“Rolezinhos” se espalham pelo País: teremos as jornadas de janeiro?
15 de Janeiro de 2014, 9:11 - sem comentários aindaO que foi que eu falei? Que a ‘Justiça’ braço armado de caneta da reaçaria fazendo uso de suas liminares e da polícia capitão do mato provocariam a fúria da periferia e a solidariedade da juventude não reacionária.
Obviamente a mesma classe média reaça que só lembra dos direitos humanos no Maranhão para atingir o governo de Dilma, como se esta tivesse parido Sarney, que endeusa preto se este encarcera petista e que torce o nariz quando os pretos invadem seus templos sagrados de consumo, verão no movimento uma ótima oportunidade de partidarizar isso. E não precisa ser sociólogo para entender que os rolezinhos embora sejam uma ação política (levando em conta que toda prática social é política), passa ao largo de questionar o sistema. Os rolezinhos não são o prenúncio nem da revolução, nem da barbárie. O que querem esses meninos negros, que vivem sob a mira da polícia, numa sociedade que reafirma cotidianamente que é preciso ter, é preciso possuir, é preciso consumir? O que pensam?
Em junho escrevi vários textos argumentando que as manifestações arrefeceriam até o próximo estopim.
A juventude é contestadora da ordem estabelecida, independentemente de sua ideologia, na adolescência regras são feitas para serem quebradas. Da Roma antiga ao Rio de Cabral os jovens sempre incomodaram a ordem estabelecida. Na atualidade, na era das redes digitais as formas de luta da juventude são pontuais, com demandas concretas. No Brasil: diminuição do preço das passagens, passe livre, desmilitarização da polícia e agora o direito de ir e vir nos templos de consumo, nos parques dos bairros de classe média alta. Essa juventude quer o direito à cidade.
É preciso ouvir o que esses jovens têm a dizer, é preciso criar pontes geracionais. A esquerda brasileira não pode se acuar diante das manifestações como estas deixando que a direita manipule suas bandeiras históricas como o combate ao racismo, ao preconceito de classe, o direito de ir e vir dos cidadãos em seu próprio país e a defesa irrestrita dos direitos humanos.
A esquerda brasileira, especialmente os petistas não podem se acuar e criminalizar as manifestações, vendo nelas mais uma tentativa e desestabilizar o governo.
Em junho a esquerda reaprendeu na marra o caminho das ruas não pode esquecer que elas, assim como as redes digitais estão integradas e estão em disputa permanente.
Os partidos de esquerda precisam ocupar as periferias, abandonar os jargões burocráticos e perceber que sem formação política as transformações necessárias para a construção de uma verdadeira sociedade mais justa e democrática não se realizam.
O PT precisa entender que não basta os mais pobres terem acesso ao consumo, sem formação política as mínimas conquistas sociais destes dez anos podem ser perdidas.
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“Rolezinhos” se espalham pelo País
Ao menos 17 eventos já foram marcados em diferentes cidades para os próximos finais de semana
por Redação, Carta Capital
14/01/2014 15:02Após a repressão contra jovens e a proibição dos chamados “rolezinhos” por quatro juízes, ao menos 17 eventos já foram marcados em diferentes cidades do país para os próximos finais de semana. O número de confirmados varia entre algumas dezenas e milhares de participantes, como o do Shopping Itaquera.
Iniciados por jovens da periferia em São Paulo no mês de dezembro, os eventos se espalharam pelo país e devem acontecer em shoppings, parques e até centros culturais Confira a lista abaixo:
18 de janeiro
24 de janeiro
Parque Ibirapuera
25 de janeiro
26 de janeiro
1º de fevereiro
5 de fevereiro
8 de fevereiro
15 de fevereiro
22 de fevereiro
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14 de Janeiro de 2014, 17:56 - sem comentários aindaExcelente entrevista concedida pelo deputado Adriano Diogo, presidente da Comissão da Verdade e Justiça de São Paulo.
