Ir para o conteúdo

Maria_Fro

Voltar a Blog
Tela cheia

Paulo Saldiva, médico e professor de patologia da USP: “Tive vergonha da minha categoria”

11 de Setembro de 2013, 12:54 , por Desconhecido - 0sem comentários ainda | No one following this article yet.
Visualizado 25 vezes

Não foi só o senhor não. Todos os brasileiros de boa fé ficaram enojados com o comportamento vil, racista, esvaziado de sentido, corporativista dos #coxinhasdejaleco. Nós sentimos muita vergonha alheia por vocês,  muita mesmo.

Mas o medo atroz da Folha é a popularidade do possível candidato a governador do estado de São Paulo. A colunista esquece que o programa Mais Médicos está pronto há muito tempo, desde janeiro pelo menos, e o que ela não consegue entender é que as manifestações ajudaram a presidenta a peitar médicos corporativistas de braços dados com mídia golpista.

Nós também sentimos muita vergonha alheia do jornalismo coxinha,  mas não tem problema não, mais uma vez vocês perderam e o Brasil ganhou.

Erramos. Não soubemos fazer o diagnóstico da situação. A população ficou contra a gente”.

Por Claudia Collucci, na Folha, Ditabranda

11/09/2013

Ouvi a frase acima de um médico após debate sobre mercado de trabalho médico, promovido na noite de ontem pelo núcleo da GVSaúde, da Fundação Getúlio Vargas.

Antes disso, outros médicos, inclusive um dos palestrantes, Miguel Srougi, professor titular de urologia da USP, já havia manifestado sua insatisfação sobre a maneira como as entidades médicas conduziram o debate sobre o programa Mais Médicos até agora.

Ele lembrou que foi perdido tempo demais na defesa de que o país não precisava de mais médicos ou de mais escolas médicas, quando agora existe uma unanimidade de que não só o Brasil como o resto do mundo vive uma escassez de médicos.

Outros médicos avaliaram como “um grande equívoco” os protestos contra os cubanos, considerada a cereja do bolo da antipatia médica perante a população.

Em debate na USP na semana passada, Paulo Saldiva, professor de patologia da USP, resumiu a insatisfação numa frase. “Tive vergonha da minha categoria”, comentou, quando se referiu às vaias recebidas pelos cubanos ao chegarem ao Brasil.

Drauzio Varella, na sua coluna do último sábado, também já tinha ido na mesma linha: “O que ganhamos com essas reações equivocadas? A antipatia da população e a acusação de defendermos interesses corporativistas.”

Embora essa não seja a opinião oficial das entidades de classe que os representam, esses médicos estão certos em relação a que lado a população está agora. Pesquisa da Confederação Nacional do Transporte (CNT), divulgada ontem, apontou que 73,9% dos brasileiros se declararam favoráveis à importação dos profissionais formados no exterior. Em julho, esse percentual era de 49,7%.

O número de entrevistados que disse ser contra o programa caiu de 47,4% em julho para 23,8% em setembro.

Talvez os médicos tirem uma lição disso tudo: a necessidade de se colocarem na pele de quem vive nos rincões sem assistência médica. Essa população não quer saber se a União está se esquivando de investir os 10% em saúde ou de que os estrangeiros teriam que passar por exames de revalidação do diploma antes de começarem a atuar no país. Ela só quer um médico por perto.

Essa resposta imediata as entidades médicas não deram. O governo federal, com mais erros do que acertos, deu.

Que a medida do governo Dilma é eleitoreira, tomada às pressas como resposta às manifestações das ruas, ninguém duvida disso. Tampouco há dúvidas sobre a insustentabilidade do programa a médio e longo prazo.

Sem mais recursos para a saúde, sem uma gestão eficiente do SUS, sem equipes multidisciplinares e sem um plano consistente para reter os médicos em regiões longínquas, há pouquíssimas chances de alguma coisa dar certo. Outros países como Canadá e Inglaterra já fizeram essa lição e deveríamos ter aprendido alguma coisa com eles.

Mas o ministro Alexandre Padilha, apontado pelo ex-presidente Lula como candidato ao governo de São Paulo nas eleições do próximo ano, não se lembra disso quando busca nesses países álibis para justificar a importação de médicos. E já colhe os frutos da iniciativa, com o aumento da aprovação popular. E agora, doutores?

