Carta Aberta do Grupo de Estudos e Pesquisas Paulo Freire
Marzo 21, 2015 13:31Prezados(as), O Grupo de Estudos e Pesquisas Paulo Freire (GEPPF), registrado no CNPq, e localizado no Centro de Educação da Universidade Federal do Espírito Santo, foi constituído recentemente com o objetivo de empreender estudos e pesquisas, e também de construir um espaço dialógico sobre a obra freireana no Espírito Santo, tendo em vista realizar aquilo que o professor nos pediu em vida: mais que divulgar e/ou “aplicar” suas ideias, discutir e recriar sua obra.
Infelizmente, nosso primeiro ato oficial, depois da certificação institucional, não foi um evento, curso ou pesquisa, mas uma carta que altivamente busca defender Paulo Freire, sua obra e memória de injustas acusações de setores conservadores que, no âmbito da luta de classes (como não nos deixava esquecer, nem nos enganar), ousam atacar publicamente nosso mestre Paulo Freire, aproveitando-se das manifestações de 15/03/2015.
Nossa carta foi construída pelas mãos dos professores pesquisadores que compõem o grupo (Itamar Mendes da Silva, Valter Martins Giovedi e Débora Monteiro do Amaral) e foi lida pelo professor Itamar (que é Conselheiro Estadual de Educação) na sessão plenária do Conselho Estadual de Educação do Espírito Santo no dia 18 de março, sendo aprovada por unanimidade e publicada na página do CEE-ES. Neste contexto queremos dividi-la com vocês.
Grupo de Estudos e Pesquisas Paulo Freire (GEPPF).
Carta Aberta: Obrigado Paulo Freire!
Prezados(as),
Vimos à presença de vocês pedindo licença para nos posicionarmos, primeiramente enquanto educadores(as) capixabas e brasileiros, e depois como estudiosos/pesquisadores da educação, frente a algumas manifestações particulares no interior das manifestações do último domingo, dia 15/03/2015.
As declarações de ódio explícito a Paulo Freire e sua suposta “pedagogia de doutrinação comunista” foi uma das marcas dos protestos ocorridos no último domingo em vários lugares do Brasil.
Certamente, quem estendeu cartazes desse tipo atacando, senão o maior, um dos maiores educadores brasileiros de todos os tempos, reconhecido internacionalmente como autor de uma obra magnífica e também como símbolo de uma práxis pedagógica a serviço da construção de uma sociedade mais humana, justa e democrática, desconhece a sua história, não leu a sua obra ou, se leu, não a compreendeu.
Qualquer leitor atento da obra de Freire é obrigado a reconhecer que a sua Pedagogia é atravessada pelo princípio do diálogo como método essencial de construção do conhecimento. Não conseguimos entender como é possível que alguém que afirma e reafirma reiteradamente o diálogo como o caminho necessário para uma educação que respeita a autonomia dos educandos, pode ser rotulado de doutrinador.
A educação é por princípio uma atividade de difusão de valores políticos, axiológicos, estéticos, ideológicos etc. Freire insistia em nos alertar: NÃO EXISTE EDUCAÇÃO NEUTRA.
Transmitir conteúdos prontos sem problematizar os diferentes usos que se faz e que se pode fazer deles na vida concreta da sociedade tem sido a prática dominante da educação escolar brasileira há séculos. Tal processo tem ocorrido de modo dogmático, autoritário, antidialógico e antidemocrático. Ou seja, promovendo (aí sim) uma doutrinação política em favor de uma ordem autoritária, hierárquica, injusta, formadora de sujeitos submissos, incapazes de compreender o uso social do conhecimento que é sempre subordinado a algum interesse.
Freire explicitou que não existe conhecimento e professor que pairam acima das circunstâncias sociais. A educação não é neutra, ao contrário, é sempre a favor ou contra algo, a favor ou contra alguém, a favor ou contra uma dada realidade. Assumindo-se o caráter eminentemente político de qualquer ato educativo, o educador, de fato, não é aquele que se diz neutro, e sim aquele que abre o diálogo com os educandos a respeito das suas visões de mundo, problematizando-as e buscando seus fundamentos. Freire nos ensinou a fazer isso, ou seja, ensinou-nos a fazer uma educação adequada a uma sociedade democrática.
