Mensagem de 29 de outubro de 2018
29 de Outubro de 2018, 10:44Acordamos, é 29 de outubro de 2019. Vivos estamos e já velamos os primeiros mortos.
Livres, pelo voto, a nação feriu gravemente a Liberdade e a Democracia.
Majoritariamente, a sociedade escolheu abrir a porta do inferno.
Muitos, em nome de deus, fizeram e farão do ódio, da morte e da repressão suas armas para vencer na política. É a tragédia na história para um novo tempo.
A derrota desse largo campo que voltou a construir pontes e a se unir novamente em torno de valor fundamentais como liberdade, democracia, igualdade, deverá ser compreendida prospectivamente.
Essa derrota pavimenta avenidas para profundas transformações econômicas do sistema produtivo e do mundo do trabalho, disruptivas em múltiplas dimensões para um outro capitalismo e liberalismo. O parto desse outro mundo se fará com as dores da regressividade dos direitos sociais e políticos, condição para impor os custos das novas formas de desigualdade que serão geradas.
Será no luto do presente que lançaremos as sementes da resistência, que brotarão.
Lutar terá o desafio, a cada dia, subjetiva e objetivamente, de ser resignificado.
Amorosamente, indignados e revoltados, reafirmaremos o sentido da vida coletiva, o papel da política, o respeito às diferenças, os valores da igualdade e da liberdade.
Disputaremos o sentido e o conteúdo da disruptura desse outro mundo que está em construção.
Se fizermos tudo certo e a nossa derrota for breve, serão dez anos!
Acertamos muito! Erramos bastante!
Abatidos, abrem-se caminhos para o dilaceramento do nosso campo.
Incrédulos, veremos ruir os direitos sociais e políticos.
Será preciso resgatar a compreensão de que a vida coletiva continua, para além da vida de cada um.
Será preciso inventar as formas contemporâneas das lutas pela igualdade e liberdade.
Será um tempo no qual lutar para preservar as formas de liberdade precede como condição para lutar pela igualdade e justiça.
Levará um tempo para que o sentido contemporâneo da liberdade, igualdade e justiça se tornem, nesse outro mundo, hegemônicos novamente.
Nesse tempo, que passa, a tarefa será defender a liberdade e trabalhar na construção de pontes para reunir e unir um novo campo majoritário.
Por isso, atenção!
Na complexidade do presente há incontáveis contradições e conflitos.
Na complexidade do presente há oportunidades para se voltar a avançar.
Na complexidade do presente há possibilidades diante do inédito.
Na complexidade do presente há o desafio de enunciar a utopia que nos move para um outro futuro do presente.
Na complexidade do presente, abrem-se oportunidades para renovar, inventar, criar e inovar.
Na complexidade do presente, há noite, mas há amanhecer!
Seguiremos juntos e lutando sempre!
Abraço
Clemente Ganz Lúcio
Primavera Nos Dentes
29 de Outubro de 2018, 9:54Primavera Nos Dentes
Secos & Molhados
Quem tem consciência para ter coragem
Quem tem a força de saber que existe
E no centro da própria engrenagem
Inventa contra a mola que resiste
Quem não vacila mesmo derrotado
Quem já perdido nunca desespera
E envolto em tempestade, decepado
Entre os dentes segura a primavera
Fotógrafa preserva, em sua obra, o patrimônio arquitetônico e cultural de Jundiaí
28 de Outubro de 2018, 23:23A fotógrafa e artista plástica Regina Kalman mostrará os registros que fez ao longo de quatro décadas de edifícios e monumentos da arquitetura da cidade de Jundiaí (SP), em sua 10ª exposição fotográfica individual, na Pinacoteca Diógenes Duarte Paes (Rua Barão de Jundiaí, 109, Jundiaí). A abertura será no sábado, 3 de novembro, às 19 horas, e a mostra seguirá até o dia 28 de novembro.
