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3 de Abril de 2011, 21:00 , por Desconhecido - | 2 people following this article.
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Notas rápidas internacionais 28/06/18

28 de Junho de 2018, 12:33, por Feed RSS do(a) News

por Ana Prestes

por Ana Prestes

- Alexandria Ocasio-Cortez, uma mulher jovem norte-americana, de 28 anos, que há menos de um ano era uma apenas uma militante e atendente de bar na cidade de Nova Iorque e que no último mês de maio criticou o que ela chamou de massacre israelense sobre palestinos em Gaza, ganhou as primárias dos democratas na cidade de Nova Iorque. Alexandria venceu um experiente congressista democrata, Joe Crowley, de 56 anos, quarto mais forte democrata no congresso norte-americano e que era previsto para substituir Nancy Pelosi como líder dos democratas na Câmara dos Deputados dos EUA. Alexandria pertence ao movimento Democratic Socialists of America e é apoiadora de Bernie Sanders.

- Visita de Mike Pence ao Brasil ficou marcada pelo “puxão de orelha” em Temer por não ser mais duro com a vizinha Venezuela e não promover seu isolamento de forma mais contundente. Durante a visita, Temer também assinou um decreto que promulga um acordo de “céus abertos” que põe fim aos limites de vôos entre Brasil e EUA; assinou também acordo entre os dois países para a área da previdência social, em que trabalhadores nacionais dos dois países poderão acumular tempo de trabalho nos dois países; não houve avanço nas conversas sobre a sobretaxação do aço e do alumínio brasileiro; sobre a separação de famílias brasileiras que tentam migrar para os EUA, Pence se limitou a passar uma lição de moral nos brasileiros: “se não têm condições de entrar legalmente, não venham”.

- Ainda sobre Pence no Brasil, o vice passou pelo Amazonas sem ser recepcionado pelas maiores autoridades locais, o Governador Amazonino Mendes e o Prefeito Arthur Virgílio. Segundo as autoridades amazonenses, o protocolo do vice-presidente era absurdo, exclusivista e um verdadeiro afronta aos anfitriões. Arthur Virgílio mandou Pence para casa: “Por favor, volta para sua casa. A ACNUR reconheceu o trabalho de acolhimento aos venezuelanos feito por Manaus. Não tente me ensinar a ser solidário. Os mexicanos podem falar sobre o tratamento que seu país dá a eles”.

- Atual presidente do Paraguai, Horacio Cartes, desistiu de renunciar à Presidência da República, ato necessário para tomar posse como Senador. Parece confuso, mas é o que segue: Cartes foi eleito Senador nas últimas eleições, que também elegeram o novo Presidente da República. Como ele é o presidente vigente, precisaria renunciar à presidência antes da posse do novo presidente eleito, para poder assumir seu mandato de Senador. Para tanto, o Congresso paraguaio precisaria aprovar seu pedido de renuncia, algo que se inviabilizou quando os parlamentares do Partido Colorado e o Presidente do Congresso, o ex-presidente golpeado, Fernando Lugo, se rebelaram contra a manobra. Neste caso, Cartes segue seu mandado de presidente até 15 de agosto, quando toma posse Mario Abdo Benítez (vencedor das eleições de 22 de abril), e em seguida é promovido a Senador vitalício sem direito a voto, como ocorre com todos os que presidem o Paraguai, com exceção dos que perdem o mandato por destituição fruto de julgamento político, como é o caso de Fernando Lugo que hoje é Senador com direito a voz e voto, após ter sido destituído pelo parlamento 14 meses antes do fim do seu mandato.

- México entra na reta final da campanha presidencial. López Obrador (MORENA) segue na liderança das pesquisas com 51%, 24 pontos à frente do segundo colocado, o conservador Ricardo Anaya (PAN e PRD), que tem 27% das intenções. Candidato do PRI, José Antonio Meade (ex-ministro da fazenda) aparece com 19% das intenções. Além de votar para presidente, os mexicanos ainda vão eleger os integrantes do Congresso Nacional (bicameral) e mais 18 mil cargos estaduais e municipais.

- Um juiz federal da Califórnia, nos EUA, emitiu na terça (26) uma decisão liminar valida para todo o território do país que impede o Governo Trump de separar crianças de seus pais na fronteira com o México. Na decisão, o juiz também ordena que todas as famílias já separadas sejam reunidas em no máximo 30 dias. Crianças de até 5 anos devem ser devolvidas em no máximo 14 dias. Pela decisão todas as crianças poderão ao menos conversar com seus pais em no máximo 10 dias. Enquanto isso, pelo menos 17 estados americanos estão processando o governo pela política de separação das crianças de suas famílias. Trump está ficando sem ambiente político e sem equipamentos físicos para continuar com a política de “tolerância zero”.

- No relatório que preparou para a 15ª Assembleia Geral Ordinária do Sínodo, em outubro, que reúne bispos católicos de todo o mundo, o Papa Francisco tratou e nomeou a questão LGBT pela primeira vez em um documento oficial da Igreja Católica. O tema do encontro será a juventude e o que ela busca na Igreja. Documento fala de acolhimento a homossexuais.

- Alexandria Ocasio-Cortez, uma mulher jovem norte-americana, de 28 anos, que há menos de um ano era uma atendente de bar e que no último mês de maio criticou o que ela chamou de massacre israelense sobre palestinos em Gaza, ganhou as primárias dos democratas na cidade de Nova Iorque. Alexandria venceu um experiente congressista democrata, Joe Crowley, de 56 anos, quarto mais forte democrata no congresso norte-americano e que era previsto para substituir Nancy Pelosi como líder dos democratas na Câmara dos Deputados dos EUA. Alexandria pertence ao movimento Democratic Socialists of America e é apoiadora de Bernie Sanders.

- Única sobrevivente de um acidente aéreo que matou mais de 100 pessoas em Havana, Cuba, em 18 de maio deste ano, a jovem Mailen Diaz Almaguer já deixou a UTI e está se recuperando.

- Uma comemoração sui generis ocorreu ontem por conta da vitória da Coréia do Sul sobre a Alemanha na Copa do Mundo de Futebol da Rússia. No México, mais precisamente na Cidade do México, a embaixada da Coreia do Sul virou ponto de comemoração pela classificação da seleção mexicana, decorrente da vitória sul-coreana, para as oitavas de final. O próprio embaixador sul-coreano se juntou para as doses de tequila e chegou a ser carregado pelas ruas sobre os ombros dos torcedores mexicanos. Torcedores mexicanos já haviam protagonizado um outro fato curioso nessa copa, quando o Instituto de Pesquisas Geológicas e Atmosféricas do México (IIGEA) registrou em sua conta do twitter que os sensores de atividade sísmica captaram movimentação no momento em que milhões de torcedores mexicanos vibravam o gol de Hirving Lozano sobre a Alemanha no dia 17 de junho. Próximo adversário do México é o Brasil, apenas um dia após as eleições presidenciais mexicanas do próximo 1º. de julho. Desejo bons resultados eleitorais para México e um bom resultado no jogo para o Brasil!



O colonialismo mostra seus efeitos

26 de Junho de 2018, 12:08, por Feed RSS do(a) News

Enquanto aprofunda o caráter liberal e colonial de seu modelo de economia, o mundo enfrenta as contradições conflitantes inerentes a esse processo. A atual crise migratória é um dos casos mais veementes. Nações submetidas ao colonialismo são condenadas à ruína econômica e à violência política e social. Por consequência, os povos submetidos à exclusão e à violência são impingidos a se aventurar em travessias arriscadas em nome de uma possibilidade digna de sobrevivência, que não raras vezes mostra-se ilusória, no final das contas.

A tragédia das migrações expõe o “mundo civilizado ocidental” às suas mais duras verdades: os valores humanitários de suas constituições são letra morta. Mais que isso: essa realidade por tempos dissimulada vem se mostrando cada vez mais explícita.

