres e doutores pode ser fundamental em setores estratégicos como a indústria de transformação, que precisa de desenvolvimento tecnológico e inovação para ser competitiva. Pessoas com mestrado e doutorado “são responsáveis pela criação de novos conhecimentos e aplicação desses resultados”, afirma a coordenadora.
– Temos conversado com o Conselho Nacional de Desenvolvimento Industrial, que junto com outras instituições, tem discutido bastante políticas que possam aumentar a absorção de mestres e doutores pelo setor empresarial privado, aí nesse caso especialmente na indústria. A expectativa é que mestres ,e doutores tenham contribuição importante na geração de novos processos, aumento da competitividade e inovação, trazendo também conceitos importantes de sustentabilidade e responsabilidade social – acrescenta Sofia Daher.
O estudo do CGEE gerou mais de 330 tabelas que podem ser consultadas diretamente no site.
Mais de 50% dos moradores podem enfrentar morte e fome em Gaza
5 de Junho de 2024, 12:04De acordo com o relatório, a violência e os conflitos armados continuam a ser as principais causas de insegurança alimentar aguda em numerosos locais, que enfrentam deslocamentos generalizadas, destruição dos sistemas alimentares e redução do apoio humanitário.
Por Redação, com Lusa – Lisboa
Relatório da Organização das Nações Unidas (ONU) divulgado nesta quarta-feira diz que mais da metade da população da Faixa de Gaza poderão enfrentar a morte e a fome “até meados de julho”, e em 21 países a insegurança alimentar aguda poderá deteriorar-se.

A nova edição do relatório de alerta da Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação (FAO) e do Programa Alimentar Mundial (PAM) indicou que a situação em Gaza resulta do “impacto devastador do conflito, das fortes restrições ao acesso de bens e do colapso dos sistemas agro-alimentares locais”.
O relatório mostra como está exposta às situações mais graves de insegurança alimentar a totalidade da população da Faixa de Gaza, palco de conflito que começou em outubro do ano passado, na sequência do ataque dos islâmicos palestinos do Hamas a Israel, que eixou cerca de 1,2 mil mortos e duas centenas de reféns, segundo Tel Aviv. Em resposta, Israel lançou ataques que mataram mais de 36 mil pessoas, segundo as autoridades locais controladas pelo Hamas.
De acordo com o relatório, a violência e os conflitos armados continuam a ser as principais causas de insegurança alimentar aguda em numerosos locais, que enfrentam deslocamentos generalizadas, destruição dos sistemas alimentares e redução do apoio humanitário.
Espera-se, assim, que o conflito na Palestina agrave “ainda mais o número de mortos, sem precedentes”, assim como a “destruição generalizada e o deslocamento de quase toda a população da Faixa de Gaza”.
“Estão surgindo ramificações regionais mais amplas que poderão agravar as já elevadas necessidades de segurança alimentar no Líbano e na Síria”, acrescentam as organizações, que estimam ainda aumentos nos custos dos alimentos no Iêmen diante da crise registrada no Mar Vermelho, o que irá agravar ainda mais a situação na região.
Os órgãos da ONU acrescentaram o Haiti à lista de locais que precisam de “atenção muito urgente”, por viver já em catástrofe ou em risco dessa classificação em breve, devido à escalada da violência.
Myanmar (antiga Birmânia), a Síria, o Líbano e Iêmen foram identificados como focos de grande preocupação.
Devido às intensificações de conflitos, Myanmar e Haiti poderão registar mais deslocamentos e restrições ao acesso a alimentos e à assistência.
Consequências de conflitos
O relatório lembra as consequências de conflitos no crescimento econômico, assim como as “tensões geopolíticas na região do Oriente Médio e norte da África e potenciais novas escaladas [que] continuam a ser um risco importante para a economia mundial”.
Para a insegurança alimentar contribuem também fenômenos meteorológicos extremos, como chuvas excessivas, tempestades tropicais, ciclones, inundações, secas e aumento da variabilidade climática, prevendo-se que o fenômeno meteorológico La Niña, entre agosto de 2024 e fevereiro de 2025, possa melhorar as perspectivas agrícolas, mas também inundações em países africanos e no Haiti.
FAO e PAM destacam a necessidade de “assistência urgente e reforçada em 18 focos de fome para proteger os meios de subsistência e aumentar o acesso aos alimentos”.
“Uma intervenção mais precoce pode reduzir as carências alimentares e proteger os ativos e meios de subsistência a custo inferior ao de uma resposta humanitária tardia”, concluiu o relatório, que também defendeu “mais investimentos em soluções integradas”.
