Ir para o conteúdo

Blogoosfero

Tela cheia

Blogoosfero

3 de Abril de 2011, 21:00 , por Desconhecido - | 2 people following this article.
Licenciado sob CC (by)

Desse funk coxinha não gosta! Perdeu playboy!

27 de Junho de 2013, 23:47, por Desconhecido - 0sem comentários ainda



Comissão de Cultura recebe doação de obras de arte

27 de Junho de 2013, 17:05, por Desconhecido - 0sem comentários ainda

 

André Berardo, Gen DuarteLuis Sanchez entregam obras de arte para a Comissão de Cultura. Presidenta deputada Jandira Feghali recebe termo de doação dos artistas.

Foto: Janaina Sobrino

A sala da presidência da Comissão de Cultura ficou mais colorida nesta quarta-feira (26). Os artistas André Berardo e Gen Duarte doaram dois painéis para a Câmara dos Deputados. As obras têm o objetivo de divulgar as artes do grafite e da pintura com espátula. 

Luis Sanchez, dono da galeria de artes oficializou a entrega das obras para a presidenta da Comissão deputada Jandira Feghali (PCdoB/RJ). “Eu gostaria de agradecer a oportunidade dada à galeria de poder doar estas obras para a Comissão de Cultura, porque acredito que a arte é muito importante por ser um instrumento de construção da cidadania”.

O artista plástico Gen Duarte, o autor da obra grafitada afirmou que é preciso quebrar o preconceito que existe em torno do grafite. “Estou muito feliz em realizar a doação para esta Comissão. Acredito que seja um passo para que o preconceito contra o grafite." O artista relatou ter sido alvo de processo, em São Paulo, sob a acusação de crime contra o meio ambiente por estar fazendo uma pintura na rua. 

A deputada Jandira Feghali apoiou o artista. ”O grafite é arte e expressa a cultura urbana. Pixar é vandalismo, falta de educação”.

André Berardo autor da obra “Onça da água” destacou a importância da doação. “É importante essa interação entre a comissão e a sociedade para abrir novas portas, criar novas ideias”.

A deputada Alice Portugal, autora do Projeto de Lei da Câmara nº 97/2011, que disciplina a destinação de bens de valor cultural, artístico ou histórico apreendidos em operação da Receita Federal, cedidos como pagamento de dívida ou abandonados a museus, lembrou que sua proposta já foi aprovada pela Câmara e pelo Senado e que aguarda o prazo para sanção presidencial. “Entendo que a arte é importante e que não pode ficar confinada em galpões, por isso fiz o projeto que está prestes a se tornar lei. A doação dessas obras para a comissão é de extrema importância social e cultural”, afirmou a parlamentar.

O vice-presidente, deputado José Stédile e a indigenista Carmen Figueiredo participaram do evento.

 

Título: Onça da água

Artista: André Berardo

Ano 2013

Dimensões: 1,00 x 1,30

Técnica: Acrílico sobre tela

 

Título: Sem Títuto

Artista: Gen Duarte

Ano 2013

Dimensões: 2,40 x 1,90

Técnica: Mista sobre tela



Exposição "A arte das mulheres Kayapó" reflete o olhar feminino sob o cotidiano indígena

27 de Junho de 2013, 17:05, por Desconhecido - 0sem comentários ainda

Carmen Figueiredo, deputada Jandira Feghali, deputado Jose Stédile e Claudia Leitão

Foto: Janaina Sobrino

A Comissão de Cultura inaugurou nesta terça-feira (25) a exposição "A arte das mulheres Kayapó", no Espaço do Servidor da Câmara. A mostra apresenta pinturas em tecido e miçangas tradicionais da cultura dos Kayapó, uma etnia indígena que vive na Floresta Amazônica.

