No Supremo Há Quem Não Esconda: Lula é o Alvo
5 de Novembro de 2012, 22:00 - sem comentários ainda
Marcos Valério teve relações financeiras com setores do PT. Como teve com uma parcela do PSDB de Minas. Empresas de Valério tiveram negócios com empresas do grupo Opportunity, de Daniel Dantas. Dantas teve ligações importantíssimas com gente importante no PSDB. Como teve ligações importantes com gente importantíssima no PT. Já passou da hora do PT vir a público e admitir os erros brutais que cometeu nesse contubérnio.
Condenado há 40 anos, Valério não quer ir para a cadeia. Para isso, fará e dirá qualquer coisa. Assim como Valério pode dizer o que quiser, a mídia tem o direito, e o dever, de publicar o que ele diz. Mesmo que, por ora, baseada apenas na palavra de um condenado que não quer ser preso.
Há um consenso que esses são direitos democráticos, os de Valério, e os da mídia. Como é de direito quem recebe tais informações, o telespectador, o leitor, o usuário de internet, de redes socais, fazer uma pergunta: por que o que Valério diz sobre Lula chega às manchetes e 115 páginas de documentos oficiais não são nem notícia? Cento e quinze páginas de documentos confidenciais produzidos em uma CPI ou obtidos em paraísos fiscais.
Valério prestou depoimento ao Ministério Público. Ele quer delatar e ser beneficiado com a liberdade. As 115 páginas de documentos estão num livro de Amaury Ribeiro Jr, “A Privataria Tucana”. As informações contidas no livro receberam um registro em dois grandes jornais. Informações sobre personagens e bastidores de um meganegócio de R$22 bilhões, a privatização do sistema Telebras.
Informações sobre a documentação exposta no livro (nem se diga investigações a respeito) seguem inéditas em boa parte da chamada grande mídia. Inclusive na revista Veja. (NR: onde foram publicadas duas reportagens de capa com denúncias atribuídas a Marcos Valério). A pergunta de quem não conhece esse ramo e seus bastidores é: por que manchetes num caso e silêncio, ou, se tanto, desqualificação no outro caso? E em outros casos também.
O PT errou, gravemente, ao montar parceria com Marcos Valério. Como errou quando alguns dos seus construíram pontes com, entre outros, Daniel Dantas. O PT erra quando não reconhece e não se desculpa publicamente pelos seus erros. Esses e outros.
É claro como o dia que partidos de oposição também têm seus escândalos. Mas, para ter autoridade ao abordar escândalos alheios, o PT deve, antes, tratar dos seus. E, ao contrário do que sempre fizeram os demais partidos, tratar disso também publicamente.
Como já informado aqui em outros comentários, além dos que estão em julgamento do mensalão havia, e há, um outro grande alvo. Esse alvo é Lula. No Supremo há quem não esconda isso em conversas reservadas. Da mesma forma, na mídia.
Em comentário do dia 3 de outubro (Julgamento & eleições: a Justiça na balança), informávamos o que está nas linhas abaixo:
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Esse, de Minas, (o do "mensalão" do PSDB) não é o único grande julgamento de políticos germinando. Com poder e influência no Supremo, há quem aposte e já insinue um outro grande alvo. Alvo decorrente desse julgamento agora em andamento… É anotar e aguardar…
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Lula deixou o governo com espantosa aprovação de 87% no Ibope. Felizmente, 13% não aprovaram seus oito anos de governo. Felizmente porque só nas ditaduras não existe oposição.
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Brasil afora há quem venere Lula. E ele sabe disso; é muito mais agradável os seus informarem e ele ser informado sobre essa veneração. Mas certamente Lula deve saber, alguém deve dizer a ele de quando em quando: além de fazer oposição, um direito democrático de todos, há quem lhe devote um ódio profundo.
