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April 3, 2011 21:00 , by Unknown - | 2 people following this article.
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Reestruturar o futebol, reestruturar a imprensa esportiva

July 13, 2014 9:23, by Unknown - 0no comments yet

Após o tsunami da Alemanhã que inundou o mineirão na última terça-feira, todos falam em reestruturar o futebol. Quem mais ladra por democratizar a CBF e o futebol são os iluminados da imprensa esportiva.

No entanto, os caras não se incluem, obviamente. Para variar, não houve manifestação de jornalistas esportivos da Globo sobre a tal reestruturação. É compreensivel, a Globo é cumplice da CBF, imagina quebrar o monopólio da Globo sobre o campeonato brasileiro, onde os jogos são realizados as 10 horas da noite, tudo em função da emissora do PIG impor o horário dos jogos para não mexer em sua programação de novelas, que só tem um finalidade: alienar o nosso povo.

Vamos reestruturar nosso futebol, mas, vamos começar pela imprensa como um todo. Lei dos médios já.



A derrota e a disputa pelo imaginário brasileiro

July 9, 2014 8:05, by Unknown - 0no comments yet
O jogral conservador ganhará decibéis redobrados na tentativa de transformar a humilhação esportiva na metáfora de um Brasil corroído pelo desgoverno.

Por Saul Leblon

Marcello Casal Jr/Agência Brasil
A seleção brasileira foi mastigada  até a alma pelas mandíbulas alemãs nesta 3ª feira, na disputa das semifinais da Copa do Mundo.

Depois de tomar quatro gols em seis minutos no primeiro tempo, a equipe montada por Felipe Scolari  tirou o uniforme e vestiu o manto de um zumbi coletivo.

Morta, arrastou-se  pelo gramado do Mineirão,  de onde saiu carregando o fardo de  uma goleada histórica por 7 x 1.

A derrota atinge a estrutura do futebol brasileiro.

A exemplo  do que ocorreu  na economia nos últimos trinta anos, o futebol viveu um processo de primarização.

Clubes que deveriam ser fontes de talentos, com forte investimento em categorias de base,  tornaram-se exportadores  de brotos verdes.

Ao ensaiarem seu diferencial nos gramados, garotos  já são monetizados e remetidos a clubes do exterior,  que cuidam de completar sua formação. 

Alguns,  caso de  David Luiz, só para citar um exemplo,  voltam depois consagrados, quase desconhecidos aqui, para compor uma seleção que convive mais tempo no avião do que nos gramados.

Nas cadeias da globalização da bola, o Brasil se rendeu ao papel de fornecedor de matéria-prima.

A dependência financeira dos clubes em relação às cotas de transmissões esportivas dos grandes campeonatos regionais e nacionais é outro torniquete da atrofia que explodiu no Mineirão.

As redes de tevê  ficam com a parte do leão da publicidade milionária das transmissões futebolísticas –fonte de uma das maiores audiências da televisão brasileira.

Donas do caixa, redes como a Globo, fazem gato e sapato dos clubes, obrigando jogadores a uma ciranda insana de tabelas e competições que se sobrepõem em ritmo alucinante, para servirem à conveniência das grades e da receita publicitária.

É praticamente impossível sobreviver fora da ciranda e, dentro dela, impera o imediatismo: não há tempo,  nem recurso,  para investir em formação de atletas nas categorias de base.

A pressão brutal por resultados –-se  não ‘subir’  ou, pior, se  ‘cair’, o clube perde a cota da tevê--  obriga dirigentes à caça insaciável por jogadores tarimbados, em detrimento da revelação própria nos quadros juvenis.

A reiteração entre audiência e cotas premia os clubes maiores criando um círculo de ferro que condena o grosso das demais agremiações  à marginalização.

No triênio 2016/19, por exemplo, a Globo prevê pagar  R$ 4,11 bi por direitos de transmissão no Brasil. Desse total, três clubes, Corinthians, Flamengo e São Paulo ficarão com quase R$ 500 milhões.

O restante será rateado pelas agremiações  do resto do país.

No futebol inglês e no alemão, o critério é mais equânime.

Na Alemanha a verba é  dividida em cotas iguais entre todos os clubes. Na Inglaterra, 70% do total é dividido em partes iguais, ficando 30% para ‘prêmios’ por classificação e audiência.

Na Alemanha, ademais, há uma rede capilarizada de escolas de futebol, que compõe um sistema nacional  de formação de atletas, revelação de talentos, bem como preparação de técnicos e juízes.

Centros de treinamento de alto nível  focados em categorias de base, como o do São Paulo FC, são raros no Brasil, que viu morrer o celeiro do futebol de várzea sem que se pusesse nada no lugar.

Adestradas na lógica da mão para a boca, as torcidas se transformam em certificadoras dessa engrenagem sôfrega.

