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3 de Abril de 2011, 21:00 , por Desconhecido - | No one following this article yet.
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Algumas considerações aos governistas pró-leilão que negam o direito de expressão aos que foram contra o leilão

22 de Outubro de 2013, 11:44, por Desconhecido - 0sem comentários ainda

A cultura do bate-boca e da desqualificação nas redes

Mantive o título da Hilde (no texto que reproduzo ao final do meu post), mas não acho que a imensa maioria que defendeu o leilão é falacioso conscientemente.

Vejo que o amor incondicional ao governo Dilma de parte de uma militância nas redes está impedindo a crítica, mas há mais problemas além de a imensa maioria entrar neste debate com o espírito de final FlaXFlu é não entender que a questão é política e não apenas técnica. O governo Dilma fez uma opção desenvolvimentista e não se acanha em fazer uso da lógica do mercado. Nacionalistas como Hilde, Comparato, Ildo, ou petistas como Gabrielli não querem derrubar Dilma, destruir o legado de Lula, mas se opõem a lógica de mercado, porque têm um projeto nacionalista e à esquerda.

Os petistas militantes da rede que se deram o trabalho de ler sobre a questão usam como argumentos a questão ambiental: Marcos Urupá fez uma síntese que  Luiz Müller, ao debater comigo também argumentou:

“Tendo a crer que a realização do leilão de Libra agora pode ter dois motivos:

1- Por conta da gradativa evolução do uso de outras fontes de energias mais limpas, que envolvem tecnologias inovadoras, o pré-sal poderia deixar de ser “bilhete premiado” dentro de algum tempo, e ai o Brasil perderia espaço na correlação de forças mundial sobre as reservas de petróleo;
2 – A Petrobras sozinha não teria condições de realizar esta exploração do petróleo do pré-sal, o que significa uma clara evidência de que não fizemos os investimentos adequados na nossa maior empresa.”

Em relação ao ponto 1 eu sinceramente acho que em 30 anos a energia suja continuará a todo vapor, o capital está se lixando para o meio ambiente. E em relação ao ponto 2, os petroleiros, Gabrielli, Ildo, Fernando Siqueira argumentam que teriam sim como conseguir recursos e argumentam com muita propriedade, primeiro porque tecnicamente é a Petrobras que domina a tecnologia de extração em campos profundos, segundo que BNDES não deve servir apenas para socorrer Eikes e Diniz e Teles e mídia velha, isso só pensando no capital brasileiro, por que qual mercado financeiro recusaria capital farto para quem detém o maior campo de petróleo de primeira linha do mundo?

Mas enfim, o que é inconcebível a meu ver entre os militantes governistas é o modo que tratam os petroleiros e todos no campo da esquerda que se opuseram ao leilão de Libra. Gustavo Gindre fez uma boa síntese do absurdo que foi este debate desqualificador travado nas redes:

Continuo achando que nada a priori pode garantir que Ildo Sauer, Guilherme Estrella, Luiz Pinguelli Rosa e Sérgio Gabrielli estão corretos em sua crítica ao leilão.

Mas, acho que algumas coisas devem ser ponderadas.

Exceto Gabrielli, todos eles são referências internacionais no debate sobre energia. Suas opiniões são tecnicamente respeitáveis.

Todos estão propondo um debate que vai além da questão meramente técnica. Todos defendem uma estratégia geopolítica para o petróleo brasileiro. Não se trata, portanto, de “apenas técnicos” como já li em algum lugar. Há aí um ponto de vista político.

Todos têm profunda relação com o PT. Um deles ainda hoje é filiado ao partido e exerce cargo de secretário estadual no governo da Bahia. Dois eram, até pouco tempo, as principais referências do PT para o debate energético. Não são, portanto, nem a “esquerdalha maluca” nem a “direita golpista”. São pessoas que sempre se viram muito próximas da militância petista.

Eu acho que essas questões somadas deveriam, pelo menos, servir de convite aos petistas para debater o mérito e não entrar nessa onda de desqualificação a priori.

E quando se fala em desqualificação não é pouca coisa. Ao menos no campo da esquerda nunca havia visto (nem contra os inimigos de classe) o baixo nível dos ataques dos governistas acríticos: os petroleiros foram chamados de blackbostas, oportunistas, corporativistas. A categoria operária organizada mais nacionalista que conheço foi chamada de entreguista! As pessoas que tentavam argumentar contra o leilão se fossem mulheres (não importa que tivessem 65 anos) foram tratadas de ‘vagabundas‘. 

