Não aceitamos o golpe contra a democracia e nossos direitos!
18 de Abril de 2016, 16:14Não aceitamos o golpe contra a democracia e nossos direitos!
Vamos derrotar o golpe nas ruas!
Este 17 de abril, data que lembramos o massacre de Eldorado dos Carajás, entrará mais uma vez para a história da nação brasileira como o dia da vergonha. Isso porque uma maioria circunstancial de uma Câmara de Deputados manchada pela corrupção ousou autorizar o impeachment fraudulento de uma presidente da República contra a qual não pesa qualquer crime de responsabilidade.
As forças econômicas, políticas conservadoras e reacionárias que alimentaram essa farsa têm o objetivo de liquidar direitos trabalhistas e sociais do povo brasileiro. São as entidades empresariais, políticos como Eduardo Cunha, réu no STF por crime de corrupção, partidos derrotados nas urnas como o PSDB, forças exteriores ao Brasil interessadas em pilhar nossas riquezas e privatizar empresas estatais como a Petrobras e entregar o Pré-sal às multinacionais. E fazem isso com a ajuda de uma mídia golpista, que tem como o centro de propaganda ideológica golpista a Rede Globo, e com a cobertura de uma operação jurídico-policial voltada para atacar determinados partidos e lideranças e não outros,
Por isso, a Frente Brasil Popular e a Frente Povo Sem Medo conclamam os trabalhadores e trabalhadoras do campo e da cidade, e as forças democráticas e progressistas, juristas, advogados, artistas, religiosos a não saírem das ruas e continuar o combate contra o golpe através de todas as formas de mobilização dentro e fora do País.
Faremos pressão agora sobre o Senado, instância que julgará o impeachment da presidente Dilma sob a condução do ministro Lewandowski do STF. A luta continua contra o golpe em defesa da democracia e nossos direitos arrancados na luta, em nome de um falso combate à corrupção e de um impeachment sem crime de responsabilidade.
A Frente Brasil Popular e a Frente Povo Sem Medo desde já afirmam que não reconhecerá legitimidade de um pretenso governo Temer, fruto de um golpe institucional, como pretende a maioria da Câmara ao aprovar a admissibilidade do impeachment golpista.
Não reconhecerão e lutarão contra tal governo ilegítimo, combaterá cada uma das medidas que dele vier a adotar contra nossos empregos e salários, programas sociais, direitos trabalhistas duramente conquistados e em defesa da democracia, da soberania nacional.
Não nos deixaremos intimidar pelo voto majoritário de uma Câmararecheada de corruptos comprovados, cujo chefe, Eduardo Cunha, é réu no STF e ainda assim comandou a farsa do impeachment de Dilma.
Continuaremos na luta para reverter o golpe, agora em curso no Senado Federal e avançar à plena democracia em nosso País, o que passa por uma profunda reforma do sistema político atual, verdadeira forma de combater efetivamente a corrupção.
Na história na República, em vários confrontos as forças do povo e da democracia sofreram revezes, mas logo em seguida, alcançaram a vitória. O mesmo se dará agora: venceremos o golpismo nas ruas!
Portanto, a nossa luta continuará com paralisações, atos, ocupações já nas próximas semanas e a realização de uma grande Assembleia Nacional da Classe Trabalhadora, no próximo 1º de maio.
A luta continua! Não ao retrocesso! Viva a democracia!
Frente Brasil Popular
Frente Povo Sem Medo
Eles zoaram deus, a família e com a cara de nós todos
18 de Abril de 2016, 14:55Eles zoaram com deus!
Eles zoaram com a familia!
Mas, principalmente, zoaram com a cara de tod@s @s brasileir@s!
O morro mandou avisar: se a Senzala descer ninguém vai segurar!