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14 de Janeiro de 2014, 17:48 - sem comentários ainda
Escala de critérios para entrada no shopping
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13 de Janeiro de 2014, 13:17 - sem comentários aindaShopping é o templo da classe média alta brasileira (ou que aspira ser), a pele negra só é admitida para lavar banheiros, cozinhar, varrer, fazer a segurança…
Tive alunos que (possivelmente por ouvir de seus pais) quando viam um ‘baiano’ (é assim que a burguesia paulistana se refere a qualquer um que não se parece com ela) no espaço de consumo privado até então exclusivamente reservado aos com poder de consumo estranhavam e hostilizavam o ‘estrangeiro’. Lembro-me que conversei com a classe sobre o direito de ir e vir, sobre racismo, sobre como num país civilizado apartheid sociorracial era condenável. Eles refletiram e se envergonharam de expressar seus preconceitos. E na nossa conversa eu dizia: acostumem-se será cada vez mais frequente a presença de negros, jovens brancos de classe C, enfim, o filhos da era Lula alçados ao mercado de consumo.
Em novembro, em Fortaleza jovens foram reprimidos por segurança, um eles gravou tudo e colocou no youtube e houve alguma manifestação de repúdio na rede, mas também houveram manifestações daquelas que não esconderam seus preconceitos de classe e raça. Em dezembro vários jovens negros foram humilhados em um shopping em Vitória.
Cena secular em país herdeiro da escravidão. Jovens hostilizados pela polícia militar em um Shopping em Vitória. A polícia fazendo segurança privada, dando uma banana para o direito de ir e vir da juventude pobre.
Agora acontece em São Paulo com o descalabro de um juiz que concedeu uma liminar impedindo a entrada dos garotos no shopping. É o apartheid legalizado.
A desculpa é que os jovens promovem tumultos. E é só desculpa já que jovens de classe média, brancos não são incomodados quando sobem em mesas de praça de alimentação, gritam, xingam no meio do shopping.
No depoimento de Vanessa Barbara, a barbárie que esses jovens enfrentam cotidianamente:No estacionamento do shopping Metrô Itaquera, 11 jovens de bermudas coloridas e tênis chamativos estavam sendo revistados. Tinham um olhar vazio e sem expressão; cederam as mochilas, os documentos e explicaram o que tinham ido fazer ali: dar um “rolezinho”.
O tenente encarregado da operação não encontrou nada de ilícito nos pertences dos jovens, a maioria negros e menores de idade. Explicou que a polícia estava abordando pessoas que pudessem ter ido para o evento, pois tinha um mandado de proibição.
Anotaram nome e endereço de todos e avisaram que, se causassem tumulto, seriam multados em R$ 10 mil.
Os adolescentes não me olhavam nos olhos e pareciam resignados. “Não vou embora não, quero ir ao cinema”, disse Rodney Batista, 20. No grupo de 11, só um tinha o olhar duro de quem estava engolindo a raiva.
Não vi ninguém com armas; ninguém roubando, depredando ou fazendo arrastão. Ainda assim, os lojistas entraram em pânico.
Segundo a opinião pública, são bandidos com histórico de crimes; no melhor dos casos, vagabundos que vão lá tumultuar, cometer delitos e assustar “gente de bem”.
São tratados como tais pelas autoridades: passando pelo corredor, um policial repetia no ouvido de todos: “Vou arrebentar vocês, vou arrebentar” –e plaf, deu um chute em um menino.
Pedi: “Licença, gostaria de saber o nome do senhor, ouvi o que o senhor disse e vi o que fez”, ao que ele tirou a etiqueta de identificação e escondeu no bolso. Insisti em saber o nome, tentei tirar uma foto, recorri ao tenente e falei com outros policiais –todos identificados.
Mas me acovardei e pensei que ele poderia ter ficado assustado por ter sido flagrado, que talvez tenha sido um momento do qual se arrependeu… Pensei também que arrogar qualquer tipo de coisa–”Sou da imprensa, olha só o meu crachá lustroso”– me rebaixaria ao nível dele, que usou do poder para fazer algo contra alguém mais fraco.