Tempos difíceis esses em que vivemos. Pessoas que não se importam de marchar junto com outras que pedem intervenção militar acusam Paulo Freire, um dos maiores símbolos da luta democrática do Brasil, de defender a doutrinação na educação. Se tivéssemos certeza de que esse tipo de deturpação e inversão da realidade não passasse de mera provocação sem maiores danos, nem precisaríamos nos dar ao trabalho de responder e comentar. Porém, infelizmente, não é assim. A história nos ensina que um povo movido por ódio, ignorância, irracionalidade e manipulação midiática pode provocar muitos estragos.
Pode, inclusive, manchar uma obra reconhecida mundialmente, independentemente do sistema político adotado, pois se trata de uma obra moderna, humanista, democrática e defensora do respeito aos seres humanos e seus direitos. Inclusive os que com honestidade intelectual e política discordam, reconhecem que é uma obra eminentemente dialógica.
O Brasil, com suas condições objetivas, produziu no decorrer do século XX este educador e pensador da educação reconhecido pelo mundo, que não sejamos nós, neste início de século XXI a desfazer esta lição de diálogo e democracia.
Freire nos ensinou a fazer da educação um instrumento de luta a favor dos mais vulneráveis da sociedade e revelou que a educação hegemônica tem servido aos poderosos. Seja por desonestidade, seja por ignorância, seja por manipulação, seja por cumplicidade com a ordem social vigente no planeta, os que levantam cartazes contra Paulo Freire fazem um desfavor à educação do Brasil e do mundo.
Diante de tudo o que dissemos anteriormente resta-nos concluir dizendo e conclamando a todos(as) educadores(as) deste país a se indignar, dizendo:
OBRIGADO PAULO FREIRE: por ter aberto os nossos olhos sobre o potencial da educação.
OBRIGADO PAULO FREIRE: por ter nos legado uma obra de tanto valor.
OBRIGADO PAULO FREIRE: por nos deixar orgulhosos por saber que um brasileiro é tão lido e respeitado no mundo inteiro, inspirando milhões de educadores e estudiosos, que veem em sua vida e em sua obra uma inspiração para continuar lutando contra todas as formas de opressão e para continuar desvendando as deturpações promovidas por aqueles que se acham os únicos merecedores de uma vida digna.
Grupo de Estudos e Pesquisas Paulo Freire (GEPPF) da Universidade Federal do Espírito Santo
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O PT deve denunciar criminalmente a Rede Globo por incitar o ódio no Brasil
Marzo 15, 2015 12:57Durante todo o dia a A Rede Globo golpista de televisão transmitiu um micareta macabra, estimulou o ódio na TV, focava sua câmara em cartazes criminosos, chamava descerebrados para a rua, comparava Dilma a Collor, lia o tempo todo cartazes de “vem pra rua”.
O dia inteiro a Globo e seus comentarias associaram o nome da presidenta Dilma à Lava a Jato que não faz parte dos 49 denunciados pela PGR, mas não mencionaram o tucano Anastasia, ex-governador de Minas Gerais, e um dos 49 denunciados na lista da PGR.
O que vimos nas ruas brasileiras hoje foi um desfile de raivosos analfabetos políticos desde uma mulher pregando feminicídio, a faixas com suásticas, cartazes pedindo o fim de Paulo Freire (!!!!!) até atentado a bomba no diretório do PT, em Jundiaí-SP. A Globo estimulou um ato terrorista no Brasil.
A Globo não transmitiu um ato, ela estimulou minuto a minuto uma festa do ódio, da despolitização, a Globo é tão criminosa quanto todos que praticaram crime hoje travestidos de movimento pacífico.
LEI Nº 7.170, DE 14 DE DEZEMBRO DE 1983. Define os crimes contra a segurança nacional, a ordem política e social, estabelece seu processo e julgamento e dá outras providências. O PRESIDENTE DA REPÚBLICA, faço saber que o CONGRESSO NACIONAL decreta e eu sanciono a seguinte Lei: TÍTULO I Disposições Gerais Art. 1º – Esta Lei prevê os crimes que lesam ou expõem a perigo de lesão: I – a integridade territorial e a soberania nacional; Il – o regime representativo e democrático, a Federação e o Estado de Direito; Ill – a pessoa dos chefes dos Poderes da União.
O PT deve denunciar criminalmente uma concessão pública que tem obrigação de respeitar a Constituição brasileira e passou todo o dia em cadeia nacional instigando o ódio no país, a ponto de criminosos praticarem um ato terrorista contra a sede do Partido dos Trabalhadores.
