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3 de Abril de 2011, 21:00 , por Desconhecido - | 2 people following this article.
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Temer encontra presidente da Nestlé e negocia venda do Aquífero Guarani

31 de Janeiro de 2018, 14:42, por Feed RSS do(a) News

O discreto encontro entre o presidente de facto, Michel Temer, e o presidente da Nestlé, Paul Bulcke, acelera as negociações para a concessão às multinacionais para explorar o Aquífero Guarany. O Correio do Brasil ja havia denunciado a negociação, em curso desde 2016.

 

Por Redação, com Franklin Frederick – de Nova York, NY-EUA

 

A passagem do presidente de facto, Michel Temer, pela Suíça, na semana passada, durante o Fórum Econômico Mundial, de forma praticamente invisível, começa a se explicar melhor a partir do artigo do reverenciado ativista ambiental norte-americana Franklin Frederick. Presente ao Fórum, Frederic lembrou, em artigo publicado na mídia internacional, os conceitos que embalam o governo imposto, no Brasil, após o golpe de Estado, em curso desde Maio de 2016.

Presidente internacional da Nestlé, Bulcke reuniu-se em um jantar com Temer. No cardápio a ser servido, o Aquífero Guarani

Presidente internacional da Nestlé, Bulcke reuniu-se em um jantar com Temer. No cardápio a ser servido, o Aquífero Guarani

“O que Temer chama de ‘reformas’ são o seu programa de privatizações, complementado por medidas que procuram retirar quaisquer barreiras à expansão do capital, sejam elas leis de proteção ambiental ou de direitos de trabalhadores. Como programa político estas ‘reformas’ não têm – nem poderiam ter – nenhum apoio da população e por isso devem ser apresentadas como uma inevitabilidade histórica – ‘não há alternativas”, afirmou Frederick.

Jantar reservado

Ainda segundo o ativista, “Temer, em Davos, exprimiu sua completa adesão aos objetivos do neoliberalismo – o que já sabemos – porém mais ainda o discurso revelou, para alívio da elite econômica em Davos, que há no Brasil poderes organizados capazes de utilizar diversas formas de violência para sustentar o seu governo e as suas propostas; eliminando a possibilidade de qualquer alternativa.

“Estranhamente, o segundo evento oficial anunciado pelo Fórum em que Temer participaria, um debate público com a participação do Prefeito de São Paulo João Dória, do Presidente do Bradesco, do CEO do Itaú-Unibanco e do CEO da Nestlé, Paul Bulcke, desapareceu da agenda do Fórum. Mas, em um evento fora do programa oficial, um jantar fechado para convidados onde Temer fez a abertura do painel Dando Forma à Nova Narrativa Brasileira, o CEO da Nestlé estava entre os convidados, como informou (o diário conservador paulistano) Folha de São Paulo.

Nestlé e Coca-Cola

“Ao que tudo indica, decidiram que o presidente Temer e o CEO da Nestlé não deveriam aparecer juntos em público. Afinal, a Nestlé é bem conhecida pelo seu apoio à privatização da água; e que negociações sobre este tema já existem entre a empresa e o presidente Temer é de conhecimento público. A rejeição da maioria da população brasileira à privatização da água parece ter influído em tornar mais discreto o encontro entre Temer e o CEO da Nestlé em Davos”, pontua.

A agenda de Temer em Davos, porém, ainda segundo Frederick, revela a importância do tema água:

“Temer teve encontros privados com o Presidente Global da Ambev, Carlos Brito; e com o CEO da Coca-Cola, James Quincey. Temer também encontrou o CEO da Dow Chemical, Andrew Liveris. A água é a principal matéria prima utilizada pela Coca-Cola e pela Ambev. E ‘por coincidência’, Andrew Liveris faz parte do ‘Governing Council’ do Water Resources Group –WRG – a iniciativa da Nestlé; Coca-Cola e Pepsi para privatizar a água através de parcerias público-privadas. No site oficial do WRG, Andrew Liveris aparece ao lado do ex-CEO da Coca-Cola Muhtar Kent – outro membro do ‘Governing Council’ do WRG”, acrescentou.

Frederick acrescenta que “a Diretora de Comércio e Política de Investimentos da Dow Chemical, Lisa Schroeter, aparece como membro do ‘Steering Board’ do WRG, junto com Dominic Waughray; que é membro também do Comitê Executivo do próprio Fórum Econômico Mundial”.

Correio do Brasil

“A Ambev é parte da AB InBev, grupo que comprou a sua grande rival SABMiller por US$ 107 bilhões numa mega fusão que concentrou ainda mais o mercado das grandes empresas engarrafadoras de água, cerveja e refrigerantes. A SABMiller é uma das empresas fundadoras do WRG… O maior acionista individual do grupo AB InBev é o brasileiro radicado na Suíça, Jorge Paulo Lemann”, sublinha.