Os Problemas Entre o Executivo e o Supremo
5 de Novembro de 2012, 22:00 - sem comentários ainda
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RodapéNews - 1ª Edição, 06/11/2012, Terça-Feira
5 de Novembro de 2012, 22:00 - sem comentários ainda(informações de rodapé e outras que talvez você não tenha visto)
De: Paulo Dantas
- EM 1º DE JULHO DE 2012, ALCKMIN ENTREGOU "NOVO TREM" (BONDINHO) À POPULAÇÃO DE CAMPOS DE JORDÃO (SP) QUE, NA REALIDADE TINHA SIDO REFORMADO OU MELHOR, "MAQUIADO";
- ANTES DA TRAGÉDIA, ELE JÁ TINHA DESCARRILADO EM OUTUBRO PASSADO
RodapéNews - 2ª Edição, 05/11/2012, Segunda-Feira
4 de Novembro de 2012, 22:00 - sem comentários ainda(informações de rodapé e outras que talvez você não tenha visto)
De: Paulo Dantas
Comandante da operação conhecida como massacre do Carandiru, que resultou na morte de 111 presos em 1992, o coronel Ubiratan foi baleado em seu apartamento, nos Jardins ( zona oeste), no dia 9 de setembro de 2006
Ela é acusada de homicídio por motivo fútil, torpe e sem propiciar defesa
SÃO PAULO - Uma disputa entre dois grupos pela cobrança de propinas na operação de máquinas caça-níqueis pode estar por trás da onda de violência na Grande São Paulo. De um lado, a facção que domina os presídios paulistas. De outro, uma milícia formada por policiais militares (PMs) aposentados e da ativa, criada inicialmente como grupo de extermínio e que, agora, tenta dominar territórios, a exemplo da facção, numa das atividades mais tradicionais da corrupção policial: o jogo do bicho e os caça-níqueis
Inglaterra: “Como Aconteceu da Gente Vender Nossa Eletricidade”
4 de Novembro de 2012, 22:00 - sem comentários aindapublicado em 5 de novembro de 2012 às 2:43por Luiz Carlos Azenha
Enviado por Beatrice
Britânicos choram: Thatcher entregou soberania energética aos franceses!
As revistas literárias, quem diria, estão se transformando no espaço para as grandes reportagens que antes saiam nos jornais. Como o público delas é razoavelmente sofisticado, não engole qualquer lixo vendido a título de “jornalismo”. A mais recente edição da London Review of Books traz uma reportagem excepcional de James Meek, How we happened to sell off our electricity, “Como aconteceu da gente vender nossa eletricidade”, que é um raio xis do sistema elétrico do Reino Unido.
Resumo: o neoliberalismo de Margaret Thatcher entregou a soberania energética do Reino Unido logo… à França.
O equivalente ao Brasil entregar à Argentina o poder de decidir sobre as questões mais importantes do futuro de sua matriz energética — ou vice-versa.
O texto mostra como os britânicos se desfizeram da estatal Central Electricity Generating Board (CEGB) apenas para vê-la substituída primeiro por investidores norte-americanos e em seguida pela estatal francesa EDF. Mostra como, na França, a multinacional EDF enfrenta uma campanha de ativistas que trabalham para evitar cortes de energia para quem não pode pagar a conta, agindo como se fossem Robin Hoods do século 21.
Trechos (observações entre colchetes do Viomundo, para facilitar o entendimento):
O que aconteceu não é o que eles [os que promoveram a privatização] prometeram ou pretendiam quando colocaram a indústria estatal de eletricidade do Reino Unido à venda. Antes do fim deste ano, políticos, regulamentadores e corporações tomarão decisões que vão determinar a vida elétrica do país pelo próximo meio século.
Vão decidir como manter as luzes acesas e as rodas da indústria em movimento pelos próximos cinquenta anos sem afetar severamente o clima e sem nos empobrecer. Mas como resultado das ações tomadas uma geração atrás pelos conservadores de Margaret Thatcher — um partido cujo programa nacionalista prometia independência da Europa — agora as decisões não dependem apenas do Reino Unido.
Thatcher prometia menos envolvimento do Estado mas o futuro da oferta britânica de energia agora depende de companhias estatais francesas baseadas em Paris: Electricité de France, mais conhecida como EDF, e Areva, fabricante de usinas nucleares. A EDF e a Areva vão construir novos reatores nucleares no Reino Unido? Se sim, quanto isso vai custar ao público britânico e francês?.
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Em 1981, com inflação e desemprego acima dos 10%, o recentemente eleito governo conservador forçado a ceder diante de demandas dos mineiros, cortes de gastos públicos provocando protestos e a carreira de Thatcher como primeira ministra parecendo fadada a um fim ignominioso, um economista de 38 anos da Universidade de Birmingham chamado Stephen Littlechild trabalhava em formas de colocar em prática uma ideia esotérica que tinha sido muito discutido em círculos radicais dos Tory [o Partido Conservador inglês]: privatização. A privatização não era patente da Thatcher.
O economista espanhol Germà Bel liga a origem do termo à palavra alemã Reprivatisierung, primeiro usada em inglês em 1936 pelo correspondente em Berlim da revista Economist, que escrevia sobre a política econômica dos nazistas. Em 1943, em uma análise do programa econômico de Hitler no Quarterly Journal of Economics, a palavra “privatização” entrou na literatura acadêmica pela primeira vez. O autor, Sidney Merlin, escreveu que o Partido Nazista “facilitava a acumulação de fortunas privadas e de impérios industriais por seus mais importantes membros e colaboradores através de privatização e outras medidas, com isso intensificando a centralização das questões econômicas e de governo em um grupo cada vez mais diminuto, que poderia ser classificado de elite nacional-socialista.