15 de Abril de 2016, 12:28Hoje o morro mandou avisar
Se a senzala descer,
Ninguém vai segurar
Pátria de Cunhas, de listas obscuras, mídias seletivas, pouca alternativa, dizem: estão lutando contra a corrupção mas essa Gang de ladrão rasga a constituição para tentar voltar ao poder, eles querem te foder, vão rasgar a CLT, esse pato é você,
FIESP, DEM, PSDB, PMDB, quem está por trás na verdade, tem até a OAB, diz pra Rede Globo que o Povo não é bobo, repetir 64 retroceder tudo de novo.
Se querem investigar que investiguem geral, quantos se salvariam no Congresso Nacional?
Deputado, senador, igreja e empreiteira, contas no exterior frutos dessa roubalheira, partidos políticos quase todos envolvidos, e você vem me dizer que só o Um é o perigo?
Sai fora maluco, o buraco é mais embaixo, o problema é o sistema que só vive nesse esculacho, se derrubar a presidente fosse mesmo resolver, você pode ter certeza - eu estaria com você!
Se estou satisfeito? Claro que não, quem está?
O que não posso admitir é tentarem me
Enganar. Essa porra desse impeachment é um golpe de Estado, pra colocar no poder de novo esse bando de safado! Interromper a Lava Jato e escapar da prisão, depois finge que resolveu - que acabou a corrupção, passa na televisão, fica tudo resolvido, e o povo enganado vai seguindo iludido
O morro mandou avisar
Se a senzala descer,
Ninguém vai segurar
Meu bonde bolado de ronda na pista
Só louco treinados e trombar cuzão
Se preparem racista, facistas
A cabeças dos falsos cordas serão
Nem jesus.com vai te vai salvar
É pra Tremer, e Temer
Nos, vai ter lutar!
Sobrevivemos aos frontes
Encostas, montes e fardas
No asfalto as balas perdidas
Nos Morros sempre achadas
O filho da empregada que nasceu no lixão
Hoje estão na Facu, vilão de livro na mão
O mundo só muda na mudança da mente
Se você não mudar nada vai ser diferente
Se aos olhos da lei fossemos todos iguais
Não estaríamos perdidos em busca de um cais
Corrupção, desvio, propina e arrego
Quer fazer a diferença? então faça direito
Bem vindos Brasil aonde o dinheiro é quem manda
Manda uma TED pra Suíça, mas não pisar na grama
Como posso ignorar
No meio dessa confusão
Que quem quer tomar o poder
Vive atolado em corrupção
O povo indignado tem sua razão
Mas a luta deve ser pela reformulação
Reforma política, reforma geral o alvo na verdade é o congresso nacional
Fascistas não passarão
Racistas não passarão
Homofóbicos não passarão
Corruptos não passarão
Polícias estaduais a serviço do Golpe: terrorismo de estado
8 de Abril de 2016, 13:34Já que as forças armadas não toparam dar o golpe eles usam as polícias estaduais para tanto, assim como tentaram dar o golpe contra Corrêa no Equador.
Assassinato do presidente do PT de Mogeiro (PB), vinculado à CPT, assassinato de sem-terras no Paraná, prisão do Frei Sérgio (MPA/RS), invasão, pela polícia, do ato de apoio a Lula (Sindicato dos Metalúrgicos do ABC), Ministério Público de Goiás atacando manifestações anti-golpe nas universidades, depredação das sedes dos partidos de esquerda, espancamento da garota que usava bicicleta vermelha, médico recusando atender filho de petista.
ISTO É SÓ O COMEÇO SE NÃO DERROTARMOS O GOLPE EM CURSO.
e tem mais...
Senadora Gleisi Hoffmann (PT-PR) sofre ameça de linchamento no Aeroporto Internacional de Curitiba. (Veja vídeo abaixo)
Casa de acolhimento a adolescentes é invadida por homens armados em Curitiba (Clique no link para ler a reportagem)
PM de SP tentando intimidar o acampamento da Frente Brasil Popular na Praça do Patriarca. (Veja Nota de Repúdio da FBP-SP abaixo)
Cacique Babau e um de seus irmãos, José Aelson, foram presos e conduzidos à PF de Ilhéus.