A presidenta da Comissão de Cultura, deputada federal Jandira Feghali (PCdoB/RJ) lembrou que o movimento indigenista brasileiro merece atenção e respeito. “O movimento indigenista exige não apenas que a comissão exponha a sua arte, a sua criatividade e a sua cultura, mas exige do governo a retomada da Constituição para a demarcação de suas terras. Nós estamos aqui para abrir uma exposição de arte das mulheres Kayapó que transportam para tecidos e miçangas elementos de seu universo mítico. E falar de universo mítico é falar de um paradigma para a demarcação das terras. A demarcação não é somente no espaço geográfico, ela é determinada também pelo universo mítico, espiritual, cultural que orienta a demarcação de terra indígena”.

A exposição foi desenvolvida pelo Instituto Menire. O projeto é o primeiro destinado exclusivamente às mulheres Kayapó da aldeia Pukanu (Terra Indígena Mekragnotire/PA). Elaborado em 2006 pela indigenista Carmen Figueiredo tem como principal objetivo preservar e divulgar a cultura desse povo sob o viés do artesanato como alternativa de renda sustentável.

Carmen Figueiredo destacou que a exposição trás um pouco da cultura Kayapó sob o olhar feminino. “A exposição buscou mostrar cenas do cotidiano das mulheres Kayapó, suas pinturas corporais e suas miçangas. Além disso, houve outro fato inovador, o grafite urbano se encontrou com o grafite da floresta. O encontrou revelou que não existe barreira cultural para a arte, você não precisa falar a mesma língua para se comunicar, e o resultado é esta exposição”.

Para Maria Augusta Boulitreau Assirati, presidenta interina da Fundação Nacional do Índio (FUNAI), a exposição é uma afirmação da cultura indígena e representa uma forma de resgate da divida que a sociedade tem com essas etnias.

Claudia Leitão, secretária da economia criativa do Ministério da Cultura destacou o papel importante do artesanato como divulgação cultural e econômica. “A arte traduzida como pintura e miçangas tradicionais da cultura dos Kayapó é fundamental e estratégica para a economia sustentável daquelas mulheres indígenas”.

Carmen Figueiredo ressalta que a amostra foi feita por mulheres da etnia Kayapó 

Cláudia Leitão (MinC) elogia o artesanato das mulheres Kayapó



Para refletir e debater (23): A desigualdade e a concentração de renda... nos Estados Unidos da América

25 de Junho de 2013, 20:40, por Desconhecido - 0sem comentários ainda



Centrais Sindicais marcam ato para 11 de julho

25 de Junho de 2013, 20:15, por Desconhecido - 0sem comentários ainda



Para refletir e debater (17): Leis de mercado regem a corrupção!

24 de Junho de 2013, 13:20, por Desconhecido - 0sem comentários ainda

Vocês que defendem o capitalismo e dizem ser contra a corrupção deveriam ler Adam Smith, Ricardo e outros clássicos da teoria econômica capitalista.

Fica a dica: Pelas leis de mercado não existe mercadoria sem compradores.

Se ninguém compra um determinado produto, um determinado serviço, ele desaparece das prateleiras, não é mais ofertado.

Assim:
Não há corruptos, sem corruptores.

Se político se vende é porque tem empresário comprando.

Só compra quem tem dinheiro.

É a regra do mercado.

É a regra do capitalismo.



Para refletir e debater (18): Nota pública dos estudantes brasileiros em Paris que cancelaram o ato de sábado 22 de junho

24 de Junho de 2013, 13:20, por Desconhecido - 0sem comentários ainda

NOTA PÚBLICA

22/06/2013

Os acontecimentos do Brasil começaram com teor bastante claro há 3 semanas, com reivindicações pautadas pelo Movimento do Passe Livre exigindo revogação do aumento das passagens dos transportes coletivos. Multidões tomaram as ruas em torno dessa pauta com uma força sem precedentes nos últimos 20 anos. Nesse contexto, houve uma criminalização do movimento por parte da grande imprensa que legitimou a ação desproporcional da polícia. Naquele momento, nós organizadores, enquanto estudantes brasileiros residentes em Paris, resolvemos convocar um ato, previsto para sábado dia 22, em solidariedade para com aquele movimento, para com suas reivindicações e contra a violência da polícia.

