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3 de Abril de 2011, 21:00 , por Desconhecido - | 2 people following this article.
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A menoridade do conhecimento se manifesta no Sul

30 de Março de 2018, 20:20, por Feed RSS do(a) News

E aí é onde vem a preocupação maior: significa que eles não se acham no controle. E, se eles não se acham no controle, daí pode advir duas reações.

Por Maria Fernanda Arruda – de Curitiba

De fato, estão todos assustado com o demônio que conseguiram acordar rugindo, unicamente pra destruir Lula, mas que os está devorando também. A coroa do esquema retrógrado anda sendo disputada pela “senadora” Ana Amélia, um sinal do terrorismo clássico da extrema direita, que ensaia uma saída do envelhecido armário! Este terrorismo que sempre sequestrou, torturou, assassinou lideranças e passivos inocentes em nome do arbítrio…

A colunista do Correio do Brasil, enviada especial a Curitiba, cumprimenta o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva com um abraço

A colunista do Correio do Brasil, enviada especial a Curitiba, cumprimenta o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva com um abraço

 

E aí é onde vem a preocupação maior: significa que eles não se acham no controle. E, se eles não se acham no controle, daí pode advir duas reações: um endurecimento, fazendo de algum louco o timoneiro, como fez a elite alemã em 1933, ou pior ainda: vão ficar batendo cabeça e o país afundando até algum grau, em que seu soerguimento seja extremamente penoso, senão pouco possível.

Este trecho do Silvio Romero, publicado em 1908, é de uma atualidade impressionante, pelo que ora passamos. E o pior de tudo: tende a se acentuar:

(…) restauração da monarchia e até ditadura militar, reclamada em altas vozes das columnas de vários jornaes(…) Houve até político, litterato, jornalista, tido na conta de grande sabedor, que, com todo o desembaraço nos aconselhou a renuncia da independência e a submissão ao protectorado dos Estados Unidos… Tanto é profunda a incapacidade desses levianos directores da opinião brazileira!
Lamenta-se este ciclo da criminalização da política, para excluir a política do cotidiano da cidadania, devidamente distante da representação, esta sim corroída, corrompida…

E por falar em candidatos…

O lançamento de candidaturas majoritárias no primeiro turno está amparado na legislação eleitoral, nem tão democrática. Seria, se este golpe parlamentar não liquidasse o processo e o debate!
No entanto, num momento de polarização política entre os grupos progressistas e conservadores, essa decisão deve ser tomada no âmbito de um planejamento estratégico.

Ou seja, pulverizar os movimentos do campo progressista, num momento de forte rearticulação dos conservadores, pode ser a encomenda para que cheguem no segundo turno, dois candidatos neoliberais, sem contrapontos ao golpe parlamentar, midiático e judicial.

Assim, a decisão sobre lançamento de candidaturas dever ser feita de forma serena, sem mistificações, sem teorias conspiratórias, enfim, analisando estrategicamente o quadro do golpe e todo o seu espectro político/ideológico, para a partir disso, definir qual a tática no enfrentamento contra o golpe, com candidatura(s) em movimento mais conveniente(s) para revogar todos os atos retrógrados estabelecidos no município, estado e no país.

Ordenamento jurídico

Peculiaridades a parte do STF, os meios de comunicação e os ditos comentaristas políticos são os grandes responsáveis por essa triste e falsa polarização da população brasileira.

Tudo pra manter uma disputa política iniciada no impeachment; sem fundamento legal e efetivada em reformas se consulta previa à cidadania passiva, distante e amortecida.

Deveriam instruir a população brasileira e mostrar que a constituição de 88, a chamada cidadã, fez uma mudança no ordenamento jurídico nacional, ao estabelecer, de forma cristalina no seu artigo 5, inciso LVII:

“ninguém será considerado culpado até o trânsito em julgado de sentença penal condenatória “; até agora letra morta para os Rafael Bragas ou Luis Inácio Lulas da Silva.

Nada mais cristalino

As ameaças ao Lula ou ao Fachin merecem tratamentos diferenciados do mercado de notícias; sempre diferenciado, em função das grades publicitárias. Sem esquecer, como eram as veladas ameaças consumadas ao Teori Zavascki; que garantiu o ingresso de um voto estancado, com a indicação de Alexandre de Moraes. E os Mervais Pereiras da vida confundindo nossa pobre população.

Hoje Curitiba é o centro deste debate, diluído de projetos, entre balas e pedras; para um país que merece restabelecer a trilha da transição para a democracia. Para o desenvolvimento econômico, social; cultural e político, sustentado em nossas riquezas naturais e humanas, sempre inclusivas! Como diz, o Boulos, com unidade da esquerda, dos progressistas podemos derrotar o golpe…

Temos dois projetos! Em qual você se insere?

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Xadrez de Temer no xadrez

30 de Março de 2018, 20:20, por Feed RSS do(a) News

Xadrez de temer no xadrez Por Luis Nassif, no Jornal GGN:

Ao deter uma das acionistas do grupo Libra, finalmente Ministério Público Federal e Polícia Federal bateram em um dos mais antigos sistemas de corrupção da República, umbilicalmente ligado a Michel Temer, Eduardo Cunha e seu grupo.

Capítulo 1 – a entrada da Libra do porto de Santos

Em 1998, o grupo Libra arrendou a área do Terminal 35 da Ponta da Praia. Apresentou uma proposta imbatível, a ponto da segunda colocada entrar na Justiça, argumentando que os valores apresentados eram inexequíveis.

O jogo consistia nisso. Primeiro, conseguiu entrar. Logo em seguida, passou a contestar as faturas do arrendamento. Alegava que o terreno recebido era menor do que o previsto no edital de concessão, e que a linha férrea não havia sido removida, além de faltar profundidade nos berços de atracação.

Capítulo 2 – a jogada da anistia

Foi acumulando dívidas. Em 2001, estimava-se o valor da dívida em R$ 700 milhões.

Em agosto daquele, o Ministro dos Portos Pedro Britto propôs um acordo, fixando a dívida em R$ 120 milhões. Por ele, a Libra se comprometeria a quitar R$ 71 milhões da dívida em até 12 meses, com correção monetária. O acordo não avançou.

O caso foi sendo empurrado até que, em 2005, o ex-diretor da Agência Nacional de Águas (ANA) Paulo Vieira, tentou promover uma anistia para a Libra. Com Danilo de Camargo, presidente do Conselho de Administração da Codesp, Vieira acertou uma Nota Técnica visando embasar um aditivo no contrato da Libra, que significaria praticamente uma anistia, que perdoaria 85% da dívida de R$ 120 milhões.

A identificação foi possível depois de um auditor do TCU (Tribunal de Contas da União) ter denunciado Vieira, por encomendar um parecer de R$ 300 mil beneficiando uma das empresas.

Os padrinhos políticos da Libra eram o então presidente da Codesp, José Carlos Mello Rego, indicador pelo deputado Valdemar Costa Neto (PR) e apoiado pelo Ministro dos Transportes Alfredo Nascimento (PR). Vieira atuou com base em Nota Técnica do então presidente do Conselho de Administração, Danilo de Camargo.