Não vou printar as barbáries que li que é pra não acirrar ainda mais os requintes de barbárie que transformaram um debate saudável no próprio campo da esquerda num rol de baixarias.

A criminalização de todos que se questionam alguma medida do governo Dilma, mesmo os do campo da esquerda

Tenho um irmão petroleiro que virou petista me seguindo ainda moleque nas reuniões e nas bocas de urna reais onde carregávamos bandeira e conversávamos com as pessoas mostrando o quanto o PT era diferente dos demais partidos, mesmo sabendo que sem recursos, pequeno e sem alianças  nosso candidato nunca teria voto, mas acreditávamos que convenceríamos e chorávamos a cada derrota.

Meu irmão petroleiro está na Petrobras desde a escola técnica, seu único emprego de toda uma vida. É petista roxo, nunca pôs em questão as decisões tomadas pelos governos Lula ou Dilma. É dos que ocuparam a Petrobras em 1995 quase sem barba na cara.

Eu vi como em Cubatão a organização dos petroleiros na liderança de toda uma cidade não só impediu que o prefeito vendesse um terreno de preservação ambiental para dar lugar a um pátio de containers como nesta luta pela saúde, pelo meio ambiente e pela qualidade do bairro cujo processo rendeu quatro meses ininterruptos de ocupação (curioso, a moçada acha que a tática de ocupação nasceu em junho, esquecendo que movimentos sociais e sindical fazem isso há pelo menos 3 séculos) não apenas resultou na vitória dos moradores do Casqueiro contra a tentativa do prefeito como desta luta saiu e se fortaleceu a candidatura da prefeita petista eleita em 2008 e reeleita em 2012. 

Não passou pela cabeça dos detratores pró-leilão que exatamente porque boa parte dos cutistas, fupistas são petistas para eles a decisão de se opor e se mobilizar, entrando inclusive em greve contra o leilão do Campo de Libra foi uma decisão ainda mais difícil?

Não é fácil sendo de esquerda e tendo lutado para eleger Dilma conviver com um governo que não dialoga com os movimentos sociais e com todas as categorias sindicalizadas que igualmente lutaram bravamente para eleger este governo. Ao recusar a prática do diálogo a presidenta Dilma está caminhando num terreno muito arriscado. Seu governo já afastou professores universitários das federais porque se recusou a debater com a categoria e olhem que só o blog Maria Frô  publicou umas 50 cartas de professores, reitores etc. em apoio à Dilma durante a campanha de 2010.

Em minha avaliação foi um erro político imenso a decisão de fazer o leilão sem antes debater, explicar os pontos do governo, esgotar esta discussão e para piorar fazê-lo num hotel de luxo, na cidade que hoje é o epicentro das revoltas contra um governo truculento do qual o PT é ainda infelizmente aliado e causa inúmeros desconfortos aos petistas que têm compromisso com os movimentos sociais e com bandeiras históricas do PT.

Para completar o governo por meio do Ministério da Justiça mobilizou mais de mil homens da Força Nacional para reprimir o direito legítimo de se manifestarem dos que eram contrários ao leilão.

As cenas que vi ontem via os celulares dos midialivristas ou pela mídia institucional foram deprimentes: a Força Nacional contra 20 gatos pingados na rua. A Força Nacional contra bandeiras vermelhas da FUP, da CUT. A Força Nacional reprimindo uma categoria que tem uma importância histórica na defesa do patrimônio nacional e no enfrentamento da sanha privatizadora da era FHC como poucas vezes se viu.

Quem tem um mínimo de memória sabe que foram os petroleiros que  chegaram a ocupar as refinarias por mais de 30 dias no segundo ano de governo do primeiro mandato de FHC. Em 1995 eles foram criminalizados, ameaçados com exército na porta, todos os dias manchetes criminosas contra eles, mas eles resistiram e a Petrobras foi salva das mãos privatistas tucanas.

Daí ver militantes governistas acríticos tratar Jose Sergio Gabrielli de Azevedo como um ressentido fracassado é de uma crueldade absurda, mas tratar petroleiros como inimigos é de uma inabilidade política sem precedentes. Eles entraram em greve contra o leilão porque defendem que com a tecnologia e a capacidade da Petrobras conseguir recursos, poderíamos ter 100% do pré sal e não 40% como passou a ter pós-leilão.