A intolerância com o diferente é a principal característica do fascismo.
Nota de Repúdio: Polícia Militar intimida Acampamento da Democracia na Praça do Patriarca
A Frente Brasil Popular em São Paulo repudia a covarde ação da Polícia Militar em intimidar os participatentes do Acampamento em Defesa da Democracia e Contra o Golpe, organizado por nossos movimentos na Praça do Patriarca, no centro da capital paulista, desde o começo deste mês.
O fato ocorreu hoje (8/4), por volta das 10h. Duas viaturas da PM invadiram a entrada do Acampamento, indagando sobre o que se tratava.
Mesmo tendo sido informados, os policiais permaneceram no local por 25 minutos.
Esse é mais um fato lamentável da PM de São Paulo, do governo Alckmin, e demontra mais uma vez que a Polícia Militar tem tomado partido a favor das forças políticas que defendem o golpe.
O outro lado tem apoio, como vimos no acampamento formado por apenas 12 pessoas da direita na Avenida Paulista que permaneceu 36 horas pedindo golpe e intervenção militar e permanece por lá com apoio. Que absurdo! Já as nossas ações têm sido constantemente intimidadas e dificultadas.
Diante disso, repudiamos a parcialidade com que os aparatos de controle e poder do Estado de SP têm agido. O governador deve dar esclarecimentos sobre a situação, do contrário ele está sendo conivente com o que vem acontecendo.
Nosso Acampamento permanece.
Não vai ter golpe!
São Paulo, 8 de abril de 2016.
Frente Brasil Popular-SP
Artigo editado a partir de vários posts no Telegram
Morte de Trabalhadores Rurais é o golpe paraguaio em curso
8 de Abril de 2016, 9:50Nesta quinta-feira, 07 de abril de 2016, no estado do Paraná, região sul do Brasil, 2 trabalhadores rurais foram mortos em uma emboscada da PM e jagunços. É o golpe paraguaio.
No país vizinho a morte de trabalhadores rurais serviu como desculpa para a direita dar o golpe e depor Lugo, presidente democraticamente eleito. O processo de impedimento de Lugo durou apenas 24 horas!!!
A elite paranaense tem fortes ligações com a elite paraguaia.
Na tarde dessa quinta-feira (7), duas equipes da Polícia Militar do Paraná, acompanhadas de seguranças da empresa Araupel atacaram o acampamento Dom Tomás Balduíno, na região de Quedas do Iguaçu, Centro do estado.
Até o momento existe a confirmação de dois mortos e aproximadamente seis feridos - o número exato ainda não foi confirmado -, pois a polícia militar está, nesse momento, impedindo a aproximação de integrantes do Movimento no local.
Histórico
O acampamento, localizado em uma área pertencente a empresa Araupel, está organizado com 2500 famílias, cerca de sete mil pessoas.
Os Sem Terra do local sofrem com constantes ameaças por parte de seguranças e pistoleiros da empresa, ameaças essas que contam com a conivência do governo e da Secretária de Segurança Pública do Estado.
Conflitos agrários no estado
Este cenário reflete parte do clima de tensão que nasce na luta pelo acesso à terra e contra a grilagem na região. O conflito tem relação com o surgimento de dois acampamentos do MST na região centro-sul do Paraná, construídos nas áreas em que funcionam as atividades da empresa Araupel, exportadora de pinus e eucalipto.
O primeiro acampamento, Herdeiros da Terra, está localizado no município de Rio Bonito do Iguaçu. A ocupação aconteceu em 1º de maio de 2014 e hoje abriga mais de mil famílias. Ali, elas possuem aproximadamente 1,5 mil hectares para a produção de alimentos.
O segundo acampamento, Dom Tomás Balduíno, cuja ocupação teve início em junho de 2014, possui 1500 famílias e fica na região de Quedas do Iguaçu. Ao contrário da outra ocupação, esta possui 12 alqueires de área aberta, sendo apenas 9 - cerca de 30 hectares - utilizados para o plantio.
