Ir para o conteúdo

Blogoosfero

Tela cheia

Blogoosfero

3 de Abril de 2011, 21:00 , por Desconhecido - | 2 people following this article.
Licenciado sob CC (by)

Presença marcante do Brasil, diz diretor do Festival de Locarno

30 de Julho de 2018, 22:53, por Feed RSS do(a) News

Frase diplomática ou irônica? O fato é que logo depois de ter dito haver uma presença marcante do cinema brasileiro no Festival Internacional de Locarno, embora sejam só dois filmes e fora da competição internacional, seu diretor Carlo Chatrian reconheceu ter recebido mais filmes, mas que a qualidade é um dos critérios de seleção e que espera um filme de um diretor brasileiro, mesmo de 12 horas, que o surpreenda para ser selecionado. Leiam a entrevista completa.

Por Rui Martins, que estará do 1 ao 11 de agosto em Locarno, convidado pelo Festival Internacional de Cinema.

Carlo Chatrian deixará o Festival de Locarno para dirigir o Festival de Berlim

O cinema não morreu e nem vai morrer, Netflix não é ameaça acentua Carlo Chatrian, numa entrevista exclusiva a Rui Martins, falando dos filmes brasileiros e latinoamericanos participantes do 71. Festival Internacional de Cinema de Locarno (1 ao 11 de agosto), cuja direção artística deixará para assumir essa mesma função na Berlinale, o Festival Internacional de Cinema de Berlim.

A ausência de filmes brasileiros nas principais competições internacionais teria sido por falta de melhor qualidade, dá a entender o diretor do Festival de Locarno, embora considere marcantes a presença do filme de Júlio Bressane, Sedução da Carne, e do filme Temporada, de André Novais de Oliveira, na mostra Leopardos de Hoje, destinada aos cineastas emergentes.

Carlo Chatrian está entusiasmado com o filme argentino A Flor que, deverá marcar presença na história do cinema. De qualquer forma, com duração de 14 horas será o mais longo filme apresentado num festival.

Entrevista com Carlo Chatrian, diretor-artístico do Festival Internacional de Cinema de Locarno

Rui Martins – Com apenas dois filmes em Locarno e fora da principal competição internacional, como vê a participação brasileira este ano?

Carlo Chatrian – Eu acho que a presença brasileira é marcante neste Festival de Locarno, temos um grande mestre que retorna, Júlio Bressane, com seu filme Sedução da Carne, com seu cinema que é provocante, pleno de humor e de ironia, e temos também algo novo, Temporada, na mostra Cineastas do Presente. Quanto à quantidade da escolha, houve evidentemente propostas de outros filmes mas não selecionamos pensando na nacionalidade do filme mas verificando sua qualidade e sobretudo tentando compor um programa melhor possível.

Rui Martins -Os brasileiros não estão na competição internacional mas a América Latina está, como esse filme argentino, A Flor, de Mariano Llinás, com duração de catorze horas, que será exibido parcelado durante o Festival.

Carlo Chatrian – Esse filme argentino nós o selecionamos como um desafio ao público, à crítica e aos profissionais. Um filme pelo qual nos apaixonamos e que, acreditamos, ficará na história do cinema. Senão, vamos esperar que um realizador brasileiro nos proponha um filme, de 12 horas?, que me surpreenda para ser selecionado…

Rui Martins – Para a projeção do filme argentino no Festival, foi decidido mostrar todos os dias um pedaço até o fim do Festival?

Carlo Chatrian – O filme está previsto para se ver em três partes e, depois existem os episódios, mas o realizador não quer que o público veja episódio por episódio. Ele quer ir além do seriado de televisão ou telenovela. Existem personagens que reaparecem, principalmente as atrizes, e histórias dentro das histórias. Aqui no Festival o filme será visto em oito dias, de manhã, em partes de hora e meia a duas horas, escolhidas pelo realizador Mariano Llinás. Esse filme não é difícil de se seguir. Ele é longo, com diversas histórias em diversos idiomas. Começa na América Latina mas depois vai até a Europa, Bruxelas, França, faz um pouco a volta do mundo, misturandos gêneros e tons.