Na última semana, a natureza dos acontecimentos, entretanto, mudou. Tomando embalo na força popular mobilizada então, a grande imprensa e a direita brasileira passaram a apoiar as manifestações, visando diluir seu conteúdo e assim impor a elas sua pauta conservadora. Desde então, passamos a ver o aumento de discursos reacionários e a proliferação de posturas fascistas tomando as ruas das cidades. Nessa mesma esteira, um anti-partidarismo difuso e raivoso passou a incitar a violência levando alguns grupos autoritários a se sentirem confortáveis em agredir membros de organizações da esquerda que sempre construíram as grandes manifestações no Brasil.

Sabemos que grande parte das pessoas nas ruas não compactuam com esse comportamento, mas, lamentavelmente, houve consentimento desinformado por certa parte delas. Tal situação coloca em risco o direito à livre manifestação e livre organização política conquistados com luta histórica encabeçada pela esquerda que quinta-feira, dia 20, foi espancada nas ruas.

Certa mídia se aproveita desses acontecimentos, pintando-os como uma batalha pela desestabilização do governo. É sem dúvida essa a posição da direita. Nós também, mas por motivos completamente diversos, temos críticas a fazer às esferas federal, estaduais e municipais do governo, inclusive no que toca o modo pelo qual conduziram a negociação com o Passe Livre. Nós nos indignamos com a maneira tecnocrata de lidar com as reivindicações populares, e lamentamos o governo federal ter abandonado o diálogo com os movimento de base dos quais seu partido nasceu. Porém temos clareza que em momento nenhum pretendeu-se – nós não pretendemos – fazer dos protestos uma marcha pela deposição de governantes democraticamente eleitos, por mais críticos que sejamos a eles.

É preciso comemorar, sem dúvida, a conquista que o Passe Livre obteve nas ruas, assim como o fato de que as mobilizações tenham feito valer sua vontade perante as esferas representativas do poder. As manifestações conseguiram colocar em debate o que significa um estado efetivamente democrático, assim como sensibilizar parte da população de que é a participação política direta que traz conquistas.

O que acontece hoje em nosso país é algo muito importante cujo sentido, porém, permanece indeterminado. A organização deste ato não compactua com o rumo que a grande imprensa e a direita têm tentado impor às mobilizações nas ruas em curso no país. Seguiremos mobilizados pela transformação social no Brasil e em defesa das pautas históricas dos movimentos sociais.



Para refletir e debater (19): Ação que expulsou partidos da marcha foi organizada

24 de Junho de 2013, 13:20, por Desconhecido - 0sem comentários ainda

Por Roldão Arruda

Às 17h30 da quinta-feira, 20, a esquina da Avenida Paulista com a Rua Augusta era uma festa. Vinha gente de todo lado com cartazes defendendo causas e causas. Alguns eram sofregamente improvisados ali mesmo, nas calçadas, com cartolina e pincel atômico. Os mais divertidos e criativos eram os que atacavam o pastor Marco Feliciano e seu projeto de lei sobre a “cura gay”.

Foi mais ou menos nessa hora que apareceu o grupo de representantes de partidos e sindicatos, com suas bandeiras e bumbos. Eram poucos, pouquíssimos para o tamanho da manifestação, e foram recebidos com vaias e gritos de “Oportunistas” e “Sem partido”.

Eu estava ali por acaso. Havia ido ao Conjunto Nacional para uma entrevista com dois antigos militantes de esquerda, os dois torturados pela ditadura, hoje atuando em movimentos de direitos humanos. Ao encerrar a conversa, fomos para a esquina, ver a manifestação organizada pelo Movimento do Passe Livre para comemorar a redução das tarifas de ônibus na cidade.

Os dois falaram com entusiasmo da mobilização popular. Diante das vaias, dirigidas sobretudo ao PT, um deles, que já militou no partido, comentou: “Isso é bom. O PT precisa aprender, precisa ver o quanto se distanciou dos movimentos sociais.”

Os dois foram embora e eu fiquei. Acompanhei, da calçada, o grupo de sindicalistas e militantes partidários.