Donald Trump é o exemplo mais acabado desse “cinismo explícito” em que as vítimas são transformadas em criminosos na cara-dura. Trump representa um espectro político que tem por hábito colocar seus interesses acima de qualquer circunstância, ainda que seja acima da ética e da lei: nós "podemos", impomos e pronto!

Às nações submetidas a esse capitalismo neocolonial estão reservadas a falência econômica, o desemprego e a instabilidade social. O truque da narrativa conservadora é atribuir a pobreza como demérito do próprio povo, ocultando os processos de apropriação efetivados pela potência colonizadora.

É dessa forma que transformam os pobres em culpados pela própria pobreza e, pior, uma potencial ameaça à manutenção do status da classe possuidora.

O capitalismo, assim, cria sua contradição principal que opõe, de um lado, a ampla massa de perdedores e, do outro, a minoria proprietária.

O poço-sem-fundo em que mergulhou o Brasil desde o golpe contra a presidenta Dilma, em 2016, é o resultado direto da atuação das forças neocolonialistas lideradas pelos EEUU na América Latina. Enganado pelo braço mais fiel e poderoso da potência imperial – a grande mídia empresarial, o povo brasileiro tem sido distraído por midiáticos escândalos de corrupção, enquanto as imensas riquezas nacionais são entregues às forças que promoveram o golpe, deixando à míngua o futuro do país.

Novamente, o “cinismo explícito” da narrativa conservadora entra em campo para culpar as políticas sociais dos governos petistas anteriores pelos efeitos catastróficos da vigente política ultraliberal reinaugurada pelos golpistas.

As políticas efetivas determinam efeitos concretos. O Brasil entrou numa espiral de decadência econômica e de degeneração social resultantes de políticas ultraliberais que somente favorecem a acumulação de riquezas e a geração de enormes parcelas de excluídos.

O golpe de 2016 escancarou as portas da nação para os aproveitadores (colonialistas) de plantão e agora sofre as consequências para reverter a situação em condições muito mais complicadas que outrora.

Quem determina a atual crise brasileira é o imperialismo colonialista com sede no norte. O golpe dado em 2016 continua em 2018 impondo impedimentos à principal via para uma saída soberana e popular para a atual crise: as eleições. É nesse contexto que vemos a prisão ilegal e política de Lula e, através dela, a submissão de instituições do Estado, especialmente do Judiciário, aos intentos colonialistas.



Notas rápidas internacionais 26/06/18

26 de Junho de 2018, 11:08, por Feed RSS do(a) News

por Ana Prestes

por Ana Prestes

- Mike Pence, vice-presidente dos EUA, está no Brasil. Tem agenda hoje (26) em Brasília e amanhã em Manaus. Do Brasil segue para o Equador e em seguida para a Guatemala. Um dos temas fortes da agenda com todos os países visitados é a continuidade da tentativa de isolamento da Venezuela na América Latina. Autoridades brasileiras tentarão abordar questões polêmicas como o aumento da taxação sobre a exportação do aço para os EUA e a separação de crianças brasileiras dos pais que tentam migrar para o país de Trump. O acordo sobre a utilização norte-americana da base de lançamentos espaciais de Alcântara será tratado dentro de um acordo quadro mais geral de cooperação aero-espacial. Pence fará visita a centro de acolhimento de migrantes venezuelanos no Amazonas como tentativa de “mostrar ao mundo” que a Venezuela precisa de intervenção por não conseguir conter a migração de seus cidadãos, sem apontar, é claro, que a Venezuela tem sofrido sanções econômicas pesadíssimas, impulsionadas pelos EUA por motivação política.

- Na Guatemala, Pence ouvirá um pedido das autoridades guatemaltecas de concessão do status de proteção temporária (TPS) para migrantes da Guatemala que entram nos EUA. O TPS seria para aliviar a pressão nacional sobre o governo após a tragédia provocada com a erupção do vulcão Fuego. Recentemente os norte-americanos tiraram o TPS de quase 60 mil hondurenhos e suas famílias que vivem nos EUA e que migraram para lá após a passagem do furacão Mitch pela América Central em 1998. Famílias salvadorenhas também perderam o TPS há poucos meses. El Salvador foi arrasado com dois grandes terremotos em 2001.

- No Equador, Pence reforçará uma parceria que tem crescido no último período ao tempo em que Lenin Moreno vai enterrando pouco a pouco a herança do governo de Rafael Correa. Para agradar a Trump, Moreno já demarcou com a Venezuela (deixando inclusive de defender sua soberania na OEA), quer se livrar de Julian Assange e endureceu com os conflitos na fronteira com a Colômbia. Permitiu ainda, a partir de 25 de abril, em memorando de entendimento com os EUA, que a DEA e o Departamento de Imigração dos país norte-americano atue em território equatoriano em uma Unidade Investigativa Criminal Transnacional. É bom lembrar que em 2009 Rafael Correa havia conseguido fechar a base militar americana de Manta.

- A política de “tolerância zero” e o controle migratório quase midiático de Donald Trump dá dinheiro. Os centros de detenção que agora vemos com frequência pela imprensa são administrados pela iniciativa privada. Com a recente decisão de Trump de que as crianças sejam reunidas às suas famílias detidas, os negócios poderão aumentar, pois os centros precisarão ser ampliados e melhor equipados. Só uma das ONGs que cuida dos abrigos, a Southwest Key Programs espera receber em 2018 cerca de 500 milhões de dólares, de acordo com dados da Bloomberg.

- Para além das instalações administradas pelas ONGs milionárias, o governo dos EUA anunciou que instalações do exército também passaram a abrigar os migrantes detidos na fronteira.

- Na Nicarágua, após mais um fim de semana de muita violência, foi retomada ontem (25) a mesa de diálogo e negociações entre governo e oposição mediada pela igreja católica. Governo ainda não se pronunciou sobre um pedido que está sobre a mesa de antecipação das eleições presidenciais inicialmente previstas para 2021. O número oficial de mortos, desde que o conflito começou em 18 de abril, já é de 206. Este número contrasta com o número apresentado pela CIDH na última sexta (22), em que aparecem dados de 212 mortos, mais de 1300 feridos e 500 detidos. Em barricadas montadas na UNAN (universidade nacional autônoma da Nicarágua) os estudantes encapuzados não parecem saber bem pelo que lutam. Em resposta a um jornalista da France Press, um deles respondeu: “Nossa luta é por tudo”. Chegam hoje a Manágua funcionários do Alto Comissariado da ONU para Direitos Humanos. Já há técnicos da CIDH no país.

- Principal adversário de Erdogan na eleição presidencial da Turquia, Muharrem Ince, que ficou com 31,6% dos votos, reconheceu a vitória do atual presidente para mais um mandato presidencial. O reconhecimento aconteceu mesmo em meio a diversas acusações, inclusive de observadores europeus do pleito, de privilégios à campanha de Erdogan, condições desiguais de campanha para adversários e injustiça com forças opositoras. Aliança com a extrema direita foi fundamental para a reeleição de Erdogan no último domingo.

- A União Europeia anunciou nesta segunda (25) mais sanções contra autoridades venezuelanas e contra o comércio de produtos europeus com o país. Entre as autoridades sancionadas com proibições para viagens e transações financeiras está a nova vice-presidente do país, Delcy Rodriguez. Em reunião de seus chanceleres, o bloco europeu considerou como fraudulentas e antidemocráticas as eleições venezuelanas realizadas em maio.

- Nos dias que antecedem a eleição presidencial que pode eleger o candidato da esquerda López Obrador presidente do México, segue a onda de violência que já é marca registrada do processo. Mais de 100 políticos foram assassinados desde o início da campanha eleitoral. Ontem (25) mais um candidato foi assassinado, Emigdio López Avendaño, do partido Morena e postulante a deputado por Oaxaca. Quatro dos seus acompanhantes também morreram, em uma emboscada contra o carro que os transportava. Outro incidente que chamou a atenção foi o roubo de 11 mil cédulas da votação em um assalto armado no estão de Tabasco.