A maioria das fotos da exposição, intitulada "Referências de Jundiahy em Foco, apresenta um registro urbano, rural e ferroviário do patrimônio cultural jundiaiense, que, na opinião de Regina, é importante para a preservação da memória da história da cidade. "Nas fotos pode-se observar vários edifícios que hoje foram modificados ou demolidos, ficando somente como documentos fotográficos", diz a artista, dando um exemplo: "Quando repórter-fotográfica do Jornal de Segunda, em 1975, registrei o corte das figueiras para construírem a antiga estação rodoviária, hoje terminal central."
Outro exemplo, de arquitetura histórica, é a Casa do Sal, fotografada por Regina em 1977. O imóvel, construído em taipa e datado do período colonial, ficava na Rua do Rosário, centro da cidade, e foi demolido no mesmo ano do registro feito pela fotógrafa.
Regina conta que durante o período em que trabalhou como professora de história e de arte na EE Dr. Antenor Soares Gandra, no ano 2000, desenvolveu o projeto "A História Através da Fotografia", com seus alunos. Eles foram incentivados a usar cartões postais da cidade, observar e fotografar os locais estampados, para comparar as modificações ocorridas.
Ela diz ainda que foi despertada para um "olhar mais aguçado do patrimônio cultural jundiaiense" como participante nos concursos da Associação Amigos da Preservação do Patrimônio Histórico, Artístico e Arqueológico de Jundiaí, entre os anos de 2005 a 2015.
E, como integrante do Conselho Municipal do Patrimônio Cultural de Jundiaí, entre 2008 e 2010, passou a fazer registros voltados à preservação de referências da cidade, e alguns deles foram usados para solicitar a sua preservação e tombamento estadual, como a fábrica de tecelagem Argos, tombada pelo Condephaat.
"A fotografia foi uma maneira de contribuir e fazer parte da cultura e da história jundiaiense, onde moro desde a adolescência e onde luto para que sejam preservadas algumas de suas memórias e referências de seus quatro séculos de existência", diz a artista.
Regina Kalman atua como fotógrafa e artista plástica, desde 1973. Nascida na Iugoslávia (atual Croácia), é licenciada em desenho, plástica, educação artística, história e pedagogia, além de ser bacharel em sociologia, jornalismo e direito, com curso de pós-graduação em restauração de bens culturais móveis, em história do Brasil e didática superior.
Trabalhou como professora de história e educação artística na rede oficial da Secretaria de Educação do Estado de São Paulo, onde se aposentou. Participou em dez exposições individuais de fotografias, em Jundiaí, Campinas e São Paulo.
Participou também de salões internacionais de artes visuais, em São Paulo, Osaka (Japão), Ilha da Madeira (Portugal), obtendo menções honrosas, e de salões nacionais de artes visuais em Jundiaí, São Paulo, Araras, Araraquara, Campinas, Itu, Ribeirão Preto, Rio de Janeiro, Rio Claro e Vinhedo, obtendo vários prêmios; de três edições do Mapa Cultural Paulista, em fotografia e artes visuais, fases municipal e regional; e de diversos concursos de artes fotográficas no Brasil, Japão e Portugal, desde 1973.
Tem verbetes no "Guia das Artes Plásticas de São Paulo" (Secretaria da Cultura de São Paulo, 1991); " Artes Plásticas do Brasil"(Ed. Júlio Louzada, São Paulo, 1992, vol. V), "Anuário Jundiaiense de Artes Visuais"( Ed. Literarte, Jundiaí, 1997,1998 e 1999); e na "Enciclopédia Cultural de Paula" (Ed. Literarte, Jundiaí, 2006, vol. II).
É membro da Associação dos Artistas Plásticos de Jundiaí e da Academia Jundiaiense de Letras e suas obras fazem parte do acervo da Pinacoteca Diógenes Duarte Paes (Jundiaí), Centro de Memória de Jundiaí, Museu do Presépio de São Paulo (São Paulo) ProAC – Secretaria de Estado da Cultura de São Paulo (São Paulo), Museu de Arte Primitiva de Assis, e no Vaticano.