Ele foi hostilizado a cada passo. Sempre que alguém puxava palavras de ordem contra sua presença na marcha, imediatamente surgiam vozes dispostas a repicar. Logo se ouvia: “PT, vai tomar no cu”, “Puta que o pariu, o PT é a vergonha do Brasil” e “Mensaleiro” .

Mas não foi só grito à distância. Desde que entrou na Paulista, o grupo teve no seu encalço, quase colado, um bloco de pessoas dedicado a insultá-lo e provocá-lo.

Às vezes saltava desse bloco algum manifestante. Geralmente bem mais forte que a média, aparentando indignação desmedida e falta de controle, fazia provocações cara a cara, xingava, erguia o punho, até ser contido por alguém de seu próprio grupo ou por manifestantes defensores da não violência.

Os pró-partido iam adiante, protegidos por um cordão humano, cujos integrantes tentavam não se descontrolar. Cheguei a imaginar que, em algum momento, chegaria algum reforço. Mas ele não veio. Na verdade, o grupo encolheu na caminhada.

Reconheci vários rostos entre os militantes que caminhavam de costas – para poder encarar as investidas do bloco antipartido. Já estive com eles em entrevistas e coberturas de ações de movimentos populares. Em sua maioria são pessoas ligadas à luta pela reforma agrária, por moradia, direitos dos indígenas, direitos humanos. Gente que fica mais à esquerda, critica as alianças do PT com setores conservadores e defende a presença dos manifestantes na rua.

O bloco dos antipartido, em determinados momentos se aproximava, depois recuava. Parecia uma tática para aumentar o medo. A certa altura, o bloco foi dividido: de maneira organizada, uma parte passou para a outra pista da Paulista e se alinhou ao grupo pró-partido. Começou a provocá-lo pela lateral.

Em três momentos da minha caminhada, que foi da esquina da Augusta ao Edifício Cásper Líbero, entre as alamedas Campinas e Joaquim Eugênio de Lima, presenciei palmas e urros de vitória ao redor de rodas que surgiam do nada. Nas três vezes o motivo era o mesmo: bandeiras subtraídas à força dos militantes pró-partido estavam sendo rasgadas e queimadas. De todos os lados se erguiam mãos empunhando celulares para registrar a cena.

Nas proximidades do Edifício Cásper Líbero, a marcha parou. Me afastei um pouco do grupo, para ver o que ocorria adiante e encontrei um bloco isolado, ameaçando seguir para a sede da Assembleia Legislativa. Na linha de frente, esses manifestantes estendiam a faixa mais bem produzida que vi na marcha, uma espécie de banner com quase cinco metros de comprimento. Dizia: “Lula, o câncer do Brasil”.

Ao voltar, só encontrei confusão.

O grupo antipartido que havia saído pela lateral retornara à pista original, mas dessa vez à frente do pró-partido. Com essa manobra, conseguiu cercar e isolar os militantes e desfechar o ataque final. Após quase duas horas de humilhações, o grupo pro-partido se retirou, sem bandeiras, sob chutes, socos e gritos.

Entre os agressores, muitos traziam o rosto coberto com máscaras e toucas ninja. As bandeiras que eles arrancavam das mãos dos militantes eram destruídas sob aplausos e celulares.

Um militante da turma petista, a mais perseguida, me contou depois que levou vários socos e só conseguiu escapar porque partidários do PSOL o acolheram como se fosse um deles.

Ao buscar meu carro, num estacionamento da Alameda Santos, encontrei a moça do caixa assistindo à marcha pela TV. Antes de me atender, ela comentou com o chefe, atrás dela: “Viu? Não sei o que esse PT foi fazer na Paulista. Tudo isso que está acontecendo é contra eles, não é?”

Acompanhe o blog pelo Twitter – @Roarruda

…………………………………………………….