Procurado, o Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) informou não poder se posicionar sobre o caso, já que trata-se de um acampamento, e não assentamento. Já a Ouvidoria Agrária Nacional informou que não tem informações sobre o caso, mas que está verificando o ocorrido.
Morte de Trabalhadores Rurais é o golpe
8 de Abril de 2016, 9:50Nesta quinta-feira, 07 de abril de 2016, no estado do Paraná, região sul do Brasil, 2 trabalhadores rurais foram mortos em uma emboscada da PM e jagunços. É o golpe paraguaio.
No país vizinho a morte de trabalhadores rurais serviu como desculpa para a direita dar o golpe e depor Lugo, presidente democraticamente eleito. O processo de impedimento de Lugo durou apenas 24 horas!!!
A elite paranaense tem fortes ligações com a elite paraguaia.
Na tarde dessa quinta-feira (7), duas equipes da Polícia Militar do Paraná, acompanhadas de seguranças da empresa Araupel atacaram o acampamento Dom Tomás Balduíno, na região de Quedas do Iguaçu, Centro do estado.
Até o momento existe a confirmação de dois mortos e aproximadamente seis feridos - o número exato ainda não foi confirmado -, pois a polícia militar está, nesse momento, impedindo a aproximação de integrantes do Movimento no local.
Histórico
O acampamento, localizado em uma área pertencente a empresa Araupel, está organizado com 2500 famílias, cerca de sete mil pessoas.
Os Sem Terra do local sofrem com constantes ameaças por parte de seguranças e pistoleiros da empresa, ameaças essas que contam com a conivência do governo e da Secretária de Segurança Pública do Estado.
Conflitos agrários no estado
Este cenário reflete parte do clima de tensão que nasce na luta pelo acesso à terra e contra a grilagem na região. O conflito tem relação com o surgimento de dois acampamentos do MST na região centro-sul do Paraná, construídos nas áreas em que funcionam as atividades da empresa Araupel, exportadora de pinus e eucalipto.
O primeiro acampamento, Herdeiros da Terra, está localizado no município de Rio Bonito do Iguaçu. A ocupação aconteceu em 1º de maio de 2014 e hoje abriga mais de mil famílias. Ali, elas possuem aproximadamente 1,5 mil hectares para a produção de alimentos.
O segundo acampamento, Dom Tomás Balduíno, cuja ocupação teve início em junho de 2014, possui 1500 famílias e fica na região de Quedas do Iguaçu. Ao contrário da outra ocupação, esta possui 12 alqueires de área aberta, sendo apenas 9 - cerca de 30 hectares - utilizados para o plantio.
Procurado, o Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) informou não poder se posicionar sobre o caso, já que trata-se de um acampamento, e não assentamento. Já a Ouvidoria Agrária Nacional informou que não tem informações sobre o caso, mas que está verificando o ocorrido.
Livro As Batalhas de O Globo: ditadura militar, Lula X Collor, Privatizações e a vitória do PT em 2002
6 de Abril de 2016, 17:05O livro de João Braga Arêas aborda uma temática fundamental para a população brasileira: a atuação das organizações Globo e, em especial, do jornal O Globo. O autor analisa a trajetória dessa empresa, mostrando como o jornal busca assegurar seu próprio enriquecimento às custas de um discurso de neutralidade e objetividade que, como sabemos, não condiz à parcialidade da atuação da empresa. Os leitores podem ver como o jornal O Globo atua como propagandista das grandes empresas monopolistas no Brasil, defendendo governos anti-populares, o como de Collor de Melo, e as privatizações. Enquanto isso, O Globo aproveita-se para desqualificar e mesmo criminalizar sistematicamente as organizações populares que conservam algum grau de autonomia. O livro está sendo vendido com desconto na Livraria Antonio Gramsci.