Eles sabem que a Petrobras é a única empresa do mundo a ter a tecnologia de extração do pré-sal. Na partilha vai haver transferência de tecnologia? Chineses vão chegar com seus trabalhadores (o governo chinês trabalha assim) os milhões de empregos em 35 anos serão também de uma nação que tem quase 1,5 bilhão de habitantes e vem ocupando o continente africano nestes moldes. Qual será o próximo passo, a xenofobia?

E os petroleiros foram colocados na categoria dos ‘blackbostas’

Não se trata uma categoria com a trajetória de luta à esquerda e nacionalista dos petroleiros como bandidos, ‘blackbostas’, ‘oportunistas’, ‘que só sabe defender seus interesses corporativos’ e outros absurdos que li. O Partido dos Trabalhadores foi forjado na luta destes companheiros, o inimigo de classe certamente não é a categoria dos petroleiros.  Assim tratá-los como inimigo botando a Força Nacional pra baixar o cacete neles não me parece só crueldade é de uma inabilidade politica que achava fosse restrita apenas a sujeitos feito Cabral.

Tenho discutido sobre como se criminaliza as manifestações que ocorrem no Brasil a partir de junho. De todos a tática black bloc é a que mais causa repulsa neste grupo à esquerda que não aceita nenhuma espécie de questionamento ao governo sem tratar os críticos como tucanos ou ultraesquerdistas (que para os governistas acríticos são sinônimos).

Esses rapazes e gurias que botam máscaras não podem ser tratados como um bloco único. Aliás, para ir em manifestação desde pelo menos 2009 aqui em São Paulo pelo menos a imprensa institucional usa máscaras (e não só as ideológicas), descrevi isso quando tomei banho de spray de pimenta na frente da prefeitura na época das enchentes em que o Jardim Romano ficou 2 meses submerso. Foi a primeira coisa que me chamou a atenção: por que fotógrafos e repórteres da Folha e afins com identificação estavam com máscaras. Só depois de quase ter morrido intoxicada é que entendi. 

Mas, para quem não sai às ruas e fabrica sua visão de mundo por meio do PIG que tanto critica, mas não deixa de assistir, ler e ouvir, poderia fazer um exercício simples: pergunte aos professores do Rio de Janeiro se eles apanharam da polícia ou dos black bloc. Pergunte a todos que foram nos esculachos da rede Globo quando trocamos o nome da ponte para Wladimir Herzog e pichamos eletronicamente a Globo se algum black bloc nos agrediu ou quebrou algo. Detalhe, apesar da tropa de choque presente nos acompanhando no 11 de julho, ela não nos atacou.

Não dá para idealizar nada, muito menos jovens revoltados, mas criminalizar é o pior dos caminhos, tem de tentar entender e claro buscar de alguma forma mediar a comunicação com esta juventude que não acredita mais na política institucional.

caminho certamente é bem mais complexo que só achá-los baderneiros e vibrar quando a mesma polícia que mata Amarildos nas favelas de todo o Brasil desce o cacete neles. Ao invés disso deveríamos estar com um projeto no Congresso para recriar a Força Pública, uma polícia cidadã, e desmilitarizar esta herança da ditadura militar que só serve pra espancar e matar trabalhador.

Neste andar da carruagem como será o debate eleitoral travado nas redes?

A maior parte do debate que vi travado nos dias que antecederam o leilão foi reduzido a uma desqualificação das pessoas, um abandono completo dos argumentos (incluindo técnicos e políticos). Era só xingamento, detratação, parece que parcela destes governistas tomaram da água dos piores estereótipos da direita que conhecemos na rede.

Fico me perguntando se esta será a postura da rede militante pró-Dilma em 2014. Tenho cá pra mim que isso mais afasta que agrega, que isso mais cria repulsa que convence, que isso reduz por demais o espectro que se deseja atingir.

Se os militantes governistas pró-Dilma não ouvem e querem silenciar até mesmo aqueles que apoiam o governo, mas divergem por vezes, como farão para convencer os eleitores sem filiação ou simpatizantes?  Quer categoria mais fiel ao projeto do PT do que a dos petroleiros que enfrentaram Fernando Henrique e sua sanha privatizadora quando ocuparam por 32 dias as refinarias do Brasil?  Como tratar essa categoria como oportunista, traidora e outros epítetos de baixo calão? Tenho certeza que não foi isso que o Lula tinha em mente quando convocou os militantes petistas a irem para a rede defender o projeto político do PT e as conquistas sociais dos governos capitaneados por ele e Dilma.

