ENFIM, O FIM
Por Lelê Teles
25/08/2015
tudo começou quando a direita percebeu, mais uma vez, que não tinha votos suficientes para derrotar Dilma em 2014.
ardilosos, tentaram então deslegitimar os votos que nunca teriam:
quem recebe bolsa família não deveria votar, alegaram, enquanto faziam contas.
computaram e acharam que ainda lhes faltavam votos. então, ampliaram a canalhice: também não deveriam votar os que se beneficiam das cotas nas universidades, quem conseguiu comprar uma casa própria pelo Minha Casa Minha vida, quem foi atendido pelo Mais Médicos…
refizeram as contas e ainda lhes faltavam votos. passaram a tentar constranger os que não votavam neles.
que os votos dos nordestinos não tinham valor porque, bovinos, nordestinos não sabiam votar; a não ser os que por acaso voltavam na direita.
feito os ajustes, tudo com a força e a farsa da grande imprensa, o PSDB se viu como um cachorro que cai da mudança, sem rumo, sem norte e nem nordeste, preso ao sudeste e a uma elite desmiolada e midiotizada.
elitista, sem liderança popular, sem projeto de Brasil para o futuro, sem carisma (vide Serra e FHC) e sem caráter (vide Aécio e Sampaio).
perceberam, tarde demais, que tudo o que sempre tiveram foi uma mídia amiga.
são tão frágeis que uma simples menção a um aeroporto construído nas terras da família do tucano, para benefício próprio, comprometeu seriamente sua candidatura.
não foram reportagens, esmiuçamentos, escarafunchações, foi uma nota na Folha e uma pergunta de Bonner.
pronto, o candidato perdeu o equilíbrio emocional ao sair de sua zona de conforto e nunca mais retomou a sanidade.
após perder a quarta eleição presidencial seguida, o tucanato, os inocentes úteis midiotizados e seus colegas midiosos, fizeram como o Fluminense, partiram para o tapetão.
covardes, se apoiaram na figura minúscula do Pequeno Kim e dos Retardados Online.
bisonhamente, queriam sair do xeque-mate enchendo o tabuleiro de piões.
começaram pedindo a recontagem dos votos, quem não se lembra? queriam auditar as urnas.
deram com os burros n’água.
aí partiram para o impugnação da candidatura, entrou grana suja na conta da presidenta e tal.
o TSE pediu para que tirassem o cavalinho da chuva.
impeachment, gritaram em coro nas varandas gourmetizadas.
ela é corrupta, gritaram garotões com fardamento da CBF; ela é assassina, se encartaizavam pelas ruas senhoras anacrônicas a pedir a morte da presidenta; ela não tem marido e é contra família, diziam umas jovens peladas, entre uma pose e outra, a exibir as cirurgias plásticas pelas avenidas.
não há nada contra ela, as investigações a inocentam, não se pode impedi-la de governar sem provas concretas de cometimento de crimes.
parem de relinchar, alegaram os legalistas.
aí, cansada de micar, a mídia pulou fora. cansados da brincadeira com coisa séria, empresários e banqueiros desautorizaram o golpe.
até a imprensa internacional se cansou dos patetas patéticos.
mas, obcecados pelo poder, ele insistem.
FHC, córvicamente, pediu para a presidenta renunciar, no que foi copiado por seus papagaios.
Dilma respondeu: nem que a vaca tussa.
agora, ato final, num descarado e abjeto desespero, Noblat sugere que ela se suicide.
ao que ela responderá, nem morta!
o clima é de fim de feira. os que gritavam contra a corrupção saem do embate sujos de lama, Cunha pode pegar mais de um século de cadeia.
Tucanos históricos demonstram, publicamente, sentir vergonha do que Aécio fez com o partido.
em um quiosque na praia de Ipanema, curando a ressaca com uma água de coco geladíssima, Aécio houve uma canção, alegro ma non troppo:
“é pau, é pedra, é o fim do caminho…”
palavra da salvação.
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