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3 de Abril de 2011, 21:00 , por Desconhecido - | No one following this article yet.
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Angelina Anjos: Mulheres, entre a barbárie e os direitos

23 de Outubro de 2014, 19:36, por Desconhecido - 0sem comentários ainda

Mulheres – entre a barbárie e os direitos.
No Blog do Paulo Fonteles Filho
22/10/2014

Por Angelina Anjos

A linguagem do sofrimento é menos original do que se pensa e por isso tão abrangente. Na vivência das mazelas perpetradas pela humanidade, todos e cada um acreditam-se idênticos. Talvez seja o motivo da nossa pouca tolerância com a miséria alheia. Isto mesmo, pouco tolerante.

A exemplo, mãe acorrenta o filho para que ele não consuma drogas.

Olhamos e ficamos passivos. Escutamos e não escutamos com semblantes de mentecaptos.

Por outro lado a linguagem do prazer é original. Sexo, política e futebol – isso escutamos. Com o gozo nos olhos e nos lábios. Treinaram nossa escuta, não ligamos o sofrimento da mãe que acorrenta o filho, com o sarcasmo dos barões do tráfico de drogas.

Diante da apreensão pela Polícia Federal de 450 Kg de pasta base de cocaína num helicóptero de um dos correligionários – desses figadais – do tucano Aécio Neves e a ‘naturalização’ dada pela odiosa grande mídia que aqui reforça a impunidade, revelando que seus padrões são sempre muito perigosos, de dois pesos e duas medidas.

O caso expressa que tanto os jornalões, como os batráquios dos programas policiais – desses imundos que dizem que direitos humanos é coisa de bandido – querem mesmo é fazer fuzilaria nas favelas, sempre contra os mais pobres, sempre jovens, negros, habitantes de nossas imensas periferias.

O que eles querem é reduzir a idade penal e, ao invés de escolas, construir cadeiões.

Sinto a dor de suas lamentações e revolta com a impunidade. E a impunidade, caríssimas, têm cifrões.

A era Lula-Dilma, 12 anos de prosperidade social, infelizmente, não chegou às togas e aos salões, nada higiênicos, da justiça brasileira.

A mãe que acorrentou o filho também acorrentou sua própria alma e assim o fez porque, ele solto, morto seria pelo vício, pelo tráfico ou pela polícia.
Não poderia haver amor mais incondicional, desses que nenhum homem entende, até os melhores, de mãe para filho.

Falo isso porque sou mãe, filha, irmã, amiga e companheira de um homem.

E no curso desse sentimento vamos formulando nosso processo feminino, maternal, profissional, sentimental, diante de muitos entraves enfrentando doses cavalares de machismo dentro e fora dos nossos lares.

Somos ainda amordaçadas, traficadas, vítimas de cárcere privado, assassinadas, ocultadas, inferiorizadas e maculadas por concepções do tipo Malafaia que nos secundariza na vida pública, seja nos salários, na representação política e nos direitos.

Mas esse é um período histórico onde as mulheres podem protagonizar um beijinho no ombro do pátrio-poder porque mulher que se preze tem que ter a espingarda de uma Maria Bonita ou a consciência de Bertha Lutz, fundadora da Federação Brasileira pelo Progresso Feminino, de 1922.

Elas estão aqui e dizem aos nossos ouvidos que devemos travar a luta para eleger Dilma porque na governança brasileira não há lugar mais para a misoginia e espancadores de mulheres.

Queremos mais direitos e respeito. A adversidade fez-nos muitas e deixamos de existir como indivíduo, solitárias e passamos a fazer parte de um contingente humano mais numeroso, economicamente forte, heterogêneo e com um protagonismo capaz de assegurar, em boas mãos, os destinos do país. Mas isso só se resolve se entendermos e alastrarmos a nossa participação eleitoral e política.

Temos a tarefa civilizatória de nos ensinar e ensinar aos homens aquilo que Cora Coralina, linda, nos ensinava: “Mesmo quando tudo parece desabar, cabe a mim decidir entre rir ou chorar, ir ou ficar, desistir ou lutar; porque descobri, no caminho incerto da vida, que o mais importante é o decidir.”

E decidimos por Dilma!