- Já fazem 5 dias que um barco com 234 imigrantes está a deriva no mar Mediterrâneo, próximo a Malta, sem porto onde ancorar. As condições humanitárias da embarcação são degradantes, há crianças pequenas sem pais, falta comida e roupas secas, segundo relatos da ONG LifeLine responsável pelo resgate das pessoas que tentavam atravessar o mar rumo à Europa. Nem Malta, nem Itália, nem França e nem Espanha se pronunciaram sobre a embarcação. Um outro navio, este cargueiro, também da LifeLine, com 108 resgatados a bordo foi permitido a aportar na Sicília, na Itália, após 6 dias esperando no mar.

- Macron vem cumprindo uma promessa feita em setembro de 2017, a de criar uma Força Militar de Reação Europeia por fora da União Europeia. Nove países estão envolvidos. Além da França, estão Espanha, Reino Unido, Alemanha, Bélgica, Holanda, Portugal, Dinamarca e Estónia. A Itália, que inicialmente estava no núcleo central do plano, ficou de fora depois das últimas controvérsias com o governo francês. A iniciativa vem à margem da cooperação já prevista pelo Tratado da União Europeia que é a PESCO (cooperação permanente estruturada em matéria de defesa), ao mesmo tempo em que é facultado a um grupo de estados membros da UE coordenar seus objetivos em âmbito da segurança. Analistas veem a iniciativa coincidindo com um momento de alta tensão dos países europeus em especial com o norte da África e o endurecimento das políticas migratórias. Do que mesmo estão se defendendo os Europeus?

- A guerra comercial imposta por Trump também tem feito vítimas nos EUA. A tradicional empresa de motocicletas Harley-Davidson, anunciou que vai levar parte de sua produção para fora dos EUA. O objetivo é escapar das tarifas apresentadas pela União Europeia de 31% (antes eram 6%) sobre os produtos da fábrica americana. A medida é uma retaliação às tarifas estabelecidas por Trump para produtos europeus.

- No Uruguai, estudantes e professores continuam mobilizando e ocupando escolas e universidades pelos 6% do PIB para a Educação.

 

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Notas rápidas internacionais 25/06/18

25 de Junho de 2018, 11:15, por Feed RSS do(a) News

por Ana Prestes

por Ana Prestes

- Vice-presidente dos EUA, Mike Pence, chega amanhã (26) ao Brasil. Na pauta dos encontros já marcados para sua estada: base de Alcântara, imigração venezuelana para o Brasil e as quase 50 crianças brasileiras separadas dos pais em solo americano.

- Em uma eleição bastante conturbada, Erdogan é reeleito com pouco mais de 26 milhões de votos (52,6%) para mais 5 anos na presidência da Turquia. Agora com mais poderes, devido a recentes mudanças constitucionais. Obteve também maioria no parlamento, o que chegou a ser apontado como uma dúvida na véspera da eleição. O AKP (partido da justiça e desenvolvimento), de Erdogan, e o aliado MHP (partido do movimento nacionalista), tiveram respectivamente 42,6% (295 parlamentares) e 11,1% (49 parlamentares) nas eleições para o legislativo. Partido oposicionista CHP (partido republicano do povo) teve 22,6% (146 parlamentares) dos votos. O partido comunista TKP foi excluído da concorrência eleitoral poucos meses antes das eleições. Os comunistas e outros partidos excluídos criaram a plataforma This Social Order Must Change para lançar candidatos independentes no pleito, mas nenhum foi eleito.

- Ingleses foram às ruas no sábado (23), data de aniversário de dois anos do plebiscito que aprovou o Brexit. Querem uma nova votação para ver se era isso mesmo que eles queriam. Uma das faixas do protesto dizia: “17 milhões votaram em Adolf Hitler. 17 milhões votaram no Brexit. 17 milhões podem estar errados”.

- Matteo Salvini, o Ministro do Interior da Itália, que está posando de líder anti-imigração, viajou para a Líbia. Em sua conta no Twitter escreveu: “Missão Líbia, vamos!”, com direito a selfie tirada dentro do avião militar que o conduzia. Ele tenta construir um acordo para que autoridades líbias atuem e não permitam que ONGs resgatem migrantes na costa da Líbia, evitando que estes migrantes cheguem à costa italiana.

- Vem ganhando corpo na União Europeia, nos últimos dias, a ideia de criar um grande campo de refugiados e imigrantes fora da Europa. O tema entrou oficialmente na pauta da próxima reunião do bloco em Bruxelas ao final desta semana. Eles chamam os centros de “plataformas regionais de desembarque”, onde os migrantes passariam por uma “triagem” para que fossem apuradas suas “reais necessidades”. Agora eles precisam de algum país, no norte da África ou nos Balcãs (claro!) para abrigar o campo. Europa sendo Europa.

- O tema das “plataformas de desembarque de migrantes e refugiados” foi tratado por líderes de 16 países da UE neste domingo (24) em Bruxelas. A reunião foi uma tentativa de construir consenso para a reunião do Conselho Europeu que se aproxima. Quatro países se recusaram a participar do “encontro informal”: Hungria, Polônia, República Tcheca e Eslováquia. O encontro foi marcado pelo desconforto que a chanceler alemã Angela Merkel enfrenta em seu país com seu ministro do interior, Horst Seehofer, também presidente do partido que é seu maior aliado, CSU (união social cristã), que quer medidas mais duras contra migrantes sob pena de romper a aliança que sustenta o governo de Merkel.

- Enquanto os líderes europeus tentavam se acertar em Bruxelas, 948 imigrantes foram resgatados na costa da Líbia só neste final de semana. Tentavam chegar à Europa atravessando o Mediterrâneo.

- Na Catalunha, o presidente regional, Quim Torra, disse que estão preparados para receber no mínimo 1800 refugiados. Uma demonstração de que fazer política na Europa, mais do que nunca, gira em torno de como cada líder atua com relação aos migrantes.

- Começou à meia-noite desta segunda (25) a terceira paralisação geral contra o governo Macri. Todo setor de transportes parado. Assim como, bancos, coleta de lixo, professores e serviços em geral. Enquanto isso, pela primeira vez desde o início do governo Macri, Cristina Kirchner aparece na sua frente nas pesquisas de opinião eleitoral.

- Fim de semana foi marcado por episódios de violência no continente africano. Na Nigéria, cerca de 86 pessoas morreram em um conflito entre cristãos e muçulmanos no centro do país, estado de Plateau. No Mali, pelo menos 32 pessoas morreram em conflito entre agricultores e caçadores denominados como “dozo”. No Zimbabue, uma explosão ocorreu a poucos metros do presidente do país, Emmerson Mnangagwa (assumiu no lugar de Mugabe), enquanto ele falava para o público em um comício. Ele é candidato nas eleições presidenciais de julho, primeira eleição após queda de Mugabe.

- Nos EUA, cresce a atenção para a situação das crianças separadas dos pais, após uma semana de duros questionamentos vindos de todas as partes do mundo e das principais autoridades internacionais, da ONU ao Papa. Na noite do domingo (24), o porta-voz do Departamento de Segurança Nacional, Tyler Houlton, divulgou que 538 crianças separadas de seus pais já foram reunidas às suas famílias. Mais de 2000 crianças seguem apartadas de seus pais. Enquanto isso, Trump também tuitava ao longo do domingo, defendendo que o país deporte imediatamente, sem processo judicial, imigrantes que tentem entrar em solo americano. Em uma das postagens ele diz: “We cannot allow all of these people to invade our Country” (Nós não podemos permitir que todas essas pessoas invadam nosso país).