Nestlé, Coca-Cola, Pepsi, Ambev; Dow Chemical, WRG e toda esta rede de relações em torno do Fórum Econômico Mundial revelam como o big business se organiza para promover e executar sua agenda de apropriação das riquezas do planeta.

Em um outro artigo, também publicado na mídia internacional, Frederick cita uma reportagem icônica do Correio do Brasil:

“Devemos lembrar, primeiro, de um importante artigo publicado pelo jornal Correio do Brasil no dia 22/08/2016 com o título: ‘Multinacionais querem privatizar uso da água e Temer negocia” . O artigo informa que, “segundo revelou um alto funcionário da Agência Nacional de Águas (ANA), em condição de anonimato (…). O Aquífero Guarani , reserva de água doce com mais de 1,2 milhão de km²; deverá constar na lista de bens públicos privatizáveis (…) As negociações com os principais conglomerados transnacionais do setor, entre elas a Nestlé e a Coca-Cola, seguem ‘a passos largos”.

Em defesa do
Aquífero Guarani

E o autor segue adiante. “É importante lembrar também que, na data deste artigo; a presidente eleita Dilma Roussef ainda enfrentava o julgamento do processo de impeachment. Mas Temer já atuava como Presidente ‘de facto’; ou seja, mesmo antes do golpe consumado, já se negociava a privatização dos recursos naturais brasileiros, a verdadeira razão por trás do golpe.

“Em março próximo o Brasil vai sediar o Fórum Mundial da Água em Brasília. A Nestlé e o Water Resources Group estarão lá; já que este é o Fórum das grandes empresas privadas. As empresas públicas de água brasileiras e ainda mais as águas subterrâneas  e as fontes de água mineral são os  ‘alvos’ que esta proximidade entre Temer e Paul Bulcke indicam. A privatização destas empresas e recursos naturais será; naturalmente, apresentada como a ‘solução’ dentro do Fórum Mundial da Água”, ressalta Frederick.

“Espero que o Fórum Mundial Alternativo da Água que se organiza também em março; como resposta da sociedade civil às políticas neoliberais, reserve um bom tempo e espaço para trocar informações; e analisar as diversas práticas da Nestlé no mundo. Trata-se de uma questão fundamental”, conclui.

O post Temer encontra presidente da Nestlé e negocia venda do Aquífero Guarani apareceu primeiro em Jornal Correio do Brasil.



A liberdade é para os poderosos

24 de Janeiro de 2018, 8:08, por Feed RSS do(a) News

Enquanto muitos pensavam que a turma que tomou o poder de assalto nos levaria à Idade Média, eles de fato nos devolvem à época do Império Romano...  Julgamento de catilina
A História é contada pelos vencedores. No caso da imagem acima, Cícero, em seu discurso de 8 de novembro de 63 a.C., mostrado por Maccari que enfatiza o isolamento de Catilina de quem os senadores romanos, os homens de bens, mantêm distância.

"As atitudes da população livre em relação aos seus escravos e à escravidão como instituição eram igualmente variadas e ambivalentes. Para os proprietários , desdém e sadismo ficavam lado a lado com medo e preocupaçao em relação à sua dependência e vulnerabilidade , que numerosos ditos populares e anedotas captavam. "Tod escravo é inimigo" era uma dessas peças de sabedoria romana. E no reinado do imperador Nero, quando alguém teve a brilhante ideia de fazer os escravos usarem uniformes, ela foi rejeitada com a alegação de que isso deixaria claro para a população escrava o quanto ela era numerosa."

SPQR, uma história da Roma Antiga, Mary Beard, Ed. Critica, 2017, página 325, 1º parágrafo.



Como agências cultivam perfis falsos para construir e destruir reputações

20 de Janeiro de 2018, 9:25, por Feed RSS do(a) News

Ainda que ilegais, as fazendas de bots no Facebook ajudam políticos e marcas a ganharem relevância em troca de milhares de reais.

Giphy

Por João Paulo Vicente, no Motherboard

Aquele argumento que seres humanos só se relacionam com até 150 pessoas é quase tão velho quanto as redes sociais. Um papo chato, sem dúvida, mas que serve de ponto de partida para uma questão importante: muitos dos seus amigos no Facebook, Twitter, Instagram e até WhatsApp podem não ser de verdade mesmo. E não se trata do fake óbvio com fotinha de pizza sorridente. São, na verdade, personagens bem construídos, mantidos por longos períodos de tempo e administrados por equipes especializadas com o objetivo de influenciar uma rede de contatos e captar informações sobre grupos específicos.