Créditos da Foto da capa do post: Jornal “Tribuna da Luta Operária”, Fonte Grabois

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Nas caminhadas de Aécio a pura expressão do Fascismo

23 de Outubro de 2014, 14:20, por Desconhecido - 0sem comentários ainda

Uma coisa não podemos negar aos eleitores de Aécio, como fascistas, ignorantes, eles odeiam Justiça Social, mobilizam as piores paixões humanas e são movidos por pulsões da morte. O mesmo discurso da década de 1930 de ódio ao comunismo é revisitado por eles.
Só alguns exemplos:

Fernão Mesquita, filho de Otávio Mesquita, ex-proprietário do Estadão, ontem no ato pró-Aécio. Tradução: Fuck os pobres, fuck a América Latina, fuck Justiça Social.

Em São Paulo, nem FHC que convocou a turba fascista para ir às ruas aguentou e picou a mula do Largo da Batata:

Parece que os aecistas não tem familiaridade com as ruas. Segundo fotos e relatos nas redes, o Largo da Batata sentiu de modo triste e destruidor a presença da ‘massa cheirosa’ como bem exemplificou Eliane Cantanhede sobre seus iguais. Mas como brincou Lelê Teles em sua crônica sobre o ato de ontem, a massa cheirosa, sem água em São Paulo, parece que não se sentiu muito estimulada a comparecer fedida e sem banho ao clamor de FHC.

Há outras interpretações e como acho que precisamos ouvir os dois lados, com a palavra um tucano:


Para encerrar, o sempre genial Rafucko cria a personagem de um playboy fascista e vai para a marcha da onda azul na zona sul carioca. O resultado não poderia ser mais revelador. Rafucko carrega durante toda a marcha um boneco de um bebê negro enjaulado numa caixa pra transportar gatos (o boneco negro tem o choro de neném) e grita de quando em vez “Aécio é melhor, ele vai prender menor”. Umma senhora aprova com gosto: “É isso aí”. Bolsonaro reconhece Rafucko e o chama de “merda”, manda “queimar rosca” e outras coisas impronunciáveis e bota sua segurança a postos.

E para quem ainda não entendeu a junção do que há de pior do banditismo e do conservadorismo reacionário e fascista ao lado de Aécio, Rafucko chama a atenção para a ‘coincidência’ curiosa entre as propostas defendidas por Aécio: “Aécio defende a diminuição da maioridade penal E a privatização dos presídios. Cuidado: seu medo pode estar sendo usado pra construir um mercadão de vidas humanas, fica esperto!”

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Mídia frustada com o seu ódio virando contra o feiticeiro

22 de Outubro de 2014, 17:48, por Desconhecido - 0sem comentários ainda

Ainda na minha adolescência, eu filha de baiana que sou, via colegas usando o termo “baiano” como xingamento em São Paulo: “fulano seu baiano, fazendo baianada!” No Rio, o sinônimo para o  mesmo preconceito era ‘paraíba’ (Já falei sobre isso aqui).

Lula, um pernambucano, migrante, metalúrgico foi eleito em 2003 e este preconceito se acirrou, como também cresceu a reação a ele por parte dos nordestinos que com orgulho de seu pertencimento passaram a não admitir serem detratados. Com a eleição de Dilma, em 2010, tivemos o Ministério Público finalmente reagindo e o caso exemplar de Mayra Petruso. Este ano, novamente, no primeiro turno, a expressiva votação de Dilma no Nordeste fez até FHC escorregar no preconceito.

Mas nestas eleições outro fenômeno se destacou para além dos preconceitos de classe, regionais, de gênero, de raça: o ódio da direita que se sente ameaçada em seus privilégios com a ampliação da cidadania a milhões de brasileiros. Este ódio foi canalizado ao PT, o partido que governa o país desde 2003 e fez profundas mudanças no que diz respeito à inclusão de uma parcela imensa da população brasileira sempre alijada, sempre esperando o bolo crescer para se alimentar. Só que antes dos petistas governarem o Brasil, esse bolo crescia, era servido na festa, e aquela população sempre apartada nunca recebia convite para prová-lo.

É um pouco sobre os promotores deste ódio irracional e os mecanismos utilizados para explorá-lo que o  professor Sidney Chalhoub há alguns dias escreveu. Em carta aberta aos jovens, ele fala sobre a corrupção histórica, elemento fundante do Estado Brasileiro, mas que a mídia calhorda, que instiga este ódio contra o PT, insiste em atribuir  a paternidade da corrupção exatamente ao governo que mais a combateu neste país.

Esta mídia que desinforma os descerebrados que bradam seu ódio na rede e nas ruas por desconhecimento ou por defesa de seus interesses de classe dominante, numa hipocrisia sem fim agora se espanta que seu candidato mal educado e desrespeitoso perca votos exatamente entre a turma que sempre plantou o trigo, fez a farinha, criou as galinhas, selecionou os ovos, bateu e assou o bolo e nunca experimentou uma fatia quando o dono da festa eram os tucanos.