- O final de semana foi de mais tensão na Nicarágua. Os conflitos se deram dentro da UNAN (universidade autônoma da Nicarágua) entre opositores e defensores do governo de Ortega. Fala-se em 5 mortes. Também no fim de semana, o país relembrou, em especial os sandinistas, o aniversário de 82 anos que faria Carlos Fonseca Amador, professor, bibliotecário e fundador da Frente Sandinista de Libertação nacional. Atuante opositor dos Somozas e admirador de Sandino, morreu em combate contra a ditadura na Nicarágua.

- Secretário de Estado dos EUA, Mike Pompeo, elevou o tom de ameaças ao Irã, afirmando que o país investe no desenvolvimento de armas nucleares e que isso suscitará uma fúria mundial contra o país.

- Fim de semana também foi de fortes tensões na Guerra da Síria. Governo tenta recuperar região do sul do país e houve bombardeios de forças aéreas russas, forças iraquianas também atacaram pontos do Estado Islâmico em território sírio.

- A uma semana das eleições presidenciais, México continua mergulhado em uma profunda onda de violência. No sábado (23), pelo menos 6 pessoas foram mortas enquanto assistiam ao jogo da seleção do México na Copa do Mundo de Futebol da Rússia em Ciudad Juárez. López Obrador continua liderando as pesquisas para as eleições do próximo 1º. de julho.

- Pela primeira vez um membro da família real britânica estará em solo palestino, príncipe William iniciou visita que inclui Israel, Jordânia e Palestina.

- Ontem, domingo (24), foi Dia do Exército na Venezuela. O presidente Maduro aproveitou para demonstrar a unidade cívico-militar na condução do país. Segundo ele, as forças armadas estão preparadas para as tentativas de desestabilização, vindas principalmente da Colômbia neste momento. No dia anterior, sábado (23), se reuniu o Conselho de Ministros do país para estabelecer formas mais rápidas de atendimento das principais demandas da população no que diz respeito aos serviços públicos, como eletricidade, recursos hídricos, gás e transporte público. Esta foi a segunda reunião sob o comando da nova vice-presidenta executiva do país, Delcy Rodríguez.

- Várias cidades do mundo tiveram suas edições da Parada Gay 2018. Cidade do México (México), Santiago (Chile), Guatemala (Guatemala), Ljubljana (Eslovênia), Nova York (EUA), Chennai (Índia) e outras. Mês de junho marca a ocorrência de marchas do orgulho LGBT pelo mundo.



Sociedade do espetáculo

24 de Junho de 2018, 12:12, por Feed RSS do(a) News



Notas rápidas internacionais 21/06/18

21 de Junho de 2018, 12:40, por Feed RSS do(a) News

por Ana Prestes

por Ana Prestes

- São 49 as crianças brasileiras que se encontram em abrigos nos EUA reservados para filhos de famílias migrantes. A informação é do cônsul-geral adjunto do Brasil em Houston, Felipe Santarosa em entrevista à EBC nesta quarta (20). Não se sabe a idade delas e nem em qual local exato estão.

- O Itamaraty emitiu ontem nota intitulada “Situação de menores brasileiros nos Estados Unidos”. Entre outras coisas, a nota afirma que a separação de crianças de seus familiares “configura uma prática cruel e em clara dissonância com instrumentos internacionais de proteção aos direitos da criança”.

- O presidente Trump assinou ontem uma ordem executiva para evitar a separação das crianças de suas famílias, no caso de imigração ilegal para os EUA. As famílias passarão a ser detidas juntas. A política de “tolerância zero” continua. O decreto não muda nada para as famílias já separadas. Antes mesmo da assinatura do decreto por Trump, o presidente da Câmara dos Deputados, Paul Ryan, havia informado que apresentaria hoje, 21, um projeto de lei para tratar da separação destas famílias e do caso dos “dreamers” que são atuais imigrantes ilegais que ingressaram nos EUA ainda crianças.

- Presidente da Índia está em Cuba. Presidente Ram Nath Kovind estará em Cuba hoje e amanhã (22) pela primeira vez e se reunirá com o novo Presidente Miguel Díaz-Canel. Serão feitas homenagens a Fidel e a José Martí, visita ao memorial de Gandhi, aula magna na Universidade de Havana e assinatura de acordos nas áreas de biologia, alta tecnologia, medicina e outros.

- Acordo entre Argentina e FMI agora é oficial. O comitê executivo do FMI aprovou ontem (20) o acordo de empréstimo de 50 bilhões de dólares para a Argentina durante três anos. A assinatura se dá em dias de recordes do dólar no país, chegando a quase 30 pesos, alta de juros, diminuição das reservas do país, aumento da inflação, aumento da dívida e de derrocada da popularidade de Macri. Hoje seu governo tem avaliação negativa para 62,7% da população (dados da CEOP).

- Jacinda Ardren, primeira-ministra da Nova Zelândia, é a segunda mulher a dar à luz enquanto exerce o mais alto cargo do executivo de um país. Antes dela, apenas Benazir Bhutto, em 1990, então primeira-ministra do Paquistão havia ganhado bebê ao mesmo tempo em que exercia o mandato.

- Sobre a votação do aborto na Argentina, uma forte polêmica surgiu no país com relação à possibilidade de “objeção institucional”, ou seja, aquelas clínicas e hospitais que não quiserem realizar o aborto por estar contra sua “filosofia” teriam o direito de se negar a realizar o procedimento. Várias instituições médicas têm pressionado o Senado argentino para que emende a lei que será votada incluindo a possibilidade de “objeção de consciência institucional” e não apenas a “objeção de consciência individual”, já prevista na lei aprovada por deputadas e deputados.

- As primeiras declarações do presidente eleito da Colômbia, Iván Duque, dão pistas sobre seu futuro governo que começa em 7 de agosto. Em uma delas ele comenta sobre a Unasul, dizendo que a entidade “foi criada para ser o instrumento de complacência, validação e cumplicidade como regime da Venezuela”, disse ainda que a Unasul “fracassou por sua incapacidade para denunciar os corredores do narcotráfico transfronteiriço”. Em outra medida, ele solicitou que fosse suspendida a votação pelo Congresso da Jurisdição Especial de Paz, uma forma de começar a minar os acordos de paz com as Farc firmados em Havana.

- Primeiro-ministro do Canadá, Justin Trudeau, anunciou que a maconha para uso recreativo será autorizada no país a partir de 17 de outubro. A aprovação do uso já passou em votações na Câmara dos Deputados e no Senado do país.

- Sobre o caso do vídeo divulgado durante a primeira semana da Copa do Mundo de Futebol da Rússia em que brasileiros aparecem constrangendo uma russa, a ativista e jurista russa Alyona Popova fez uma denúncia de violência e humilhação à honra e dignidade às autoridades da Rússia. Os brasileiros podem ser punidos pela legislação local.

- Sobre a queda de braço entre governo da Bolívia e a UPEA (universidade de El Alto), o Senado aprovou ontem projeto de lei que permite um incremento de 70 milhões de bolivianos (10 milhões de dólares) ao orçamento anual da universidade. Mas seu reitor, Ricardo Nogales, pediu que o projeto seja vetado por não ter sido acordado previamente e por ser tal recurso insuficiente para resolver a crise financeira da instituição. O reitor enviou carta ao vice-presidente Álvaro Garcia Linera com este pedido de veto. O conflito ocorre desde abril e os dirigentes e parte dos trabalhadores e estudantes da UPEA pedem modificação da Lei 195 de coparticipação tributaria para ter um orçamento anual maior. Governo pede maior clareza na prestação de contas da universidade.

- Ministro do interior da Itália, Matteo Salvini, deixou mais um barco no mar, sem dar acesso aos portos da Itália. O barco é da Ong alemão “Lifeline” e resgatou 224 imigrantes na costa da Líbia. Em sua conta no Twitter o governante disse que as ongs não estão escutando as diretrizes italianas e estão carregando sua quantidade “de carne humana a bordo”. Disse ainda que os imigrantes “não tocarão solo italiano”.