O MOVIMENTO DO PASSE LIVRE APOIOU A PRESENÇA DE PARTIDOS

O ataque aos partidos já era esperado. Em São Paulo, em duas manifestações anteriores, militantes do PSOL e do PSTU, os partidos que mais apoiaram as marchas, haviam sido hostilizados e sofrido violências. Isso tornava temerária a proposta de voltar à Paulista.

A questão foi avaliada na reunião de organização da marcha, na sede do Sindicato dos Advogados, na tarde de quarta-feira. A maior parte dos participantes concluiu que seria um recuo inaceitável, do ponto de vista das liberdades democráticas, abdicar da presença dos partidos. na manifestação. Ao final da discussão, representantes do PT, PSOL, PSTU e PCB decidiram ir e levar suas bandeiras.

Os representantes do Movimento do Passe Livre apoiaram a decisão. Deixaram claro que são apartidários, mas não se opõem à existência dos partidos. A única exigência do movimento tem sido quanto à organização: as reivindicações sobre transporte coletivo devem aparecer com destaque. Bandeiras de partidos não podem se sobrepor à faixas do Passe Livre.

Fonte: http://blogs.estadao.com.br/roldao-arruda/acao-que-expulsou-partidos-da-marcha-foi-bem-organizada/



Para refletir e debater (20): O PT e o governo precisam de uma faxina, diz Breno Altman

24 de Junho de 2013, 13:20, por Desconhecido - 0sem comentários ainda

Por Breno Altman

O ministro Paulo Bernardo

O ministro Paulo Bernardo

Se a vontade política da presidente Dilma Rousseff e seu partido for realmente enfrentar a onda reacionária que tenta controlar as ruas, há uma lição de casa a ser feita. O PT e o governo precisam se livrar da quinta-coluna, que representa interesses alheios à esquerda e aos setores populares.

O termo nasceu na guerra civil espanhola, nos anos trinta do século passado. Quando Francisco Franco, líder do golpe fascista contra a república, preparava-se para marchar sobre Madri com quatro colunas, o general Quepo de Llano lhe assegurou: “A quinta-coluna está esperando para saudar-nos dentro da cidade”. Referia-se às facções que, formalmente vinculadas ao campo legalista, estavam a serviço do golpismo.

A maior expressão de quinta-colunismo no primeiro escalão atende pelo nome de Paulo Bernardo e ocupa o cargo estratégico de ministro das Comunicações. Não bastasse vocalizar o lobby das grandes empresas de telefonia e a pauta dos principais grupos privados de comunicação, resolveu dar entrevista às páginas amarelas da revista Veja desta semana e subscrever causas do principal veículo liberal-fascista do país.

Na mesma edição na qual estão publicadas as palavras marotas do ministro, também foi estampado editorial que celebra a ação de grupos paramilitares, na semana passada, contra o PT e outros partidos de esquerda, além de reportagem mentirosa que vocifera contra as instituições democráticas e os governos de Lula e Dilma.

Nesta entrevista, Bernardo referenda que se atribua, à militância petista, um programa que incluiria a defesa da censura à imprensa. Vai ainda mais longe, oferecendo salvo-conduto à ação antidemocrática da mídia impressa e restringindo qualquer plano de regulação a perfumarias que deixariam intactos os monopólios de comunicação, o maior obstáculo no caminho para a ampliação da liberdade de expressão.

De quebra, o ministro chancela o julgamento do chamado “mensalão”, ainda que escolhendo malandramente os termos que utiliza, caracterizando a decisão como um resultado “normal e democrático”. Por atacar seu partido nas páginas do principal arauto do reacionarismo, recebe de Veja elogio rasgado, ao ser considerado “um daqueles raros e bons petistas que abandonaram o radicalismo no discurso e na prática.”

Paulo Bernardo não é, porém, o único que flerta com o outro lado da barricada, apenas o que mais saçarica. Está longe de ser pequena a trupe de figuras públicas petistas que dormem com o inimigo, a maioria por pânico em enfrentar os canhões da mídia ou desejosos de receberem afagos por bom-mocismo.