No Rio, evento debate impactos desiguais das mudanças climáticas
5 de Junho de 2024, 12:04O evento climático extremo aprofundou o engajamento dela no combate ao racismo ambiental, para ajudar outras famílias a não passarem pelo mesmo problema. Um dos eixos de trabalho é a produção de dados a partir da perspectiva dos territórios.
Por Redação, com ABr – do Rio de Janeiro
O seminário Racismo Ambiental: o que isso tem a ver com o seu quintal?, que debate os impactos desiguais das mudanças climáticas, começou na terça-feira no Fórum de Ciência e Cultura da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ). O evento é promovido pela organização não governamental ActionAid, em parceria com a Empresa Brasil de Comunicação (EBC), o Centro Brasileiro de Justiça Climática (CBJC), e com o apoio da Fundação Heinrich Böll e do Projeto SETA (Sistema de Educação por uma Transformação Antirracista).

A mesa de abertura teve a participação do gerente-executivo regional da EBC, Acácio Jacinto, que apresentou a visão da empresa sobre os temas centrais do seminário. Ele disse que a empresa tem desempenhado um papel fundamental na promoção de uma comunicação pública que informa, conscientiza e mobiliza a sociedade.
– Em relação à justiça climática, é intrínseco no nosso papel de serviço público informar com precisão, educar com profundidade e engajar com empatia. Racismo ambiental é uma injustiça histórica que precisa ser enfrentada com urgência. E compreendemos que ele se comunidades de cor e de baixa renda são desproporcionalmente expostos aos riscos ambientais, e têm menos acesso à recursos para mitigação e adaptação – disse o gerente executivo.
O dia teve mais duas mesas de debates. A primeira delas, com o nome “Território de Partilha: produção de dados nas quebradas”, contou com a presença de Kayo Moura (LabJaca), Fran Paula (CONAQ), Naira Santa Rita e Matheus Pereira (Instituto DuClima), e foi mediada por Maurício Dutra (Redes da Maré).
Naiara Ritam falou das experiências e missões do Instituto DuClima, que ela diz ter nascido depois de sobreviver às fortes chuvas que atingiram o Morro da Oficina, em Petrópolis, em 2022. Na época, mais de 200 pessoas morreram. O evento climático extremo aprofundou o engajamento dela no combate ao racismo ambiental, para ajudar outras famílias a não passarem pelo mesmo problema. Um dos eixos de trabalho é a produção de dados a partir da perspectiva dos territórios.
– Quem traz a demanda é a sociedade civil. Isso é diferente da situação em que o acadêmico ou o pesquisador vai até o território, analisa na perspectiva dele, e decodifica aquilo. A gente muda essa narrativa, inverte a lógica, e faz com que a população traga esses indicadores. E a partir disso, tem uma visão muito mais estratégica e assertiva. Quem conhece mais o território do que quem mora ali há anos? – disse Naiara.
O debate
A outra mesa de debate trouxe o tema Repensando uma educação ambiental antirracista: infância, juventude e clima. E teve a participação de Thaís Brianezi (ECA/USP), Thuérzia Souza (Projeto Meninas em Movimento – CMC), Carolina Silva (ActionAid). Mediação: Luciana Ribeiro (SETA).
A jovem ativista Thuérzia Souza, de 16 anos, apresentou as principais conquistas voltadas para a educação de meninas em Cabo Santo Agostinho, na região metropolitana do Recife. Os projetos têm como base a educação pública inclusiva e de qualidade. E um dos eixos de trabalho inclui a formação política de meninas da região, para que sejam capazes de lutar efetivamente contra as desigualdades de raça, gênero e classe.
– Em uma das campanhas, fizemos visitas às escolas para falar da importância de tirar o título de eleitor e de votar. É muito importante ver as meninas escolherem prefeito e vereadores que tragam políticas públicas voltadas para elas – disse Thuérzia. “A gente quer candidatos que olhem para a gente, que pensem na juventude e em como ela está vulnerável. Em como ela precisa de cultura, escola, faculdade e estabilidade financeira”.
O seminário Racismo Ambiental concluiu a programação nesta quarta-feira com mais quatro mesas de debates, que aconteceram entre 9h30 e 17h. Os temas são: Território de Partilha: Defensoras da terra e do clima: extrativismo e cuidado; Mudanças Climáticas, Mobilidade Urbana e Ocupação das Cidades; Políticas públicas de enfrentamento ao racismo ambiental, para questões climáticas, ambientais e agrárias; e Entre o rural e o urbano: a produção espacial do racismo ambiental.