Este é um expediente antigo, mas que veio à tona com força no ano passado durante a eleição americana, quando também se popularizou o termo "fake news". Além das notícias falsas em si, a expressão engloba todos os aspectos de operações de informação e desinformação motivadas por interesses políticos, como ataques coordenados contra reputação de adversários, exércitos de bots e os próprios perfis falsos com maior nível de sofisticação.

Com a repercussão negativa da prática nos EUA, o Facebook publicou no final de abril um documento em que descreve como a empresa está mudando diretrizes de segurança. No processo de combate a processos abusivos, criaram uma terminologia para classificar estratégias e peças utilizadas nesse jogo. Dentre elas, estão os "false amplifiers": contas falsas usadas para defender um discurso, espalhar boatos, inflar o número de participantes e seguidores de grupos e páginas e, se tiver sucesso, mudar a opinião dos amiguinhos.

A grande preocupação do Facebook é o emprego desses perfis falsos em um contexto político, mas eles não se limitam a isso. Esse tipo de ferramenta é muito usada na publicidade para influir na reputação de marcas – para o bem e para o mal. "A publicidade percebeu que uma pessoal real é muito mais formadora de opinião do que a marca falando", me conta uma publicitária que pediu para não ser identificada. "Daí veio o boom dos influenciadores digitais e, hoje, os microinfluenciadores. E o microinfluenciador pode ser qualquer um. Não precisa ter milhões de seguidores. Pode ser eu ou você."

A publicitária afirma ter trabalhado com perfis falsos em duas agências. A prática, diz, se tornou comum para evitar que pessoas reais desmascarem a marca lá na frente. "A gente precisa de pessoas que falem bem das marcas. E para não pagar alguém e correr o risco de lá na frente sermos desmascarados , optamos por criar esses perfis para que se passem por pessoas reais. A partir daí criamos uma comunidade no perfil do usuário criado. Foto e conteúdo fake, com amigos que se tornam reais. E para que a coisa toda pareça, de fato, real, é preciso a manutenção diária."

É nessa parte de criação rotineira que mora a "ciência do perfil fake". Os detentores dos perfis devem se esforçar todos os dias para manter o usuário ativo. Criam imagens, posts e, por fim, a parte mais importante: as infiltrações nos grupos de discussão. "Por meio destes usuários fakes criamos uma linguagem própria, com cases que favorecem a imagem da marca, seja para avaliações, defesa em uma discussão. É uma pessoa que defende, sutilmente, a marca nas redes. Tudo com bom senso para não ser desmascarado, claro."

Segundo a publicitária, a atividade é feita com planejamento. "Esse tipo de atividade é feita a longo prazo, com contratos extensos", diz. "Não consigo fazer isso com um contrato de 6 meses, por exemplo. Isso serve para marcas que querem reverter uma imagem de reputação, seja por serviço ou produto, mas a longo prazo. E, algumas vezes, dependendo da negociação, quando o contrato acaba, 'entregamos' os perfis criados à empresa."

Na surdina

É difícil estimar o quanto práticas como essa são disseminadas. Como é de se imaginar, é tudo feito na baixa. Conversei com o número grande profissionais que trabalham com redes sociais, e a maioria deles disse desconhecer estratégias do tipo. "O primeiro trampo que eu fiz assim, pirei. A gente fica meio louco na real. E é total sigiloso, não dividimos isso nem com toda a equipe da agência", conta a mesma publicitária.

Aqui e ali, no entanto, casos aparecerem. Alguns inocentes, outros nem tanto. Há perfis utilizados para incentivar o começo de discussão em posts corporativos, perfis utilizados para entrar em grupos de condomínios se passando por morador e coletar informações para a construtora, e por aí vai. Em consenso, ninguém envolvido nesse tipo de ação parece curtir muito.

"É patético", diz outra publicitária que,apesar de não administrar perfis falsos, trabalhou com isso de perto. "Essas páginas acabam virando semi-fakes, pois as pessoas ficavam praticamente o dia todo usando a rede por estes perfis. A ordem vinha de cima, não partia do próprio funcionário, mas acabava virando rotina com o passar dos dias. A rotina era entrar nas páginas dos próprios clientes ou de concorrentes e comentar os posts falando que o produto era muito bom com elogios e marcações ou reclamações no caso dos concorrentes, ou sugerindo o produto das marcas da agência", conta.

A mesma publicitária conta que, hoje, os fakes são usados até para sugerir compras de modo direto. "Estes fakes também estavam muito em grupos fechados, por exemplo, grupos relacionados a decoração. As pessoas estavam lá falando sobre um assunto 'x' e esse fake entrava nos comentários sugerindo produto 'y' ou 'z', engatando uma conversa com as pessoas que tinham interesse naquele post, sugerindo produtos da marca 'x'", explica. Para ela, estratégias como esta são pouco eficientes, já que o custo não se traduz em vendas, por exemplo, e o impacto na reputação não é tão relevante.