O governador baiano, Jacques Wagner, é outro exemplo de atitude dúbia. Há algumas semanas bateu ponto, na mesma revista, para dar seu aval aos maus-feitos jurídicos de Joaquim Barbosa e seus aliados. Mas não parou por aí. Quando o presidente do PT, Rui Falcão, estava sob cerrados ataques por chamar sua gente à mobilização, Wagner correu aos jornais para prestar solidariedade. Não ao líder máximo de seu partido, mas aos lobos famintos que se atiravam contra o comandante petista.

Nos últimos dias assistimos incontáveis cenas que igualmente merecem uma séria reflexão. Não foi bonita ou honrosa a oferta do ministro da Justiça à repressão da PM paulista contra a mobilização social. Ou o prefeito paulistano fazendo companhia ao governador Alckmin na resposta ao movimento contra o aumento das tarifas de transporte. Nesses casos, contudo, não houve facada nas costas, mas flacidez político-ideológica que não pode ser relevada.

A questão crucial é que, para avançar na luta contra o reacionarismo e na reconquista das ruas, o PT e o governo precisam restabelecer uma ética de combate. A defesa dos interesses populares e da democracia não poderá ser feita, às últimas consequências, sem uma faxina de comportamentos e representantes que favorecem os inimigos do povo no interior das fileiras aliadas.

Breno Altman é jornalista e diretor editorial do site Opera Mundi e da revista Samuel.

Fonte: http://correiodobrasil.com.br/noticias/opiniao/breno-altman-o-pt-e-o-governo-precisam-de-uma-faxina/621850/



Para refletir e debater (21): A direita também disputa ruas e urnas

24 de Junho de 2013, 13:20, por Desconhecido - 0sem comentários ainda
Por Valter Pomar

Valter Pomar, dirigente nacional do PT (Foto: Richard Casas/PT)

Quem militou ou estudou os acontecimentos anteriores ao golpe de 1964 sabe muito bem que a direita é capaz de combinar todas as formas de luta. Conhece, também, a diferença entre “organizações sociais” e “movimentos sociais”, sendo que os movimentos muitas vezes podem ser explosivos e espontâneos.

Já a geração que cresceu com o Partido dos Trabalhadores acostumou-se a outra situação. Nos anos 1980 e 1990, a esquerda ganhava nas ruas, enquanto a direita vencia nas urnas. E a partir de 2002, a esquerda passou a ganhar nas urnas, chegando muitas vezes a deixar as ruas para a oposição de esquerda.

A direita, no dizer de alguns, estaria “sem programa”, “sem rumo”, controlando “apenas”  o PIG, que já não seria mais capaz de controlar a “opinião pública”, apenas a “opinião publicada”.

Era como se tivéssemos todo o tempo do mundo para resolver os problemas que vinham se acumulando: alterações geracionais e sociológicas, crescimento do conservadorismo ideológico, crescente perda de vínculos entre a esquerda e as massas, ampliação do descontentamento com ações (e com falta de ações) por parte dos nossos governos, decaimento do PT à vala comum dos partidos tradicionais etc.

Apesar destes problemas, o discurso dominante na esquerda brasileira era, até ontem, de dois tipos.

Por um lado, no petismo e aliados, o contentamento com nossas realizações passadas e presentes, acompanhada do reconhecimento mais ou menos ritual de que “precisamos mais” e de que “precisamos mudar práticas”.

Por outro lado, na esquerda oposicionista (PSOL, PSTU e outros), a crítica aos limites do petismo, acompanhada da crença de que através da luta política e social, seria possível derrotar o PT e, no lugar, colocar uma “esquerda mais de esquerda”.

As manifestações populares ocorridas nos últimos dias, especialmente as de ontem, atropelaram estas e outras interpretações.

Primeiro, reafirmaram que os movimentos sociais existem, mas que eles podem ser espontâneos. E que alguns autoproclamados “movimentos sociais”, assim como muitos partidos “populares”,  não conseguem reunir, nem tampouco dirigir, uma mínima fração das centenas de milhares de pessoas dispostas a sair ás ruas, para manifestar-se.