Mas o tutor maior, o grão-duque do porto de Santos desde os anos 90 era Michel Temer.

Rego chegou a assinar um aditivo, pelo qual a Codesp reconhecia demandas duvidosas da Libra. Mas a jogada não passou devido à resistência de três diretores da Codesp, que ameaçaram pedir demissão.

Sete anos depois explodiu a Operação Porto Seguro, quando um auditor do TCU (Tribunal de Contas da União (TCU) denunciou Vieira por ter feito uma proposta de R$ 300 mil por um parecer visando beneficiar a Tecondi, outra arrendatária do porto.

Capítulo 3 – a jogada da arbitragem

Em 2013, é deflagrada uma nova operação visando livrar a Libra, a Lei dos Portos (12.815), de 5 de junho de 2013. Havia uma corrida contra o tempo, uma jogada para prorrogar o prazo de vigência dos contratos por 20 anos. Aproveitando o projeto de reforma do porto, Libra planejava integrar seus quatro terminais (T-33, T-34, T-35 e T-37).

No artigo 62, a lei previa que concessionária inadimplentes não poderiam ter os contratos prorrogados. Mas, no parágrafo 1º, introduzia uma nova saída:

§ 1o Para dirimir litígios relativos aos débitos a que se refere o caput, poderá ser utilizada a arbitragem, nos termos da Lei no 9.307, de 23 de setembro de 1996. (Regulamento)

Imediatamente, Libra aderiu à tal arbitragem. Bastou a manifestação de desejo para que, em setembro de 2015, a Secretaria dos Portos, prorrogasse o contrato de exploração da Libra por 20 anos, até 2015.

O argumento é que a Libra havia chegado a um acordo com a Codesp sobre seus passivos. Ela se comprometia a desistir das ações que questionavam o pagamento na Justiça para resolver o caso mediante procedimento arbitral.

Na ocasião, o valor das dívidas da Libra chegava a R$ 1 bilhão. Esperava-se que a decisão arbitral saísse em dois anos. Mas, sem cobrar a dívida, a Codesp ofereceu a arbitragem à Libra.

Se a Procuradora Geral da República Raquel Dodge quiser mais detalhes sobre a arbitragem na nova Lei, poderá obter do ex-Advogado Geral da União Luís Ignácio Adams detalhes sobre a insistência do ainda vice-presidente Michel Temer, em arrancar posições da AGU.

Capítulo 4 – os jogos de postergação

“A antecipação do contrato foi feita mediante salvaguardas jurídicas importantes. O que for decidido na arbitragem terá de ser cumprido pela empresa, sob pena de rescisão contratual”, afirmou o ministro Edinho Araújo (MDB-SP), um ex-prefeito de São José do Rio Preto estritamente ligado a Temer.

Na época, o advogado especializado Carlos Augusto da Silveira Lobo, em artigo no site Migalhas, apontava a falta de transparência do decreto. Omitia a nomeação dos árbitros, a indicação do local em que seria proferida a sentença, indicava a matéria objeto de arbitragem em um anexo que não foi publicado.

Ficava claro que era uma jogada para terminar os litígios judiciais, permitindo à Libra prorrogar seus contratos.

Depois anos depois de firmado o acordo, a Codesp sequer havia devido a empresa que faria sua defesa na corte arbitral.

Questionada sobre a demora pelo jornal santista “A Tribuna”, a Codesp atribuiu “aos trâmites legais imprescindíveis para a conclusão do processo.

Capítulo 5 – desdobramentos políticos

A nova operação bateu no centro do esquema de corrupção de Michel Temer. Vai-se investigar até reformas em casas de suas filhas. Sugere-se que investiguem a compra de mobiliário para as casas, que consumiu pequenas fortunas.

Assim como Eduardo Cunha, Temer, Padilha, Moreira pertencem à nobre linhagem dos suspeitos mais óbvios da República.

É cedo para se analisar os desdobramentos políticos do caso. Melhor aguardar os próximos dias, para avaliar melhor até onde a operação conseguirá chegar. É possível que se consiga Temer atrás das grades ainda no primeiro semestre de 2019. Todas as provas estão distribuídas em vários processos e inquéritos. É só questão de recolher e consolidar.

O preço é que, se conseguir pegar o cappo dos cappi, o MPF e a PF irão ampliar o nível de arbítrio atual.



Michel Temer reúne-se com advogado no Palácio da Alvorada

30 de Março de 2018, 20:20, por Feed RSS do(a) News

O inquérito apura o suposto favorecimento da empresa Rodrimar S/A por meio da edição do chamado Decreto dos Portos (Decreto 9.048/2017), assinado por Temer em maio do ano passado

Por Redação, com ABr – de Brasília:

O presidente de facto Michel Temer reuniu-se com o advogado Antônio Claudio Mariz de Oliveira no Palácio da Alvorada. A informação foi confirmada pela assessoria de imprensa da Presidência. O Subchefe para Assuntos Jurídicos da Casa Civil e ministro dos Direitos Humanos, Gustavo do Vale Rocha, também esteve no Palácio do Alvorada.

O presidente de facto Michel Temer

Da agenda não constam compromissos oficiais. Temer passaria o feriado em São Paulo, mas decidiu ficar em Brasília.

Na quinta-feira, a Polícia Federal prendeu, em caráter temporário, o advogado José Yunes, ex-assessor da Presidência da República.

As medidas foram determinadas pelo ministro Luis Roberto Barroso, relator do chamado Inquérito dos Portos, no Supremo Tribunal Federal (STF).

Além de Yunes, foram presos o ex-ministro da Agricultura e ex-presidente da Companhia Docas do Estado de São Paulo (Codesp), Wagner Rossi; e o presidente do Grupo Rodrimar, Antônio Celso Grecco.

A empresária Celina Torrealba, uma das proprietárias do Grupo Libra; que também atua no ramo portuário, foi detida em seu apartamento, no Rio de Janeiro.

O inquérito apura o suposto favorecimento da empresa Rodrimar S/A por meio da edição do chamado Decreto dos Portos (Decreto 9.048/2017); assinado por Temer em maio do ano passado.

Coronel Lima

Preso na quinta em São Paulo durante a Operação Skala, da Polícia Federal (PF); o coronel aposentado João Batista Lima, amigo de Michel Temer, deve ser ouvido ainda nesta sexta-feira; de acordo com Hebert Mesquita, da Procuradoria Geral da República (PGR); que chegou há pouco na sede da Superintendência da PF, na capital paulista.

Segundo ele, dos nove presos na operação, oito já depuseram, faltando apenas o ex-militar. Entretanto, não se descarta a possibilidade de Lima não depor, alegando problemas de saúde.

– Existe essa possibilidade. A informação é superficial, foi o advogado que trouxe. Contamos com o laudo médico que o liberou para vir para cá e ele está aqui e vai ser chamado para falar. Esperamos que ele fale – disse.