Não raro com o uso da violência, cobram  resultados e  contratações  milionárias  dos cartolas, que usam o álibi das uniformizadas para a rendição incondicional ao mercantilismo esportivo.

Ao contrário da equidistância que seus candidatos cobravam de Dilma ainda há pouco, quando o time de Felipão  avançava na classificação, a derrota nacional na Copa do Mundo certamente será explorada pelo conservadorismo.

A disputa pelo imaginário brasileiro ganhará decibéis redobrados a partir de agora, na tentação rastejante de  transformar  a humilhação esportiva  na metáfora de um Brasil  corroído pelo ‘desgoverno petista’.

O tiro pode sair pela culatra.

A tese não é apenas  oportunista.

Ela é errada.

O que acontece é simplesmente o oposto.

A estrutura do futebol brasileiro, na verdade, está aquém dos avanços sociais e políticos assistidos  no país nas últimas décadas.

Há um descompasso entre a sociedade e o gramado.

A caixa preta da Fifa  --reafirmada no intercurso entre cambistas e filhos de dirigentes, como se viu em episódio recente no Rio de Janeiro-- é apenas a expressão global do sistema autoritário e nada transparente dominante em várias ligas nacionais.

A do Brasil, com a CBF, é um caso superlativo.

Dominada por um punhado de coronéis da bola,  requer um corajoso  processo de oxigenação, equivalente à  reforma  preconizada por Dilma para o sistema político brasileiro.

Trata-se de democratizar os centros de decisão, bem como as legislações relativas à compra e venda de atletas, evitar sua venda precoce ao exterior,   ademais de remodelar os circuitos das competições e libertar o caixa dos clubes da tutela asfixiante das tevês, para que possam , de uma vez por todas, converterem-se, de fato, em  academias de formação e difusão esportiva.

O conjunto atinge diretamente o núcleo duro dos  interesses e valores com os quais o conservadorismo compactua  para voltar ao poder.

A quem desdenha da necessidade de um planejamento nacional em qualquer esfera –da industrialização, ao direcionamento do crédito, passando pelo controle de capitais e do câmbio--  cabe perguntar: se não temos uma política nacional para o futebol, como se pode pleitear uma seleção nacional à altura das  nossas expectativas?

Enquanto ficamos na dependência de um Neymar, o grupo  da Alemanha joga junto há 10 anos.

Pode-se manipular o imaginário da derrota na catarse das próximas horas. Mas será difícil sustentar o oportunismo  se ele for confrontado com uma visão clara e desassombrada das linhas de passagem que podem devolver ao futebol brasileiro o brilho que ele já teve um dia, e ao seu torcedor, a alegria trincada neste  sombrio oito de julho de 2014.



Análise de filme: o Escafandro e a borboleta- qual o limite do potencial humano?

July 8, 2014 4:49, by Unknown - 0no comments yet

A sinopse é a seguinte: Jean-Dominique Bauby tem 43 anos, é editor da revista Elle, e um apaixonado pela vida. Mas, subitamente, tem um derrame cerebral. Vinte dias depois, ele acorda. Ainda está lúcido, mas sofre de uma rara paralisia: o único movimento que lhe resta no corpo é o do olho esquerdo. Bauby se recusa a aceitar seu destino. Aprende a se comunicar piscando letras do alfabeto, e forma palavras, frases e até parágrafos. Cria um mundo próprio, contando com aquilo que não se paralisou: sua imaginação e sua memória. Baseado no livro de Jean-Dominique Bauby.[1](link para assistir ao filme http://armagedontv.blogspot.com.br/2013/08/o-escafandro-e-borboleta-legendado.html )

Imagine você sem ter como se comunicar com o mundo, com a possibilidade de um único movimento- piscar o olho esquerdo. Desejaria morrer? Buscaria soluções? Se sentiria bem ao depender quase que totalmente de outros? Tente imaginar o desespero de Jean-Dominique Bauby ao descobrir que perdeu a comunicação com o mundo. Isso é a síndrome de encarceramento. Basicamente, o personagem principal decaiu do cargo de editor chefe de uma grande revista, perdeu toda sua vida, não podia andar, falar, sorrir, se comunicar- ou melhor, podia se comunicar de uma forma inédita. A forma como o filme se inicia, em termos de cenografia é fantástica. Os primeiros 38 minutos são totalmente na perspectiva do sujeito, se percebendo como incapaz de se comunicar, médicos de todo tipo entrando e saindo, sua família se preocupando, estudantes o observando e procedimentos sendo feitos. Diversos eventos e o sujeito inerte, incapaz de se mover. É possível de fato entendermos como ele se sente, nos sentirmos como ele. Em termos de comunicação, é disso que trata o filme, a noção de que comunicação e linguagem são coisas muito mais complexas que imaginamos. Logo após ele começa a se acostumar com sua própria imagem, seu novo ser, aonde passa a ter de questionar seu mundo, questionar a si mesmo, descobrir novamente quem é, justificando o nome do filme “O escafandro e a Borboleta”.