Reproduzo-a:

A “Velha Corrupção” (carta aberta aos jovens sobre as eleições)

por Sidney Chalhoub*

A violência do debate eleitoral no momento causa perplexidade aos jovens de idade semelhante aos que tenho em casa, que talvez acompanhem pela primeira vez, “ligados” de verdade, uma campanha eleitoral dessa importância para o país.

Especialmente em São Paulo, a grande imprensa produziu um verdadeiro clima de guerra civil midiática em torno desta eleição, desinforma o quanto pode, confunde e manipula.

São anos a fio de fogo cerrado contra o governo, em matérias jornalísticas cujos autores assumem o ar arrogante de ilibados defensores da ética e do interesse público.

A insistência no tema da corrupção, como se o atual governo tivesse inventado semelhante mostrengo, é uma combinação ácida de ignorância e hipocrisia.

Vamos primeiramente à ignorância histórica, na qual a grande imprensa chafurda com grande desenvoltura.

A corrupção está, por assim dizer, no código genético do Estado brasileiro.

Nas primeiras décadas após a Independência, período de formação do Estado nacional, a fonte principal da corrupção foi o tráfico ilegal de africanos escravizados.

Ao negociar o reconhecimento de nossa Independência no exterior, o Brasil contou com o apoio da Inglaterra em troca do compromisso de não continuar a capturar e escravizar africanos por meio do tráfico negreiro.

Em respeito aos acordos internacionais firmados pelo país, o parlamento brasileiro aprovou uma lei de proibição do tráfico africano em 7 de novembro de 1831. Todavia, os africanos continuaram a chegar.

Entre 1831 e o início da década de 1850, quando o tráfico realmente acabou por força da aplicação de uma nova lei, 750 mil africanos foram introduzidos no Brasil por contrabando e escravizados à revelia das leis do país.

O tráfico negreiro ilegal coincidiu com o desenvolvimento da cafeicultura no Vale do Paraíba fluminense e paulista. Em meados do século XIX, era comum que cerca de 80% dos trabalhadores das fazendas de café dessa região fossem africanos ilegalmente escravizados.

Para dizer as coisas com clareza: a riqueza dos barões do café e a prosperidade das províncias do Rio de Janeiro e de São Paulo foram construídas por meio da escravização em massa de africanos sequestrados em seu continente de origem e trazidos para o Brasil ilegalmente.

O negócio contou com a prática de corrupção em todas as escalas do governo do país e envolveu amplos setores da sociedade, desde os empresários envolvidos no tráfico, outros empenhados em manter a clandestinidade das operações, até os intermediários e fazendeiros que adquiriam os escravizados.

Basta de informação, oferecida aqui apenas para contrabalançar a ignorância histórica de boa parte da mídia nativa.

Em especial quanto aos jornalões do Estado de São Paulo, eles deviam enrubescer de vergonha cada vez que insinuassem a virtude própria para enfatizar a corrupção alheia.

Um deles, àquela época chamado A Província de São Paulo, foi fiel defensor dos proprietários de gente criminosamente escravizada.

Quanto a este assunto, desde a sua fundação, em 1875, foi conivente com a Velha Corrupção.

Sim, “Velha Corrupção”, para marcar bem o tamanho histórico do problema que os jornalões cismam de atribuir ao atual governo, apenas no intuito de desinformar e tentar influir no resultado das eleições.

Portanto, chega de hipocrisia, de usar dois pesos e duas medidas. No país independente, a corrupção surgiu junto com o Estado em formação, nele se incrustou e é uma tragédia que aí continue.

Assim como continua a grassar na sociedade, como parece óbvio, presente às vezes nas falas dos próprios sujeitos que, ao mesmo tempo, vociferam contra os corruptos no Estado e se dedicam com afinco a viciar concorrências públicas, a bolar estratégias para sonegar impostos diversos, até para ingressar nos aeroportos do país com muambas variadas e outras baixezas do gênero.

Chega de hipocrisia. Onde estava a disposição de investigação da grande mídia quando o governo do PSDB, segundo se dizia, comprava os votos de parlamentares para aprovar a lei que permitiu a reeleição de Fernando Henrique Cardoso?