E como fica a preocupação ética? "Em um universo onde não tem lei como as redes sociais, acredito que não seja preocupação para chefes e líderes colocar como escopo de trabalho dos seus subordinados este tipo de função suja", afirma.

Pesquisadores e acadêmicos, por sua vez, condenam a prática. "É uma relação desleal que se constrói", diz Fabio Gouveia, um dos coordenadores do Laboratório de Estudos sobre Imagem e Cibercultura (Labic) da Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes). "Há uma questão ética, a estratégia cria uma relação falsa sem existir uma finalidade de proximidade entre as pessoas, mas sim comercial."

Para Fabio, no entanto, ainda que o uso dessas estratégias na publicidade seja preocupante e levante desafios futuros para a regulamentação do setor, não é tão prejudicial como na política. "No consumo, é mais factível enxergar essas práticas. Na política, é mais difícil e o impacto real dessa falsidade ideológica é difícil de mensurar", diz.

O baile todo

Em junho, a empresa de segurança da informação Trend Micro publicou o estudo "The Fake News Machine: How Propagandists Abuse the Internet and Manipulate the Public". A pesquisa detalha como funciona o comércio de ferramentas de influência em redes sociais nos mercados do Oriente Médio, da China, da Rússia e, de maneira geral, dos países anglófonos.

Dentro desse levantamento estão inclusos softwares que automatizam a ganhada de likes no Facebook ou Instagram, assim como aqueles que permitem que bots superem testes de autenticidade como captchas e influenciem em votações ou pesquisas de opinião de maneira automatizada e os que são orquestrados para derrubar determinado conteúdo em uma rede social.

O documento mostra também o funcionamento de espécies de plataformas colaborativas que terceirizam essas ações, como a russa VTope. Nela, os participantes cumprem tarefas como curtir determinado assunto (em uma ampla gama de outros sites), comentar positivamente ou negativamente um post, assistir um vídeo específico, etc. Cada uma dessas tarefas gera pontos que podem ser vendidos ou utilizados para que o próprio usuário estabeleça uma nova tarefa e se promova. Assim, o sistema se auto alimenta.

É possível fazer um protesto acontecer com US$ 200 mil. O primeiro passo seria criar 20 grupos para discutir tópicos ligados ao tema e encher cada um deles com mil membros de alta qualidade, ou seja, perfis falsos mais complexos que bots."

Para exemplificar como essas ferramentas podem ser utilizadas em conjunto em campanhas de desinformação, a Trend Micro criou alguns estudos de caso. Num deles, sugere que é possível fazer um protesto acontecer com US$ 200 mil. O primeiro passo, diz a empresa, seria criar 20 grupos para discutir tópicos ligados ao tema e encher cada um deles com mil membros de alta qualidade, ou seja, perfis falsos mais complexos que bots. Só isso custaria em torno de US$ 40 mil dólares. Ainda dentro dessa hipótese, que também conta com a disseminação de notícias falsas para incitar os ânimos, a campanha atingiria uma audiência de dois milhões de pessoas. Se 1% desse povo aparecesse no protesto, já seriam 20 mil cabeças – não enche a Paulista, mas saí bonita a foto em frente ao Masp.

(Às vezes o tiro sai pela culatra: no começo de julho, um grupo de militantes pró-Trump se reuniu em um campo de batalha da guerra da secessão americana na Pensilvânia. Eles se reuniram para resistir contra um protesto antifascista que aconteceria no local e, no meio da confusão, um dos militantes atirou contra a própria perna. O detalhe é que o tal protesto antifascista não era mais que um boato espalhado por canais de extrema-direita.)

"Na realidade, uma das grandes dificuldades que temos é avaliar como esse tipo de movimento na internet afeta o mundo real. Um problema é que a imprensa se concentra em parâmetros de audiência e então a importância de um número, mesmo que falso, é inflacionada", explica o pesquisador do Labic.

Para combater a movimentação de perfis falsos, Fabio conta que existem estratégias como estudar características de postagens e sistematizar dados como semântica das mensagens escritas, repetições de ideias, horários em que são feitas, identificação de padrões, entre outros. "Em um primeiro momento isso era mais simples, mas hoje esse ambiente se tornou complexo. Há usuários reais de redes sociais que agem de maneira semelhante a bots ou contas falsas", conta.

De fato, o Facebook tem tentado melhorar seus algoritmos de identificação de contas falsas ou que só reproduzem conteúdos suspeitos – o que às vezes resulta em exclusão e noutras em perda de relevância dos posts daquela conta, ou seja, ficam escondidos nas profundezas da barra de rolagem.