De acordo com o procurador, a esposa de Lima já foi ouvida. No início da tarde, advogados de defesa de Lima chegaram à sede da PF, mas não adiantaram qual será a estratégia para o depoimento.

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O mecanismo da dominação

26 de Março de 2018, 16:51, por Feed RSS do(a) News

 
Carlos Motta
 
Cancelar a assinatura da Netflix, como fiz, por causa da canalhice produzida por eles sob o disfarce de uma série televisiva, é apenas uma atitude simbólica - mesmo que outros milhares façam como eu, a Netflix continuará a existir, a faturar bilhões de dólares e a produzir obras de propaganda do american way of life, pois afinal, ela existe para isso.
 
Num chute por alto, 80% de que exibe, seja séries de televisão, dramas, comédias, ficção científica, policiais etc etc, faz parte do que se chama de "soft war", guerra suave, ou seja, é instrumento de dominação dos Estados Unidos, o grande império contemporâneo, sobre os outros povos e culturas.
 
Os americanos fazem isso desde que o cinema foi inventado, desde que se iniciou o processo de gravações musicais, desde sempre. 
 
Hollywood é uma fantástica fábrica de ilusões - nela se fabricam os sonhos de que somente os Estados Unidos são capazes de proporcionar às pessoas a liberdade, o luxo, a riqueza, a felicidade, os carrões ultravelozes, as mulheres de tirar o fôlego, a vida esplendorosa, enfim, que todos almejam.
 
O trabalho de Hollywood e da indústria de entretenimento dos EUA é incomparável.
 
Sem disparar um tiro real, subjugou nações inteiras, bilhões de almas e corações, para a ideologia que evidencia o self made man, a "meritocracia", o egoísmo, a democracia representada por dois partidos quase gêmeos, a supremacia do homem branco sobre os de outra cor de pele, o destino inexorável de ser o dono do planeta.
 
E transformou, a bel prazer, quem nada contra a corrente, em inimigos desprezíveis, abjetos, monstruosos - alguém já viu, por exemplo, um russo que não seja mafioso, violento, um verdadeiro facínora, nessas produções hollywoodianas?
 
A série sobre a "corrupção" brasileira, que mereceu forte investimento publicitária em seu lançamento, nada mais é do que uma peça desse enorme mecanismo de dominação cultural - e econômica, é bom lembrar - americana.
 
Os seus autores apenas trocaram os papéis dos vilões - saem os russos, chineses, iranianos, norte-coreanos e muçulmanos, e entram os esquerdistas brasileiros, esses seres corruptos até a medula. 
 
É um enredo que dá sono, de tão batido.



Joaquim Barbosa e seu dominio do fato

26 de Março de 2018, 16:51, por Feed RSS do(a) News

O ex-ministro negro do STF, Joaquim Barbosa, depois, de negar algumas vezes participar da política partidaria, as novas mexidas no tabuleiro das eleições indicam que o partido satélite - PSB (que deveria retirar a palavra socialismo), deve filiar Joaquim Barbosa para lança-lo ao cargo de presidente da república.

Joaquim Barbosa, como diria Zumbi dos Palmares é um negro de mentalidade branca. A biografia de Barbosa ficou arranhada quando o mesmo, trouxe para o STF a teroria nazista juridica alemã - Dominio Do Fato. o núcleo dessa tal teoria é que não precisa de provas comprobatórias para julgamentos, um banco de dados de inúmeras versões é que ditam os fatos, assim, Barbosa utilizou no STF para jusificar o famigerado mensaão do PT.

Mas, Barbosa, de forma proposital ou em 2016, macomunado com o golpismo que perdura até hoje, a propria teoria nazistas ultrapassada na propria Alemanha, foi denunciada pelo proprio mentor da teoria Dominio do Fato - Clauss Roxin que Barbosa e o STF distorceram o enunciado da mesma. Ou seja, Clauss Roxin desautorizou Barbosa e o STF: http://www.viomundo.com.br/denuncias/jurista-alemao-repreende-o-stf-pelo-mau-uso-de-sua-teoria-do-dominio-do-fato.html

A direita brasiliera tenta no desespero encontrar um candidato. Os bancos via mercado especulativo financeiro e a midia coordenada pela Rede Globo, tudo indica, encontrou nas mazelas partidárias do PSB um perfil de candidato, ou seria, apenas um ajudante de ordens da midia golpista, dos bancos e justiça partidaria?

 

 



Apagão no Norte e Nordeste foi causado por falha de empresa privada

23 de Março de 2018, 15:18, por Feed RSS do(a) News

Apagao privado

Segundo o ONS, o evento teve origem na falha de um disjuntor de interligação de barramentos na subestação Xingu, às 15h48, e desconectou o bipolo em corrente contínua em 800 kV entre Xingu (PA) e Estreito (MG), por onde escoa para a região Sudeste/Centro-Oeste a produção da usina de Belo Monte.

A Linha de Transmissão Xingu/Estreito é de responsabilidade da BMTE, que é uma concessionária do Grupo State Grid.

Cadê a eficiência das empresas privadas?

#NãoàPrivatização #EletrobrasPublica #Chesf #NãoAbroMãodaChesf #Apagão



Policial faz filme sobre realidade da África do Sul e lança campanha para exibição em cinemas

23 de Março de 2018, 13:19, por Feed RSS do(a) News
 

Logo ali

Em tempos de rasas polarizações nas discussões sobre políticas públicas e de segurança no país, é de se exaltar as iniciativas que buscam promover uma reflexão mais profunda e de acordo com a complexidade dos diferentes tecidos sociais. Assim nasceu o documentário "Logo Ali - África do Sul", no qual o policial civil do Rio de Janeiro Beto Chaves, que vive diariamente a guerra contra as drogas, na qual o enfrentamento armado é a política adotada, visita o país sul-africano, para conhecer as histórias das pessoas e, principalmente, discutir sobre o que a liberdade significa para cada um hoje em dia e o que esperam do futuro do seu país. Trata-se de uma metáfora da relação de espaço e tempo, do que une e do que separa a humanidade.

A relação África do Sul - Brasil, a distância geográfica que um dia, há milênios, não existia, parece realmente desaparecer quando surgem temas como preconceito, diferenças sociais, drogas, arte, cultura, educação, tradições, juventude e empreendedorismo. "Logo Ali" também se refere a datas de acontecimentos históricos como o apartheid, o fim do regime que durou 40 anos, a libertação de Mandela e sua recente morte. É um filme sobre pessoas comuns e pensamentos extraordinários, é sobre uma sociedade que ainda engatinha numa nova democracia.

Com a direção do inspetor da Polícia Civil Roberto Chaves de Almeida e do designer Leo Santos, o filme mostra como a população busca virar a página da segregação. Uma das grandes dificuldades é a sombra do racismo que ainda paira na África do Sul pós-apartheid e a desigualdade resultante dela, mas que, segundo Chaves, está em transformação e andamento. “O que ficou bacana de mostrar é que há processos, que a gente às vezes não respeita. Devemos ter maturidade de entender que se o processo está em andamento, estamos ganhando. O que não podemos é retroceder, mas se está caminhando temos que potencializar esse processo”, explica.