Rui Martins – … e há o filme colombiano…

Carlo Chatrian – O filme colombiano Pássaros de Verão foi mostrado em Cannes, não está na competição mas será exibido no telão da Piazza Grande. É um filme de Ciro Guerra, do qual gostei muito do Abraço da Serpente. Pássaros de Verão é uma história forte que se mistura com uma beleza extraordinária de paisagens e de corpos.

Rui Martins – Alguma observação sobre o filme brasileiro Temporada, que concorre na mostra Cineastas do Presente?

Carlo Chatrian – É o segundo filme de André Novais de Oliveira, história de uma jovem que, com um grupo de colegas faz uma pesquisa, paga pela comunidade, sobre o mosquito vetor do virus zika. Não é um filme realista, trata-se de um pretexto para se saber o que se passa nos bairros burgueses e pobres, aproveitando para contar a história dessa mulher de uns quarenta anos, que muito nos tocou pelo tom. Não é uma comédia mas não é uma tragédia, uma história de amor que se constrói em cima dessa realidade. No Brasil, pelo menos eu acho, estamos acostumados com os muito ricos ou muito pobres, e essa história se passa numa pequena classe média, contando com muita sensibilidade a vida que as pessoas levam nas suas casas modestas.

Rui Martins – Qual será o futuro do cinema, o futuro dos festivais? Um grupo de jovens escolhidos pelo Festival de Locarno pesquisa essas questões. Houve essa crise entre o Festival de Cannes com Netflix. O que acha, os festivais continuarão chamando a atenção das pessoas ou será preciso mudar, pois os jovens mudaram seus hábitos com seus celulares?

Carlo Chatrian – Faz mais de trinta anos que falam na morte do cinema e ele está aí, cheio de vida. O cinema nos mostra filmes que adoramos, que são vistos por milhões de pessoas, quem vem a Locarno pode ver seu público principalmente jovem. Não tenho nenhum receio quanto ao futuro do cinema, ele está vivendo um momento de evolução e de transição. A questão mais importante ligada a essa transição do cinema, é a relacionada com as salas onde são projetados os filmes, os cinemas. Acho que para continuarem existindo deverão mudar a maneira de programar os filmes e de apresentá.los. Hoje, exceto os filmes lançados com grande publicidade, os filmes têm dificuldade atraírem o público e serem visíveis. Nisso, acho que os festivais têm um papel importante. Muito importante é também o público que vai aos festivais porque é ele quem vai transmitir, levar adiante os filmes como as antenas. Os festivais têm esse papel – o de mostrar que certos filmes existem e sua mensagem ao público é: estes filmes existem, gostou deles? Diga, então, a outras pessoas. Não é uma maneira muito ortodoxa de explicar, mas se mudança deve haver, ela se ferá nas pequenas coisas, não nos grandes sistemas. Os grandes sistemas de distribuição estão estruturados de tal forma que não irão ajudar o cinema de autor.

Rui Martins – Bom, acredita no futuro do cinema e dos festivais, está indo agora dirigir outro festival, pretende fazer inovações?

Carlo Chatrian – Claro que tenho confiança no futuro do cinema, senão faria outra coisa como profissão. A cada ano fico surpreso pela qualidade dos filmes que me chegam, com histórias que não se repetem. Por isso, não tenho nenhum receio quanto ao futuro do cinema.

Rui Martins – Netflix é uma ameaça?