Os provocativos manequins desnudos de João Borin
28 de Outubro de 2018, 23:23O artista plástico, gravador e curador de exposições de artes visuais e históricas João Antonio Borin vai inaugurar, nesta quarta-feira, 31 de outubro, na Pinacoteca Diógenes Duarte Paes, em Jundiaí (Rua Barão de Jundiaí, 109, Centro), às 19 horas, a mostra fotográfica "Simulacrum", que permanecerá aberta ao público até o dia 28 de novembro.
"O descarte de manequins de vitrine em um depósito de ferro-velho em Jundiaí proporcionou o registro fotográfico dessas imagens instigantes", diz Borin sobre o que o motivou a fazer essa série de fotografias.
"Corpos humanizados, de homem, de mulher, de criança, jogados numa carroceria baú, uns sobre outros, muitos encostados no espaço do deposito a céu aberto, corpos sem braços, braços sem mãos, pernas e cabeças sem corpo - a humanização desse material, sem vida, desperta no imaginário um sentimento de abandono, desespero, carinho, sensibilidade, erotismo, sensualidade e outras maneiras de leituras", continua o artista, para em seguida afirmar que esse cenário o levou a algumas reflexões: "Ele representa uma ruptura do que estamos acostumados a ver nas lojas de rua ou dos shopping centers, vestindo a última tendência da moda. Por isso espanta, mexe e provoca reflexões sobre o simulacro da figura humana representada pelos manequins, ao olhar do observador - hoje nos manequins, amanhã nos robôs humanoides."
Borin é natural de Jundiaí, cidade localizada a cerca de 60 quilômetros da capital paulista. Ele foi integrante, na década de 1960, do grupo “Avanço”, teve aulas de pintura com Glória Rocha de 1962 a 1967 e cursou gravura em metal com Evandro Carlos Jardim, no ateliê-livre do Sesc/Pompeia, em São Paulo, de 2001 a 2005.
Foi também curador de exposições no Museu Histórico e Cultural de Jundiaí, no Solar do Barão, de 2001 a 2006; fez o projeto e a montagem do Centro de Memória do Esporte, no Ginásio de Esportes de Jundiaí, o Bolão, em 2003; foi curador de exposições da Secretaria de Cultura de Jundiaí entre os anos de 2007 e 2013; realizou o projeto, curadoria e montagem da Pinacoteca Diógenes Duarte Paes, em Jundiaí, em 2007/2008 e 2011; e foi responsável pelo projeto de montagem e execução do Museu de Arte Didacta, em 2011.
No seu currículo constam ainda participações em exposições em Jundiaí, Valinhos, Campinas, Piracicaba, Atibaia e São Paulo. Como fotógrafo, conquistou o 2º lugar na categoria Colorido no Concurso de Fotografia da Ponte Torta, monumento histórico de Jundiaí, em 1981, e em 2012 inaugurou a exposição individual “Quarta-feira de Cinzas”, com fotografias dos destroços dos carros alegóricos do Carnaval, na Galeria Glória Rocha (Centro das Artes) e no Gabinete de Leitura Ruy Barbosa, ambos em Jundiaí.
Participou ainda da exposição coletiva de artes visuais “Jundiaí: Cidade vista e revista”, em 2014, no Museu Histórico e Cultural de Jundiaí, com a série de fotografias digitais com intervenções cromáticas.
Papa: fascismo cresce no ódio difundido por populistas
24 de Outubro de 2018, 16:39Francisco destaca importância de jovens de hoje conhecerem a história das duas guerras mundiais ocorridas no século 20 e cita Hitler para advertir sobre resultados do populismo. “Não se pode viver semeando ódio”, diz.
Por Redação, com DW – da Cidade do Vaticano
O papa Francisco alertou na terça-feira para o risco de uma Terceira Guerra Mundial e para o avanço do populismo, citando o exemplo do ditador nazista Adolf Hitler.