Um dos exemplos desse processo é retratado no filme, quando depois de uma refeição em uma fazenda na região onde Mandela nasceu, um homem branco diz que não levaria um negro para jantar em sua casa, mas, admite que o seu filho já brinca com negros naturalmente e sem preconceitos. O documentário entrevista quase 40 pessoas e tem os dois lados da moeda: a África do Sul branca, dona da riqueza e detentora de grande parte do país, e os negros, moradores das townships, habitações humildes nas periferias do país criadas para segregar territorialmente os negros durante o apartheid. Nos dois lados, o sentimento é de que muita coisa ainda precisa ser feita. No lado mais favorecido da história, resquícios da política racista ainda persistem. 

“É uma história de pessoas, de heróis anônimos, tem a linha do apartheid, mas não é só isso. O filme mostra a riqueza escondida no meio de todos nós”, reflete Chaves, traçando um paralelo com a jovem democracia brasileira: “A África do Sul e nós somos muito parecidos em nossas mazelas e riquezas. A sombra do apartheid ainda existe, é tudo muito novo. O regime começa em 1948 e acaba em 1990. Olha para o Brasil, tudo o que aconteceu, a nossa constituição da República tem 30 anos. É muito pouco tempo para dizer que a questão do racismo está resolvida. A nossa democracia aqui é jovem, lá também”, compara.

Beto é policial civil no Rio de Janeiro, já participou de incontáveis operações policiais de combate às drogas, numa cidade completamente marcada e dividida numa guerra civil não declarada. Desde os primeiros dias em sua carreira policial, Beto desejou fazer diferente, criou um programa dentro da Polícia Civil que iria na direção contrária, rompendo com a repetição do sistema repressivo ao qual estava inserido e ao rumo tomado desde a fundação de sua instituição, criando assim o Papo de Responsa. "Responsa" é uma gíria carioca que significa responsabilidade, seriedade e objetividade. Esse programa visa o diálogo e uma escuta absolutamente generosa, entre diferentes, como “arma” fundamental para o alcance da empatia, assim resultando na prevenção da violência e na aproximação da sociedade com a polícia de forma natural, derrubando os muros invisíveis que separam as pessoas, numa conversa franca e aberta, visita a escolas, universidades, igrejas, associações de moradores, dividindo suas experiências pessoais e profissionais, aproximando pessoas de pessoas. Com o Papo de Responsa, Beto tornou-se conhecido por todo o Brasil e viajou por 31 países, provando que é possível rompermos com os esteriótipos e repensarmos o preconceito.

Financiamento coletivo
Com as dificuldades existentes para quem faz cinema no país, os realizadores do documentário tentam levantar recursos de forma coletiva para divulgá-lo e levá-lo aos cinemas e festivais do Brasil e do mundo.

“O mais bacana foi a ação de realizar, mas tem o mérito de ele estar pronto e disponível para as pessoas. Realizar é difícil, mas realizar cultura é muito mais difícil, ainda mais em nosso país. Documentário é meio marginal, não tem a grande audiência, é mais difícil captar recurso, carece um pouco disso, da necessidade de formar público”, disse ao explicar que a ideia de fazer o filme com o designer Léo Santos “foi uma grande boa conspiração do universo.”

O dinheiro arrecadado será usado para levar o documentário aos cinemas, além de produzir material gráfico, divulgação online, assessoria de imprensa, palestras em escolas públicas e universidades, inscrições e participações em festivais de cinema. Mas a principal meta é garantir presença no Festival de Durban, na África do Sul, na mesma data em que se comemora o centenário de Nelson Mandela, no dia 18 de julho.

As recompensas para quem ajudar vão desde o nome nos créditos finais do documentário, acesso online ao filme em primeira mão, até convites para a pré-estreia, variando de R$ 25 a R$ 250. A meta é arrecadar R$ 70 mil até o dia 6 de abril. Para colaborar e fazer parte deste projeto, basta acessar http://www.querovernocinema.com/



América do Sul inspira novo trabalho do violonista Luis Leite

23 de Março de 2018, 13:19, por Feed RSS do(a) News

Luis leit vento sul
Em seu terceiro álbum autoral, "Vento Sul", o violonista Luis Leite convida o ouvinte a mergulhar no universo da música a fim de escutá-la em primeiro plano, a prestar atenção aos detalhes da melodia, harmonia e ritmo. Leite, músico com intensa atividade internacional, apresentações em mais de 20 países, e uma década de residência em Viena, buscou, nesse novo trabalho, inspiração na riqueza poética da sonoridade da América do Sul para compor as obras do disco, que pode ser ouvido aqui.

"Vento Sul" evoca o colorido plural dos países vizinhos do Brasil, pincelando os regionalismos, não de forma folclórica, mas sincrética, um amálgama das vivências do artista ao longo dos anos e que, aqui, ganha emoção particular por meio, também, da empatia artística entre os músicos convidados. O disco, segundo o próprio autor, “remete à atmosfera de sensibilidade humana do nosso continente, inspirando-se na musicalidade natural da chilena Violeta Parra, na sofisticação do trio argentino Aca Seca, na elegância rítmica do colombiano Gentil Montaña…”

No álbum, o mais introspectivo de sua carreira, Luis Leite reuniu formações diferentes para cada faixa, com as mais variadas instrumentações. Cada música possui uma identidade própria e representa um universo particular em si mesma. 

A faixa “Santiago”, que abre o disco, teve sua melodia escrita em um hotel na própria cidade homenageada, Santiago de Compostela, com alternância de compassos ímpares. No disco, a faixa atua como um preâmbulo ibérico, uma primeira parada em direção à América do Sul, e conta com a participação de Erika Ribeiro ao piano.

Buscando novos caminhos e percursos harmônicos, “Veredas” foi composta para a cantora Tatiana Parra e explora uma estética de contornos melódicos sinuosos, com a curiosa utilização do Adufo (pandeiro sem platinelas) de Sergio Krakowski, em casamento com o violão e a voz, preenchendo os graves sem tirar a delicadeza dos outros timbres.

Escrita em homenagem a Guinga, uma das suas grandes influências sonoras como compositor, “Flor da noite” traz uma sonoridade mais escura, de harmonia aveludada. Ao mesmo tempo delicada e elegante, a música abre com um solo de violão, para, em seguida, trazer a participação do clarinetista Giuliano Rosas.


Conversando estilisticamente com os tons escuros e noturnos da faixa anterior, “Noturna” soa como uma improvisação livre, em fluxo contínuo, sem repetição na sua forma. Uma reflexão nostálgica, sem pressa, que conta com a guitarra de Fred Ferreira e a voz de Lívia Nestrovski.

Composta em homenagem ao nascimento do primeiro filho de Yamandu Costa e Elodie Bouny (Benício), “Beniño” apresenta melodia doce, lembrando uma cantiga de ninar, carregando, porém, o temperamento forte da alma desses grandes artistas. Sua terceira parte é uma chacarera estilizada, que tem sua expressividade amplificada com o violino de Marcio Sanchez, o acordeon de Marcelo Caldi e a bateria de Diego Zangado.