Em segundo lugar, mostraram que a direita sabe disputar as ruas, como parte de uma estratégia que hoje ainda pretende nos derrotar nas urnas. Mas que sempre pode evoluir em outras direções.

Frente a esta nova situação, qual deve ser a atitude do conjunto da esquerda brasileira, especialmente a nossa, que somos do Partido dos Trabalhadores?

Em primeiro lugar, não confundir focinho de porco com tomada. As manifestações das últimas semanas não são “de direita” ou “fascistas”. Se isto fosse verdade, estaríamos realmente em péssimos lençóis.

As manifestações (ainda) são expressão de uma insatisfação social difusa e profunda, especialmente da juventude urbana. Não são predominantemente manifestações da chamada classe média conservadora, tampouco são manifestações da classe trabalhadora clássica.

A forma das manifestações corresponde a esta base social e geracional: são como um mural do facebook, onde cada qual posta o que quer. E tem todos os limites políticos e organizativos de uma geração que cresceu num momento “estranho” da história do Brasil, em que a classe dominante continua hegemonizando a sociedade, enquanto a esquerda aparentemente hegemoniza a política.

A insatisfação expressa pelas manifestações tem dois focos: as políticas públicas e o sistema político.

As políticas públicas demandadas coincidem com o programa histórico do PT e da esquerda. E a crítica ao sistema político dialoga com os motivos pelos quais defendemos a reforma política.

Por isto, muita gente no PT e na esquerda acreditava que seria fácil aproximar-se, participar e disputar a manifestação. Alguns, até, sonhavam em dirigir.

Acontece que, por sermos o principal partido do país, por conta da ação do consórcio direita/mídia, pelos erros politicos acumulados ao longo dos últimos dez anos, o PT se converteu para muitos em símbolo principal do sistema político condenado pelas manifestações.

Esta condição foi reforçada, nos últimos dias, pela atitude desastrosa de duas lideranças do PT: o ministro da Justiça, Cardozo, que ofereceu a ajuda de tropas federais para o governador tucano “lidar” com as manifestações; e o prefeito Haddad, que nem na entrada nem na saída teve o bom senso de diferenciar-se do governador.

O foco no PT, aliado ao caráter progressista das demandas por políticas públicas, fez com que parte da oposição de esquerda acreditasse que seria possível cavalgar as manifestações. Ledo engano.

Como vimos, a rejeição ao PT se estendeu ao conjunto dos partidos e organizações da esquerda político-social. Mostrando a ilusão dos que pensam que, através da luta social (ou da disputa eleitoral) seriam capazes de derrotar o PT e colocar algo mais à esquerda no lugar.

A verdade é que ou o PT se recicla, gira à esquerda, aprofunda as mudanças no país; ou toda a esquerda será atraída ao fundo. E isto inclui os que saíram do PT, e também os que nos últimos anos flertaram abertamente com o discurso anti-partido e com certo nacionalismo. Vale lembrar que a tentativa de impedir a presença de bandeiras partidárias em mobilizações sociais não começou agora.

O rechaço ao sistema político, à corrupção, aos partidos em geral e ao PT em particular não significa, entretanto, que as manifestações sejam da direita. Significa algo ao mesmo tempo melhor e pior: o senso comum saiu às ruas. O que inclui certo uso que vem sendo dado nas manifestações aos símbolos nacionais.

Este senso comum, construído ao longo dos últimos anos, em parte por omissão e em parte por ação nossa, abre enorme espaço para a direita. Mas, ao mesmo tempo, à medida que este senso comum participa abertamente da disputa política, criam-se condições melhores para que possamos disputá-lo.

Hoje, o consórcio direita/mídia está ganhando a disputa pelo pauta das manifestações. Além disso, há uma operação articulada de participação da direita, seja através da presença de manifestantes, seja através da difusão de determinadas palavras de ordem, seja através da ação de grupos paramilitares.