Vi gente filmando e sendo obrigada a apagar o arquivo, e a imprensa foi orientada a não registrar o que ocorria.
A gente fica só imaginando o que não devem fazer quando ninguém está realmente olhando. (VANESSA BARBARA,
COLUNISTA DA FOLHA: Em Itaquera, PM dizia a quem passava: ‘Vou arrebentar você’)A culpa deve ser do Sarney.
Apartheid se agrava em São Paulo com intimação contra ‘rolezinho’
Redação Correio do Brasil, de São Paulo
13/1/2014 13:22
O fotógrafo Bruno Poletti, da Folhapress, fotografou o momento em que um PM ameaçava com o cassetete um garoto, menor de idade, que integrava o ‘rolezinho’
São Paulo vive uma nova forma de apartheid (segregação racial e social) após a ação violenta da Polícia Militar e, agora, a intimação da Justiça contra um grupo de jovens, desarmados, que realizou mais um ‘rolezinho’ em um shopping paulistano. Ao todo, 10 desses jovens foram intimados a comparecer à Justiça para explicar sua participação no movimento que gerou a reação violenta de policiais militares e terminou em confusão e violência no shopping Metrô Itaquera, na noite de sábado. Medida liminar da Justiça consolida o estado de segregação e serviu como pano de fundo para a ação violenta da polícia paulista.
Os manifestantes maiores de idade, segundo a assessoria de imprensa do shopping, foram notificados por um oficial de Justiça para falar, em juízo, ainda durante a manifestação no centro comercial. Os jovens deverão prestar depoimento, perante um juiz, e relatar as suas versões dos fatos. Caberá à Corte analisar cada caso e decidir se eles pagarão ou não a multa de R$ 10 mil, prevista na liminar. Segundo o oficial de Justiça responsável por entregar as intimações, os rapazes que receberam o documento foram identificados pela Polícia Militar.
– Quem a PM apontar como participante ou cabeça (líder) do movimento, nós vamos abordar – afirmou a jornalistas o oficial judiciário.
No pico do movimento, cerca de 3 mil jovens ocuparam o centro comercial, em Itaquera. Ao chegarem no shopping, os jovens eram revistados por policiais militares, enquanto o oficial de Justiça anotava os dados pessoais (nome, RG e endereço) dos maiores de idade. No ato da identificação, eles recebiam uma cópia da liminar concedida pela Justiça. Dispostos a desafiar o poder discricionário de policiais e agentes da Justiça, os jovens correram pelos corredores, o que assustou clientes e comerciantes. As lojas fecharam por temor de saques.
Após o ‘rolezinho’, os jovens saíram do shopping com a chegada da PM e dirigiram-se ao terminal Corinthians-Itaquera, onde a Tropa de Choque usou bombas de gás e balas de borracha para dispersá-los. Três pessoas foram detidas e houve vários feridos.
Resistência
A resistência dos jovens negros não começou neste sábado
A resistência dos jovens negros e pobres da periferia paulistana é uma luta que não começou neste domingo. Em fevereiro de 2012, militantes do movimento negro em São Paulo após passeata entoada por palavras de ordem pegaram de surpresa a segurança do Shopping Higienópolis, eram por volta de 16:00 da tarde quando uns 300 militantes adentraram rapidamente e “provocaram um frenesi nas faces brancas e rosadas da elite privilegiada deste país”, lembrou a jornalista Conceição Oliveira, editora do blog Maria Frô, ao reproduzir um depoimento do militante Francisco Antero.
“Ultrapassada as três portas principais, objetivava-se agora chegar ao ponto central desta casa que é a antítese da casa do povo. Os seguranças tentaram impedir, havendo um início de tumulto, logo superado pela onda negra que fazia pressão para que não se parassem nos corredores. Tomamos o ponto central com nossas bandeiras, com nossas palavras, com nossa cor preta”.