“Sabemos como começam os populismos: semeando o ódio”, disse o papaO pontífice afirmou que os jovens de hoje deveriam aprender sobre a história dos conflitos mundiais ocorridos no século 20 para que não caiam no mesmo erro e saibam como o populismo se espalha.
– É importante que os jovens saibam como nasce um populismo. Penso em Hitler no século passado, que havia prometido o desenvolvimento da Alemanha. Sabemos como começam os populismos: semeando o ódio. Não se pode viver semeando ódio – afirmou durante encontro com jovens e idosos.
– Hoje existe a Terceira Guerra Mundial em pedaços. Olhem para os locais dos conflitos: falta de humanidade, agressão, ódio entre culturas e tribos, também uma deformação da religião, este é o caminho do suicídio, semear ódio – alertou. “É um preparar a Terceira Guerra Mundial que está em andamento aos pedaços e acredito não exagerar nisto.”
O pontífice deu as declarações em encontro com jovens e idosos realizado em Roma para a apresentação do livro Francisco, a Sabedoria do tempo, em diálogo com o papa Francisco sobre as grandes questões da vida.
Conflito mundial
Alertando para um conflito mundial, o papa citou o físico alemão Albert Einstein. “Vem-me em mente a profecia de Einstein: a quarta guerra mundial será feita com pedras e bastões, porque a terceira destruirá tudo. Semear ódio, violência e divisões é um caminho de destruição, suicídio”, afirmou.
– Pode-se fazer isso por muitos motivos. Aquele jovem do século passado fez uma limpeza com a pureza da raça, com os migrantes – disse, referindo-se a Hitler.
O papa também se referiu ao ditador nazista em janeiro do ano passado, mencionando a ascensão de Hitler ao advertir sobre o perigo de, em tempos de crise, as pessoas buscarem um salvador que defenda seu povo com muros de “outros povos que possam tirar nossa identidade”.
Em setembro deste ano, ele alertou para um revisionismo histórico e um possível avanço de ideologias totalitárias.
Nesta terça-feira, Francisco também pediu tolerância com refugiados, ressaltando que o acolhimento de migrantes é um mandamento bíblico e que a Europa foi feita de migrantes.
– Eu sou filho de um migrante que foi à Argentina – disse, após uma senhora que ensina italiano a imigrantes manifestar preocupação com o ódio a refugiados.
Francisco afirmou, no entanto, que governos nacionais têm o direito de estabelecer limites para a imigração e que é importante que a Europa chegue a um acordo sobre a questão. Segundo ele, países como Itália, Espanha e Grécia não deveriam ter que acolher mais refugiados que outros países do continente.
Durante o encontro, o papa respondeu a perguntas de jovens e idosos vindos de Colômbia, Itália, Malta e Estados Unidos. Também estava presente o cineasta Martin Scorsese, um dos personagens do livro apresentado, que reúne lições de vida de mulheres e homens de diversas partes do mundo.
A escuridão que nos ameaça
24 de Outubro de 2018, 16:39Não bastassem as inúmeras manifestações de primarismo político e descompromisso com a democracia, o candidato capitão Bolsonaro, que segue à frente nas pesquisas, pronunciou uma fala absurdamente provocadora, domingo último, em mensagem gravada para manifestantes a seu favor reunidos em São Paulo.
Por Luciano Siqueira – de Recife
Um discurso rasteiro, que sequer os generais que governaram o país, ditatorialmente, por vinte e um anos ousaram fazer.
Ameaças nominais a líderes políticos oponentes, criminalização de movimentos sociais e desafio aberto às normas constitucionais provocaram em amplos segmentos sociais e políticos, inclusive em setores conservadores, reação imediata mediante múltiplas formas de pronunciamento e protesto.
Um discurso rasteiro, que sequer os generais que governaram o país, ditatorialmente, por vinte e um anos ousaram fazerTerrível é saber os que a maioria eleitoral conquistada pelo capitão ultra direitista em grande parte, sabe-se agora, foi obtida artificialmente, através da manipulação das redes sociais e do aplicativo WhatsApp.