Mas a direita tem dificuldades para ser consequente nesta disputa. O sistema político brasileiro é controlado pela direita, não pela esquerda. E as bandeiras sociais que aparecem nas manifestações exigem, pelo menos, uma grande reforma tributária, além de menos dinheiro público para banqueiros e grandes empresários.

É por isto que a direita tem pressa em mudar a pauta das manifestações, em direção a Dilma e ao PT. O problema é que esta politização de direita pode esvaziar o caráter espontâneo e a legitimidade do movimento; além de produzir um efeito convocatória sobre as bases sociais do lulismo, do petismo e da esquerda brasileira.

Por isto, é fundamental que o PT e o conjunto da esquerda disputem o espaço das ruas, e disputem corações e mentes dos manifestantes e dos setores sociais por eles representados. Não podemos abandonar as ruas, não podemos deixar de disputar estes setores.

Para vencer esta disputa teremos que combinar ação de governo, ação militante na rua, comunicação de massas e reconstruir a unidade da esquerda.

A premissa, claro, é que nossos governos adotem medidas imediatas que respondam às demandas reais por mais e melhores políticas públicas. Sem isto, não teremos a menor chance de vencer.

Não basta dizer o que já fizemos. É preciso dar conta do que falta fazer. E, principalmente, explicar didaticamente, politicamente, as ações do governo. Marcando a diferença programática, simbólica, política, entre a ação de governo de nosso partido e os demais.

O anúncio conjunto (Alckmin/Haddad) de redução da tarifa e a oferta da força pública feita por Cardozo a Alckmin são exemplos do que não pode se repetir. Para não falar das atitudes conservadoras contra os povos indígenas, da atitude complacente com setores conservadores e de direita, dos argumentos errados que alguns adotam para defender as obras da Copa e as hidroelétricas etc.

Para dialogar com o sentimento difuso de insatisfação revelado pelas mobilizações, não bastam medidas de governo. Talvez tenha chegado a hora, como algumas pessoas têm sugerido, de divulgarmos uma nova “carta aos brasileiros e brasileiras”. Só que desta vez, uma carta em favor das reformas de base, das reformas estruturais.

Quanto a nossa ação de rua, devemos ter presença organizada e massiva nas manifestações que venham a ocorrer. Isto significa milhares de militantes de esquerda, com um adequado serviço de ordem, para proteger nossa militância dos para-militares da direita.

É preciso diferenciar as manifestações de massa das ações que a direita faz dentro dos atos de massa. E a depender da evolução da conjuntura, nos caberá convocar grandes atos próprios da esquerda político-social.

Independente da forma, o fundamental, como já dissemos, que a esquerda não perca a batalha pelas ruas.

Quanto a batalha da comunicação,  novamente cabe ao governo um papel insubstituível. No atual estágio de mobilização e conflito, não basta contratacar a direita nas redes sociais; é preciso enfrentar a narrativa dos monopólios nas televisões e rádios. O governo precisa entender que sua postura frente ao tema precisa ser alterada já.

Em resumo: trata-se de combinar ruas e urnas, mudando a estratégia e a conduta geral do PT e da esquerda.

Não há como deslocar a correlação de forças no país, sem luta social. A direita sabe disto tanto quanto nós. A direita quer ocupar as ruas. Não podemos permitir isto. E, ao mesmo tempo, não podemos deixar de mobilizar.

Se não tivermos êxito nesta operação, perderemos a batalha das ruas hoje e a das urnas ano que vem. Mas, se tivermos êxito, poderemos colher aquilo que o direitista Reinaldo Azevedo aponta como risco (para a direita) num texto divulgado recentemente por ele, cujo primeiro parágrafo afirma o seguinte: “o movimento que está nas ruas provocará uma reciclagem do PT pela esquerda, poderá tornar o resultado das urnas ainda mais inóspito” para a direita.

Num resumo: a saída para esta situação existe. Pela esquerda.

Valter Pomar é dirigente nacional do PT e secretário executivo do Foro de São Paulo

Fonte: http://www.pt.org.br/noticias/view/artigo_a_direita_tambem_disputa_ruas_e_urnas_por_valter_pomar