NOTA OFICIAL – ATENTADO AO PT DE JUNDIAÍ.
Bomba foi jogada na sede do PT de Jundiaí neste domingo
Neste domingo (15/3), o Diretório do Partido dos Trabalhadores de Jundiaí, que fica na rua Prudente de Moraes, região central de Jundiaí, sofreu um atentado. Uma bomba, provavelmente do tipo molotov, foi jogada dentro da sede do Diretório, causando sérios estragos em uma das salas do prédio do partido.
O presidente municipal, Arthur Augusto, informa que neste momento está recebendo oficiais da Polícia Militar e da perícia técnica. “Quero crer que não seja uma ação orquestrada por adversários políticos”, diz Arthur.
O presidente lamenta o ocorrido e aguarda as investigações. ”Vamos aguardar a PM e a perícia investigarem o que houve e punirem os culpados pelo ataque”. Arthur também ressalta o processo de incitação ao ódio que tem sido amplamente deflagrado em todo o Brasil. “É preciso ter cuidado com o que se divulga porque todos nós podemos ser vítimas desse processo que induz à desinformação, ao desserviço da democracia e, consequentemente, ao ódio que tem se instalado em nosso país”.
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Ato #Dia13Diadeluta: Nei, taxista; Joana, desempregada e algumas impressões e informações
Marzo 14, 2015 10:43Centrais sindicais como a CUT e a CTB e movimentos sociais como o MST, movimento de moradia, movimento negro, movimento das mulheres, entidades estudantis com a UNE e UJS dentre outros organizam um ato em nível nacional. Milhares de pessoas ocuparam as ruas das capitais brasileiras e em São Paulo, mesmo sob forte chuva uma massa compacta ocupou das 10h até as 19h a avenida Paulista e saiu em passeata da até a Praça da República, tomando toda a extensão de duas grandes artérias da cidade (a avenida Paulista e a avenida da Consolação.
Todas as vezes que isso acontece vemos na mídia grande sempre a mesma coisa, por vezes com requintes de humor: todos eles acusam a CUT de pagar para as pessoas irem na manifestação. Curioso que você nunca vê na grande mídia notícias como essas aqui sobre o ato golpista do dia 15/03:
Quem financia campanha do Impeachment e protesto de Caminhoneiros?
Manifestação do dia 15 é financiada por R$ 1 milhão no Piauí
A Folha manda meninos assustados para fazer DataFolha com as mesmas perguntas viciadas de sempre contra Dilma Rousseff e o PT (veja um deles no vídeo de Eduardo Guimarães). O Estadão publica duas matérias estilo ‘para nossa alegria’. Pausa para o print da primeira matéria do Estadão sobre esses provocadores. Vejam se você não se comovem com o fato de eles terem sido ‘obrigados’ a interromper o ‘protesto’ em ‘razão’ a forte chuva:
Eu andei da Paulista até a República durante toda a Passeata, fiz vários vídeos como este aqui:
Pode chover, pode molhar, ninguém segura a resistência popular!
Nós andamos quilômetros embaixo de chuva lavando a alma em festa democrática sem nenhum, nenhum incidente. 100 mil pessoas que a #GloboGolpista que não sabe calcular a ocupação de 4 pessoas por metro quadrado cobrindo a Paulista e a Consolação juntas caminhando ou movendo-se sobre duas rodas no meio do temporal e em festa:
O disparate entre o público que ocupou as duas principais artérias de São Paulo com o que a mídia pró-golpe desinforma é tão grande que já tem evento no Facebook para ajudá-los a fazer contas: Mutirão p/ ensinar a Mídia Golpista a contar o Nº de pessoas em Atos e Passeatas e Marchas nas Ruas
Foto: Conceição Oliveira, Avenida Paulista.
Foto: Conceição Oliveira, Avenida Paulista.