- Na Hungria, o primeiro-ministro Viktor Orbán e seu partido Fidesz (nacionalista e eurofóbico) conseguiram aprovar no parlamento um pacote de medidas que criminalizam e castigam grupos ou indivíduos que ajudarem imigrantes irregulares.

- Vai ocorrer em Bruxelas, no próximo domingo (24) uma reunião informal entre líderes de 8 estados membros da UE sobre os conflitos em torno de uma política migratória do bloco. Participarão, Espanha, França, Áustria, Alemanha, Grécia, Itália, Malta e Bulgária.

- No México, que tem eleições presidenciais marcadas para o próximo dia 1º. de julho, López Obrador não para de crescer nas pesquisas e aumentar a diferença com o segundo colocado, Ricardo Anaya. Obrador tem cerca de 50% das intenções de voto. Nas intenções de voto para a Câmara dos Deputados, seu partido, Morena, também aparece bem posicionado podendo chegar a 200 parlamentares.

- Após a cúpula de Cingapura, a Coreia do Norte já teria devolvido aos EUA os restos mortais de pelo menos 200 norte-americanos mortos durante a guerra da coreia nos anos 50.

Capatimes crisemigratoriaamericana criancasxtrump

Capatime crisemigratoriaamericana criancasxtrump

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Notas rápidas internacionais 20/06/18

20 de Junho de 2018, 10:46, por Feed RSS do(a) News

por Ana Prestes

por Ana Prestes

- Trump tira os EUA de mais um fórum multilateral. O país se retirou ontem (19) do Conselho de Direitos Humanos da ONU. Nas palavras da embaixadora norte-americana que representa seu país no CDH, Nikki Haley, os EUA saem depois que nenhum outro país se dispôs a apoiar uma reforma do órgão. Os americanos acusam o conselho de ser eminentemente anti-Israel. A saída se dá em meio a uma das maiores crises de direitos humanos no país, com uma enorme pressão mundial para que os EUA parem de separar crianças de seus pais que tentam migrar através da fronteira do México.

- O Papa também falou. Sobre as crianças separadas dos pais na fronteira com os EUA.

- Trump disse ontem que já tem uma solução para deixar de separar as crianças dos pais migrantes: dar às autoridades norte-americanas poder para “prender e remover” as famílias inteiras de solo norte-americano. Com a remoção, segundo ele, os adultos não seriam processados e as crianças não precisariam ser separadas. A política migratória norte-americana já deixou o estágio da “tolerância zero” para um grau de xenofobia institucional alarmante.

- Já havia sido aprovado por deputadas e deputados, mas agora passou no Senado. Por 52 votos a 29, o Senado do Canadá aprovou a legalização do uso recreativo da maconha.

- A Bolívia havia fechado nos últimos dias a fronteira com o Brasil (Acre) na região de Pando. Um posto militar boliviano havia sido atacado para roubo de fuzis e outros armamentos. A imprensa está divulgando que o ataque foi feito pelo Comando Vermelho.

- Na Venezuela, com Delcy Rodríguez assumindo a vice-presidência, outro chavista assumiu a Assembleia Constituinte. Trata-se de Diosdado Cabello, que já presidiu anteriormente o parlamento venezuelano.

- Trump e Merkel andam se enfrentando sobre políticas migratórias. O presidente americano teria dito que a criminalidade na Alemanha aumentou 10% após a onda migratória, ao que a chanceler alemã teria respondido dizendo que em 2017 a taxa de criminalidade na Alemanha caiu 9,6%.

- Kim está na China e recebeu elogios de Xi Jinping pela realização da cúpula com os EUA.

- A OEA nomeou um brasileiro, Luiz Antonio Marrey Guimarães, como chefe da Missão de Apoio contra a Corrupção e a Impunidade em Honduras (MACCIH). É uma missão sui generis, posto que foi montada após o presidente hondurenho, Juan Orlando Hernández, ter enfrentado massivas manifestações contra denúncias de desvios de 330 milhões de dólares da previdência do país para sua campanha.

- Na próxima semana, mais precisamente dia 24, as mulheres da Árabia Saudita poderão começar a dirigir após décadas de proibição.

- Na França repercutiu muito mal a declaração de uma diretora do serviço de adoção de uma das regiões do país, após ela dizer que casais homossexuais só poderiam adotar crianças “diferentes” ou “crianças que ninguém quer”, ou seja, deficientes, mais velhas ou com problemas psicológicos mais graves.

- Merkel e Macron planejam criar um orçamento comum para os 19 países da zona do Euro. As conversas fazem parte dos preparativos para a cúpula de líderes da EU que está marcada para 28 e 29 de junho. Dois temas devem ocupar majoritariamente a cúpula: finanças da zona do euro e crise migratória.

- Recep Tayyip Erdogan deve ser reeleito presidente da Turquia no próximo dia 24 de junho. A disputa está entre ele e o social-democrata Muharrem Ince. Apesar do favoritismo de Edrogan, a disputa pelo parlamento está mais acirrada e ele pode ser reeleito presidente sem maioria no parlamento. Eleição ocorrem no momento em que se afasta a possibilidade de ingresso do país na União Europeia, que começou a ser negociado em 2005 e de uma aproximação com Irã e Rússia, apesar de diferenças quanto à Síria. Putin defende Bashar al Assad e Edrogan investe em grupos rebeldes, além de seguir seu massacre aos curdos da fronteira com a Síria.

- Chefe do programa nuclear iraniano, vice-presidente Ali Akbar Salehi, anunciou que o Irã não está satisfeito com as propostas europeias para tentar salvar o acordo de 2015, recentemente abandonado pelos EUA. Várias empresas europeias já anunciaram que deixarão de comercializar com o Irão, por medo de represálias norte-americanas.

- O Brexit está emperrado. Idas e vindas no parlamento britânico. Rebeliões nas bases de conservadores e trabalhistas. A ponto do chanceler britânico Boris Johnson afirmar que seria melhor um Trump, com todo seu estardalhaço, negociando o Brexit do que Theresa May. Um dos grandes impasses tem relação com a fronteira com a Irlanda do Norte. O temor da UE é o endurecimento da fronteira entre as duas Irlandas, após a saída do RU da UE. A República da Irlanda é membro da UE.

- Parlamento Europeu votará hoje restrições para circulação de conteúdo com copyright e links jornalísticos na internet.

- Israel bombardeou pelo menos 25 instalações do Hamas na Faixa de Gaza na última madrugada. O ataque ocorreu no mesmo momento em que um enviado da Casa Branca para o Oriente Médio se encontra na região, já passou pela Jordânia, deve ir a outros países do Golfo e a Israel, mas não à Palestina.

- Na Nicarágua, a tensão política é intensa e em uma das cidades foco da oposição ao governo, Masaya, policiais estão encerrados em um quartel, impedidos de deixar o local. Todas as noites protestantes gritam para o chefe da polícia, Ramón Avellán, que ele se renda. Já são quase quinze dias do mesmo ritual. A mesa de negociações entre governo e oposição, mediada pela igreja, voltou a funcionar na última sexta-feira (15), no entanto, na última segunda (18) a oposição usou o pretexto de que Daniel Ortega não tinha encaminhado uma das decisões para se levantar novamente da mesa. Na reunião de sexta foi acordado que o governo convidaria a CIDH, o Alto Comissariado das Nações Unidas para os Direitos Humanos e a União Europeia para visitarem o país. Segundo a oposição, o governo ainda não enviou os convites.

- Viralizou na internet um vídeo com torcedores do Senegal limpando sua parte da arquibancada no estádio russo de Otkrytie após o jogo contra a Polônia na Copa do Mundo da Rússia. O Senegal é a primeira equipe africana a ganhar uma partida no campeonato deste ano.