Ponte para o retrocesso: análise da proposta do PMDB para a economia brasileira
4 de Abril de 2016, 16:37Por Luiz Fenelon, Economista, CORECON-DF
O documento do PMDB, que sistematiza sua proposta para a economia brasileira, inicia-se apresentando seus objetivos: “Este programa destina-se a preservar a economia brasileira e tornar viável o seu desenvolvimento, devolvendo ao Estado a capacidade de executar políticas sociais que combatam efetivamente a pobreza e criem oportunidades para todos”.
Assim, a proposta do programa seria:
- Preservação da economia brasileira,
- Viabilizar o desenvolvimento,
- Devolver ao estado a capacidade de executar políticas sociais,
- Combater a pobreza e criar oportunidades para todos.
Como dizem, no papel cabe tudo. O enunciado de intenções é bonito e óbvio, mas o que o PMDB propõe realmente?
Depois deste enunciado, o documento faz um rápido esboço do desempenho tradicional da economia brasileira, de crescimento médio em torno de 2,5% do PIB ao ano – média histórica – e a necessidade de buscar um profundo ajuste fiscal para a retomada deste patamar.
Chamo atenção para o termo ajuste fiscal. Ajuste fiscal deveria ser apenas a adequação da despesa pública à arrecadação. No entanto, este conceito sempre está carregado de uma forte opção política. A adequação da despesa à arrecadação das receitas pode ser feita por meio de cortes nas despesas ou por aumento da carga tributária ou venda de ativos. Normalmente é feita uma combinação. Os ajustes fiscais no Brasil têm sido feitos normalmente com corte nas despesas sociais, arrocho e aumento da carga tributária dos setores mais vulneráveis, além de inflação. Também as privatizações com a venda de ativos (empresas públicas) têm servido para gerar receitas, apesar de a médio e longo prazo terem significado renúncia de receita. O que é muito evidente nestes processos de ajuste é quem sai ganhando e quem sai perdendo. Isto depende de quem toma as decisões. Normalmente, e é o caso desta proposta do PMDB, são poupados e beneficiados os setores empresariais, com a desculpa da necessidade do aumento da produtividade nacional e de criar recursos privados para investir no crescimento. Invariavelmente os setores populares de trabalhadores são “chamados” a entrar com sacrifícios via redução de salários e benefícios.
O documento segue com críticas à situação vigente, como por exemplo; os “excessos de novos programas sociais, o aumento dos servidores e os investimentos públicos... “ sem especificar exatamente o quê.
Cita que, no entanto, o desequilíbrio é estrutural e que serão necessárias modificações na lei e na Constituição: “... teremos que mudar leis e até mesmo normas constitucionais, sem o que a crise fiscal voltará sempre, e cada vez mais intratável, até chegarmos finalmente a uma espécie de colapso.”
Em seguida, acenam para o desequilíbrio fiscal, como sendo o mais grave problema brasileiro, pese a alta carga impositiva de 36% do PIB, o que impede o aumento dos impostos, apesar de contraditoriamente a nossa carga tributária estar abaixo da Alemanha, próxima a da Inglaterra e dos Estados Unidos. Mas argumentos numéricos impressionam, não?
O documento reconhece que os aumentos da carga tributária “... se devem a novos encargos atribuídos ao Estado pela Constituição, muitos deles positivos e virtuosos, na área da saúde, da educação e na assistência social.”
Outra coisa: “nós tornamos norma constitucional a maioria das regras de acesso e gozo dos benefícios previdenciários, tornando muito difícil a sua adaptação às mudanças demográficas. ”
As afirmações anteriores são muito importantes, pois, apesar de parecerem corretas do ponto de vista técnico, elas têm uma forte carga político-ideológica. Elas pressupõem que saúde, educação, assistência social e direitos previdenciários constitucionais são os culpados dos desequilíbrios fiscais. Por aqui podemos ver quais serão as propostas do PMDB. Como a Constituição garante o crescimento para a saúde, educação, assistência social e previdência social, esta introdução vai servir para fundamentar o corte nos direitos constitucionais e previdenciários, além do fim das regras atuais de reajustes do Salário Mínimo. Alguma dúvida? Vamos seguir a leitura.