A fonoaudióloga, Henriette descobre um jeito dele se comunicar. Uma piscada para sim, duas para não. Depois cria um sistema alfabético baseado em freqüência de usos de letras, aonde um pisque na hora da letra ditada a representa, dois para cada palavra terminada, e várias para uma errada- possibilitando a formação de frases. Problemas surgem inicialmente, devido a velocidade natural de movimento dos olhos de piscar. A fisioterapeuta o ajuda a recuperar os movimentos básicos, e ele vai tendo aos poucos de recuperar seus contatos. Até ai vida e transmissão de pensamentos só podiam ficar para si mesmo. É significativo que a primeira frase que consegue emitir após o sistema começar a funcionar é: “Eu quero morrer”. Seria diferente com você? Vygotsky dá muita ênfase que nos desenvolvemos através da cultura, interação e principalmente a linguagem. Segundo ele aprendemos a nos relacionar no mundo, ser no mundo através da linguagem. Ele divide o crescimento da fala em três fases, o que proporciona o pensamento. As três fases são a fala social que controla o comportamento do outro, a egocêntrica como controle do próprio comportamento, e a interior, ou seja, o pensamento.[2] A linguagem pode ser definida como “...a capacidade humana para compreender e usar um sistema complexo e dinâmico de símbolos convencionados, usado em modalidades diversas para comunicar e pensar”[3]e nesses termos existem várias formas de se comunicar, afinal de contas se só houvesse a linguagem falada como o surdo, o cego e o mudo se comunicariam? Falar sobre linguagem e comunicação é muito mais complexo que parece.  

É importante perceber, que mesmo com dificuldades o sujeito foi se redescobrindo, viu que não estava impossibilitado de se comunicar, que podia evoluir. O evento começou a ter seu lado positivo quando Jean-Dominique Bauby percebeu que toda sua vida foi uma sequência de pequenos erros. Nós, que vemos o filme temos um grande choque quando vemos de forma externa seu estado aos 38 minutos, antes tudo o que vemos vem do piscar de um olho esquerdo.  A auto descoberta que ele passa durante o filme é incrível, ver o próprio potencial num estado desses, ter acesso quase infinito a imaginação, que é só o que pode fazer, pensar nas suas memórias, descobrir até mais potencial do que quando tinha tudo. Através do choque que tomamos, ao ver inicialmente tudo da visão do sujeito, e depois do mundo externo, se sentir como ele e também como quem convive é algo incrível. Nos deparamos com uma percepção interna de terror, desconhecimento, depois de reconhecimento do estado atual, a reconhecimento do próprio potencial.  De forma externa, temos a primeira imagem de um sujeito sensível, impotente, inerte e logo depois alguém curioso com o mundo, ávido a agir sobre ele. O olhar estranho dos funcionários da telefonia e o ato de ignorá-lo enquanto ainda está lá, e o mesmo ri, demonstrando que se aceitou. A idéia de Vygotisky sobre a linguagem, os vários tipos de comunicação se encaixam perfeitamente nesse filme. Apesar de toda limitação, até mesmo a convivência social se torna possível a ele, sentimentos como tristeza, alegria, algo de uma pessoa “normal”, ou melhor, sem possíveis limitações é possível a ele. Do ponto de vista da maioria dos profissionais designados a ele, é um caso excepcional, mas nada disso, porém, do ponto de vista da fonoaudióloga, um trabalho, mas um envolvimento pessoal tão grande, com o objetivo de recuperar uma vida. Com o sistema de linguagem criado ele foi capaz de fazer um livro, que se propôs o titulo de “O olho”, ou “A Panela de Pressão”, ou “O escafandro”. É interessante notar como o pai compara o filho a si mesmo, dizendo que os dois estão com síndrome de encarceramento, um do corpo, outro do apartamento.

Conclusão

O filme mostra todo o potencial do ser humano, que pode ir a caminhos inimagináveis. Poderia ter sido mostrado o lado oposto, isto é, em um contexto diferente e sem ajuda médica especializada, e principalmente amor a profissão pelo lado da fonoaudióloga, poderia ter morrido silenciosamente em todos os sentidos. Sem se comunicar, de delírios a alucinações, a todo tipo de loucura, em um silencia externo de todo tamanho, mas em mundo interno rico de tristezas e confusões. Somente ao fim do filme é mostrado o contexto em que o derrame ocorreu, e o drama dos três meses após ele, e de fato, esse foi o evento menos interessante do filme. Jean-Dominique Bauby  morreu com 45 anos em 9 de março de 1997, e sua última lembrança foi a de reconstrução de sua vida antes perdida, agora de corpo limitado foi recuperada, demonstrado através do iceberg inicialmente caindo quando descobriu isso, agora se recompondo. Sua morte foi inclusive de pneumonia, algo do biológico.