Podem uma nação da importância geopolítica que tem o Brasil e um povo cuja consciência democrática vem sendo construída a muito custo, admitir um governante dessa estirpe?
Tempos difíceis!
A escuridão nos ameaça. Mas à esperança sobrevive.
Nos últimos 10 dias, acumulam-se revelações graves a respeito da campanha do capitão, inclusive o tsunami de mensagens direcionadas por empresas especializadas em fraudes cibernéticas, financiadas por grandes empresários à margem da legislação atual sobre doações financeiras.
Ao mesmo tempo, a campanha do candidato Fernando Haddad vem agregando novas forças, formais ou não, e alcançado uma comunicação mais consistente junto ao eleitorado.
A própria relevância das redes sociais, em paralelo aos mecanismos tradicionais de campanha, confere à batalha atual uma alteração da variável tempo bem distinta. Um dia vale por uma semana.
Quem sabe possa um percentual elevado de eleitores mudar seu voto nessa reta final.
Lembremo-nos do pleito passado, em que o candidato tucano Aécio Neves parecia vencedor, de acordo com as últimas pesquisas, a ponto de convidar líderes políticos de todo o país para acompanhar, em Belo Horizonte, a apuração dos votos e, em seguida, participarem de uma grande festa comemorativa da suposta vitória.
Exatamente no sábado e no próprio domingo das eleições, Dilma Housseff o ultrapassou e venceu.
Então, ainda que o capitão venha afirmando sentir-se “com a mão na faixa”, o domingo 28 poderá se converter numa festa democrática.
Como diz o poeta, “faz escuro, mas eu canto”.
O canto de liberdade ecoa de várias partes do país, nas capitais e grandes cidades e pelo interior afora.
A maioria dos brasileiros, mesmo que sob o impacto da crise e da incerteza, enfim poderá se reencontrar com a sua tradição libertária.
Veremos.
Luciano Siqueira é médico, vice-prefeito do Recife, membro do Comitê Central do PCdoB.
Dia D brasileiro: democracia ou ditadura
24 de Outubro de 2018, 9:55Nas urnas eleitorais do dia 28 de outubro serão depositados votos para a disputa presidencial cujo resultado final terá um impacto imenso, não só para o país, mas para o mundo. Afinal, o que estará em jogo, indo ao ponto essencial, são dois tipos de regime: a democracia ou o autoritarismo (ditadura, protofascismo etc.). No título, uso o termo ditadura para expressar o autoritarismo do Estado que novamente ameaça com veemência a sociedade brasileira e que pode alterar também a relação de forças no Cone Sul e na esfera internacional como um todo, beneficiando forças políticas e regimes que atacam as liberdades fundamentais nos planos civil e político. Além disso, na política econômica, estará em questão outra clivagem fundamental: a disputa entre o ultraliberalismo excludente e o capitalismo inclusivo, social-desenvolvimentista.
Liberais defensores dos direitos civis e políticos e democratas do mundo inteiro estão olhando para o Brasil com muita preocupação. São intelectuais, políticos, estadistas, juristas, jornalistas, artistas etc. Entre tantas ações de atores estrangeiros, emergiu, por exemplo, o Manifesto Internacional contra o Fascismo no Brasil, encabeçado pelo argentino Adolfo Pérez Esquivel, ganhador do Prêmio Nobel da Paz e assinado por renomadas personalidades de vários países.
Um deputado federal eleito pela primeira vez em 1991 e sucessivamente reeleito desde então, mas que, durante todos esses anos, foi um político inexpressivo, do baixo clero, com nula produção legislativa e capacidade de formulação política e, sobretudo, um defensor explícito e despudorado de valores antagônicos aos princípios mais elementares dos direitos humanos e de civilidade democrática, tem chance de se tornar o próximo presidente da República.