Sobre outros artigos relacionados

91% dos profissionais cubanos atuarão no Norte e no Nordeste – Blog da Saúde

Médica paraense durante o AmazonWeb declara seu apoio ao #maisMédicos

Carta aberta de médica que sentindo muita vergonha alheia se desfilia do SIMEPE

Médicos cubanos agradecem o ato de solidariedade contra a manifestação de desrespeito à dignidade humana por eles sofrida, cantando Guantanamera

Luís Fernando Tófoli: Uma ira epidêmica

“Sou médica brasileira, trabalho no SUS e apoio a chegada dos COLEGAS DE CUBA!”

Laura Greenhalgh: Doutor Preto 

Entrevistada da Folha é foi citada em farra de gastos de prefeitura com auxílio-transporte

Em BH, médica vira as costas para profissionais estrangeiros durante visita a posto de saúde

Mitos e receios sobre a vinda de médicos estrangeiros ao Brasil

Wilson Gomes: Eu tenho pena é do coitado deste país, açoitado pela mentalidade-micheline

Jorge Pontual fazendo jornalismo: Cuba há décadas manda equipes médicas para o resto do mundo e OMS a reconhece como modelo

“Os médicos brasileiros deveriam fazer o mesmo que nós: ir aos lugares mais pobres prestar assistência”

Imprensa estrangeira descobre os nossos #CoxinhasDeJaleco

Bob Fernandes: ‘Médicos Cubanos’ provocam fígado e alma do Brasil

Trocamos um médico cubano por TODOS OS MÉDICOS DE DEDO DE SILICONE, DO BATE PONTO E VAI EMBORA, DOS COXINHAS DE JALECO

Já passou da hora do Ministério Público processar os #coxinhasdejaleco

Do médico Luís Fernando Tófoli para o médico Egberto Ribeiro Turato, sobre as boas vindas aos médicos cubanos

Médicos cubanos, desculpem-nos as agressões da elite escravagista brasileira representada pelos jalecos de coxinha cearenses

24 de agosto: Mais Médicos, Mais Ética, Mais Informação, Mais humanização na medicina brasileira

“Dizer-se preocupados com a saúde da população é falácia, pois pior que ser atendido por um médico sem revalida é não ter médicos.”

Luís Fernando Tófoli “Como médico e professor de Medicina, declaro que a FENAM não me representa!”

Luís Fernando Tofoli: MIMIMI, COXINHAS E JALECOS

Luís Fernando Tófoli: “Sou médico e professor de Medicina e concordo com os vetos presidenciais à Lei do Ato Médico, em respeito ao SUS”

“Pagar R$ 10 mil para um médico trabalhar 40 horas é um absurdo” Mas pode chamar de corporativismo

Frente Nacional de Prefeitos comemora o lançamento do Programa #MaisMedicos

Uma análise sobre necessidade de médicos e condições de trabalho em prefeituras, com base em minha experiencia em saúde publica

Mais Médicos: A partir de 2015: Médicos terão de atuar dois anos no SUS para se formar

Conte-me como é ser reprovado no CREMESP e sair às ruas num ato promovido pelo CRESMESP pedindo Revalida para médicos estrangeiros

Paulo Moreira Leite e Izabelle Torres: O Brasil tem metade dos médicos que precisa

Estudantes que tentaram fraudar vestibular de medicina com 1500 de fiança se livram da prisão

Em quem acreditar? Nas patricinhas da medicina com nariz de palhaço da Paulista ou no presidente do sindicato médico do RS?

IPEA mostra: nossos médicos estão entre os que ganham maiores salários no Brasil

Quando Serra e PSDB eram a favor da vinda de medicos cubanos

Maria Leite: Os médicos cubanos que iriam ou irão vir ao Brasil não são médicos formados na ELAM

Em Ferraz de Vasconcelos, SP médicos usam dedo de silicone pra fraudar registro de ponto

Senado cortou em 62% os royalties do petróleo para Educação e Saúde

Ministro da Saúde nega fala atribuída a ele no Terra e El Pais

Padilha: Médicos estrangeiros sim! Os cidadãos brasileiros não podem esperar

Fatos sobre a presença de médicos estrangeiros no Brasil desenhados até para Daniela Schwery entender

Mário Scheffer: A saúde é uma discussão política. A sociedade brasileira, por acaso, se orgulha do SUS?

Professor Hariovaldo criou uma página no Facebook


Fonte: http://mariafro.com/2013/09/11/paulo-saldiva-medico-e-professor-de-patologia-da-usp-tive-vergonha-da-minha-categoria/

0sem comentários ainda

    Enviar um comentário

    Os campos realçados são obrigatórios.

    Se você é um usuário registrado, pode se identificar e ser reconhecido automaticamente.

    Cancelar