PRÉ CONCLUSÃO: Devido as obrigações legais e constitucionais crescentes e à rigidez orçamentária, a economia encontra-se em um impasse.
Necessita então: “... uma ação forte e articulada, que conduza a um conjunto de reformas nas leis e na constituição ...”, (qual ação? Que tipo de reforma? Será que o documento anuncia?).
Em seguida o documento começa a delinear as propostas:
1 – Primeiro um orçamento real, objetivo, sem vinculações, ou seja:
“Para isso é necessário em primeiro lugar acabar com as vinculações constitucionais estabelecidas, como no caso dos gastos com saúde e com educação, em razão do receio de que o Executivo pudesse contingenciar, ou mesmo cortar esses gastos em caso de necessidade, porque no Brasil o orçamento não é impositivo e o Poder Executivo pode ou não executar a despesa orçada. ”
Entenda-se: corte nas despesas com saúde e educação. Sintomático que os dois primeiros programas a serem cortados pela proposta do PMDB são exatamente a prioridade do povo brasileiro; saúde e educação.
A todos que hoje estão insatisfeitos com a precariedade da saúde e educação brasileira, fiquem atentos para os cotes que o PMDB se propõe a fazer.
Outra proposta que vem logo a seguir: “Outro elemento para o novo orçamento tem que ser o fim de todas as indexações, seja para salários, benefícios previdenciários e tudo o mais”.
Entenda-se; acabar com os reajustes de Salário Mínimo equivalentes ou superiores à inflação; fim da recuperação das aposentadorias, redução dos benefícios e arrocho salarial. Significa a volta do famoso ARROCHO, tão praticado em tempos passados.
Vejam a beleza que é este parágrafo: “Quando a indexação é pelo salário mínimo, como é o caso dos benefícios sociais, a distorção se torna mais grave, pois assegura a eles um aumento real, com prejuízo para todos os demais itens do orçamento público, que terão necessariamente que ceder espaço para este aumento. Com o fim dos reajustes automáticos o Parlamento arbitrará, em nome da sociedade, os diversos reajustes conforme as condições gerais da economia e das finanças públicas.” Ou seja, o PARLAMENTO vai decidir sobre os ajustes aos benefícios sociais, em nome da sociedade.
Adicionalmente o programa propõe que um comitê, a cada ano avaliará a continuidade ou não de cada programa orçamentário, podendo acabar com o que considerar obsoleto. Quem será este comitê tão poderoso? Além disso propõe uma Autoridade Orçamentária que terá poder sobre o orçamento público (será uma espécie de parlamentarismo de contrabando?). Aqui a sociedade deve ficar atenta. O que o PMDB está propondo na verdade é um superpoder para o Parlamento decidir sobre as questões orçamentárias. Isso significa que o os Deputados e Senadores terão muito maior poder em decidir aonde alocar os recursos públicos e o Governo Federal, seja ele qual for, ficara ainda mais subordinado às Vossas Excelências
E segue o documento bordando a questão previdenciária: “...é preciso ampliar a idade mínima para a aposentadoria, de sorte que as pessoas passem mais tempo de suas vidas trabalhando e contribuindo, e menos tempo aposentados”. O documento propõe aposentadoria com limites mínimos de 65 anos para os homens e 60 para as mulheres..., mas não é só... propõe também a total desindexação dos benefícios com o Salário Mínimo. “Além disso, é indispensável que se elimine a indexação de qualquer benefício ao valor do salário mínimo. O salário mínimo não é um indexador de rendas, mas um instrumento próprio do mercado de trabalho.” Qualquer aposentado sabe o que isto significa... em poucos anos sua aposentadoria se desvaloriza e tende à redução drástica de seu poder aquisitivo, aumentando suas necessidades no momento em que mais precisa de recursos para sobreviver. No mínimo é um mecanismo de total perversão com os aposentados e pensionistas. O documente cinicamente orienta à diminuição da “renda” dos benefícios públicos (obviamente não os dos senhores parlamentares).