Carlo Chatrian – Não. Eu acredito que Netflix traz alguma coisa de novo. Os jovens olham Netflix, porém eles vão também ao cinema. A questão é como comunicar um filme que, segundo a maneira como é produzido, não pode estar em todos os lugares. Tanto que Netflix produzirá bons filmes, dará vontade de ver filmes. E se temos vontade de ver filmes, queremos vê-los nas melhores condições possíveis. E o cinema, a sala onde são projetados os filmes, é ainda a melhor situação, o melhor lugar para se ver filmes. Talvez eu esteja sendo muito positivo diante da realidade, mas é como se passa com a biblioteca e a livraria. Se eu vou à biblioteca é porque gosto de ler e, se eu gosto de ler vou também à livraria comprar alguns livros que gosto particularmente.

Rui Martins estará em Locarno, do 1 ao 11 de agosto, convidado pelo Festival Internacional de Cinema.



Direita levanta bandeira da esquerda que criminaliza oligopólios da comunicação

30 de Julho de 2018, 22:53, por Feed RSS do(a) News

Segundo Capitão Augusto, a concentração dos meios de comunicação é debatida há muito tempo pela sociedade, “que vê com preocupação o domínio da mídia nas mãos de poucos e poderosos grupos econômicos que intervém sobremaneira em todas as questões sociais”.

 

Por Redação, com Agência Câmara – de Brasília

 

Embora a bandeira seja defendida pelas legendas políticas da esquerda, coube a um parlamentar da direita mais conservadora retomar a pauta que regulamenta o setor da Comunicação no país. Tramita na Câmara dos Deputados o Projeto de Lei 9049/17, do deputado Capitão Augusto (PR-SP), que constitui infração à ordem econômica o monopólio ou oligopólio de meios de comunicação social, seja de mídia impressa ou eletrônica. As Organizações, Globo, dona de um império no país, seria o principal alvo da nova legislação.

A Câmara avalia projeto que criminaliza o cartel da mídia, no BrasilA Câmara avalia projeto que criminaliza o cartel da mídia, no Brasil

A proposta inclui a restrição na Lei do Sistema Brasileiro de Defesa da Concorrência. Hoje em dia, a lei considera como infração o aumento arbitrário de lucros e o domínio de mercado relevante de bens ou serviços, entre outros.

Esse tipo de infração sujeita a empresa a multa de 0,1% a 20% do valor do faturamento bruto; para outras pessoas físicas ou jurídicas sem faturamento bruto, a multa varia entre R$ 50 mil a R$ 2 bilhões.

Paradigmas

Segundo Capitão Augusto, a concentração dos meios de comunicação é debatida há muito tempo pela sociedade, “que vê com preocupação o domínio da mídia nas mãos de poucos e poderosos grupos econômicos que intervém sobremaneira em todas as questões sociais”.

Um grupo com domínio de mercado de comunicação é capaz, na opinião do deputado, de difundir e concentrar as informações que lhe convém de acordo com seus interesses e ditar o futuro do País.

— Vejo com preocupação grupos de comunicação que dominam o mercado querendo estabelecer a todo custo paradigmas de inversão de valores, como a desmoralização dos policiais militares e a glamourização dos marginais — afirmou Capitão Augusto.

Ressalvas legais

A Lei do Sistema Brasileiro de Defesa da Concorrência presume que há “posição dominante” sempre que uma empresa ou grupo de empresas for capaz de alterar unilateral ou coordenadamente as condições de mercado ou quando controlar 20% ou mais do mercado relevante, podendo este percentual ser alterado pelo Cade para setores específicos da economia.

O texto legal também considera que a conquista de mercado resultante de processo natural, pela maior eficiência de agente econômico em relação a seus competidores, não caracteriza ato ilícito.

Tramitação

A proposta tramita em caráter conclusivo e será analisada pelas comissões de Ciência e Tecnologia, Comunicação e Informática; de Desenvolvimento Econômico, Indústria, Comércio e Serviços; e de Constituição e Justiça e de Cidadania.



O jornalismo de ódio levou a Abril para o buraco

22 de Julho de 2018, 0:36, por Feed RSS do(a) News

Veja nunca mais O presidente executivo Giancarlo Civita e o presidente do conselho editorial, Victor Civita Neto, pegaram o boné e deixaram a empresa sob o comando da consultoria Alvarez & Marsal, que nomeou o executivo Marcos Haaland como o novo CEO.

