GLOBO, 50 ÂNUS
Por: Lelê Teles
26/04/2015, especial para o Maria Frô
Não importa se você assiste em um Pequeno 14′ ou numa TV de 70 polegadas, se está sintonizado na Globo o seu aparelho de TV se converte, automaticamente, em um aparelho excretor.
São 50 anos de excrementos despejados sobre a cabeça dos brasileiros. Talvez por isso mesmo, em um grande ato contra as Organizações Globo, manifestantes atiraram fezes na fachada da emissora dos Marinho, acusada de sonegar impostos.
De tanto fazer merda, a Globo conseguiu estragar o carnaval e o futebol, dois símbolos da brasilidade, transformando-os em espetáculos artificiais e seus protagonistas viraram meras marionetes globais.
A Globo fez isso, abraçada aos gangsteres que comandam clubes e agremiações; bicheiros, sonegadores e afins.
Tudo pelo dinheiro.
Joaquim Barbosa, que conseguiu uma boquinha para o filho nos bastidores da platinada, tuitou dia destes que foi pela Globo que ele conheceu os sotaques regionais brasileiros.
Um patético tuíte de bajulação e fuleiragem. A Globo criou um sotaque artificial e uniforme, deformando o falar característico do vasto território brasileiro, liberando apenas o carioquês arrastado de Leilane Neubarth.
Nas novelas, chegaram à bizarrice de inventar um sotaque uniforme nordestino. Não importa se o folhetim retrate os singulares estados do Ceará ou da Bahia, os personagens vão usar sempre o mesmo sotaque, o mesmo léxico, os mesmos trejeitos e a mesma entonação.
É o velho simulacro, a tentativa de fazer da região nordeste um lugar homogêneo, exótico, caricato e atrasado.
A Globo colocou uma loira seminua para agitar as manhãs da criançada, erotizando a infância e transformando os pequenos em grandes consumidores vorazes e automatizados.
Cloaca da direita, a Globo avançou impiedosamente contra o governo trabalhista, manipulando debates, destruindo reputações, mancheteando mentiras, falsificando biografias, dando voz aos insensatos e calando adversários.
Ubíqua, a Globo está no jornal impresso, na internet, no rádio, na TV fechada e aberta, está por toda parte.
Seus colunistas se revezam por todos estes meios, confundindo os cidadãos que, ouvindo várias vozes, pensam estar ouvindo vozes variadas, mas ouvem somente uma pequena variação do mesmo discurso.
Quanto ao discurso, todos sabemos, o lugar de fala da Globo é a Casa Grande. Por isso mesmo, uma negra só é destaque na emissora durante o carnaval: nua, erotizada, cheia de tremeliques e sorridente.
A Globeleza é a glamourização da mucama.
Nas novelas, os pretos quase sempre são pobres, domésticos indomesticáveis e servos insolentes ou bajuladores. Se mulher, é objeto sexual.
Moradores da periferia só aparecem nas editorias de polícia, sendo presos ou sendo assassinados, mas sempre culpados. Ou chorando por estarem desabrigados após um incêndio ou uma enchente, uma gente que só serve para exibir tragédia e violência.
Essa lavagem cerebral criou uma enorme alcateia de midiotas. Midiotizados, estes bonecos de ventríloquo papagueiam tudo o que sai pela culatra global, acham os nordestinos um bando de vagabundos preguiçosos, acreditam que os negros se fazem de vítima, que toda mulher gosta de apanhar e ganhar menos que os homens, que todo favelado a partir dos dez anos de idade é um criminoso em potencial, que a polícia só mata traficantes e quem troca tiros com ela, que o filho do Lula comprou uma pirâmide no Egito e que não existe racismo no Brasil.
Acreditam, inclusive, que homens de bens são, sempre, homens de bem.
Não é de se estranhar que os midiotas apoiam uma intervenção militar, tal qual a platinada fez quando tudo começou.
A midiotia é a grande contribuição destes 50 anos em que a Globo trabalhou, diuturnamente pela imbecilização do povo brasileiro.
A Globo faz 50 ânus, é muita, mas muita merda pra comemorar.
Palavra da salvação.
Lelê Teles
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