Considero que neste ponto, tratam de não afetar os interesses do capital financeiro, criando instabilidade ao dizer que teremos que revisar os altos juros praticados pelo Banco Central e as repercussões na Economia Brasileira. Outra questão não abordada são as reservas brasileiras que atualmente andam em torno de 1 trilhão e meio de reais e que poderiam aliviar os déficits de nossa economia.
O documento sintetiza da seguinte forma a proposta “para um futuro próximo podemos supor que a inflação vai perder força naturalmente em função da contratação da demanda agregada e da contenção dos gastos públicos. Por este lado, é possível que os juros possam cair a partir de 2016.”. ISTO É SIMPLESMENTE ARROCHO – Que ninguém se iluda que o PMDB está preocupado com a vida dos brasileiros.
Além de falar explicitamente em sacrifícios e sofrimentos para a população brasileira, o documento explicita que: “um novo ciclo de crescimento deverá apoiar-se no investimento privado e nos ganhos de competitividade do setor externo, tanto do agronegócio, quanto do setor industrial. ” Ou seja, maiores sacrifícios para o povo e maiores lucros para o agronegócio e o setor industrial. Isto explica o interesse da FIESP no GOLPE.
Cinicamente, depois de elencar uma série de objetivos condizentes com sua proposta de flexibilização de direitos e favorecimento do capital, o documento convida candidamente a população a fazer parte deste sonho.
É necessário advertir, não se iludam, este sonho do PMDB, serve ao o capital, mas será um verdadeiro pesadelo para os assalariados, aposentados, pensionistas, servidores, pequenos empresários, estudantes, camponeses, em suma, para o conjunto da população trabalhadora brasileira. Resta saber se combinaram o jogo conosco. Os tempos mudaram e, seguramente a população brasileira não aceitará de bom grado essa reversão de expectativas.
Quem tiver alguma dúvida, leia a íntegra do documento “ UMA PONTE PARA O FUTURO”, que na verdade é UMA PONTE PARA O RETROCESSO.
Para representante LGBT, direitos conquistados pelas minorias incomodam forças conservadoras
4 de Abril de 2016, 10:59
"Observamos hoje no Brasil uma tentativa em cassar direitos conquistados pelos seguimentos sociais, entre eles a população LGBT, historicamente discriminados e excluídos nesse País. Nos governos Lula e Dilma a gente conseguiu avanços no combate a discriminação por orientação sexual ou identidade de gênero e conquistas como o acesso integral da classe LGBT ao SUS”, afirmou Andrey Lemos, presidente da União Nacional LGBT (UNA-LGBT), ao comentar o golpe em curso no Brasil com a tentativa de impeachment da presidenta Dilma.
Para Andrey, "forças conservadoras se incomodam em ver as minorias, a população negra, LGBT, a população em situação de rua, conquistar direitos, cidadania. A Direita quer nos fazer voltar à senzala. É preciso enfrentar o golpe, defender a democracia e os direitos das pessoas LGBTs", disse em entrevista ao Portal CTB.
Lemos esteve nesta segunda (28), em uma plenária realizada no Posto Avançado de Ação Sindical, Social e Institucional da CTB (PASSI-CTB), estrutura criada pela central, em Brasília, para atender trabalhadores, entidades e movimentos sociais. A reunião teve a presença de representantes de organizações que compõem as Frentes, Brasil Popular (FBP) e Povo Sem Medo (PSM), que discutiram a organização do grande ato em defesa da democracia, contra o impedimento do mandato da presidenta, no dia 31.
A manifestação convocada pelas frentes terá ampla participação de entidades e movimentos sociais que representam as minorias no Brasil. A mobilização mostra a pluralidade dos seguimentos sociais envolvidos na luta contra o golpe.
Andrey afirma que a UNA-LGBT sairá às ruas nesta quinta, assim como fez no último dia 18, para defender o Estado Democrático de Direito e a permanência deste governo que contemplou, “como nunca antes no País”, parcelas excluídas da população, com políticas inclusivas e de combate ao preconceito.
