“Meu filho não vai ser investigado”, diz Perrella
04/12/2013
O senador Zezé Perrella saiu em defesa do filho, o deputado estadual Gustavo Perrella, na tarde desta terça-feira na tribuna do Senado. “Meu filho não vai ser investigado”, disse.
Perrella fez uma analogia com a situação por que passa sua família. “É como você emprestar seu carro para alguém comprar um pão e esse carro é usado para traficar droga ou cometer um assassinato”, afirmou.
Perrella acusou a imprensa de querer atingir sua família a qualquer custo no episódio e disse jamais ter passado “um período mais difícil” na sua vida.
Em defesa de Gustavo, Zezé Perrella disse que o piloto, ao depor na PF, disse que seu filho não sabia de “absolutamente nada” sobre o que estava sendo transportado na aeronave.
Ele ainda chamou de “sacanagem” o “Farinhaço”, a manifestação na porta da Assembleia Legislativa de Minas Gerais na qual pessoas usaram farinha para simular cocaína.
Imagine se helicóptero da cocaína fosse de Genoíno
Por Bob Fernandes
Vem aí um novo capítulo da novela político-policial do Brasil. Quem seria o dono do Hotel Saint Peter, onde José Dirceu quer trabalhar?
E José Genoino segue nas manchetes. Ele renunciou ao mandato, e não teria como não estar nas manchetes. O problema é quanto ao que não chega, ou não permanece nas manchetes.
O ministério público requisitou a suspensão de 10 contratos para reforma de trens em São Paulo. O tal escândalo dos trens e metrô.
O promotor Marcelo Milani diz que um pacote de reforma de trens em São Paulo custou mais do que a compra de trens novos.
Segundo Milani, em 4 dos contratos não houve competição. Só foi apresentada uma proposta por lote. Valor destes 4 contratos? R$ 1 bilhão e 600 milhões.
Cada trem reformado, só o trem, custou 80% do preço de um trem novo, informa o promotor.
O metrô alega que a reforma de cada trem custou 60%, e não 80% de um novo trem. Vamos ver o fôlego deste escândalo.
Há 8 anos, José Adalberto Vieira da Silva foi preso no aeroporto de Congonhas. Ele era assessor do então deputado no Ceará, José Guimarães. Que é irmão de Genoino.
Adalberto foi preso com US$ 100 mil na cueca, isso em meio às investigações do “mensalão. Hilário, chocante e monumental escândalo, aquele dos “dólares na cueca”.
Adalberto assessorava Guimarães, lá no Ceará. Mas, mesmo sem prova alguma, na repercussão quem pagou a conta foi Genoino.
Tem gente que não exerce o livre arbítrio. Analisa os outros pelo que carrega dentro de si mesmo, pelo que é.
Quem é assim não aceita que liberdade de escolha e liberdade na crítica possam conviver numa só pessoa.
Maior cronista do Brasil, Luis Fernando Veríssimo declarou voto no PT por mais de uma vez. E, aos 77 anos, Veríssimo segue dizendo o que pensa. Outro dia ele escreveu:
-Proponho o fim da hipocrisia no julgamento de casos de corrupção no país. Oficialize-se, já, dois sistemas de pesos e medidas diferentes. Um que só vale para o PT… e outro para os outros, principalmente o PSDB.
Como previsível, aplausos de um lado da arquibancada. O outro lado da arquibancada vaiou. Ou fez que não leu. A proposta de Veríssimo provoca reflexão. E a imaginação.
Imagine, cara amiga, caro amigo, que Genoino não está condenado à prisão. E que ele não é deputado, e sim senador.
Imagine que Genoino e um dos seus filhos, que é deputado, têm um helicóptero. E que nesse helicóptero o piloto é preso, pela Polícia Federal, com 450 quilos de cocaína.
Imagine a dimensão, o tamanho da repercussão. Já imaginou?
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