Perguntei mais detalhes sobre essa estratégia e como ela se aplicava aos perfis utilizados para promoção de marcas, mas a empresa deu a costumeira resposta protocolar. "Nossos padrões de comunidade proíbem contas falsas, e removemos essas contas assim que ficamos cientes delas. Além de contar com nossa comunidade para denunciar contas falsas, usamos tecnologia para identificar padrões de comportamento de contas falsas e toda a atividade relacionada a elas", disseram, em comunicado.

Segundo sua tradição de não abrir muitos números de operação, o Facebook também não revelou quantas contas falsas foram excluídas no Brasil neste ano. Na primeira metade do ano, no entanto, eles revelaram que 30 mil contas falsas foram excluídas na França, no contexto das eleições presidenciais deles. A expectativa então é saber como ficará esse xadrez no ano que vem, quando teremos eleições por aqui – talvez a mais polêmica desde a redemocratização.

Vale lembrar que esse expediente de contas falsas já foi importante na eleição de 2014, como bem detalhado nessa reportagem da Pública, assim como esteve presente durante a turbulência política que levou ao impeachment. "Esse movimento ressurge em grandes momentos eleitorais", afirma Fabio Gouveia. "Vamos ver o quanto isso vai se reverter em ativismo real e qual poder esses microinfluenciadores falsos vão ter nessa transição."



Os obstáculos para a união entre Boeing e Embraer

10 de Janeiro de 2018, 19:17, por Feed RSS do(a) News

Sindicatos de metalúrgicos e de engenheiros de São José dos Campos vão lançar campanha contra parceria, mas especialistas afirmam que país só tem a ganhar se o negócio for fechado

Embraer boeing

Por Lino Rodrigues, no DefesaNet

Além das restrições decorrentes da ação de classe especial (golden share) do governo brasileiro, que tem poder de vetar o negócio, um eventual acordo entre a Boeing e a Embraer terá que enfrentar também a oposição dos trabalhadores. O Sindicato dos Metalúrgicos de São José dos Campos, outras entidades de trabalhadores da região e o Sindicato dos Engenheiros de São Paulo marcaram para próxima semana o início de uma campanha nacional contra qualquer tipo de transação que represente a transferência do controle acionário da empresa brasileira para a norte-americana.

Os sindicalistas consideram que a venda da principal empresa da região pode transformar São José dos Campos (SP), em uma espécie de Detroit brasileira, a cidade americana que pediu falência em 2013 depois da crise que atingiu a indústria automobilística.

A confirmação das negociações entre as duas fabricantes de aviões, em 21 de dezembro, pegou os trabalhadores de surpresa na véspera do tradicional período de paralisação da fábrica para as festas de Natal e final de ano. Nas unidades de São José dos Campos, no Vale do Paraíba, e Gavião Peixoto, no interior paulista, que empregam mais de 25 mil trabalhadores, o clima desde o retorno ao trabalho, na quarta-feira passada, é de apreensão e preocupação com o futuro da empresa e dos empregos.

“A maioria dos funcionários vê com muita preocupação essa movimentação, porque a história das fusões tem mostrado que a empresa maior acaba destruindo a menor”, diz Herbert Claros da Silva, vice-presidente do sindicato, e mecânico ajustador da Embraer. Segundo ele, o sindicato já enviou carta ao governo federal cobrando uma posição contrária à venda da empresa à Boeing.

Na fábrica de São José dos Campos são produzidos os modelos da família 190, utilizados na aviação regional. O setor de montagem de jatos executivos ficou bem reduzido, desde que a produção dos jatos Phenom 100 e 300 foi transferida para uma nova unidade nos Estados Unidos.

Na área militar, alguns componentes ainda são produzidos em São José, mas a maior parte do trabalho dos aviões militares (os modelos Tucano e o cargueiro KC-390) é realizada pelos trabalhadores da unidade de Gavião Peixoto. No total, a Embraer emprega cerca de 18 mil pessoas nas duas fábricas e escritórios do país.

CONFLITO DE INTERESSES

Outro ponto que começa a surgir como um empecilho à negociação é a parceria da Embraer com a sueca Saab, que venceu a concorrência internacional para fornecer os caças do programa FX-2 do Brasil. Na época, a Boeing foi a grande derrotada na licitação, que acabou vencida pelos franceses.

Agora, uma parceria entre Embraer e Boeing pode gerar um conflito de interesses, já que americanos e franceses concorrem no mercado internacional. A questão foi colocada pelo ex-ministro da Defesa e das Relações Exterior, Celso Amorim: “A Suécia concordará em passar um segredo tecnológico para uma empresa que estará coligada a uma concorrente direta dela nesta área?”, questionou em artigo ao portal GGN.