- A OMS (organização mundial de saúde) retirou a transexualidade da categoria “distúrbios mentais” na Classificação Internacional de Doenças, a CID. Embora não totalmente. Agora ela aparece na categoria “condição relativa á saúde sexual”.



Integrantes da Lava Jato vivem na “mesma bolha”, diz pesquisador da UFPR

18 de Junho de 2018, 10:45, por Feed RSS do(a) News

Para o professor de sociologia Ricardo Costa de Oliveira, da Universidade Federal do Paraná (UFPR), os integrantes da Lava Jato (incluindo magistrados, procuradores e advogados) operam em um circuito que chama de “fechado” e que funcionaria “em rede”.

O professor comanda um grupo de pesquisa chamado “República do Nepotismo”, que utiliza a técnica da prosopografia (biografia coletiva de determinado grupo social ou político) para demonstrar que pessoas como Sérgio Moro, Deltan Dallagnol e advogados ligados às delações são herdeiros de figuras do Judiciário e da política paranaenses. O estudo será apresentado na segunda quinzena deste mês.

“Eles se conhecem muitas vezes desde a infância, porque os pais já se conheciam. Frequentaram as melhores escolas, universidades, têm sociabilidade em comum. Quer dizer, vivem na mesma bolha. Têm as mesmas opiniões e gostos políticos e ideológicos. E todos têm conexão com a indústria advocatícia, com os grandes escritórios jurídicos”, afirma.

Leia os principais trechos da entrevista.

Quais as principais conclusões do estudo que o sr. desenvolve na UFPR?

Em primeiro lugar, quando a gente pensa na magistratura brasileira e do Paraná, sempre se deve entendê-la como unidades de parentesco. São famílias ao mesmo tempo jurídicas e políticas, uma unidade que sempre opera em rede. Não existe aquela figura, como alguns imaginam, de pessoas que são “novas”, ou “emergentes”, ou “renovadoras”. Os resultados mostram que são todos herdeiros de uma velha elite estatal.

Isso inclui os integrantes da Lava Jato?

Sim, o juiz Sérgio Moro e todo mundo, temos todos os documentos. É uma elite estatal hereditária porque eles apresentam parentescos no sistema judicial bastante significativos. Não apenas parentesco, mas também relações matrimoniais, de amizade e de sociabilidade. Há também a dimensão do corporativismo. Se forma um grande circuito formativo ideológico, de convivência, que tem determinados padrões e valores hereditários. O próprio Sérgio Moro, uma figura central, filho de um professor universitário, tem como primo um desembargador, o Hildebrando Moro. Ter um parente no Tribunal de Justiça, para os códigos internos, faz muita diferença. Na nossa interpretação, é um sistema pré-moderno. Ele não funciona através de regras impessoais ou de aspectos técnicos, mas com muito poder pessoal. De modo que o ator, na magistratura, tem uma capacidade incrível de determinar a agenda, a temporalidade dos processos, no sentido de escolher os que quer acelerar e aqueles que serão adiados.”

Existe relação de proximidade entre magistrados, procuradores e advogados da Lava Jato?

Sim, é o mesmo circuito. Tem o caso da esposa do Moro, a Rosângela Maria Wolff Quadros, que é advogada. Ela está situada dentro do clã da família Macedo, genealogia extremamente importante no Paraná, que atinge atores nos poderes Executivo, Legislativo e Judiciário e no empresariado. Como Rafael Greca de Macedo [prefeito de Curitiba], o Beto Richa [governador do Paraná licenciado] e um conjunto de empresários e desembargadores do Tribunal de Justiça. Até se usa o termo “Macedônia”, dada a importância da família Macedo. E a família Wolff é típica do poder local de São Mateus do Sul [interior do Paraná], é uma estrutura que vem da República Velha, do coronelismo. Ela, como advogada, tem relações profissionais com a Apae. E aí há uma conexão direta com a família Arns. Flávio Arns foi senador, vice-governador, ator de atividades assistenciais. E com o advogado Marlus Arns de Oliveira, que é sobrinho do Flávio Arns.

Qual a relação entre eles?

É uma relação profissional [da esposa de Moro] com a família Arns e com as Apaes. Eles trabalharam juntos com as Apaes. O Marlus Arns é advogado de muitos acusados da Lava Jato nas delações premiadas. Chegou até a defender Eduardo Cunha. Em matérias da imprensa sobre advogados amigos do Sérgio Moro, como o Carlos Zucolotto, e as questões sobre Rodrigo Tacla Duran, mostra a partir do casal uma indústria jurídica da Lava Jato, em que muitos dos principais advogados da Lava Jato têm relações próximas com os operadores.

Quais casos foram identificados pelo grupo de pesquisa?

O do procurador Diogo Castor de Mattos, que era filho do falecido procurador Delívar Tadeu de Mattos. Ele foi casado com Maria Cristina Jobim Castor, que era irmã de Belmiro Valverde Jobim Castor, que foi empresário, secretário de Estado, do Bamerindus, um nome muito importante na política. No escritório da família, o Delívar de Mattos & Castor, trabalha um irmão do procurador, que se chama Rodrigo Castor de Mattos. Ele foi advogado do marqueteiro João Santana. É mais uma relação direta de parentesco, que corrobora que é uma indústria advocatícia da Lava Jato muito próxima dos seus protagonistas.

Há situações parecidas com outros integrantes da força-tarefa da Lava Jato em Curitiba?

O Carlos Fernando dos Santos Lima é filho de Osvaldo Santos Lima, que foi procurador, deputado estadual da Arena e presidente da Assembleia Legislativa do Paraná em 1973. Ele também tem dois irmãos no Ministério Público. A esposa dele teve relação com o Banestado [banco paranaense que deu origem a escândalo de corrupção nos anos 1990 e Carlos Fernando investigou]. O Deltan Dallagnol é filho do ex-procurador Agenor Dallagnol. Ele passou no concurso sem ter os dois anos de formado, o pai foi o advogado [na apelação da União, em que a Justiça deu vitória ao procurador] . Todos os operadores da Lava Jato também são extremamente conservadores e têm perfil à direita, semelhante aos seus parentes que faziam parte do sistema na ditadura. Naquela época, seus pais eram gente do establishment. E eles herdam a mesma visão de mundo. É uma elite social, política e econômica.

Os integrantes da Lava Jato vivem em um meio comum?

Sim, eles se conhecem muitas vezes desde a infância, porque os pais já se conheciam muitas vezes. Eles frequentaram as melhores escolas, universidades, têm sociabilidade em comum. Quer dizer, vivem na mesma bolha. Têm as mesmas opiniões e gostos políticos e ideológicos. E todos têm conexão com a indústria advocatícia, com os grandes escritórios jurídicos que atuam no sistema judicial.

Na pesquisa, o sr. ouviu falar sobre advogados que conseguem acordos de delação com a Lava Jato fazerem parte de um mesmo grupo?

É exatamente o que os resultados revelam, porque alguns principais advogados da indústria da delação são nomes com conexão com as famílias da Lava Jato.

O mesmo se aplica aos tribunais superiores na Lava Jato?

O circuito é o mesmo quando você analisa o Tribunal Regional Federal da 4ª Região [TRF-4]. Tem o João Pedro Gebran Neto, neto do ex-diretor-geral da Assembleia Legislativa do Paraná. Ele vem de uma das mais tradicionais famílias da Lapa, de onde sai boa parte das famílias que dominam a política paranaense nos anos 1970. Victor Luiz dos Santos Laus é bisneto do fundador do Tribunal de Justiça de Santa Catarina. Carlos Eduardo Thompson Flores Lenz, presidente do TRF-4, é neto do desembargador ministro Thompson Flores, que foi do Supremo Tribunal Federal (STF) durante a ditadura militar, uma das principais genealogias do Rio Grande do Sul. O ministro Felix Fischer, mesmo sendo alemão, é casado com uma procuradora de Justiça do Paraná aposentada. Ele tem três filhos no Judiciário paranaense. Depois, no STF, temos o Edson Fachin, que tem a mesma dinâmica familiar. É casado com uma desembargadora do Tribunal de Justiça do Paraná. A filha dele é advogada do escritório Fachin Advogados Associados e é casada com Marcos Alberto Rocha Gonçalves, filho de Marcos Gonçalves, executivo do grupo J&F, da família dos irmãos Joesley e Wesley Batista. Há um verdadeiro circuito que começa no Moro e vai até o Fachin. Todos com o mesmo perfil: família, ação política, conexões empresariais, com escritórios advocatícios, ideologia propensa à direita, de uma elite estatal muito antiga que opera em redes familiares.