Já “Céu de Minas” remonta às melodias naturais e narrativas musicais envolventes da música mineira, sempre presente na vida do violonista. Escrita no interior de Minas Gerais, em uma noite de céu aberto, foi inspirada pela atmosfera cativante de um momento de tranquilidade e contemplação, reunindo ainda Tatiana Parra (voz), Erika Ribeiro (piano) e Felipe Continentino (bateria).

As experiências contemplativas também são características de “Minguante”, inspirada na personalidade introspectiva e feminina da lua minguante. Traz consigo uma melodia de notas longas que leva o ouvinte a um lugar de calma e serenidade, em uma atmosfera expansiva que traz nas cordas (violino de Márcio Sanchez e viola de Elisa Monteiro) um colorido especial. Ao mesmo tempo, é uma música que possui grande escopo dinâmico, visitando nossas próprias inquietações internas.

Faixa mais jazzística do disco, “Pedra do Sal“ ganhou o nome por conta do característico encontro que acontece mensalmente perto da Praça Mauá, no Rio de Janeiro, marco do movimento de ocupação cultural da cidade. Carregada de criação espontânea e de improvisação – não à toa foi gravada em um só take – a música resgata o imprevisto, abrindo espaço para a experimentação e interação, ao lado de Felipe Continentino (bateria) e Ivo Senra (Fender Rhodes).

Inspirado nos movimentos migratórios do nosso continente, “Caravan” se apresenta como um amálgama de confluências culturais, onde uma melodia suave da flauta dialoga com frases modernas do violão, polirritmias e sincretismos estilísticos, por meio da flauta de Wolfgang Puschnig, do baixo acústico de Peter Herbert e da percussão de Luis Ribeiro.

O CD chega ao fim com “Despedida” de forma serena, nostálgica. Única faixa do disco com violão de aço, traz uma inusual combinação instrumental com adufo, viola de arco e violões. O solo é feito com violão de nylon, que contrasta com o timbre do irmão de aço e o contraponto da viola. A faixa fecha o disco com um sentimento de saudade, mas também de contato com um espaço íntimo interior, de tranquilidade.

Luis Leite nasceu e cresceu no Rio de Janeiro, numa atmosfera familiar musical. Seu avô, um violonista amador, o ensinou os primeiros acordes. Seu pai e tios também tocavam, e o violão era o instrumento que congregava todos ao redor da música. Com interesse em variadas vertentes musicais, navegou desde cedo por diferentes estilos, do choro e do jazz à música clássica, começando a se apresentar profissionalmente aos 14 anos com o Grupo Camerístico de Violões.

Estudou violão na UniRio e aos 19 anos, após receber o primeiro lugar em concursos nacionais de violão, se especializou na Accademia Musicale Chigiana (Siena, Itália). Posteriormente mudou-se para Viena, onde viveu por uma década, recebendo os diplomas de bacharel e mestre pela Universität für Musik Wien, sob orientação do renomado violonista Alvaro Pierri.

Durante seu tempo residindo na Europa, Luis recebeu o primeiro lugar em diversos concursos internacionais de violão, como no Ivor Mairants International Guitar Competition (Londres) e no John Duarte International Guitar Competition (Rust). Retornou ao Brasil assumindo a cátedra de Violão da Universidade Federal de Juiz de Fora, onde desde então coordena o programa de Bacharelado em Violão. Em sequência, concluiu seu Doutorado (PhD) em Música pela UniRio desenvolvendo pesquisa sobre novas linguagens de improvisação musical. Foi também vencedor do XI Prêmio BDMG Instrumental em Belo Horizonte.  Lançou os discos autorais "Mundo Urbano" e "Ostinato". (Informações da assessoria de imprensa do músico)

O vídeo mostra a sua participação no programa Partituras, da TV Brasil, com a pianista Erika Ribeiro.

https://www.youtube.com/watch?v=Y9R84R4Pwrs

Serviço

Site: www.luisleite.art.br 
Link para o disco: www.luisleite.art.br/ventosul 
Preço do CD físico: R$30,00
Preço do CD digital (baixar por MP3s diretamente do site do artista): R$15,00



A quem servem as mega fundações? Professora norte-americana responde

22 de Março de 2018, 14:46, por Feed RSS do(a) News

Há muito se fala sobre as fundações estrangeiras mantidas por mega-empresários e seu nefasto papel no mundo, principalmente para a Classe Trabalhadora. Muitos aqui no país falam disso, mas como sabemos santo de casa não faz milagre. Por isso, a reportagem e entrevista de Luiz Carlos Azenha com a professora Joan Roelofs, que reproduzimos abaixo é de extrema importância.

Esperamos que produza os efeitos desejados e que a esquerda brasileira pense melhor antes de quere aplicar a Lei do Gerson. A história já mostrou que só os poderosos do mundo faturam com ela!

Artigo indicado por Meg Melniski, via Telegram

Ford, Soros, Gates: A quem servem as mega fundações? A professora Joan Roelofs dá algumas pistas

por Luiz Carlos Azenha

A resposta curta à pergunta do título, não atribuível à entrevistada, é: aos próprios bilionários.

Fundacoes gringas colagem

Nos Estados Unidos, quem cria uma fundação pode deduzir do imposto de renda de 20 a 30% do valor que transferiu a ela, dependendo se for cash ou títulos.

Se você criar uma fundação e doar U$ 1 milhão a ela, pode deduzir ao menos U$ 200 mil do seu imposto a pagar.

Mas, tem mais: a lei obriga a fundação a aplicar apenas 5% de seus bens líquidos do ano anterior em grants, doações, no ano seguinte.

Ou seja, 95% você pode administrar como bem quiser, direta ou indiretamente. Desde que você não tire proveito do dinheiro pessoalmente, tudo bem.

O que permite a você construir duas fortunas, paralelas: uma, pessoal; outra, que você pode usar indiretamente para turbinar sua fortuna pessoal. Ou a de seus filhos, netos e bisnetos.

Como? Comprando poder.

Há milhares de beneficiários das doações, sem qualquer dúvida. Mas, será que é mudança na qual se pode acreditar?, para repetir o candidato que deixou tudo como estava?

Nos Estados Unidos, a maior de todas as fundações é a Bill & Melinda Gates. Uma das mais antigas e influentes é a dos irmãos Rockefeller. Grande e influente é a dos herdeiros de Henry Ford. Dentre as mais agressivas está a do megainvestidor George Soros. Até Leona Helmsley, que já foi presa por sonegar impostos, tem no nome dela e do marido uma fundação filantrópica, com bens superiores a U$ 5 bi.

A soma dos bens só das mais importantes supera os U$ 200 bilhões, mais que o PIB de muitos paises.

Nos Estados Unidos existe um debate incipiente sobre o papel das fundações. Incipiente por falta de conhecimento, de transparência e de interesse.

Fora de lá, houve alguma polêmica depois que o Fórum Social Mundial de Porto Alegre foi financiado em parte pela Fundação Ford. Deveria ser o alter ego da reunião dos capitalistas em Davos, na Suiça.