Para terminar reproduzo o post da Hilde (posso imaginar o que ela ouviu por ter feito a campanha que fez na rede contra o leilão) com os pontos levantados pela Associação dos Engenheiros da Petrobras (AEPET) que afirma que a estatal teria como garantir a exploração de Libra. E como ironicamente diz o  Gindre: “Mas, eles também não devem entender nada do assunto. Quem sabe mesmo de Petróleo somos nós aqui no Facebook“.

RESPOSTAS A TODAS AS GRANDES FALÁCIAS DOS QUE DEFENDEM O LEILÃO DO CAMPO DE LIBRA

Do blog da Hildegar Algel

21/10/2013

É chegado o dia. Que poderá mesmo ser chamado de o Dia do Luto Nacional, caso se confirme a realização do Leilão do Campo de Libra. Todo o aparato, até bélico, foi montado para isso na Barra da tijuca, o que acompanho com profunda tristeza e imenso desapontamento. O dia em que nossa pátria entregará o Maior Campo de Petróleo da História do Mundo às mãos estrangeiras.

Lutei o que pude, esperneei o que consegui. Passei o fim de semana combatendo o que considero o bom combate através de minhas armas, a escrita, as mídias sociais, o futuro há de ser testemunha. Espero que com um bom termo, que minhas orações alcancem acolhida e, à última hora, haja uma reviravolta e, em nome dos apelos e do bom senso, a presidente Dilma suspenda esse Leilão rejeitado por parte significativa da sociedade.

Nesses momentos finais, recebi texto elucidativo sobre várias dúvidas levantadas a respeito do Leilão do Campo de Libra, criadas mais no intuito de nos confundir, por aqueles que buscam justificar o injustificável: a entrega aos estrangeiros de um bem nosso, o maior campo de petróleo da História do Mundo, possibilidade de um bom futuro para a nossa juventude.

O autor do texto esclarecedor é o combativo  Fernando Siqueira, vice-presidente da Associação dos Engenheiros da Petrobras – Aepet, que nos diz:

“Muitos equívocos têm sido cometidos pelo que mudaram de Lado e tentam justificar as suas novas posturas neoliberais com sofismas, manipulações ou falácias. Exemplos disto são o PT, o PCdoB o PDT e alguns jornalistas outrora bons”.

Siqueira relaciona as 7 falácias recorrentes mais repetidas pelos defensores do leilão,que ele repele e invalida com sua argumentação sólida de profundo conhecedor dos fatos, que testemunha de perto e por dentro durante toda a sua vida profissional.

Ele discorre:

“1) A falácia maior: “a Petrobrás não tem recursos para explorar Libra”.

Ora, um campo desta magnitude dá a qualquer empresa que for explorá-lo um imenso poder de tomar recursos fartos e baratos no mercado financeiro. Nenhum ativo é mais forte para garantir empréstimos do que o petróleo. O Governo Chinês está oferecendo às suas empresas os recursos para desenvolver Libra. O Governo brasileiro tem tirado da Petrobrás os recursos, obrigando-a a importar gasolina a R$ 1,72 e vender para as suas concorrentes a R$ 1,42 por litro. Isto fere a Lei 6404/76, das SA.

2) “O Governo vai ficar com 75 a 80% do petróleo de Libra”.

Outra grande mentira. Da Forma como foi feito o edital a União vai ficar com, no Máximo, 20,5% do petróleo. O resto ficará com o consórcio (ver item 4)

3) O ministro Lobão, em reunião com a Aepet no MME, disse: “o Governo não pode entregar Libra para a Petrobras porque ela tem acionistas privados, inclusive no exterior, em detrimento de 200 milhões de brasileiros”.

Mas a opção do Governo é muito pior, é a entrega de Libra às multinacionais que tem 100% das ações no exterior. A Petrobrás tem 48% com o Governo, 10% com fundos de pensão de trabalhadores e cerca de 3% com o FGTS de trabalhadores.

4) A turma petista que tenta justificar os leilões sem saber o que está falando: “o leilão de Libra é regido pelo contrato de partilha, que é muito melhor do que o de concessão”.

