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Lelê Teles: Gil e Caetano em Israel: Elementar, meu caro Waters!

12 de Junho de 2015, 13:21 , por MariaFrô - | No one following this article yet.
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ELEMENTAR, MEU CARO WATERS. (Gil e Caetano em Israel)

Por Lelê Teles

Rogério Águas, o imortal baixista e compositor do também imortal Pink Floyd, escreveu uma carta aberta a Gil e Caetano pedindo para que os brasileiros se juntassem a um grupo de artistas, de renome internacional, que já se recusaram a tocar em Israel ou cancelaram seus shows por apoio ao massacre de palestinos.

Laurin Hill, Crazy Horse, Neil Young e até os Back Street Boys – por algum motivo – já cancelaram shows em Israel. Mas os baianos não se sentiram melindrados e vão tropicalizar a terra de Bibi Netanyahu.

Afinal, atrás do trio elétrico só não vai quem já morreu. Os palestinos não irão. Só no ano passado, os sinonistas mataram mais de 2 mil palestinos, inclusive crianças, mulheres e idosos, além de terem suas terras invadidas por colonos israelenses.

Assim como Eduardo Cunha, Joaquim Barbosa e uma caravana cada vez maior de evangélicos, a dupla baiana não se incomoda em legitimar um estado militar que não respeita as leis internacionais e mata por diversão.

Waters, é bom que se entenda, não está pedindo para que os tropicalistas não toquem para os israelenses, mas que recusem a tocar em um país cujos dirigentes promovem um genocídio contra um povo pobre.

Roger Waters, no passado, já pediu a derrubada de todos os muros. O Floyd fez um concerto apoteótico depois da queda do Muro de Berlim.

Mas os europeus agora instalados em Israel ergueram, sangue nos olhos, um vergonhoso muro para segregar o povo palestino, os morenos semitas.

Sem uma resposta concreta da dupla brasileira ao seu primeiro apelo, Waters reiterou o pedido em uma nova carta. Ali, Roger Waters tenta enternecer o coração dos baianos. Conta a emocionante história de dois garotos que foram alvejados, covardemente e nos pés, pelo exército de Israel.

Sem cometerem nenhum crime.

Eles mamavam o futebol talvez nunca mais chutarão uma bola.

Respeito e muito o trabalho de Gil e de Caetano, amo a arte destes dois imortais. Por isso, reconheço que eles estão sendo coerentes.

Os dois estão acostumados a tocarem onde existe um muro humano, um cordão que isola e espreme os pobres da diversão dos ricos. Na festa que distribui chiclete para os brancos e dá uma banana para os pretos.

Se os tropicalistas tivessem que parar de tocar em zonas de exclusão, conflito e massacres, nunca mais subiriam em um trio elétrico no carnaval de Salvador.

E nem teriam luxuosos camarotes na festa da apartação social.

Elementar, meu caro Waters.

Palavra da salvação.

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Fonte: http://www.revistaforum.com.br/mariafro/2015/06/12/lele-teles-gil-e-caetano-em-israel-elementar-meu-caro-waters/