Em pronunciamento dado no domingo, 21 de outubro, aos seus apoiadores nas ruas e ao público em geral, novamente manifestou seu ódio à oposição democrática de esquerda, incluindo os movimentos sociais, qualificando, com sempre faz, seus integrantes como vagabundos, do mesmo modo que denomina os bandidos em geral. Prometeu “uma limpeza nunca vista na história do Brasil”, o endurecimento institucional do aparato repressivo, a exclusão política dos “petralhas”, aos quais considera como não brasileiros, por atribuir-se, alucinadamente, a condição de líder do Partido do Brasil, ou seja, um líder de um virtual regime de partido único. Não por mero acaso, vazou nos últimos dias um vídeo no qual o recém-eleito deputado federal pelo PSL-SP, Eduardo Bolsonaro, membro do clã autoritário, admite, com a maior naturalidade, fechar o STF.
Relato recente do jornalista Willian Waack retrata que a imagem do Brasil na imprensa internacional está amplamente negativa, em função da possibilidade de posse do governo Bolsonaro, decorrente de sua vitória nas urnas. Esse jornalista, de posição econômica claramente neoliberal, destaca a boçalidade dos líderes bolsonaristas de qualificar essa grande imprensa do mundo desenvolvido como esquerdista. Obviamente, essa imagem negativa pode ser um risco expressivo para mobilizar a tão almejada confiança dos investidores. Por outro lado, há atores do mercado que minimizam o foco no risco político e apostam, provavelmente de modo irracional, nas benesses que o economista Paulo Guedes tem oferecido, como um amplo programa de desestatização e privatizações.
O recente escândalo da indústria ilegal de notícias falsas pelo Whatsaap para difamar o candidato Fernando Haddad, que alcançaram dezenas de milhões de eleitores e foram financiadas por caixa dois empresarial, provocou uma onda suprapartidária de indignação na sociedade civil, mas que parece não estar efetivamente sensibilizando a Justiça Eleitoral, cuja reação tímida e burocrática aos fatos divulgados pela reportagem da Folha de S.Paulo parecem indicar que o processo de absorção institucional da estratégia de negação seletiva do Estado de Direito, pelo Poder Judiciário e pela Polícia Federal, ao campo popular e democrático não possui ainda contrapeso reversivo.
A contagem regressiva já começou. Faltam poucos dias. O candidato que tentou recentemente se vestir de pacificador não conseguiu acomodar-se a essa fantasia por mais que alguns minutos. Ela não cabe em seu corpo ditatorial. A essência repressiva e destrutiva de sua candidatura é pública e notória. Toda a luta dos progressistas nos próximos dias é pouca para conversar com os eleitores e tentar virar o jogo em prol da candidatura democrática, cujo vínculo com o petismo é, a essa altura, amplamente secundário em função do perigo iminente e de efeito catastrófico. O empoderamento eleitoral e governamental do projeto de país embutido na candidatura de Jair Bolsonaro poderá ter o efeito de uma rajada de bombas nucleares sobre o sonho de uma ordem social civilizada e próspera. O risco é imenso. A liberdade vale essa luta! Domingo próximo será o Dia D. Democracia ou Ditadura?
Uma noite de autógrafos para ajudar crianças e idosos
24 de Outubro de 2018, 9:47"Cem Piadas sem Dono e Outras Mentiras", de Julia Fernandes Heimann, e "Marcelinha, a Abelhinha", de Evandro Fernandes da Silva, dois novos livros da Editora In House, serão lançados no dia 7 de novembro, quarta-feira, às 19 horas, na Biblioteca Municipal Prof. Nelsom Foot (Av. Dr. Cavalcante, 396, Complexo Argos), em Jundiaí. A renda da noite de autógrafos será revertida para o Lar Santa Ana, que abriga idosos carentes, e para a Casa da Fonte, projeto socioeducacional voltado a crianças e jovens que vivem em situações de vulnerabilidade. O grupo As Atrevidas vai se encarregar da parte musical da festa.
O livro de Julia Fernandes Heimann, explica a autora, contém piadas "inteligentes, não imbecis", que podem ser contadas sem constrangimento para crianças e idosos, e são capazes de "colocar o cérebro em movimento e proceder à neuroplastia". Ela explica que as piadas não são de sua autoria: "Compilei-as, tirando de almanaques antigos, revistas e livros, todas de domínio público. Tornei-as mais engraçadas, adaptei-as. E penso que elas vão agradar o público."