Tudo isso que foi escrito pode ter sido só percepção minha, talvez o texto pudesse ter sido simplesmente: “O filme fala sobre um homem que após um derrame perdeu toda sua forma de se comunicar, exceto pelo olho esquerdo, única parte que se movimentava. O filme mostra toda sua trajetória de superação.” Mas seria muito simplista, sem emoção. Talvez tudo isso tenha sido simplesmente o que o filme causou em mim, coisas mais minhas do que do filme. Esse texto tem inclusive um traço novo: de tanto analisar filmes comecei a ter noção de cenografia, da visão de quem cria o filme, o que se quer passar com cada cena, de alguma forma representou um crescimento, aonde se expandiu só do campo ideológico para o campo de construção do filme. Por fim, eu como escritor, pessoa que escreve este texto, tenho um outro encanto. O livro que ele fez foi editado todo em pensamento, em outras palavras, praticamente uma única versão feita diretamente na cabeça. Eu, ao fazer qualquer texto para publicações semanais, e digo texto, não livro tenho no mínimo 2 versões, , e em casos de filme 3. Alem disso ele sempre passa por duas revisões no mínimo, uma minha e outra de um terceiro. Ou seja, em termos de organização de ideias para escrita, Jean-Do alcançou o ápice de potencial. Ao longo dos textos a versão original tem ficado cada vez mais próxima da final (isso no período de 1 ano e três meses de publicações semanais), mas nada que chega perto da capacidade de  Jean-Dominique Bauby. O que é o Escafandro? É uma roupa impermeável e hermeticamente fechada própria para mergulho.[4] Para mim a conclusão do filme foi clara: todo ser humano tem potencial, até onde vai? Cada um tem o seu, tanto é que o filme foi baseado no livro, que ele mesmo escreveu. “O escafandro e a borboleta.” Jean conseguiu abrir seu escafandro e virar uma borboleta. E você?

Lembrem-se de referenciar a fonte caso utilizem algo deste blog. Dúvidas, comentários, complementações? Deixe nos comentários.

 Escrito por: Rafael Pisani

Referencias bibliográficas:

Disponível em: http://armagedontv.blogspot.com.br/2013/08/o-escafandro-e-borboleta-legendado.html Toninho Oliveira/ http://armagedontv.blogspot.com.br . Data de acesso: 01 de maio de 2014

Disponível em: http://homes.dcc.ufba.br/~frieda/mat061/relao.htm/ http://homes.dcc.ufba.br . Data de acesso: 01 de maio de 2014

Disponível em: http://omundodacomunicacao.blogspot.com.br/2009/05/definicao-de-linguagem.html Inês Moura e Raquel Gamboa/ http://omundodacomunicacao.blogspot.com.br . Data de acesso: 01 de maio de 2014

Disponível em http://www.dicionarioinformal.com.br/escafandro/

/ http://www.dicionarioinformal.com.br . Data de acesso: 01 de maio de 2014



Se emocionar é Humano!

July 3, 2014 9:48, by Unknown - 0no comments yet

Por Emiliano José

Tá legal, eu aceito o argumento: seleção brasileira não tem esse time todo, falta meio de campo, depende muito de Neymar, essa coisa toda. Agora, pretender que a rapaziada, tão jovem, não tenha nem direito a chorar, se emocionar, tenha dó. Foi um momento de humanização do futebol, um dos negócios mais rentáveis do mundo, submetido a uma entidade despótica e envolvida em homéricos casos de corrupção, onde os jogadores são utilizados como mercadoria.

Esses meninos, dos poucos que ganham o estrelato, sofrem com a carga que lhes foi jogada nas costas. Antes, não ia ter Copa. Agora, não vai ter hexa. Choravam por ter chegado até aqui.

Nossa torcida tinha mais é que apoiar o time, fazer, me desculpem, como a torcida argentina.

Não sei, quem sabe?, se ganha o hexa ou não. E se não ganhar, o mundo não acaba. Já ganhamos cinco copas - quem até agora o fez?

Sei é que a meninada precisa de apoio, uma torcida entusiasmada, que vibre com o time, que cante nosso hino e respeite o dos outros.

Nada de viralatismo.

Podemos ganhar ou perder.

Não podemos é deixar a rapaziada sem amparo.

E que chore à vontade quando o coração mandar.

O humano ri.

Fica alegre.

Sofre.

Se emociona.

E chora.