Falso. O edital de Libra é tão ruim que faz o contrato de partilha ficar igual ou pior do que a péssima concessão. Quando a produção por campo é maior que 95 mil barris por dia, na concessão aparece a Participação Especial que pode chegar 20%, que somados aos 15% de royalties, atingem a 35%. O edital de Libra pode levar a União a receber na faixa de 9,93 a 45,56% do Óleo/lucro, ou seja, aplicando estes percentuais à parte a ser partilhada – 45% – chega-se aos valores entre 4,5 a 20,5%. Somando-se a isto o royalty e IR, se tem valores entre 20 e 35%. Além do mais a União recebe em óleo só os 4,5 a 20,5. O resto é em moeda. No mundo, os países produtores recebem a média de 80% do petróleo produzido. Num campo já descoberto, o maior do mundo, é uma doação.

5) “A Pré-sal Petróleo SA, criada para fiscalizar as atividades de produção e evitar que as duas atividades passiveis de fraude, superdimensionamento dos custos de produção, e a medição a menor do petróleo produzido, vai garantir a lisura da produção”.

Falso. O presidente nomeado é o Osvaldo Pedrosa, primeiro brasileiro a defender o fim do monopólio do petróleo e ex-braço direito do David Zilberstajn na ANP de FHC. Um dos diretores é o Antonio Claudio sócio do lobista mor João Carlos de Luca, numa empresa recém criada. De Luca é o presidente do IBP, clube do Cartel do petróleo. São varias raposas peludas num único galinheiro.

6) O Bônus de assinatura de R$ 15 bilhões vai aumentar o lucro da União.

Falso. Esse bônus tem vários efeitos maléficos: i) dificulta a participação da Petrobras que, estrangulada pelo Governo, tem dificuldade de pagar agora R$ 15 bilhões e ficar com Libra sozinha; ii) o consórcio que ganhar, tendo que desembolsar R$ 15 bilhões à vista, irá reduzir o percentual do óleo-lucro para a União. E a cada 0,5% reduzido pelo consorcio na sua oferta, a União perde R$ 15 bilhões, ou seja, um bônus; iii) Governo Dilma precisa dos 15 bilhões para completar o superávit primário, pagar os maiores juros do mundo aos bancos e manter a sua credibilidade e se reeleger. Por um motivo eleitoreiro, sob um modelo econômico equivocado, se vende o futuro de três gerações.7) o Leilão de Libra vai garantir muitos empregos no País.

Falso. Se for vencedora uma estatal Chinesa, ela vai fornecer todos os equipamentos e vai criar empregos na China. Se for a Shell (favorita do Governo) vai gerar emprego na Europa e nos EUA. Quem compra, gera empregos e tecnologia no País sempre foi a Petrobrás, que, antes da onda neoliberal de FHC, chegou a comprar 95 no País.”

Assim encerra, Fernando Siqueira, seus oportunos esclarecimentos.

Meu coração brasileiro sangra. E onde estão nossos artistas e poetas neste momento, que nada cantam, nada declamam, não derramam sua indignação e fúria sobre as folhas de papel?



Tem mais soldados do exército pra garantir leilão de Libra que manifestantes protestando

21 de Outubro de 2013, 9:56, por Desconhecido - 0sem comentários ainda

A manchete da EBC é um primor digna de Folha de São Paulo: governo põe 1.100 homens para fazer bloqueios entre o hotel e a praça e de acordo com a Agência Brasil são os manifestantes  que se ferem com balas de borracha e não o exército que atira nos sindicalistas e ativistas de diferentes movimentos sociais.

Manifestantes se ferem com balas de borracha em confronto contra leilão, no Rio

Vitor Abdala, Repórter da Agência Brasil
Edição: Denise Griesinger
21/10/2013 – 11h22

Rio de Janeiro – Pelo menos seis pessoas ficaram feridas com balas de borracha em confronto entre manifestantes e homens da Força Nacional de Segurança, na Barra da Tijuca. Os manifestantes protestam contra a primeira rodada de licitação do pré-sal, marcada para hoje (21), às 15h no Windsor Barra Hotel.

A confusão começou depois que manifestantes derrubaram a grade que separava o protesto dos homens da Força Nacional. Os policiais reagiram com balas de borracha, spray de pimenta e bombas de efeito moral. Dois feridos estão sendo atendidos em uma ambulância do Corpo de Bombeiros que está no local.