Brasília promove atos em memória a Bruno Pereira e Dom Phillips
5 de Junho de 2024, 12:04De acordo com o Ministério dos Povos Indígenas, duplo homicídio “revelou a jornada de dois profissionais que se converteu em um marco da luta pelos direitos dos povos indígenas e da preservação do meio ambiente”.
Por Redação, com ABr – de Brasília
Os assassinatos do indigenista Bruno Pereira e do jornalista britânico Dom Phillips, no Vale do Javari, na Amazônia, completam dois anos nesta quarta-feira. Em homenagem às vítimas, o Ministério dos Povos Indígenas promoverá, em Brasília, três atos públicos.

O primeiro evento aconteceu, no Cine Brasília, no bairro Asa Sul (SHCS EQS 106/107, s/nº) e deve contar com a presença das viúvas de Bruno e Dom, Beatriz Matos e Alessandra Sampaio, respectivamente, e de autoridades federais e representantes de organizações não governamentais (ONGs) e indigenistas.
Além da exibição gratuita do documentário Vale dos Isolados: o assassinato de Bruno e Dom, haverá um debate sobre a luta dos defensores de direitos humanos, comunicadores e ambientalistas no Vale do Javari.
Dirigido pela repórter Sônia Bridi, o filme recebeu, em outubro de 2023, um dos mais importantes e tradicionais prêmios jornalísticos em Direitos Humanos do Brasil, o Vladimir Herzog, na categoria melhor produção jornalística em vídeo, por “revelar como a negligência do Estado fez ressurgir um ciclo histórico de violência na região com o maior número de indígenas isolados do mundo.
O segundo ato está previsto para começar às 18 horas, na Esplanada dos Ministérios. Imagens de Bruno e de Dom serão projetadas no bloco A dos edifícios ministeriais, onde funciona parte da estrutura do Ministério dos Direitos Humanos e da Cidadania. Os ministros dos Povos Indígenas, Sonia Guajajara, e dos Direitos Humanos e Cidadania, Silvio Almeida, participarão da iniciativa.
O terceiro e último ato oficial em memória de Bruno e Dom ocorreu, no Memorial dos Povos Indígenas, localizado no Eixo Monumental Oeste (Zona Cívico-Administrativa, Praça do Buriti, em frente ao Memorial JK). Nele, haverá a apresentação de um balanço das ações que o governo federal implementou na região. O balanço envolve iniciativas que integram o Plano de Proteção da Terra Indígena (TI) do Vale do Javari, de promoção da proteção territorial e de garantia dos direitos sociais dos habitantes da área.
Segundo o Ministério dos Povos Indígenas, a cerimônia será transmitida pelas redes sociais e o link será informado ao longo do dia nos perfis da pasta no Instagram.
Histórico
De acordo com o Ministério dos Povos Indígenas, duplo homicídio “revelou a jornada de dois profissionais que se converteu em um marco da luta pelos direitos dos povos indígenas e da preservação do meio ambiente”.
Bruno Pereira e Dom Phillips foram mortos a tiros em 5 de junho de 2022. A dupla tinha se reunido em Atalaia do Norte (AM) no início de junho. Dom planejava entrevistar lideranças indígenas e ribeirinhos para escrever um livro-reportagem que pretendia intitular de Como Salvar a Amazônia.
Indigenista experiente, Bruno havia se licenciado da Fundação Nacional dos Povos Indígenas (Funai) em fevereiro de 2020, por discordar das novas orientações quanto à execução da política nacional indigenista. Desde então, atuava como consultor técnico da União dos Povos Indígenas do Vale do Javari (Univaja). Além de guiar Dom, Bruno viajaria para se reunir com lideranças de comunidades do entorno da Terra Indígena Vale do Javari, segunda maior área do país destinada ao usufruto exclusivo indígena e a que abriga a maior concentração de povos isolados em todo o mundo.
A dupla foi vista pela última vez na manhã do dia 5. Seus corpos só foram localizados em 15 de junho, quando policiais já tinham detido ao menos cinco suspeitos de participar do crime.
Em julho de 2022, o Ministério Público Federal (MPF) denunciou Amarildo da Costa Oliveira (conhecido pelo “Pelado”), Oseney da Costa de Oliveira (“Dos Santos”) e Jefferson da Silva Lima (“Pelado da Dinha”) por duplo homicídio qualificado e ocultação dos corpos de Bruno e Dom. Também foram detidos e indiciados pela Polícia Federal (PF) Ruben Dário da Silva Villar (o Colômbia, e Jânio Freitas de Souza. O processo está em andamento, mas a subseção Judiciária Federal de Tabatinga (AM) ainda não marcou a data do julgamento dos três principais acusados.