Depois de quatro edições em Porto Alegre, o financiamento da Fundação foi rejeitado quando o Fórum teve sua primeira edição fora do Brasil, em Mumbai, na Índia.

Numa “confissão involuntária”, a então diretora de governança e sociedade civil da Fundação Ford à época, Lisa Jordan, resumiu em entrevista: “Já podemos ver algumas diferenças em relação a foruns anteriores. Por exemplo, podemos ver maior colaboração de grupos da esquerda comunista da Índia no fórum de Mumbai — o que não era necessariamente uma parte importante do Fórum Social Mundial em sua manifestação brasileira”.

Sobre a rejeição do Fórum ao financiamento da Fundação Ford, ela acrescentou: “Não estamos apoiando o fórum deste ano porque o Comitê Organizador Indiano, que representa uma tentativa ampla de juntar uma grande parte da sociedade local, inclui alguns grupos que se opõem às atividades da [Fundação] Ford na Índia desde 1953 — especialmente o apoio à Revolução Verde nos anos 60 e 70. Eles acreditam que as contribuições feitas pela Fundação Ford evitaram que a Índia passasse por uma revolução comunista”.

Trata-se de uma generalização barata: as críticas à Revolução Verde são muito mais profundas e embasadas do que isso. Ou talvez a entrevistada tenha dito isso por acreditar que a tarefa da FF fosse mesmo evitar uma revolução na Índia. Não é o ponto.

O mais importante é que ela deu a entrevista a um site que se chama Open Democracy, free trinking for the world, ou Democracia aberta, pensamento livre para o mundo, cuja lista de doadores… inclui a própria Fundação Ford, para não falar das Open Society Foundations, do megainvestidor George Soros, que segundo sua própria fundação doou mais de U$ 32 bilhões desde 1979 para financiar “uma sociedade civil vibrante”.

Isso dá uma ideia de como é difícil desfazer este emaranhado de interesses cruzados.

Travar o debate está se tornando difícil, uma vez que as grandes fundações dos Estados Unidos estão investindo cada vez mais na mídia — inclusive a identificada com a esquerda — e especialmente nos veículos sem financiamento, que tendem a se tornar dependentes das doações — e da renovação das doações.

Fundacoes gringas

Um estudo do American Press Institute, relativo a 2015, mostrou que as fundações estão doando como nunca a veículos de comunicação.

O mesmo estudo capturou a dependência da mídia não comercial dos Estados Unidos em relação às fundações: quase 40% dos meios pesquisados tinham nos grants mais de 50 por cento de seu orçamento total!

Nossa série de reportagens a respeito começa com uma entrevista com a autora de um dos livros seminais sobre o assunto, publicado nos Estados Unidos, Fundações e Política Pública: Joan Roelofs.

Ela é professora de Ciência Política do Keene State College, de New Hampshire, e nos respondeu por e-mail. A tradução é nossa, assim como a edição, para facilitar a clareza.

Viomundo: Há muitas fundações hoje em dia, conservadoras e liberais, mesmo de esquerda. Por que a máscara do pluralismo no subtítulo do livro?

Joan Roelofs: Eu estava me referindo à teoria pluralista, segundo a qual diferentes grupos de interesse competem uns com os outros para definir as políticas públicas [um conceito utilizado nos Estados Unidos]. Argumento que todos os grandes grupos de interesse são financiados pelas fundações, o que falsifica a ideia de pluralismo e mascara a real competição. Há limites impostos pelo financiamento (e outros processos relacionados às fundações, como networking, workshops, assistência técnica e a própria formulação do pedido de financiamento). Organizações financiadas não podem provocar grandes rupturas no poder e na riqueza, ou no capitalismo imperialista. Mesmo as ongs de esquerda, como o Institute for Policy Studies, e um dos grandes institutos trabalhistas, o Economic Policy Institute, são financiados pela fundações liberais, dentre as quais a Ford e a Open Society [de George Soros].

Viomundo: O financiamento amplifica a influência das fundações muito além da elite?

Joan: Meu livro é sobre isso. Elas se envolvem com o maior número possível de movimentos e organizações. Estes não podem sobreviver ou fazer o que querem, como levar casos à Suprema Corte, por exemplo, só com o dinheiro dos associados. Os institutos financiados pelas fundações fornecem os especialistas que falam na TV e material para artigos de opinião. As fundações têm grande influência nas faculdades e universidades. Elas cooptam liberais de classe média e gente talentosa entre os mais pobres para receberem doações a título de formação de lideranças. Está tudo no meu livro.

Viomundo: A senhora menciona ideias de alguém considerado um dos grandes estrategistas dos Estados Unidos, Zbigniew Brzezinski. O que ele dizia sobre espalhar a influência norte-americana?

Joan: Ele defendia o uso do soft power como forma de derrotar o comunismo. Faça a elite se envolver com as tecnologias da informação e torne as massas fascinadas pela cultura dos Estados Unidos. Operações clandestinas e abertas (com grande participação das fundações) foram utilizadas para levar adiante este plano.

Viomundo: A Fundação Rockefeller tem uma longa relação com o Brasil. Começou com doações ligadas à saúde pública e hoje o dinheiro continua chegando, por exemplo, no campo do chamado desenvolvimento sustentável. Por que eles investiriam dinheiro aqui?

Joan: Existe um ótimo livro sobre os Rockefellers e a América Latina, Thy Will Be Done, de Colby e Dennett. Se você quer explorar os recursos ou mesmo apenas fazer negócios, você não quer que seus trabalhadores locais ou seus gerentes norte-americanos fiquem doentes. Você precisa de água limpa. Você precisa que os recursos naturais sigam jorrando. Se o seu negócio é em turismo internacional, por exemplo, você quer que as pessoas se sintam limpas e seguras em suas férias no Exterior.

Viomundo: A Fundação Ford se define hoje, no Brasil, como defensora da justiça racial, para fazer avançar a democracia e a igualdade. “Nós apoiamos a emergência e o crescimento de poderosas novas vozes e narrativas, tanto no campo quanto na cidade, e trabalhamos para conectá-las com outros líderes da justiça, movimentos e instituições-chave”, diz um texto sobre objetivos da FF. Não é disso que precisamos no Brasil?

Joan: Sim, mas é que direitos civis, lideranças e networking não bastam. Pode ser que o sistema econômico esteja bloqueando o progresso real em todo o mundo (inclusive nas nações desenvolvidas). Escrevi um artigo recente sobre direitos humanos como substituto do socialismo. James Petras tem escrito muito sobre a cooptação da esquerda na América Latina. A NACLA (North American Congress on Latin America), que já foi radical, a certa altura recebeu dinheiro da Fundação Ford e mudou o discurso sobre as barreiras à justiça social na América Latina.

Viomundo: A Ford e a Open Society (Soros) dão muito dinheiro para organizações de mídia, inclusive da nova mídia, algumas das quais identificadas com a esquerda. Por que os bilionários se preocupariam com isso?