Os manifestantes continuam posicionados em frente às grades, que foram recolocadas, agitando bandeiras de partidos políticos, movimentos sociais e sindicatos.




Para FUP, governo brasileiro erra ao não considerar petróleo estratégico para as próximas décadas

21 de Outubro de 2013, 9:34, por Desconhecido - 0sem comentários ainda

Diante do potencial do campo de Libra, a FUP comanda uma mobilização para suspender a licitação e cobrar que a riqueza fique em território nacional.

Maior campo de petróleo já descoberto, Libra vai a leilão e FUP explica porque é contra

Por Luiz Carvalho, no site  da CUT

Na segunda-feira (21), o governo brasileiro promove o leilão do campo de Libra, no Rio de Janeiro, o primeiro após a descoberta do pré-sal.

A área que fica a 183 km da costa carioca será disputada por empresas de 10 nacionalidades: as chinesas CNOOC International Limited e China National Petroleum Corporation-CNPC, a colombiana Ecopetrol, a japonesa Mitsui & CO, a indiana ONBC Videsh, a portuguesa Petroga, a malasiana Petronas, a híspano-chinesa Respsol/Sinopec, a anglo-holandesa Shell, além da própria Petrobrás*.

Segundo levantamento da Agência Nacional do Petróleo (ANP), o campo tem capacidade de produção entre 12 e 15 bilhões de barris de petróleo, o equivalente a toda a reserva nacional – em torno de 14 bilhões – e renderia mais de dois trilhões de dólares ao país.

Diante de tamanho potencial, a FUP comanda uma mobilização para suspender a licitação e cobrar que a riqueza fique em território nacional. Como parte da mobilização, iniciou uma greve por tempo indeterminado no último dia 16, que atinge 90% de todo o sistema Petrobrás.

“A realização deste leilão é descabida e o governo deveria ter utilizado o artigo 12 da Lei da Partilha nº 12.351, de 2010, aprovada pelo presidente Lula, que deixa claro: todas as vezes em que houver risco ao interesse da nação e à política energética, o governo poderá contratar a Petrobrás sem necessidade de leilão”, afirma o presidente da FUP, João Antônio Moraes, em vídeo gravado para o portal da entidade.

O dirigente refere-se a uma lei aprovada durante o governo do ex-presidente Lula e que vale exclusivamente para a exploração do pré-sal. A legislação altera o antigo modelo de concessão, de Fernando Henrique Cardoso (FHC), em que as empresas vencedoras tinham a propriedade do petróleo e do gás natural extraídos, para um sistema de partilha em que a União é a dona do petróleo e recebe da empresa vencedora parte da produção, já sem os custos. A Petrobrás terá participação mínima de 30% no consórcio vencedor.

O ganhador do leilão ainda terá de pagar R$ 15 bilhões de bônus por um contrato de exploração da área de 35 anos, que podem ser prorrogados.

Moraes destaca também que a experiência de quebra do monopólio por parte do governo tucano de FHC e a entrada de empresas estrangeiras no país trouxe prejuízos para a economia.

“Trinta empresas estrangeiras operam nos campos graças às 11 rodadas de leilões anteriores. Esses grupos, ao contrário da Petrobrás, não fazem compras de material no país e não investem na cadeia produtiva do petróleo como um todo para gerar emprego e renda, tanto na aquisição de navios e plataformas, quanto de petroquímicos e derivados plásticos. Apenas se apropriam da nossa riqueza. Se foi assim até aqui, por que mais uma rodada?”, questiona.

Para o diretor da secretaria de Seguridade Social e Políticas Sociais da FUP, Paulo César Martin, nem mesmo uma possível justificativa de falta de capacidade financeira para exploração é justificável.

“A partir do momento em que a Petrobrás se torna a única empresa a operar o pré-sal, as ações sobem e aumentam o capital. Além de abrir linha de crédito para o Brasil em qualquer lugar do mundo. E se a Petrobrás detém a tecnologia de extração, sem depender de qualquer outra empresa, não precisa fazer leilão”, defende.

Para o dirigente, o governo brasileiro adota uma visão equivocada de que este recurso não será estratégico nas próximas décadas.

“O governo acredita que o petróleo não terá papel central nos próximos anos, como tem agora, então, avalia que, quanto mais cedo tirar da terra e explorar, melhor. Porém, ao menos nos próximos 50 anos, será fundamental para as áreas de energia e petroquímica. Por exemplo, se hoje a indústria automobilística deixasse de produzir um motor de combustão interna, levaria 15 anos para ser substituído por outro que não utilizasse derivado de petróleo”, aponta.