O chamado “mensalão do PSDB mineiro”, origem do outro do qual tanto se falou, por onde anda? As denúncias de irregularidades nas privatizações tucanas de empresas públicas –algumas vendidas a preço de banana — mereceram a devoção investigativa da grande imprensa? Trens? Metrô? Tudo anda assim tão dentro dos conformes em São Paulo, a nossa Tucanolândia?

A corrupção é tema complexo e difícil.

Não há governante, no Brasil, que dê cabo disso numa penada. Muita coisa se pode e deve fazer para livrar o país da Velha Corrupção. Para começar, o governo precisa ter disposição para enfrentar o problema e tem de garantir a eficácia e a independência dos órgãos encarregados de investigar, processar e punir os responsáveis.

O governo Dilma foi exemplar nesses quesitos. Por conseguinte, a hipocrisia de caluniá-lo por isto é especialmente danosa à democracia e ao atual processo eleitoral.

*É professor da Unicamp, via VioMundo

Bob Fernandes volta ao tema: “Incomum na história do mundo não é quem está abaixo na escala social ressentir-se (…). Incomum, e estranho, é os que tudo ou muito têm, temerem, até mesmo odiarem os que nas duas últimas décadas subiram alguns degraus desde a miséria.”

“Paulo Roberto Costa, delator no escândalo da Petrobras, diz que o PSDB recebeu propina de R$ 10 milhões para encerrar a CPI, exatamente a da Petrobras, em 2009.

Ainda não são conhecidas as provas. Nem contra PSDB, nem contra PT, PMDB, PSB e PP, citados pelo delator e por Youssef, o doleiro.
O escândalo deu o tom para a mútua para ataques e contra-ataques nos debates e horário eleitoral, para a artilharia pesada nesse segundo turno.
Por toda parte espanto, ou simulação, e críticas ao que chamam de “ataques” e “ondas de ódio”.
Como se isso brotasse do nada, e não seja conhecido já há 2 séculos como…”luta de classes”. Não é demais recordar história e relações entre poderosos e vassalos no Brasil.
Em 1500 o Brasil tinha estimados 5 milhões de índios. Hoje tem 890 mil.
Em 350 anos, 4/5 da história, 4 milhões de humanos aqui viveram como escravos. Moldou-se assim a cultura da Casa Grande e da Senzala. Do Senhor e do servo.
Há 12 anos, instituídas por lei federal as cotas raciais como reparação, o que se assistiu, além do necessário debate? Ondas de preconceito e mesmo ódio nas redes e na linguagem.
O mesmo em relação à Bolsa Família… agora objeto de disputa pela paternidade.
Como espantar-se com ódio na linguagem num país de 50 mil homicídios/ano? País que assistiu o assassinato de 1 milhão e 300 mil pessoas nos últimos 33 anos.
A enorme maioria dos assassinados, jovens pobres, tantas vezes negros.
Como não supor que ao longo de séculos se acumulariam recalques e ressentimentos de quem pouco ou nada tem?
Estranho não é que em seus fortins ou comunidades as classes lutem, movidas por seus interesses ou purgando frustrações.
Incomum na história do mundo não é quem está abaixo na escala social ressentir-se, invejar quem está acima.
Incomum, e estranho, é os que tudo ou muito têm, temerem, até mesmo odiarem os que nas duas últimas décadas subiram alguns degraus desde a miséria.
Quem vencer no domingo encontrará o Brasil dividido, dividido por sua secular história de desigualdade.”

Leia também: 

O comportamento fascista dos eleitores de Aécio  

Para atacar Lindberg propaganda de rádio de Pezão ridiculariza e estereotipa nordestinos 

FHC dirá que mineiros, gaúchos e fluminenses são ‘desqualificados’?

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JUVENTUDE MINEIRA: NOSSO REPUDIO A AECIO NEVES

22 de Outubro de 2014, 14:27, por Desconhecido - 0sem comentários ainda

Prezad@s, boa tard​e!​

O segundo turno das eleições – 2014 se aproxima e o Fórum das Juventudes da Grande BH – coletivo comprometido com a luta pelos direitos das juventudes em Belo Horizonte e região metropolitana – considera fundamental a participação consciente e bem informada das/dos eleitoras/es nesse processo.

Reafirmamos nosso princípio suprapartidário, mas optamos por tornar público nosso posicionamento frente a este cenário eleitoral. Acreditamos que o seu resultado influenciará diretamente os rumos das políticas de juventude em nosso país.

Diante disso, e conhecendo a linha editorial e o alcance ​da Revista ​Fórum​, pedimos que nos ajudem na divulgação da nota abaixo! Estamos à disposição para quaisquer esclarecimentos.