Agora, nova pausa para o segundo primor do Estadão: uma longa matéria “para a nossa alegria, parte 2″ onde 8 pessoas (eu disse oito manifestantes) que foram em 7 carros, (eu disse sete), enfrentar o ‘exército de Stédile’ e desistiram, porque eles são analfabetos políticos, pregam a volta do regime de exceção e tortura no Brasil, mas tem amor à própria vida:
Ao ler esta matéria eu não sei o que é mais bizarro: 1) o discurso de maluco dos 8 manifestantes; 2) O Estadão fazer uma matéria deste tamanho para a nossa alegria; 3) o número de carros ser 7 e o de manifestantes 8, tipo teve um solidário que deu carona a outro (na chamada o número de manifestantes eram 6!); 4) a indignação dos valentões com o ‘exército de Stédile, 5) A camiseta do professor de Campinas há 3 dias em BSB pra ‘reforçar’ o ato de 8 pessoas dos Revoltados online…
Bom, já os diverti bastante com a ~qualidade de nosso jornalismo~ e se você que não foi ao ato em Sampa quiser informação de qualidade sobre ele, procure notícias nos sites das entidades como o da CUT (AQUI, AQUI e AQUI, por exemplo, na blogosfera que cobriu o ato, com as publicações da Mídia Ninja ou dos #jornalistasindependentes, no link do evento do Facebook também tem muito material: AQUI.
O que eu gostaria de registrar são pequenas coisas.
A primeira delas a lição que CUT, MST, CTB, UNE, UJS, movimentos de moradia, movimento negro, mulheres, professores, cidadãos democratas que não participam de nenhum movimento deram ao resolver que fariam um ato em defesa do Estado de Direito, em defesa da democracia, em defesa da Petrobras, em defesa da Reforma Política, contra as medidas provisórias do ministro Joaquim Levy e pra mostrar que não só vencemos as eleições democraticamente, mas sabemos que democracia se constrói dia a dia e cobraremos de todas as autoridades eleitas que cumpram seu programa de campanha. Espero que : o terror que alguns companheiros petistas e até jornalistas e blogueiros de esquerda mostraram em conversas privadas tenha se dissipado, espero que eles tenham mais fé na força popular, independente de um PT acuado e titubeante.
A segunda lição que o povo do #dia13diadeluta deu foi para a mídia bandida que fez de tudo para esvaziar a mobilização do ato: ‘Lula não vai” era manchete; “Governo pede a CUT que cancele o ato” outra manchete mentirosa e que tratava a maior central deste país como se fosse um time de futebol e seu presidente um chefe de torcida organizada. Muitos dos repórteres da #Globogolpista que desfilaram de capacete como se fossem pra guerra devem ter ficado desnorteados ao ver aquela multidão de gente, embaixo de chuva torrencial e em festa.
José Roberto Burnier repórter da Globo está cobrindo um ato ou uma guerra?
Precisamos informar ao Burnier que nossa guerra é contra a manipulação, mas ninguém nesta manifestação além de desmascarar a manipulação de uma emissora que nasceu com o golpe militar iria agredir fisicamente vocês
A última lição vai para os golpistas, todos eles: os tucanos, os empresários que financiam locaute de empresas de transporte e movimentos golpistas nas ruas e nas redes de descerebrados, a UDN Gourmet, os palhaços midiotas incensados pela mídia golpista e os analfabetos políticos que prestam serviços a esta malta.
Eu conversei com muitas pessoas durante o ato de ontem, sempre querendo saber quem elas eram, de onde vinham, se estavam ou não vinculadas a algum partido, sindicato ou movimento. Se todos os cem mil manifestantes estivessem vinculados a sindicatos e movimentos sociais nada disso desqualificaria quem foi ao ato do dia de luta, como quer a grande mídia, ao contrário isso qualifica a manifestação e a diferencia da massa midiotizada que pede intervenção militar em regime democrático porque seu candidato foi derrotado nas eleições.
A chuva era intensa, absurda e os poucos momentos em que ela estiou eu tentei fazer alguns vídeos. Subi alguns no Instagram, mas infelizmente não deu para gravar tudo que vi e ouvi. Selecionei dois vídeos entre os que consegui fazer no meio do temporal e caminhando durante a passeata. Prestem bem atenção, eles mostram que nem todos se deixam enganar pela mídia golpista, que nem todos, mesmo tendo motivos reais pra estarem revoltados caem no golpe do discurso reacionário dos revoltados empresários que lucram com a campanha golpista do impeachment vendendo camisetas a 99 reais. Eles mostram que o povo pensa.
Joana me chamou a atenção desde a Paulista: mulher, negra, desempregada, residente da Zona Leste de onde saiu de bicicleta, vestida para a chuva para participar do ato. Tentei me aproximar dela algumas vezes, mas a chuva e a multidão dificultaram o contato.