O professor da Fundação Getulio Vargas (FGV) e especialista em regulação, Cleveland Prates, não vê problemas ou conflito entre franceses e americanos. Segundo ele, a Embraer e a Saab têm um contrato que prevê uma série de situações com exigências para a possível entrada de um sócio em uma das empresas. “Não vejo problema, até porque a Boeing já sabia que a Embraer tem o contrato com a Saab”, diz Prates.

Para o especialista, ex-integrante do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade), a Embraer só tem a ganhar com o negócio. A empresa brasileira, diz ele, é muito mais uma desenvolvedora de tecnologia do que propriamente uma geradora de recursos para o país. “Cerca de 70% da venda de uma aeronave equivale a insumos importados, ou seja, a Embraer desenvolve tecnologia e monta, mas para fazer isso compra componentes do resto do mundo. Mais importante que o símbolo nacional é a geração de riqueza. E se a Boeing está vindo para o Brasil para gerar riqueza e desenvolver tecnologias junto com a Embraer, só temos a ganhar com isso.”

A Embraer em números

Faturamento em 2016:
» US$ 7,1 bi

Receita por unidade de negócio
» Aviação comercial 57%
» Aviação executiva 18%
» Defesa e segurança 15%

Participação no capital*
» BNDES 15%
» Brandes 10,1%
» Mondrian 10,1%
» BNDESPar 5,1%
» BlackRock 5%
» Outros 64,5%

*O governo brasileiro é dono de uma ação especial “golden share”, que lhe dá o direito de vetar qualquer negócio

Estrutura
» 18 mil funcionários
» 2 fábricas em São Paulo

Principais aviões Militares
» Super Tucano
» KC – 390

Jatos executivos
» Phenom 100 e 300
» Legacy 500

Aviação comercial
» E195
» E195 – E2


Kc 390

Governo Temer retoma esta semana conversas com Embraer sobre Boeing¹

O governo Temer retoma esta semana conversas com a Embraer sobre sua associação com a Boeing. Informações desencontradas sobre a empresa de aviação têm deixado os players do mercado em alerta. Segundo um deles, “hoje parece a época em que o governo falava muito sobre preço de gasolina, se ela ia baixar ou subir, sem dar importância aos reflexos no mercado de ações da Petrobrás”.

Agora, o filme se repete. Ninguém sabe como o negócio será montado e integrantes do governo já informam que “não autorizam a venda do controle da Embraer”.

Embraer contrata Citi e Goldman como assessores em conversas com Boeing

A fabricante de aeronaves Embraer contratou os bancos de investimento Citi e Goldman Sachs, deixando players locais de lado, para assessorá-la em suas conversas com a americana Boeing. As companhias estão negociando uma eventual parceria, mas o modelo do negócio ainda não foi revelado.

A questão da segurança nacional é um dos nós que precisará ser desatado para que o negócio possa seguir em frente, caso envolva a área militar da companhia brasileira.

Outro fator que torna a negociação mais complexa é o poder de veto da União, que detém, desde a privatização da Embraer, uma ação especial da empresa, chamada de golden share. Do lado jurídico, o contratado pela brasileira foi Paulo Aragão, do escritório BMA Advogados. Procurados, Embraer, Citi, Goldman Sachs e BMA não comentaram.

Trabalhadores pedem reunião com ministro sobre Embraer²

A diretoria do Sindicato dos Metalúrgicos de São José dos Campos, base dos funcionários da Embraer, pedirá uma audiência com o ministro da Defesa, Raul Jungmann, para tratar das negociações entre a fabricante brasileira de aviões e a Boeing.

O sindicato considera que Jungmann tem uma posição equivocada sobre uma possível combinação de negócios entre as empresas, envolvendo também a divisão de Defesa, além da de jatos comerciais.

"Uma possível venda da Embraer fere uma série de interesses, principalmente se for incluída a área de Defesa no negócio", diz o diretor do sindicato, Herbert Claros.

Segundo Jungmann, o governo brasileiro poderá apoiar uma parceria mais ampla entre a Boeing e a Embraer, envolvendo projetos das Forças Armadas, além dos jatos comerciais, desde que haja cláusulas que preservem o sigilo. O Brasil, disse o ministro, só não abre mão do controle da companhia, o que implicaria "flexibilizar a soberania nacional".

O sindicato é contrário à associação entre a Embraer e a Boeing e teme fechamento de postos de trabalho caso isso aconteça. A diretoria do sindicato também aguarda uma reunião com a direção da Embraer para discutir o negócio. Os sindicalistas cobram transparência da empresa nas negociações com a Boeing.