Lemos citou benefícios obtidos pela classe durante os governos Lula e Dilma, entre eles a criação do Programa Brasil Sem Homofobia, o acesso integral da população LGBT ao SUS; o direito ao processo transexualizador, ao uso do nome social; promoção dos Direitos Humanos de LGBTs, medidas de enfrentamento à violência, como o Disque 100 LGBT, para denúncias de agressões contra a comunidade.
Por que a UNA-LGBT é contra o impeachment?
Andrey Lemos: Nós da UNA-LGBT temos um compromisso com a defesa da democracia, das liberdades individuais e coletivas e também dos direitos humanos. Defendemos como Direitos Humanos a liberdade da auto identificação, da identidade de gênero, da livre expressão, da orientação sexual. São especificidades humanas, então esses aspectos da vida da pessoa precisam ser respeitados. Precisamos ir às ruas em defesa da democracia porque nós, LGBTs, atuamos na defesa do processo democrático, apoiamos a reeleição da Dilma, por considerar seu projeto político mais avançado e comprometido com as demandas da nossa população. Reconhecemos que este governo tem um compromisso com a participação popular.
Reconhecemos neste governo também um compromisso com o controle social, por isso tanta visibilidade dos crimes que estão sendo descobertos, investigados. A presidenta tem demonstrado compromisso com o combate a corrupção. Nunca no Brasil se combateu tanto a corrupção. Por isso somos contra o golpe que está sendo pensado, elaborado, arquitetado pelas forças conservadoras obscuras que têm encontrado apoio em setores do Legislativo, Judiciário e na imprensa golpista.
Que ameaças o golpe representa à comunidade de lésbicas, gays, bissexuais, travestis e transexuais?
AL: Diante do cenário que temos hoje no Brasil com a possível perda da democracia, observamos uma tentativa em cassar direitos conquistados pelos seguimentos sociais historicamente discriminados e excluídos nesse País, entre eles a população LGBT. Nos governos Lula e Dilma a gente conseguiu ter uma política nacional de saúde para o cuidado das pessoas LGBTs. Nós avançamos quando a presidência da república criou um conselho nacional de combate à discriminação, com um serviço como o disque 100, que monitora a violência ainda praticada contra nós. Avançamos por várias políticas que existem hoje, como o Transcidadania - programa que promove os direitos humanos e oferece condições de recuperação e oportunidades de vida a travestis e transexuais em situação de vulnerabilidade social - a inclusão das nossas demandas no Fórum Nacional de Educação, que nos últimos planos nacionais vem dialogando de forma cada vez mais ampla com o conjunto da pluralidade dos sujeitos, reconhecendo que todos merecem espaço na política pública, principalmente para enfrentar a nossa desigualdade histórica.
O que nós identificamos é que, se estabelecendo o golpe, o impeachment, consequentemente a população LGBT será um dos primeiros segmentos a terem seus direitos cassados, negados. Ainda precisamos avançar muito, principalmente no enfrentamento à violência, mas hoje temos um canal aberto de diálogo com o Governo Federal, com os três poderes, e a gente não pode perder isso.
O movimento LGBT é político de vanguarda, que reconhece a importância de lutar pela liberdade, pela democracia, pelo Estado Democrático de Direito e a gente vai continuar defendendo que a Constituição brasileira, que é a Carta Magna do nosso País seja respeitada e seja o principal norte político dos poderes constituídos.
Como a UNA-LGBT se preparou para o ato desta quinta?
AL: Formamos comitês LGBTs nos estados, em defesa da democracia e contra o golpe, articulando com outras redes, outras entidades da categoria e outras instituições que têm compromisso com as nossas bandeiras, demandas, para que essa mobilização seja maior, mais forte e a gente possa enfrentar junto o golpe, o impeachment. Dia 31 estaremos todos juntos em Brasília.
De Brasília, Ruth Helena de Souza – Portal CTB