“A disposição arquitetônica deste centro mercantilista é perfeita para este tipo de ato, pois dos vários andares poder-se-ia avistar o nosso grito de protesto de onde estávamos. As forças de segurança do Estado racista brasileiro estavam em nosso encalço, mas fizeram as intervenções de rotina. Os militantes do movimento negro se revezavam no microfone para dar o recado nunca antes ouvido pela elite branca que gastava ali o dinheiro advindo do suor do povo negro deste país”.
“Os olhares de perplexidade foram a tônica, incredulidade da burguesia por termos chegado até onde chegamos. Ouvir verdades nunca foi o forte desta gente. Enfatizo o fato de poder ter sido qualquer outro Shopping o alvo, mas era preciso algo a simbolizar nossa história de exclusão. Este templo do consumo carrega em seu nome a característica eugênica de nossa elite branca pensante de fins do século XIX e início do século XX”.
“Nossas palavras fizeram eco. Nossa intenção jamais foi reclamar participação e existência naquele ambiente de luxo. Nossa intenção era denunciar olho no olho para quem vive as custas do suor do povo negro. Encerramos a manifestação e nossa alma foi duplamente lavada pela chuva que caía sem cessar. Vivemos hoje um grande momento de Panteras Negras com esta entrada. O Povo negro deste país existe e vai exigir sua participação nas riquezas deste país, doa a quem doer”, afirmou.
O diário conservador paulistano Folha de S. Paulo gravou, em vídeo, parte da manifestação no shopping de Itaquera:
Campanha de solidariedade a Genoino
10 de Janeiro de 2014, 15:28 - sem comentários aindaPrezad@ amig@,
Por: Equipe do Estamos Aqui (via e- mail)
Fazemos parte da organização da lista - também apelidada “Abraço assinado”- de apoio ao José Genoino. Antes de mais nada, gostaria de transmitir a todos vocês o quanto foi importante para ele receber nossa manifestação de confiança e solidariedade. Podem ter certeza de que isso o ajudou enormemente a enfrentar o dificílimo momento pelo qual que está passando.Criamos este boletim para podermos, quando for necessário e urgente, entrar em contato com vocês. E este é um momento especialmente grave. Vocês devem ter lido nos jornais que, além da prisão, Genoino foi condenado a pagar uma multa enorme, muito acima do que estaria ao alcance de suas posses. E o prazo estipulado para ele fazer o pagamento foi de dez dias.Resolvemos então partir para uma campanha destinada a ajudá-lo a enfrentar mais essa dificílima situação. Genoino não dispõe de recursos financeiros. Mas tem amigos.Viemos então convidá-l@ a participar dessa campanha visando arrecadar fundos para o pagamento da multa. Temos um grande trunfo: somos muitos. Cada um que queira participar pode entrar com a importância que quiser e puder doar. Ninguém deve se acanhar achando que a quantia que quer dar é grande ou pequena. Toda ajuda será muito valiosa.As instruções para fazer a contribuição da maneira correta, sem causar problemas com o Imposto de Renda, quer para o doador, quer para Genoino, estão explicadas no site: www.apoiogenoino.comLá estão os dados da conta poupança em nome do Genoino, especialmente aberta para esse fim na Caixa Economica Federal. Lá estão também os passos necessários para fazer a doação e o email para o qual deve ser encaminhado o comprovante, juntamente com o nome e CPF do doador.Seguindo os passos lá indicados, tudo dará certo. Depois de contribuir, o doador terá como entrar numa página desse mesmo site, com uma senha própria que lhe será enviada, e acompanhar o quanto já se arrecadou até o momento.Espero que vocês entendam a situação e acolham esse nosso convite da melhor maneira.É claro que respeitamos as posições daqueles que divergem da nossa iniciativa. E agradecemos, do fundo do coração, aos que vierem juntar-se a nós..Um grande abraço e, desde já, muito obrigada.Equipe do Estamos Aqui.