Joan: Essas organizações de mídia se dizem realmente independentes, em contraste com as antigas, “ruins”, financiadas por governos ou partidos políticos. Naturalmente, existe poder em ter dinheiro no que é supostamente “alternativo” e que é lido por gente de esquerda, dentre outros.

Viomundo: Hoje, as fundações investem até em parcerias com grandes veículos de mídia, nos Estados Unidos. É dito que sem qualquer tipo de controle. Se as fundações não controlam o conteúdo, por que não aceitar o dinheiro?

Joan: Por que quem aceita o dinheiro normalmente se autocensura. Não quer ofender o patrocinador.

Viomundo: A Open Society está preocupada, pelo menos aparentemente, em fazer avançar a democracia na América do Sul. Junto com a Fundação Ford e outras, traçou inclusive cenários da América Latina para os próximos 15 anos. Com gente de esquerda no meio. Como você vê essas iniciativas de George Soros?

Joan: As organizações dele, junto com as operações clandestinas, tem sido poderosas para provocar mudanças. Por exemplo, na Hungria, com a transformação das universidades e a criação do partido Fidesz, ou com a derrubada de Milosevic [na extinta Iugoslávia]. Roger Cohen escreveu a respeito. Está no meu livro. Alguém deveria escrever um livro sobre tudo o que aconteceu nas revoluções coloridas [no entorno da extinta União Soviética] e sobre quem estava envolvido nelas.

Viomundo: Por que quase não existe debate sobre as fundações? Por que elas parecem ser neutras?

Joan: Elas não gostam de críticas públicas e tem poder suficiente para marginalizá-las. Eu fui chamada de teórica da conspiração por tentar jogar luz nas fundações. A maioria dos acadêmicos e repórteres evita morder a mão que os alimenta. As fundações se dizem apartidárias, o que é verdade. Eles não favorecem a este ou aquele partido nos Estados Unidos. Mas isso não significa que sejam objetivas e neutras. São fachadas para o poder da elite. Sua origem, financiamento, investimentos e filosofias estão profundamente ligadas às corporações bilionárias. Alguns de seus empregados, inclusive presidentes, refletem “diversidade” e elas podem promover grandes mudanças sociais desde que sua riqueza, poder e domínio internacional não sejam afetados. As fundações foram importantes em acabar com o apartheid oficial nos Estados Unidos — e na África do Sul — mas nos dois casos o capitalismo não pode ser tocado.

Viomundo: As fundações distorcem a democracia?

Joan: A riqueza distorce a democracia e as fundações são apenas uma parte dela. O trabalho delas com intervenções internacionais clandestinas certamente não ajuda a democracia. Além disso, a parte a descoberto — apoio a grupos de interesse ou a ongs para representar as pessoas — não promove a democracia. O sistema das fundações apoia e reforça o sistema das ongs e algumas fundações inclusive criaram ongs. Essas organizações são de elite, se comparadas à cidadania em geral, desorganizada. As fundações não podem legalmente financiar partidos políticos ou movimentos políticos de massa. A democracia deveria requerer que todas as pessoas fossem integradas a algum braço de uma organização local, de uma entidade política poderosa. Talvez já nem seja possível nos dias de hoje, com as grandes populações, extremo individualismo e a cultura da celebridade; e muitos gadgets, hobbies e jogos.

Viomundo: Então, as fundações podem ser uma força por mudança?

Joan: Alguma mudança, sim. Mas, elas previnem contra mudanças mais radicais, que poderiam ser mais eficazes na promoção da justiça e da paz?

Na Europa Oriental, nas repúblicas da extinta União Soviética, na Índia, dentre outros lugares, as fundações encorajam o nacionalismo e mesmo tradições religiosas locais, como forma de atacar o internacionalismo e as ideias do ‘trabalhadores do mundo, uni-vos’.

Nos Estados Unidos, trabalham contra o chamado ‘extremismo anticapitalista’. Elas não encorajam os grupos da supremacia branca ou fanáticos religiosos fundamentalistas, mas foram incapazes de evitá-los.

Um sistema baseado na disputa entre grupos de interesse, que foi estimulado pelas fundações, resulta em maior polarização do que ocorreria, se tivessemos movimentos políticos mais generalizados.

Reflito que os Estados Unidos tem o mais amplo e elaborado terceiro setor do mundo — fundações, entidades sem fins lucrativos, think tanks, mesmo organizações de base (reais, não de mentirinha). Ainda assim, o padrão de vida está em declínio, a infraestrutura cai aos pedaços, o meio ambiente está sendo devastado, os números da pobreza são enormes, a incidência de violência é sem precedentes (não apenas se comparada a países desenvolvidos). Todo mundo deveria ler o relatório How Effective Are International Human Rights Treaties? [Quão eficazes são os tratados de direitos humanos internacionais?] Enquanto isso, a agressão e a intervenção dos Estados Unidos em muitas nações não dá sinais de parar. E todas estas, aliás, não são questões que as fundações estão dispostas a descrever como “problemas”.

Fonte: Viomundo



Amazon e Uber redefinem as relações trabalhistas no século 21

22 de Março de 2018, 11:57, por Feed RSS do(a) News

Os especialistas já falam em uma revolução industrial 4.0 que está mudando o paradigma das relações trabalhistas no mundo todo.

Amazon uber

O último anúncio da Amazon vem confirmar que nos encontramos diante de um novo contexto de trabalho em que as regras vêm marcadas pelo uso da tecnologia. A empresa confirmou que colocará em funcionamento na Espanha seu programa “Amazon Flex”, que já funciona há alguns meses nos EUA e que ficou conhecido popularmente como o “Uber das mensagens”. A iniciativa consiste em oferecer aos usuários a possibilidade de se converterem em distribuidores dos produtos vendidos na plataforma em troca de um pagamento de 28 euros por blocos de duas horas de trabalho. Na América do Norte, por exemplo, quem acessar o serviço ganha entre 18 e 25 dólares por hora, considerando-se que ele foi pensado como atividade de tempo parcial.

“A economia digital é disruptiva por si mesma e é uma realidade tão atraente que não se pode detê-la; ela se impõe. O novo modelo da Amazon se encaixa nessa chamada economia colaborativa, que substitui o modelo tradicional de ativos próprios por plataformas digitais”, conforme explica Rafael Chelala, advogado e professor da Escola de Negócios Deusto. Contudo, há especialistas que vão mais além e falam, inclusive, em “plataformização das relações trabalhistas”. Um novo termo que emprega Raúl Rojas, sócio do escritório Ecija, e que define o uso dos canais digitais como “vínculo entre o trabalhador que presta serviços e o destinatário final deles sob demanda”. Ele salienta que “esses novos modelos de negócios de caráter disruptivo são próprios do uso generalizado das novas tecnologias e do processo contínuo de transformação digital que estamos vivendo em todos os níveis da empresa e na sociedade em geral, dando lugar ao que muitos autores chamaram de indústria 4.0“. Por isso, para ele o caso da Amazon é só um exemplo a mais que confirma uma tendência crescente, com exemplos como o Uber e o Deliveroo, entre outras muitas plataformas colaborativas de alcance mundial.