¹com Estadão Coluna Do Broadcast e Sônia Racy  e ²Época Negócios



Sem Embraer, Brasil perderá capacidade tecnológica, diz economista sul coreano

10 de Janeiro de 2018, 19:17, por Feed RSS do(a) News

O economista sul-coreano Ha-Joon Chang, que há décadas vive em Cambridge e dá aulas na celebrada universidade local, avaliou, em entrevista a O Estado de S. Paulo, que a venda da Embraer para a Boeing não é bom negócio para o Brasil. Segundo ele, caso a negociação que está em curso se concretize, o país perderá capacidade tecnológica.

Saratov airlines embraer 190

"Acho que se deveria tentar manter [o controle da empresa]. A Boeing vai tornar a Embraer uma segunda marca, para coisas simples, levar as tecnologias importantes [da Embraer] para os Estados Unidos”, disse.

A Boeing e a Embraer anunciaram, no dia 21 de dezembro, que estão discutindo uma fusão de seus negócios, o que levantou críticas, inclusive, de que isso poderia acarretar danos à soberania nacional. O governo brasileiro tem poder de vetar o negócio, uma vez que, ao privatizar a companhia, passou a deter ações especiais, chamadas de Golden Share, que lhe conferem certos privilégios e prerrogativas.

De acordo com Chang, se perder o controle da Embraer, o Brasil perderá a “habilidade de gerar sua própria tecnologia”. Para ele, empresas nacionais continuam sendo importantes. “Quando uma empresa alemã compra uma americana, os alemães ficam com a gerência e passam a fazer os trabalhos de desenvolvimento mais importantes na Alemanha. É por isso que compram, para controlar”.

Na sua avaliação, não é que nunca se deva vender companhias líderes para estrangeiras, pois algumas vezes é necessário. Mas é preciso ter cuidado. Ele ressaltou que, no caso específico da fabricante de aeronaves, a Embraer é a única companhia que compete com Boeing e Airbus, apesar de ser menor. “Se for vendida, é muito importante garantir que o Brasil mantenha a capacidade tecnológica”, alertou.

Vale lembrar que, apesar de o governo Michel temer ter dito que não abrirá mão do controle da companhia, no dia 19 de julho de 2017, o ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, consultou o Tribunal de Contas da União sobre a possibilidade de abrir mão da “golden share” da Embraer, da Vale e do IRB.

O economista coreano também externou uma visão crítica a respeito do acordo de livre comércio que o Mercosul negocia com a União Europeia. “Se o Brasil assinar um acordo assim com a Europa, vai aumentar a dependência do País de commodities. Provavelmente, no curto prazo, poderá se beneficiar exportando mais soja. No longo prazo, você coloca o País na direção errada”, afirmou.

Chang avaliou medidas de incentivo à indústria implementadas no Brasil. Segundo ele, o problema não é o protecionismo em si, mas o fato de que não foram cobradas contrapartidas das empresas beneficiadas. “Várias coisas precisam ser feitas para a proteção funcionar. Só proteger não é suficiente”, analisou.

Segundo ele, um dos problemas do Brasil foi não adotar medidas para garantir que a proteção estava aumentando a produtividade. “É preciso ter certeza de que ela [a empresa] não abusa da proteção, com punições, por exemplo, se ela não atingir a meta. Levam-se décadas para que essas empresas cresçam”, citou.

“Na Coreia, se as indústrias protegidas não melhoravam a performance, a proteção era retirada. Outro problema no Brasil são as políticas macroeconômicas, como de juros altos e câmbio valorizado. Quando se tem uma taxa de juros de 10%, quem vai pegar crédito para expandir seu negócio?”, questionou.

Para o coreano, a política econômica não ajudou os investimentos, o que levou o BNDES a fazer empréstimos especiais. Chang falou ainda sobre a estratégia do atual governo brasileiro, liberal, que restringiu os empréstimos do banco de fomento e realizou a reforma trabalhista.

“Basicamente, governos liberais enfraquecem os direitos dos trabalhadores para reduzir os custos trabalhistas. Na Alemanha, trabalhadores recebem US$ 40 por hora porque a tecnologia justifica esse salário. No curto prazo, relaxar a regulamentação trabalhista pode ter impacto positivo para as corporações. No longo prazo, você não vai conseguir competir com empresas da Alemanha. O que determina o sucesso é a tecnologia e a produtividade, não o custo com salário”, enfatizou.

Chang é autor do famoso livro Chutando a Escada, que aborda como os países ricos enriqueceram de fato. Nele, defende que eles só ascenderam porque adotaram medidas protecionistas, que agora tentam bloquear para os emergentes.