O grande fato da conjuntura, no agônico universo da mídia corporativa brasileira, é o passamento da Editora Abril.

O antigo gigante editorial, a dois anos de tornar-se septuagenário, passou das mãos da família Civita para a de seus credores.

O presidente executivo Giancarlo Civita e o presidente do conselho editorial, Victor Civita Neto, pegaram o boné e deixaram a empresa sob o comando da consultoria Alvarez & Marsal, que nomeou o executivo Marcos Haaland como o novo CEO.

A consultoria é especializada na recuperação de empresas em situação pré-falimentar. Com a Abril endividada e insolvente, os Civita saem de cena e a empresa cai nas mãos dos bancos.

Não é exatamente um destino glorioso para a editora fundada em 1950, pelo ítaliano naturalizado norte-americano Victor Civita.

Ela começou com o Pato Donald e agora é tragada pelo Brasil dos patos.

Este “novo Brasil” em que o “mercado” dá as cartas e promete nos levar ao paraíso, embora entregue apenas o inferno da estagnação econômica, do desemprego e da crise social.

Os outros grupos midiáticos ainda não bateram na lona como a Abril, mas estão próximos do nocaute. Nenhum deles, Globo incluído, tem a vitalidade de tempos passados.

O discurso oficial da mídia para a sua crise é de que tudo é causado por mudanças estruturais na sua base tecnológica.

O avanço rápido da internet atropelou os veículos impressos e eletrônicos tradicionais, e destruiu os modelos de negócio anteriores.

A publicidade, na qual esses modelos se baseavam, migrou para os veículos digitais e deixou os velhinhos da mídia a verem navios de dívidas.

Tudo isso é verdade, mas se audiência e circulação dependem de volume de público consumidor, uma decisão política dos grupos de mídia teve peso enorme no seu atual infortúnio. E, como tantos outros fatos, é omitida por eles.

Foi a aposta na radicalização do discurso em favor do mercado e de sua ideologia, e na demonização de tudo e todos que defendessem o trabalhismo, o socialismo, qualquer alternativa de esquerda, incluindo o moderadissimo nacional-desenvolvimentismo.

A ponta de lança dessa ofensiva foi justamente a revista VEJA, a jóia da Editora Abril, pioneira em se lançar no jornalismo de campanha ultradireitista, há mais de dez anos.

Seguindo o mesmo rumo ditado por Rudolf Murdoch para a mídia corporativa mundial, a VEJA converteu o PT, o partido dito “populista” que estava no poder, no grande alvo nacional, o ícone da corrupção, o inimigo a vencer para a salvação do Brasil.

Foi seguida e apoiada por toda a grande imprensa nacional, com os resultados conhecidos por todos: um impeachment fraudulento, a economia arruinada e um governo pós-petista desastroso, do qual todos agora tentam se afastar.

Ao fazer a sua guinada radical à direita, insultando e demonizando a esquerda sem cessar, a mídia perdeu inevitavelmente mercado.

Foi abandonada pelos leitores, ouvintes e espectadores de esquerda, sempre os mais interessados em informação, análise e debate.

A mídia jogou fora o filé de seu público, para abraçar-se com os consumidores de direita, que não responderam como era esperado.

Agora eles se nutrem de memes e fake news produzidas diretamente por agências ideológicas tipo MBL nas redes sociais, e chegam mesmo a acusar uma Globo ou uma Folha de “esquerdistas”.

A mídia tanto fez pela depuração ideológica de seu público, insuflando nele o amor pelo ódio, que acabou fecundando o seu próprio ovo da serpente.

Ele quebrou, a serpente escapou, odeia todo mundo e agora o refúgio dos barões midiáticos é o cofre dos bancos.

O post O jornalismo de ódio levou a Abril para o buraco apareceu primeiro em Nocaute.