Novo cenário

Todos os especialistas dizem que estamos no início de um novo cenário econômico e, portanto, de um novo contexto trabalhista. Contudo, qual o alcance real dessa mudança de paradigma? Para Chelala, da Deusto, a maior parte desses modelos “se afastam da relação trabalhista tradicional”. Seu ponto forte é a flexibilidade, permitindo que as pessoas “conciliem e escolham a hora em que querem trabalhar”. É o que pensa também Ricardo Pérez, CEO da Innovation Coach e professor de inovação digital e sistemas de informação da Escola de Negócios IE. Para ele, “estamos num momento decisivo para a definição desse tipo de economia que os americanos chamam de gig economy: o indivíduo pula de um trabalho para o outro e não tem relação contínua com uma empresa única”. Ele acrescenta ainda que esse tipo de solução pode ser muito positiva em um contexto de profissionais formados com muitas alternativas de trabalho de valor agregado e bons pagamentos, “em que se pode trabalhar para o melhor empregador e se aliar a quem consideram mais conveniente”. Contudo, chama a atenção para os riscos: “O ponto negativo disso é que se pensarmos no outro extremo (empregos de pouca qualificação), veremos como esse tipo de relação pode se prestar a abusos e ao excesso de poder das plataformas no que diz respeito aos provedores individuais.”

É nesse ponto que surgem e se encadeiam várias interrogações: trata-se de um emprego em que o profissional é seu próprio chefe? Então, trata-se de um trabalhador por conta própria ou por conta de outros? E quem é o responsável pela atividade diante do consumidor? Para Rafael Chelala, é preciso levar em conta que se parte da “figura de um trabalhador autônomo”, situação que já se acha regulada nos ordenamentos jurídicos, e o mesmo se aplica ao papel das empresas ou plataformas, que “imporão requisitos no âmbito do marco legal existente”. Contudo, Raúl Rojas é mais cético e diz que “o direito sempre caminha a reboque da realidade, principalmente quando falamos de adaptação a mudanças tão profundas que a disrupção tecnológica está provocando nas relações trabalhistas, transformando inclusive o conceito clássico de trabalhador independente”. Tudo isso sem falar dos conflitos legais com se deparam empresas como o Uber ou a Deliveroo em vários países, entre eles a Espanha, Reino Unido, EUA e também países da América Latina.

Raúl Rojas, do escritório de advogados Ecija, lembra que há países que já começaram a levar em conta esses aspectos em sua legislação, embora “timidamente”. Ele se refere, por exemplo, à França, que em sua última reforma trabalhista, regulou o direito à desconexão digital. Contudo, para ele, “estamos apenas no alvorecer da necessidade de grandes reformas normativas integrais que regulem o marco legal do trabalho nos novos contextos digitais”. Para o professor da Escola de Negócios IE, será fundamental esperar pelas sentenças judiciais dos processos em tramitação: “Nos EUA, estamos num momento crucial à espera das decisões na Califórnia e em Nova York sobre o status dos motoristas do Uber: se forem considerados empregados, pode ser que tudo mude para essas empresas.” Além disso, pode haver, segundo especialistas, uma retração na revolução trabalhista digital. “Embora seja bom dar proteção a essas novas formas de trabalho, é importante não esquecer a igualdade das partes: não é o mesmo modelo econômico colaborativo em que as partes são iguais, em que uma plataforma por meio da tecnologia dita as regras que devem ser seguidas pelos seus provedores a todo momento, o preço que devem fixar. A isso, chamo de empregador”, disse Ricardo Pérez.

Empresas e trabalhadores do século 21

Independentemente do que decidam os tribunais, Raúl Rojas acha que “o marco legal não regula suficientemente as novas figuras do trabalhador em contextos digitais”. Como exemplo disso, na Espanha existe apenas um preceito jurídico que regula a figura do trabalho remoto, “e o faz de maneira muito generalista”, ao passo que não há referência a jornadas flexíveis quando se trata de uma demanda que muda muito, com picos importantes de atividade, ou a temas como o direito dos empregados à desconexão digital.

Contudo, além das reformas legislativas a serem adotadas pelos governos, os especialistas concordam que os ambientes de trabalho estão mudando rapidamente. “Antes, os escritórios impunham um horário porque os meios de trabalho estavam ali. Isso mudou e cada vez mais há maior flexibilidade em relação à presença física, que só é exigida quando realmente necessária”, explica Chelala, da Deusto. Para ele, “a produção se impõe sobre o horário”, e esse é um desafio que as empresas estão enfrentando. Por exemplo, graças a essas plataformas, os estudantes têm mais facilidade para trabalhar em suas horas livres, sem esquecer transformações mais profundas, como novas medidas de conciliação e, inclusive, o impacto ecológico das atividades empresariais. É o que pensa também Raúl Rojas, do Ecija: “A necessidade tradicional de mão de obra em troca de uma jornada fixa e de um salário fixo, independentemente da necessidade real ou da própria contribuição do trabalhador, está mudando.” De alguma forma, a tecnologia permite que uma empresa cubra suas necessidades e, ao mesmo tempo, um profissional pode contribuir com sua experiência para várias empresas em função de sua disponibilidade.

Contudo, adaptar-se a esse modelo não só consiste em um desafio para as empresas, mas também para os próprios trabalhadores. “Para os nativos digitais, isso não será problema, mas os profissionais de perfil mais tradicional terão de se atualizar”, observa Rojas, que conclui de forma contundente: “Os trabalhadores que não se adaptarem rapidamente a essas mudanças ficarão obsoletos e sem possibilidade de satisfazer às novas demandas exigidas pelo mercado de trabalho do século 21.” Ricardo Pérez, da IE, diz qual é o segredo para sobreviver nesse contexto muito mais competitivo. “Caminhamos em direção a uma economia com mais profissionais autônomos, portanto, cabe-nos buscar uma qualificação mais elevada nos campos de valor agregado, com especializações em áreas nas quais as empresas têm necessidades.” Ao mesmo tempo, porém, essa experiência serve para diferentes empresas, e não apenas para uma. Para Pérez, o futuro trabalhista da economia colaborativa não consiste em distribuir pacotes, mas em “trabalhar com números, ideias, softwares e soluções tecnológicas”.

Para Chelala, da Deusto, a parte positiva disso tudo é que “essas plataformas abrem um leque de oportunidades para se conseguir trabalho”, e embora o mercado esteja mais competitivo, também está mais estável. Além disso, para atrair bons profissionais, as próprias empresas “deverão tornar atraentes suas propostas diante das ofertas da concorrência”. Para ele, a flexibilidade e as condições econômicas serão as variáveis que os trabalhadores mais levarão em conta na hora de escolher entre um projeto e outro. Contudo, é difícil saber até onde irão as mudanças, porque estamos apenas no começo de tudo isso. Conforme disse Chelala, “ainda estamos na pré-história dessa revolução”.

Fonte: http://www.knowledgeatwharton.com.br