Fiquei um bom tempo esperando a marcha caminhar para a Consolação em direção à praça da República, fiquei na esquina vendo a Consolação ser completamente preenchida e ainda com uma massa imensa na Paulista. Até que reencontrei Joana:
Joana é moradora da Zona Leste, veio de bicicleta e está desempregada há 5 meses. Ela tinha todos os motivos pra cair no discurso de ódio dos revoltados online, mas veja o que ela pensa:
Joana escolheu vir para esta manifestação, ela não apenas sabe sobre a crise como está sentido na pele seus efeitos, mas ela tem consciência de classe. Pergunto a ela: você acha que a UDN Gourmet vai lutar por você no domingo? Ela com toda clareza do mundo: “De jeito nenhum!”
Presidenta Dilma, ouça a Joana, governe para as Joanas que a elegeram e que continuam a sair na rua para defender o seu governo.
O segundo entrevistado conheci na fila do metrô da Praça da República, como ficamos quase uma hora pra chegar até a catraca, consegui fazer a entrevista antes de ele desistir e ir a pé pra casa.
Nei quebra todos os estereótipos que temos: é careca, tem tipo físico fortão, mas não vai desfilar com os skinheads no domingo. Mora em Santa Cecília, região central de Higienópolis, mas é gente diferenciada; é taxista, mas não tem absolutamente nada daquele discurso reacionário de taxistas que ouvem o veneno das rádios paulistas 24 horas ao dia. Ele é bem informado e sabe exatamente porque temos de sair às ruas em defesa da Petrobras, ouça-o:
Por último, pela primeira vez desde janeiro de 2015, a direita golpista perdeu o comando da rede e do twitter nesta sexta. Das 10 hashtags mais usadas no twitter (entre 5h e 17h no dia 13/março), as quatro primeiras foram produzidas pela esquerda: 1 #Globogolpista (48.028 menções) 2 #Dia13diadeluta (17.819) 3 #Domingoeunãovouporque (14.819) 4 #Dilmalinda (7.753) Só em quinto lugar apareceu uma hashtag da direita (#canseidesertrouxaagoraeuvou – 4.290). 6 #Jornalistaslivres ficou em sexto lugar, com 2.475 menções. (fonte: Interagentes)
O ato na Paulista (e em várias outras cidades do Brasil nesse histórico #dia13diadeluta, a retomada das redes pela esquerda que estava zonza desde o início do segundo governo Dilma podem ser um ponto de inflexão na disputa política. Acompanhemos e lutemos. Democracia é matéria frágil em país de longa tradição escravista e autoritária. Viúvos da ditadura não se conformam com ela, com inclusão social é da natureza do escorpião.
“Pisa ligeiro, pisa ligeiro, quem não pode com a formiga não assanha o formigueiro”, acho que a direita golpista entendeu o recado dado por 100 mil formigas em marcha.
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Nota pública do MST sobre a ameaça de morte a Stedile
Marzo 12, 2015 8:28Rodrigo Vianna em seu blog aqui na Fórum publicou o texto do professor Igor Fuser analisando a irresponsabilidade do blogueiro da Veja Augusto Nunes, famoso por incitar a violência contra a esquerda. Nunes já colocou a vida de outras pessoas em risco, como a de Eduardo Guimarães.
A Polícia Federal não investigará estas ameaças, seus incitadores? O que faz exatamente Eduardo Cardozo na pasta do Ministério da Justiça?
Nota sobre a ameaça de morte a Stedile
Circula pelas redes sociais da internet um anúncio que pede “Stedile vivo ou morto” e oferece uma recompensa de R$ 10 mil.
12/03/2015
Nota ao povo brasileiro
Circula pelas redes sociais da internet um anúncio que pede “Stedile vivo ou morto”. Apresentando-o como líder do MST e “inimigo da Pátria”, o autor oferece uma recompensa de R$ 10 mil para quem atender o seu pedido. Em outras palavras, está incentivado e prometendo pagar para matar uma pessoa, no caso João Pedro Stedile, da coordenação nacional do MST.
Há indícios que a ação criminosa partiu da conta pessoal no facebook de Paulo Mendonça, guarda municipal de Macaé (RJ). E foi, imediatamente, reproduzida pela maioria das redes sociais que diariamente destilam ódio contra os movimentos populares, migrantes, petistas e agora, especialmente, contra a presidenta Dilma Rousseff. São as mesmas redes sociais, em sua maioria, que estão chamando a população para os atos do dia 15/3, para exigir a saída de Dilma do cargo de Presidenta da República, eleita legitimamente em 2014.Já foram tomadas as providências, junto às autoridades, para que o autor do cartaz e todos os que estão fazendo sua divulgação, com o mesmo propósito, sejam investigados e responsabilizados criminalmente, uma vez que são autores do crime de incitação à pratica de homicídio.