Os caubóis livre-mercadistas que chegaram ao poder com Thatcher em 1979 talvez não soubessem do prelúdio nazista, mas com certeza sabiam das privatizações mais recentes, no Chile de Pinochet”
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A solução de Littlechild para o Reino Unido foi substituir o teto existente nos Estados Unidos para o lucro [das empresas elétricas privadas] por um teto para o preço da energia vendida ao consumidor. As companhias privatizadas só poderiam aumentar seus preços anualmente pelo equivalente à inflação menos um fator X, que a agência reguladora definiria a cada cinco anos.
Os preços deveriam cair em termos reais todos os anos: parecia um bom negócio para o consumidor. Mas o que não parecia óbvio para a maioria das pessoas eram as imensas oportunidades para as empresas privadas de energia cortarem custos e não apenas demitindo trabalhadores.
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Mas, assim que os privatistas calcularam a capacidade de produção disponível e os custos de manter as diferentes usinas, criaram um sistema para definir o preço de atacado da energia tão complicado que só era entendido pelas pessoas que dirigiam as empresas, justamente aquelas cujo interesse era manter o preço o mais alto possível.
No anos 90, os custos do petróleo, do gás e do carvão cairam e o gerenciamento agressivo tornou as usinas mais baratas de tocar, especialmente com as demissões de trabalhadores. Ainda assim o preço da energia no atacado ficou o mesmo. Os grandes players privados encontraram formas de manipular o mercado para manter os preços altos. Eles eram capazes de desvirtuar o sistema declarando, por exemplo, que uma certa usina estava temporariamente indisponível para gerar eletricidade. O preço da energia, então, aumentava — e num passe de mágica a usina voltava ao sistema.
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É uma cruel conclusão da realidade de privatizar serviços essenciais: o que está sendo vendido não é a infraestrutura, mas cidadãos pagantes de contas; o que está sendo privatizado não é a eletricidade, mas a cobrança de impostos.
De fato, o governo francês [dono da EDF] está comprando o direito de taxar clientes britânicos através de suas contas de eletricidade; o direito de usar dinheiro e espaços britânicos para financiar uma demonstração mundial de uma tecnologia francesa ainda não testada [a que seria aplicada em futuras usinas nucleares, já que o sistema elétrico britânico precisa de mudanças urgentes]. E como os impostos escondidos na conta de eletricidade não levam em conta a capacidade de quem paga, quanto mais pobre você for, maior é sua contribuição ao programa.
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Ainda assim, as luzes não se apagaram. Pelo menos é o que um deputado disse a Dieter Helm [economista britânico especializado em serviços essenciais] alguns anos atrás, quando ele prestava depoimento no Parlamento. As pessoas haviam alertado que haveria blecautes no inverno anterior, mas não houve, disse o deputado. Com paixão incomum, Helm colocou as coisas em seu devido lugar. Se você define o problema como luzes que não se apagaram, afirmou, não entendeu nada sobre como funciona o novo mundo dos mercados de eletricidade. A situação ideal para as empresas privadas de eletricidade é que exista apenas energia suficiente para o consumo.
Podem cobrar quanto quiserem que as pessoas vão pagar. ‘As pessoas pensam que insegurança no fornecimento significa que as luzes vão ou não se apagar — mas esta nem é a questão’, ele disse. ‘A questão é o que acontece logo antes das luzes se apagarem’. Mais de vinte anos depois do lançamento do grande experimento com eletricidade, dá para ver que embora tenha sido um ato de privatização — na verdade, de taxação — foi mais significativamente um ato de alienação, criando uma barreira impenetrável de complexidade, segredos comerciais e distância geográfica entre as companhias e os clientes que elas servem.
É fácil trocar fornecedores [possível no Reino Unido]. Mas os consumidores-camponeses do Reino Unido agora trazem seus dízimos até os portões trancados dos grandes latifúndios elétricos e se perguntam: afinal, quem mora lá? Estão em casa ou em alguma outra propriedade, em outra parte do mundo? Não é de surpreender que Denis Cohen [líder sindical francês], um velho comunista, herdeiro dos Communards e dos sans-culottes, odeia o que a companhia que o paga [EDF] está fazendo fora da França. “Fiquei surpreso ao saber que sindicalistas britânicos não se opuseram a isso”, ele disse, referindo-se à privatização e ao controle estrangeiro do setor elétrico. “Nós, com nossa cultura, teríamos lutado até a morte para evitá-lo”.