Leia também:

 - Especialistas em delação fecham acordos antes de cliente ser investigado / Citados pelo ministro Gilmar Mendes como “o novo direito de Curitiba”, escritórios de advocacia especializados em delação agora captam clientes preocupados com futuras investigações, antes mesmo da abertura de inquéritos

 - De cada lado do balcão, um Castor de Mattos / Citado por Gilmar Mendes, procurador da Lava Jato Diogo Castor de Mattos e seu irmão advogado, Rodrigo, aparecem atuando juntos em pelo menos cinco procedimentos judiciais da 13a Vara Federal de Curitiba

Com informações da Pública

#BlogueDoSouza - Democratização da Comunicação, Reformas de Base e Direitos Humanos.


Notas internacionais 18/06/18

18 de Junho de 2018, 10:03, por Feed RSS do(a) News

por Ana Prestes

por Ana Prestes

- Iván Duque foi eleito ontem (17) presidente da Colômbia com 54% de votos. O candidato Gustavo Petro obteve 41,8% dos votos. O ex-senador e ex-funcionário do Bird em Washington, Iván Duque, é do mesmo partido do ultra-direitista Álvaro Uribe, Centro Democrático. Ambos dialogaram na campanha com a parcela da população que acredita que os acordos de paz com as FARC, promovidos por Juan Manuel Santos, foram muito condescendentes com os guerrilheiros e precisam ser revistos. Mais de 200 mil guerrilheiros abandonaram as armas, após meio século de conflitos, em uma pactuação construída e selada em Havana. A candidatura de Gustavo Petro, ex-guerrilheiro do M-19 e ex-prefeito de Bogotá pelo Polo Democrático, foi o mais próximo que a esquerda já conseguiu chegar da possibilidade de governar. Pouco mais de 8 milhões de pessoas lhe deram seu voto.

- Temer representará o Brasil na reunião de cúpula do Mercosul que ocorre nesta segunda (18) em Assunção no Paraguai. Um dos debates da cúpula deverá ser a aproximação entre o Mercosul e a Aliança do Pacífico. Ambos blocos devem se encontrar em 24 de julho no México.

    - A Itália voltou a recusar barcos com migrantes provenientes da Líbia neste sábado (16). As embarcações são de uma ONG e segundo o ministro do interior italiano, Matteo Salvini, foram vistas na costa da Líbia “à espera de seu carregamento de seres humanos”. O barco Aquarius, rejeitado pelo governo da Itália há uma semana chegou à Espanha. Itália, Grécia e Espanha são as três maiores portas de entrada marítima para migrantes no continente europeu. Mais de 200 pessoas já morreram só em 2018 nas travessias.

    - O primeiro-ministro italiano Giuseppe Conte se reuniu com seu homólogo francês, Emmanuel Macron, em Paris na última sexta, 15. O encontro ocorreu depois de um mal estar entre os dois governos por conta da embarcação Aquarius, com mais de 600 migrantes vindos da costa da Líbia. Macron criticou o governo italiano por fechar seus portos para o barco, mas ele também não abriu seu porto na Córsega para receber o barco que por fim seguiu para a Espanha, após anúncio de acolhimento pelo governo espanhol. Macron tentou remediar depois dizendo que a Espanha poderia enviar parte dos acolhidos para a França, o que o governo espanhol aceitou prontamente. Conte e Macron disseram no encontro que o mal estar estava resolvido e que seus governos vão cooperar nesta e em outras matérias. A solução pensada pelos dois para a questão da migração é que nos próprios países africanos, de onde saem os migrantes, sejam criados “centros de refugiados”, a justificativa é que muitos dos que tentam migrar não conseguem asilo na Europa e morrem na travessia. A iniciativa vem de encontro aos últimos pronunciamentos do premiê da Áustria, que pretende construir “campos para refugiados” fora da Europa.

    - Guerra comercial entre China e EUA está mais quente ainda. Na sexta (15) Trump anunciou uma tarifa de 25% sobre produtos chineses que somam 50 bilhões de dólares e prometeu ampliar caso haja retaliação chinesa. Mesmo antes dos anúncios, a China já havia revelado que se confirmadas as sobretaxações cancelaria todos os acordos alcançados nos últimos dois meses de negociações. Grande parte dos itens taxados pelos EUA são de produtos do programa “Feito na China 2025” de alta tecnologia. No sábado (16) a China anunciou taxas de 25% sobre 659 tipos de produtos americanos no valor igualmente equivalente a 50 bilhões de dólares. O principal produto atingido será a soja. A China é o maior país comprador de soja dos EUA. A China também deu sinais de que pode taxar petróleo e gás natural.

    - Foram revelados pelo Wall Street Journal alguns impropérios ditos por Trump durante o último G7 no Canadá. Em um deles, ao falar sobre os problemas da migração, o presidente americano disse ao primeiro-ministro japonês, Shinzo Abe, que enviaria 25 milhões de mexicanos ao Japão e que este logo estaria fora do cargo.

    - A mesa de diálogo entre governo e oposição na Nicarágua prosperou nesta sexta (15). Entre uma das decisões está o aceite, por parte do governo, da presença de observadores internacionais de direitos humanos para investigar as mortes nos protestos que ocorrem desde 18 de abril. Foi acertada também a presença da CIDH, da ONU e da OEA, além de organizações internacionais como Anistia Internacional. Uma das propostas que também está na mesa para ser discutida é a antecipação das eleições gerais no país para 29 de março de 2019. Ocorre que logo após os diálogos da sexta, houve um novo incidente grave no sábado (16). A invasão de pessoas armadas a uma casa de três andares em Manágua deixou 8 pessoas mortas e incendiou a edificação. Há controvérsias entre governo e oposição sobre quem teria atacado a casa. O líder sandinista Carlos Fonseca comentou em nota que os que morreram eram sandinistas e que nem o partido e nem o governo colocariam a perder o êxito do diálogo ocorrido há horas antes com uma barbaridade dessas, como foi o ataque a uma casa de família.

    - No Marrocos, um boicote a três empresas desde o dia 20 de abril tem provocado uma crise social e política no país. O boicote, organizado através do facebook, faz parte de uma série de protestos, que foram mais fortes nas ruas em 2016, contra a desigualdade e a carestia. Já se fala em intervenção do Rei do Marrocos no governo formado por uma coalizão de 5 partidos. O rei é o único que pode nomear ou destituir ministros. Uma das empresas boicotadas é a Afriquia que detém postos de combustíveis e pertence a Aziz Ajanuch, ministro de Agricultura e Pesca desde 2007 e que possui a segunda maior fortuna do país, ficando apenas após o rei Mohamed VI. O ministro planeja assumir o governo em breve. As outras empresa boicotadas são a Centrale (da Danone), que comercializa leite e a Sidi Ali que comercializa água potável. O Rei do Marrocos possui participação econômica em todas as empresas permitidas no país.

    - Se aproxima a eleição da Turquia, que ocorrerá no próximo dia 24 de junho. A eleição será plebiscitária, contra ou a favor de Edrogan que é presidente há 15 anos e antecipou em um ano e meio as eleições para poder se beneficiar das novas regras constitucionais que garantem mais poder ao dirigente máximo do país.