Mas o panfleto é apenas um reflexo dos setores da elite brasileira que estão dispostos a promover uma onda de violência e ódio, com o intuito de desestabilizar o governo e retomar o poder, de onde foram afastados com a vitória petista nas urnas em 2002.
Para estes setores não há limites, nem sequer bom senso. Recusam-se a aceitar a vontade da população manifestada no processo democrático de eleger seus governantes.
Deixam-se levar por instintos golpistas, embalados pelo apoio e a conivência da mídia conservadora e anti-democrática. Usam a retórica do combate a corrupção e da necessidade de afastar os que consideram estar destruindo o país, para flertar com a ruptura democrática. Posam de democráticos esquecendo que os governos da ditadura militar também diziam ser.
São os mesmo que cometeram, impunemente, o crime de lesa-pátria com a política de privatizações, na década de 1990.
O panfleto, e o que se vê nas ruas e redes sociais, é reflexo, sobretudo, de uma mídia partidarizada, que manipula, distorce e esconde informações, ao mesmo tempo que promove o ódio e o preconceito contra os que pensam diferente. O teólogo Leonardo Boff tem razão quando responsabiliza a mídia, conservadora, golpista, que nunca respeitou um governo popular, pela dramaticidade da crise política instalada no país. E corajosamente nomina os promotores do caos em que querem jogar o país: é o jornal O Globo, a TV Globo, a Folha de S. Paulo, o Estado de S. Paulo e a perversa e mentirosa revista Veja.
Um poder midiático que tem a capacidade de sequestrar partidos políticos e setores dos poderes republicanos.
Essa mídia, órfã de ética e de responsabilidade social, é que forma seus leitores com a mentalidade do autor que fez o criminoso cartaz sobre Stedile. É quem alimenta as redes sociais com os valores mais anti-sociais e incivilizatórios.
Os tucanos, traindo sua origem socialdemocrata, fazem oposição ao governo alimentando um ódio coletivo inicialmente restrito à classe alta, mas agora espraiado em todos os segmentos sociais, contra um partido político e a presidenta eleita. Imaginam que serão beneficiados com o caos que querem instalar, envergonhando, com essa política rasteira, os seus que os antecederam.
Um monstro foi criado pela forma como os tucanos escolheram fazer oposição ao governo petista e pela irresponsabilidade da mídia empresarial. A violência e o ódio estão se naturalizando pelas ruas. Essa criatura já escolheu suas vítimas primeiras: os casais homossexuais e seus filhos, os imigrantes, pobres das periferias, dirigentes de movimentos populares e militantes políticos de esquerda. Mas não raras vezes, essas criaturas, sempre ávidas de violência e intolerância, não poupam sequer seus criadores e os que hoje os acompanham.
Haverá uma longa jornada para superar as dificuldades criadas pelos que se opõe a construir um país socialmente justo, democrático e igualitário.
A começar por uma profunda reforma política, que nos leve a uma nova Assembleia Nacional Constituinte, exclusiva e soberana. É preciso taxar as grandes fortunas e enfrentar o poder dos rentistas e do sistema financeiro. Batalhas tão urgentes e necessárias quanto as de enfrentar o desafio de democratizar comunicação para assegurar, igualmente, a liberdade de expressão e o direito à informação, direitos bloqueados pelo monopólio da comunicação existente no país.
Somente assim, os saudosistas dos governos ditatoriais serão derrotados, e o povo terá a consciência de que defender o pais é lutar pela democracia, e não o contrário, como imagina hoje o autor do cartaz criminoso.
Movimento dos Trabalhadores Sem Terra – MST
São Paulo, 12 de março de 2015
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O raio gourmetizador de protestos reacionários da mídia e sua tentativa de minar o 13 de março
Marzo 10, 2015 20:14Mereceria um estudo de especialistas a dobradinha mídia monopolista e classe média analfabeta política no caso da cópia do cacerolazo chileno e argentino. Vamos a ela:
1) No domingo passo o dia todo fora do Facebook. Não saberia da existência da panelinha gourmet porque não moro em Ipanema, Leblon, Higienópolis, Jardins se não fosse a mídia monopolista que tentou desesperadamente ‘bombar’ este mico gourmet.
