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Vox Populi: 88% dos brasileiros não detestam o Partido dos Trabalhadores

16 de Junho de 2015, 12:28 , por MariaFrô - | No one following this article yet.
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Tenho repetido de modo insistente em minhas palestras e nas minhas redes que o ódio que parece tomar conta de tudo não é tão grande como parece. As pessoas me olham incrédulas e eu mostro o mapa da redes publicado em 1 de maio pela Interagentes.

Quando o assunto é de fato sério e deve chamar a atenção dos brasileiros, como foi o caso da repressão abominável empreendida pela polícia do governador tucano Beto Richa, sob comando do deputa tucano Fernando Francischini que era então o Secretário de Segurança do estado do Paraná, os brasileiros racionais reagiram. O referido mapa nos mostra claramente que o ódio perdeu e perdeu feio. O ódio institucionalizado e pago das redes do governo de Richa, o ódio estimulado por colunistas da revista da Marginal, o ódio estimulado pela grande mídia, todos derrotados, falaram para si mesmos. Venceu e venceu bonito a solidariedade aos professores do Paraná, venceram as forças progressistas, confira: Curitiba: redes de solidariedade e indignação

Por isso me pareceu tão interessante a pesquisa do Vox Populi, ela confirma o que eu há havia observando há algum tempo.

Os petistas e as pessoas de bom senso que não aguentam mais ver tantas expressões de intolerância contra religiões não evangélicas, contra população LGBT, a favor da diminuição da maioridade penal e outros absurdos que assassinam diariamente nossa constituição devem relaxar?

O resultado da pesquisa Vox Populi deveria deixar o PT – o alvo preferido dos  estimuladores do ódio-, descansado?

De modo algum. O PT e todas as forças progressistas da sociedade brasileira precisam entender a importância de se posicionar e agir em todos os espaços sociais (online e offline) contra esta campanha de ódio. Ela é ruidosa especialmente nas redes digitais porque é bem paga e bem articulada. Ela já mostrou força de mobilização nas ruas em março e, muito embora tenha arrefecido, continua a minar dia a dia o Estado laico, as forças democráticas. Silenciar diante desta campanha não é uma escolha possível para os que defendem o Estado democrático. Ruas e redes continuam em disputa e é recomendável que os verdadeiramente democratas, humanistas (petistas ou não) saibam o tamanho de sua tarefa na pedagogia contra o ódio.

Leia também: 

Bernardo Cotrim: V Congresso do PT: frustradas as expectativas de mudança e renovação

Marcos Coimbra: O tamanho do ódio

Pesquisa recente do Vox Populi aponta: o eleitorado que diz detestar o PT representa 12% do total. Não é pouco, mas menos do que muitos imaginam

Por: Agência PT

15/06/2015 às 08:06:20

petistas

Nestes tempos em que a intolerância, o preconceito e o ódio se tornaram parte de nosso cotidiano político, é fácil se assustar. É mesmo tão grande quanto parece a onda autoritária em formação?

Quem se expõe aos meios de comunicação corre o risco de nada entender, pois só toma contato com o que pensa um lado. Será majoritária a parcela da opinião pública que se regozija ao ouvir os líderes conservadores e assistir aos comentaristas da televisão despejar seu ódio?

Recente pesquisa do Instituto Vox Populi permite responder a algumas dessas perguntas. E seus resultados ensejam otimismo: o ódio na política atinge um segmento menor do que se poderia imaginar. O Diabo talvez não seja tão feio como se pinta.

Em vez de perguntar a respeito de simpatias ou antipatias partidárias, na pesquisa foi pedido aos entrevistados que dissessem se “detestavam o PT”, “não gostavam do PT, mas sem detestá-lo”, “eram indiferentes ao partido”, “gostavam do PT, sem se sentir petistas” ou “sentiam-se petistas”.

Os resultados indicam: permanecem fundamentalmente inalteradas as proporções de “petistas” (em graus diversos), “antipetistas” (mais ou menos hostis ao partido) e “indiferentes” (os que não são uma coisa ou outra), cada qual com cerca de um terço do eleitorado. Vinte e cinco anos depois de o PT firmar-se nacionalmente e apesar de tudo o que aconteceu de lá para cá, pouca coisa mudou nesse aspecto.

Nessa análise, interessam-nos aqueles que “detestam o PT”. São 12% do total dos entrevistados. Esse contingente tem, claro, tamanho significativo. A existência de cerca de 10% do eleitorado que diz “detestar” um partido político não é pouco, mas é um número bem menor do que seria esperado se levarmos em conta a intensidade e a duração da campanha contra a legenda.

A contraparte dos 12% a detestar o PT são os quase 90% que não o detestam. Passada quase uma década de “denúncias” (o “mensalão” como pontapé inicial) e após três anos de bombardeio antipetista ininterrupto (do “julgamento do mensalão” a este momento), a vasta maioria da população não parece haver sido contagiada pelo ódio ao partido.

A pesquisa não perguntou há quanto tempo quem detesta o PT se sente assim. Mas é razoável supor que muitos são antipetistas de carteirinha. A proporção de entrevistados com aversão ao partido é maior entre indivíduos mais velhos, outro sinal de que é modesto o impacto na sociedade da militância antipetista da mídia.

Como seria de esperar, o ódio ao PT não se distribui de maneira homogênea. Em termos regionais, atinge o ápice no Sul (onde alcança 17%) e o mínimo no Nordeste (onde é de 8%). É maior nas capitais (no patamar de 17%) que no interior (4% em áreas rurais). É ligeiramente mais comum entre homens (14%) que mulheres (10%). Detestam a legenda 20% dos entrevistados com renda familiar maior que cinco salários mínimos, quase três vezes mais que entre quem ganha até dois salários. É a diferença mais dilatada apontada pela pesquisa, o que sugere que esse ódio tem um real componente de classe.

Na pesquisa, o recorte mais antipetista é formado pelo eleitorado de renda elevada das capitais do Sudeste. E o que menos odeia o PT é o dos eleitores de renda baixa de municípios menores do Nordeste. No primeiro, 21% dos entrevistados, em média, detestam o PT. No segundo, a proporção cai para 6%.

Não vamos de 0 a 100% em nenhuma parte. A sociologia, portanto, não explica tudo: não há lugares onde todos detestam o PT ou lugares onde todos são petistas, por mais determinantes que possam ser as condições socioeconômicas. Há um significativo componente propriamente político na explicação desses fenômenos.

O principal: mesmo no ambiente mais propício, o ódio ao PT é minoritário e contamina apenas um quinto da população. Daí se extraem duas consequências. Erra a oposição ao fincar sua bandeira na minoria visceralmente antipetista. Querer representá-la pode até ser legítimo, mas é burro, se o projeto for vencer eleições majoritárias.

Erra o petismo ao se amedrontar e supor ter de enfrentar a imaginária maioria do antipetismo radical. Só um desinformado ignora os problemas atuais da legenda. Mas superestimá-los é um equívoco igualmente grave.

*Marcos Coimbra é sociólogo e presidente do Instituto Vox Populi

Grifos nossos

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Fonte: http://www.revistaforum.com.br/mariafro/2015/06/16/vox-populi-88-dos-brasileiros-nao-detestam-o-partido-dos-trabalhadores/