    - Governo da Colômbia e ELN (exército de libertação nacional) terminaram nesta sexta (15) mais um ciclo de conversas de paz em Havana. Foi o quinto ciclo. Ainda não foi alcançado um cessar-fogo. O sexto ciclo de diálogos começa em 25 de junho, após o segundo turno das eleições presidenciais deste domingo (17).

    - Já são quase 2 mil crianças separadas de suas famílias, que entraram ilegalmente nos EUA em 2018. A ONU denuncia “violação grave dos direitos da criança”. Cinicamente Trump atribui a medida a uma lei proposta por democratas durante o governo Obama e que objetivava eliminar o tráfico de crianças. Em entrevista Trump disse que para mudar a lei precisa do apoio dos democratas. Já o secretário de Justiça, Jeff Sessions, citou a Bíblia para justificar a separação das famílias detidas na fronteira. Segundo Sessions, ter filhos não dá imunidade aos migrantes para cometer o delito de cruzar a fronteira e citou o apóstolo Paulo em uma passagem da Bíblia: “obedeça as leis do governo, porque Deus enviou o governo para seus propósitos”. A porta voz da Casa Branca, Sarah Sanders, fez coro com o secretário ao dizer que “é muito bíblico fazer cumprir as leis”. Estas declarações vieram logo após o republicano Paul Ryan, presidente da Câmara dos Deputados, ter se pronunciado em conferência à imprensa dizendo que o parlamento não quer as crianças separadas de suas famílias e que é necessário resolvê-lo mediante uma lei migratória. Um grupo de parlamentares democratas já apresentou um novo projeto de lei para por fim à prática, mas a líder do bloco, Nancy Pelosi, disse não ver perspectiva na aprovação da nova lei.

    - O ex-chefe de campanha de Donald Trump, Paul Manafort, foi preso preventivamente. Ele enfrenta processo em que é acusado de conspiração e lavagem de dinheiro ao trabalhar para governos estrangeiros, como o da Ucrânia, por exemplo.

    - Repercutiu internacionalmente a passagem dos 90 dias do assassinato de Marielle Franco sem que o caso tenha sido elucidado pelas autoridades. Destaque para as ações da Anistia Internacional no país.

    - Movimentos progressistas do Paraguai lembraram na última sexta (15) os seis anos do massacre de Curuguaty, no qual morreram 11 camponeses e 6 policiais. As mortes ocorreram durante uma reintegração de posse de uma fazenda perto da fronteira com o Brasil. O conflito foi uma das justificativas usadas para a execução do golpe parlamentar que derrubou o então presidente Fernando Lugo, o que facilitou o encarceramento pelas autoridades de 6 camponeses até hoje presos sem provas, acusados de matarem os policiais envolvidos. No Paraguai apenas 3% de proprietários concentram cerca de 85% das terras e existem 9 milhões de hectares de terras que os paraguaios chamam de “malhabidas”, ou seja, apropriadas ilegalmente por particulares, sociedades e instituições durante a ditadura de Alfredo Stroessner entre 1954 e 1989 e nos anos posteriores, valendo se de um vácuo legal.

    - Na Bolívia, seguem os conflitos entre a UPEA (universidade pública de El Alto) e o governo. Houve mais protestos em La Paz na última sexta (15). Professores, estudantes e administrativos da UPEA pedem modificação da Lei 195 de Coparticipação Tributária. A marcha do dia 15, que foi tensa por estouro de bombas, pediu negociação sem condicionantes do governo e libertação de manifestantes detidos nas últimas semanas. O conflito entre a universidade e o governo já dura 4 semanas.

    - Em Cuba e na Argentina várias atividades ocorreram pela passagem dos 90 anos de nascimento de Ernesto Che Guevara no último 14 de junho.

    - Na Argentina, a postagem de um médico em suas redes sociais viralizou poucas horas após a aprovação na câmara das deputadas e deputados da Lei do Aborto (ainda vai ao senado e sanção presidencial). Segundo o médico, durante seu turno no hospital, os abortos serão realizados sem anestesia. A publicação gerou reação da Ministra da Saúde, Judit Díaz Bazán e do Conselho de Medicina do país.



Escolhas que matam

15 de Junho de 2018, 17:22, por Feed RSS do(a) News

 

Clementeganz colunistablogoo

por Clemente Ganz Lúcio*

 

As crises econômicas e as recessões são fenômenos que atormentam as sociedades nesses dois séculos de capitalismo. Causas diversas estão na origem de cada crise e podem ser tratadas de formas diferentes, conforme as distintas correntes de pensamento econômico. O debate acompanha as escolhas de políticas econômicas dos governos e as decisões de empresas, investidores, bancos, entre outros. As sociedades assistem, às vezes participam, mas sempre sofrem as consequências das crises e das medidas tomadas para enfrentá-las. Desdobramentos assombrosos, como guerras, conflitos sociais, empobrecimento e miséria, desemprego, arrocho salarial e fome tecem a teia de mazelas que une cada contexto histórico específico.

Para poucos, quer dizer, para os mais ricos, as crises são oportunidade para enriquecerem ainda mais, comprando ativos baratos, ganhando com juros, arrochando devedores e garimpando oportunidades. Com as crises, esses poucos ganham com o sofrimento de muitos!

As crises criam os derrotados pelo desemprego, destituídos de capacidade para gerar a renda para o consumo da família, muitos perdem casa e bens, e outros veem a família se desagregar. O desespero abate e adquire faces perversas que destroem o horizonte das pessoas e as perspectivas de futuro de uma nação.
Mais dramático ainda é o destino daqueles que não têm autonomia para lutar e se defender, como as crianças. Estudo divulgado pela Fundação Abrinq (http://fadc.org.br) mostra que a mortalidade infantil voltou a crescer no Brasil, depois de uma década de contínua redução. O número de óbitos de crianças entre 1 e 4 anos passou de 5.595, em 2015, para 6.212, em 2016, aumento de 11% no período. No caso das crianças com entre 1 mês e 1 ano de idade, o número de mortes subiu 2%, de 11.001 para 11.214.

Qual o motivo? O desemprego faz os estragos conhecidos, mas as decisões governamentais são ainda mais perversas, porque quando a crise afeta a receita fiscal do Estado, os gastos sociais são cortados. Diante de uma crise, o governo cobra mais impostos de quem pode – dos ricos – ou faz cortes. E os cortes deveriam atingir quem pode aguentar o tranco da recessão. Os gastos com a manutenção do atendimento social e destinados a financiar a saída da crise deveriam ser mantidos.

O pior corte é aquele que fragiliza ainda mais as condições dos mais fracos, quer dizer, de crianças e pobres. A própria Fundação Abrinq mostra onde acontecem cortes nos programas sociais. Um exemplo é o programa Rede Cegonha, cuja atenção é voltada à mãe no pré-natal, ao parto e à criança, do nascimento até os dois anos, em que o governo aplica hoje somente pouco mais de 10% dos recursos que deveria aplicar. Os cortes se espalham pelos programas de alimentação, educação, saúde, saneamento, Mais Médicos, entre tantos outros. As consequências são graves, e podem levar a óbito pessoas que dependem desses serviços ou ainda acarretar sequelas, muitas vezes, irreversíveis a outras.

Por isso é sempre bom falar da importância da escolha de parlamentares e governantes por meio do voto. Eles decidem como arrecadar impostos e como aplicá-los. Os trabalhadores são a maioria da população, mas se tornam minoria porque dão poder, pelo voto, àqueles que decidem contra seus interesses. São decisões que podem desempregar, arrochar salários, tirar direitos e matar. Há caminhos para fazer a economia crescer, gerar empregos, proteger direitos e garantir a vida diante das adversidades. Por isso, atenção às escolhas faz muita diferença!

 

* Sociólogo, diretor técnico do DIEESE, membro do CDES – Conselho de Desenvolvimento Econômico e Social.



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