2) Foi a minha rede e não a direita que trouxe o tema até mim. Estranhei, abri a Folha e vi o papel vergonhoso deste jornaleco que assassina o jornalismo diariamente.
3) Comentei em minha rede que na minha perifa, as pessoas que não estão com a vida ganha não passam o dia inteiro no Facebook em campanha (não recebem um milhão de mega empresário pra ficar disputando 3º turno inexistente) usam as panelas pra fazer comida e domingão é dia de panela cheia de macarronada com a família.
4) Imediatamente centenas de pessoas curtiram o comentário e comentaram que onde viviam não teve panelaço algum.
5) Minha hipótese é de que a esquerda fez mais barulho nas redes sobre o factoide do que o batuque desafinado nas panelas das varandas gourmet dos jardins produziram mesmo amplificados pelos megafones midiáticos que a reaçaria sempre pode contar no Brasil.
6) Claro que a esquerda falou criticando, ironizando, colocando o piti mimado em seu devido lugar. Mas neste sentido, nas redes, foi a esquerda que acabou dando atenção a um protesto pífio que deveria ter zero de atenção.
7) Esta dinâmica da esquerda em reagir desta maneira às infantilidades desta elite descerebrada faz a gente perder o foco.
8) Eu acabei escrevendo sobre isso de um ponto de vista no campo da psicologia, dada a infantilização deste grupo reacionário, mas nem isso deveria ter feito.
9) Mas que tal voltar às nossas pautas? Criança mimada que recebe muita atenção às suas provocações ganha mais poder sobre os adultos.
10) A esquerda precisa disputar suas próprias pautas, mesmo só tendo o megafone da mídia bandida para criminalizar as lutas reais e que importam.
11) Vamos continuar permitindo que a direita, esta mídia bandida continue nos pautando?
12) A mídia monopolista derrotada nas eleições continua desinformando de modo irresponsável. Esta matéria de O Globo que já virou boataria na redes é um exemplo do quanto podem ser baixos. Depois dela eu tenho certeza que a mobilização da CUT e dos movimentos sociais está além de certa, vai ser expressiva. O Globo não se daria o trabalho de tentar melar a mobilização se não estivesse acompanhando de perto a organização para o ato.
Ontem estive na coletiva no Centro de Estudos Barão de Itararé com mais de uma dezena de jornalistas e blogueiros. Entrevistamos o Ministro Miguel Rossetto em nenhum momento da entrevista ele disse qualquer coisa sobre o governo estar com medo do ATO do dia 13 ou que o governo teria pedido pra CUT cancelar o ato. Acabei de falar com a secretária de comunicação da CUT, Rosane Bertotti ela negou qualquer ideia relacionada ao cancelamento do ato. Portanto, é uma manchete mentirosa, feita apenas pra confundir aqueles que estão mobilizados para o dia 13.
13) O meu foco e espero que o de vocês nesta semana nas redes e nas ruas é o dia 13 em defesa do que é central ao Brasil: Reforma Política, Soberania nacional, a luta pela Democratização das Comunicações e a defesa do Estado de Direito e da Democracia.
O RAIO GOURMETIZADOR DE PROTESTOS
Por Lelê Teles
8 de março de 2015, dia internacional da mulher. Um dia histórico. Nas redes sociais, poemas, flores, elegias, elogios, declarações e quetais.
Nos shoppings, compras: sapatos, colares, anéis, flores, presentes.
Nas escolas, redações alusivas às mamães e às professoras.
Tudo como dantes.
Até que caiu a noite e a presidenta Dilma Rousseff, a primeira e única mulher eleita pelo povo para governar o Brasil – e por duas vezes – fez um pronunciamento em cadeia nacional.
Das varandas de alguns luxuosos apartamentos ouviu-se gritos, urros, bater de panelas e xingamentos: vaca, puta, filha da puta…
As crianças ainda não tinham ido pra cama. Atentai bem.
Moro na praia, daqui não ouvi nada, soube do disparate pela televisão. Apesar de mostrarem poucas luzes a piscar em alguns poucos apartamentos, os jornalistas diziam se tratar de um panelaço.É o raio gourmetizador de protestos.
Pra mim, pra ser aço tem que ser grande. Costumamos usar o –aço como sufixo, da mesma forma como os índios do tronco tupi usam o –açú. Só que o nosso -aço é uma corruptela do espanhol –azo, el panelazo argentino e el Maracanazo uruguaio.