Júlia nasceu na cidade do Rio de Janeiro e reside em Jundiaí há 40 anos. É membro da Academia Jundiaiense de Letras, da Academia Feminina de Letras e Artes, sendo a atual vice-presidente, do Grêmio Cultural Prof. Pedro Fávaro, também vice-presidente da Academia Louveirense de Letras e membro correspondente de quatro academias. Tem os seguintes livros publicados: "Catarse", "Criança Aprende Fácil", "História de Jundiaí", "Lendas de Todos os Tempos" (lendas árabes), "Risos e Rimas", "Lendas Fantásticas", "Dona Jiboia e a Alcateia " (que aborda as alterações ortográficas através de histórias) e "Desafios".
Evandro Fernandes da Silva é membro da Academia Jundiaiense de Letras, e autor também de "Na Esquina de Batom", "O Levante dos Oprimidos", "Letícia, a Lagartixa", "A Menina que Tinha Medo da Meia-Noite", "A Fuga da Bailarina" e "Morte e Vida de Olympia", entre outros livros.
Youtube está sob ataque
16 de Outubro de 2018, 23:37Notamos que vários posts que continham vídeos do youtube estavam com a seguinte mensagem:
500 internal server error
Esta mesma mensagem aparece e desaparece na página do Youtube, que está instável no momento. Ora funciona, ora redireciona para outra página.
Esperamos que a equipe do Youtube consiga reestabelecer o perfeito funcionamento de sua plataforma.
Honrem Leonel Brizola, Darcy Ribeiro e Luiz Carlos Prestes
16 de Outubro de 2018, 22:59Outro dia, ainda no meio da campanha, me ligaram da sede nacional do PDT para confirmarem o endereço da minha vó no Rio. Segundo a voz ao telefone, o presidente nacional Carlos Lupi queria enviar para a viúva de Prestes uma caixa da publicação Memórias Trabalhistas que homenageia meu avô.
A publicação é muito bem feita, diga se de passagem.
Nos últimos dias, ao pensar com meus botões que diabo o PDT está fazendo ao ajudar a abrir os flancos para o exército de bolsonazis que ameaçam nossa democracia, me recordei da cartilha e fui buscá-la para reler.
Qual não foi minha surpresa, ao me deparar já no primeiro texto introdutório, de autoria do presidente Carlos Lupi, com o seguinte relato pessoal:
<"Eu me lembro que, ainda jornaleiro, uma única vez nessa fase inicial estive com ele (L.C.Prestes), em uma reunião no Rio de Janeiro, no começo dos anos 80. O PDT ainda nem tinha sido criado. (...)
(...) vi o Prestes expor seus pensamentos, suas ideias, e em um determinado momento fiz-lhe a seguinte pergunta:
"Comandante, como o senhor explica ter aceitado apoiar a ditadura Vargas que colocou no exílio Olga Benário, que acabou sendo entregue aos alemães, grávida de uma filha sua?"
Prestes olhou-me e disse: "Qual é seu nome mesmo, meu filho? respondi: "Carlos Lupi", e ele prosseguiu:
"Você tem que entender que a pátria brasileira é maior do que a minha família. Getúlio uniu a pátria brasileira, por isso eu fiquei com Getúlio para impedir um mal maior".>
...
Depois de ler e reler, pensei que talvez fosse bom dar uma passada lá na sede nacional do PDT e devolver algumas cartilhas para o Lupi. Distribuíram muitas e ficaram com poucas para lembrar que muitas vezes a pátria brasileira é maior do que uma família ou qualquer projeto, quando é para impedir um mal maior, um mal maior, um mal maior...
Honrem Leonel Brizola, Darcy Ribeiro e Luiz Carlos Prestes, por favor. Enquanto há tempo.
por Ana Prestes @feicibuqui