Do Portal Vermelho



Correio do Brasil: Chegamos à maioridade e seguimos em frente

1 de Janeiro de 2018, 0:35, por Feed RSS do(a) News

Parece que foi ontem. Há 18 anos, aos 40, perguntei-me o que fazer por meu país, dali adiante. Fundei o Correio do Brasil.

 

Por Gilberto de Souza – do Rio de Janeiro

 

Foi necessário, à época, tanta coragem quanto agora para seguir em frente com um diário vespertino, independente e avesso aos cultos à personalidade que dominam a mídia brasileira. Apesar das indicações e convites ao longo destas quase duas décadas, o CdB jamais aceitou quaisquer espécies de prêmios de Jornalismo ou comendas equivalentes, vindos daqueles que têm como principal objetivo apenas a degradação e a pilhagem da terra onde nasci. Onde nasceram minha filha, meu neto.

O Correio do Brasil completa sua maioridade agora, em 2018

O Correio do Brasil completa sua maioridade agora, em 2018

Somos avessos à hipocrisia. Dispensamos o reconhecimento de um sistema corrompido por interesses inconfessáveis e o denunciamos, a cada oportunidade. Para isso, é preciso coragem e determinação; valores que sempre ditaram a trajetória do Correio do Brasil. A única crítica, o único aplauso que respeitamos é o dos nossos leitores; os assinantes que garantem, por uma módica quantia mensal, a existência de uma bandeira hasteada contra a iniquidade.

Cerco total

No Brasil, vigora um cerco perverso à mídia independente. Um conjunto de leis e normas servem de base a um cartel midiático; formado por oito, nove poderosas famílias que detêm o controle acionário de cerca de 80% dos meios de comunicação, no país. Eles temem, no entanto, a diversidade e a independência de veículos capazes de seguir adiante, com o único compromisso de informar – de maneira objetiva e mais isenta possível – sobre a realidade brasileira.

Ao Correio do Brasil, este cerco pode ser comparado a outros em curso, no mundo, a exemplo do que os Estados Unidos fazem com a ilha de Cuba. Na História, encontra paralelo na batalha por Leningrado. Sabemos, portanto, que apenas a determinação e o heroísmo dos nossos repórteres, redatores, colunistas, correspondentes e editores, a exemplo dos homens e mulheres que resistem ao jugo dos impérios, garantem-nos mais uma edição, sempre ao final da tarde. Um passo adiante, na conquista de um novo dia.

Parece pouco, se comparado aos jornais conservadores, mas trata-se de uma tarefa heróica chegar à edição de número 6.550. Tem sido uma jornada épica conduzir até aqui – e adiante – a linha do tempo de um país assolado por golpes de Estado, crises econômicas, sequestros de direitos, de pessoas, de sonhos. O que nos move é essa incessante busca pela verdade e a pureza dos fatos, assim como eles são; sem meias-palavras ou maquiagens tão comuns na mídia nacional. Esta, conheço de perto.

Imprensa nativa

O compromisso inalienável de levar a realidade aos nossos leitores, o que consideramos nada além da obrigação de todos aqui no jornal, é outro ponto que distingue o CdB na imprensa brasileira. Ao longo destas quase duas décadas, abominamos as ‘fake news’ que, traduzidas em bom português, querem dizer ‘notícias mentirosas’; sejam aquelas que beneficiam a esquerda, ou a direita. Aqui, o leitor sabe que pode confiar no que está escrito.

Trabalhei nas principais redações dos diários brasileiros. Fundei o Correio do Brasil exatamente por conhecer a realidade da imprensa nativa e no que ela se transformou, para atender às demandas do ‘mercado’; este ente fantasmagórico que esmaga nações inteiras, apenas para o deleite daquele 1% de seres humanos que, juntos, detêm a riqueza e a dignidade dos 99% restantes. Ao longo destes 18 anos e em outros 18 mais, enquanto respirar, nunca o CdB sairá em defesa do opressor; mas sempre cerrará fileiras com os oprimidos, os injustiçados. Ao lado daqueles que não têm voz, ou vez, neste deserto desumano em que querem transformar o Brasil.

Ora, dirá a concorrência, esta não é uma editora, uma empresa, mas um sacerdócio; uma organização sem fins lucrativos. É neste ponto que, neste 18º ano de existência, provamos ser possível levar adiante a construção de um diário de notícias que vive do prestígio e da confiança de seu público. Não é qualquer anúncio, por exemplo, que aceitamos veicular nas páginas de nossas edições, impressa e digital. Fazer Jornalismo custa caro, mas esse preço jamais será maior do que a nossa consciência.

Sigamos adiante, então, por mais um ano. Agora, na maioridade.

Gilberto de Souza é jornalista e editor-chefe do Correio do Brasil.

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