Portanto, só é golaço se tiver chapéu dentro da área ou se for gol de bicicleta. Dez apartamentos piscando em um condomínio de três torres não pode ser chamado de panelaço.
Foi o que costumamos chamar de panelinha, coisa feita por um grupinho seleto.
O mesmo grupo, a mesma panelinha, que mandou a presidenta tomar no cu na abertura da Copa do Mundo, pro mundo inteiro ouvir. Como se vê, um vergonhoso e reincidente ódio de gênero.
É o mesmo grupo, a mesma panelinha, que luta contra as cotas raciais nas universidades e no serviço público, são os mesmos que protestaram contra a formalização dos empregos domésticos, os que xingaram o governo porque tinha gente demais andando de avião, porque o Bolsa Família impedia que crianças morressem de fome e de inanição, as mesmíssimas personas que gritaram contra o programa Mais Médicos, a mesma panelinha que ignora o fato de o Brasil viver o pleno emprego enquanto a Europa desemprega e empobrece, os mesmos que babam ódio ao ver um garçom ou um porteiro chegando ao trabalho em um carro um ponto zero, zerinho.
Trata-se de um ódio de classe patológico.
Dito isto, digo mais.Essa gente gritava durante o pronunciamento, o que significa que estavam pouco se lixando para o que a presidenta dizia, eles queriam era ser ouvidos, aos berros e xingando.
O diabo é que com isso eles também impediam que os seus vizinhos ouvissem o que dizia a mandatária, mesmo que estivessem dentro de casa.
E eles se dizem democratas.
São os revoltados Online, ativistas de sofás, de camarotes e agora de varandas. Nas redes sociais, a panelinha pede a volta do regime militar. Sobre o que protestam? Dizem que é contra a corrupção, contra o petrolão. Mas lá no petróleo, 32 cabras citados pelo doleiro delinquente são do PP. Mas a turma do camarote está a bater panelas contra o PT somente.
Os presidentes da Câmara e do Senado também foram arrolados, mas a turma da varanda berra contra o PT somente. Anastasia, tucano apadrinhado por Aécio, está lá, citado pelo escroque, mas o problema é o PT.
Milhares de brasileiros, entre eles artistas, políticos, empresários, médicos… foram flagrados a camuflar grana nas estranjas, no suspeitíssimo HSBC. A sigla do banco já o põe em suspeição.
Fernando Rodrigues tem a lista com os nomes, se tivesse um petista lá já teria vazado. Como não tem petista metido na maracutaia, a turma da varanda gourmet não se interessa.
Vaca, puta, filha da puta.
É uma turma de malucos, já foram liderados por Lobão, o lunático licantropo, agora seguem um tal Marcello Reis, igualmente oligofrênico e lunático. Reis afirmou cheio de empáfia sobre o xingamento da panelinha “é importante frisar que a iniciativa partiu da gente.”
Eles estão nas redes sociais a berrar vaca, puta e filha da puta, e a dizer que Lulinha comprou uma pirâmide no Egito, que Dilma quer fazer do Brasil uma mini Cuba, que a Forbes diz que Lula é muito mais rico do que Eike Batista fora um dia, que o governo vai dar bolsa para quem for preso, para prostitutas e que os nordestinos são todos ignorantes.
Querem o impeachment da presidenta, mesmo ouvindo do Ministério Público e da Procuradoria Geral da República que não há nenhum crime atribuído à chefe da nação.
Querem porque querem, ora.Querem o impeachment, mesmo sabendo que os presidentes das casas do Congresso estão sem moral para moralismos e que os próprios líderes políticos que eles defendem, os do bico grande, sejam contra o impedimento da mandatária.
Querem levar no grito.
Embora essa gente diferenciada viva a gritar e a berrar o tempo todo e o que querem, juram que vivem numa ditadura.
Roberto Freire e a tucanagem dizem que vão subir à varanda e se juntar a essa gente, no dia 15 de março. Vai ser vergonhoso ver um líder sindical, e uma dezena de líderes políticos, marchando nas ruas ao lado de umas madames bem alimentadas, bem vestidas e cheias de ódio, mostrando o dedo médio e xingando palavrões.
Todos eles brancos, todos eles ricos, todos eles nunca foram à cozinha ou às panelas. Mas estarão nas ruas com frigideiras na mão, protestando contra as conquistas das cozinheiras e de seus filhos, quase todos eles pretos.
Palavra da salvação.
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