Batalha jurídica – Em paralelo à greve, a FUP e seus sindicatos ingressaram com ações populares na Justiça Federal para suspender o leilão por conta do ataque aos interesses nacionais.

O professor do Instituto de Energia e Ambiente da USP e ex-diretor de Gás e Energia da Petrobras, Ildo Sauer, e o jurista Fábio Konder Comparato, além da Associação dos Engenheiros da Petrobrás (Aepet) também protocolaram ações populares contra o leilão.

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Intervozes: Liberdade de expressão sob fogo cerrado

21 de Outubro de 2013, 8:39, por Desconhecido - 0sem comentários ainda

Liberdade de expressão sob fogo cerrado

A restrição à liberdade de expressão pode emergir de forma crua através da violência física, que se dirige aos corpos das pessoas e busca anular suas vozes, seus fôlegos, suas vidas.

Por Bruno Marinoni,  Coletivo Intervozes , via Carta Capital

17/10/2013

Nas denúncias apresentadas pelas sociedade civil aos “relatores especiais para promoção do direito à liberdade de expressão” da Organização das Nações Unidas (ONU) e da Organização dos Estados Americanos (OEA), em breve passagem pelo Brasil, um aspecto do tema chama bastante a atenção: a violência que acompanha a privação desse direito.

A restrição à liberdade de expressão acontece, em boa parte das vezes, de forma velada, ideológica e estrutural, oculta no cotidiano saturado por mensagens publicitárias, em uma esfera pública mergulhada na concentração da propriedade privada e no interesse de se vender mais e mais. Entretanto, sua face violenta pode emergir de forma crua, na violência física, explícita, que se dirige aos corpos das pessoas e busca anular suas vozes, seus fôlegos, suas vidas.

São casos como o do jornalista Rodrigo Neto e do fotógrafo Walgney Assis de Carvalho, assassinados no primeiro semestre de 2013 em Minas Gerais e relacionados com a morte de pelo menos mais 12 pessoas. Segundo a Artigo 19, organização que defende o direito à liberdade de expressão, somente este ano, oito casos de assassinato de jornalistas e nove de defensores de direitos humanos estão sendo investigados por suspeita de estarem relacionados à divulgação de informação.

Em um discurso emocionante durante a Conferência Global de Jornalismo Investigativo realizada no dia 15/10, em frente ao relator da ONU, Frank de La Rue, a ministra Maria do Rosário alertou para a necessidade do Brasil propor medidas específicas contra o assassinato de jornalistas e os grupos de extermínio. Sua proposta à Associação Brasileira de Jornalismo Investigativo (Abraji), organizadora do evento, foi clara: é necessário ampliar o debate sobre a federalização dos crimes contra jornalistas e transformá-lo em uma luta pela federalização dos crimes contra os direitos humanos.

As mortes por encomenda e a censura, infelizmente, são realidades comuns em um país em que as elites regionais controlam os poderes executivo, legislativo, judiciário, além de concentrar os meios políticos, econômicos e midiáticos. O Brasil se encontra, hoje, entre os dez primeiros países com maior número de assassinatos de jornalistas, ranking que não existe para defensores dos direitos humanos. Mas os casos saltam aos olhos de quem quiser ver, como o ocorrido com a Irmã Dorothy, assassinada há mais de oito anos.

Está claro que poderes locais se utilizam de grupos paramilitares (de extermínio) e do aparelho estatal para reproduzir seu poder e fazer calar as vozes locais que o desequilibram. Quem observou as manifestações nas ruas nos últimos meses com atenção pode ter certeza que o poder dentro e fora do Estado está coadunado. A fala da ministra Maria do Rosário, em seu comentário sobre o tratamento de cinegrafistas, jornalistas e comunicadores em geral pela polícia nos atos públicos deixa isso evidente: “uma violência direcionada aos comunicadores representa a tentativa do Estado impedir o conhecimento sobre suas próprias práticas”.

Investigar a morte de pessoas que foram mortas por divulgarem o que sabiam é complicado, como destacou Frank de La Rue. O Estado precisa adotar medidas físicas (imediatas), legais e políticas de proteção à violência, mas iniciativas como essa dificilmente nascem do próprio Estado sem a pressão da sociedade organizada.