A nota também pode ser acessada em nosso site [http://migre.me/mq960] e em nossa página no Facebook [http://migre.me/mnh8v], na qual tem sido bastante compartilhada.

Obrigada!

Cordialmente,
​​​Secretaria Executiva, ​Fórum das Juventudes da Grande BH

 

​​NOTA DE REPÚDIO DE GRUPOS JUVENIS À CANDIDATURA DE AÉCIO NEVES


O Fórum das Juventudes da Grande BH, rede que atua em defesa dos direitos da juventude e na luta por políticas públicas com essa perspectiva em Belo Horizonte e cidades da região metropolitana, manifesta, junto aos grupos/coletivos abaixo, seu repúdio à candidatura de Aécio Neves (PSDB) à Presidência da República. Entendemos que ela representa um projeto político bastante nocivo às pautas que acreditamos fundamentais ao desenvolvimento integral da população jovem. Além disso, os doze anos (2003 – 2014) em que o PSDB esteve à frente do governo de Minas – sete dos quais sob a gestão de Aécio – acarretaram sérios prejuízos ao desenvolvimento das políticas sociais no estado.

:: Retrocessos na Educação

Ao contrário do que tem sido amplamente divulgado pela candidatura, a educação em Minas Gerais tem sofrido um sério processo de sucateamento durante as gestões de Aécio Neves e de seu sucessor, Antônio Anastasia, em decorrência de investimentos questionáveis e da desvalorização de seus/suas profissionais. De acordo com o Sindicato Único dos Trabalhadores em Educação de Minas Gerais (Sind-UTE), nos últimos dez anos o governo não cumpriu a norma constitucional que determina que 25% do orçamento do estado seja aplicado na educação, deixando assim de investir mais de R$8 bilhões no setor. Outros graves problemas se referem ao não pagamento do Piso Salarial Profissional Nacional, estipulado pela Lei 11.738/08 (1) – que impulsionou em 2011 a eclosão da maior greve de professores/as da história do estado, com 112 dias de paralisação – e ao congelamento da carreira (2), entre outras perdas legais para a categoria. Mais uma ação do então governador que prejudicou parte dos profissionais da educação foi a efetivação, em 2007, de 98 mil servidores da área sem concurso público, por meio da chamada Lei 100. Essa medida se mostrou irresponsável, visto que, em março de 2014, o Supremo Tribunal Federal (STF), declarou a inconstitucionalidade da Lei (3), trazendo incertezas sobre o futuro da carreira desses/as servidores.

Além disso, o candidato insiste em afirmar que Minas Gerais tem a melhor educação fundamental do país, o que é uma inverdade. Em 2009 – ainda sob sua gestão, portanto – o Índice de Desenvolvimento da Educação Básica (Ideb) do estado, para os anos finais do ensino fundamental, foi o quarto colocado no país (4), atrás de São Paulo, Mato Grosso, Santa Catarina e empatado com Acre e Paraná. Além disso, especialistas afirmam que o Ideb é insuficiente para aferir outros elementos ligados à educação, como a função social da instituição escolar e a infra-estrutura das unidades de ensino.

:: Segurança pública comprometida

Em Minas Gerais, o volume de investimentos em políticas de prevenção à criminalidade não totalizam nem 1% do orçamento público (5), o que evidencia o pouco empenho do governo do estado em articular ações da segurança pública com outros campos das políticas sociais (educação, saúde, assistência social, emprego e renda etc). O Fica Vivo!, principal programa de controle de homicídios em áreas com altos índices de vulnerabilidade social e que tem as juventudes como público estratégico, tem sido alvo de fortes críticas por parte de trabalhadores/as do programa e de especialistas. Essas estão ligadas à redução no volume de investimentos recebidos pelo Programa nos últimos anos e à terceirização e precarização do trabalho dos/as técnicos/as e, especialmente, dos/as oficineiros/as, fatores que têm dificultado a efetivação do Fica Vivo como uma política de estado. Por outro lado, Minas Gerais foi o estado cuja taxa de homicídios juvenil cresceu assustadores 51,1% entre os anos de 2002 a 2012 (6) – fato que o candidato insiste em negar – ao passo que, no Brasil, esse crescimento foi de 2,7%. A taxa da região sudeste, por sua vez, apresentou queda de 47,3% para esse mesmo intervalo de tempo. Entre os/as jovens assassinados, a maioria são homens negros.

:: Liberdade de expressão pra quem?

A gestão do PSDB no governo de Minas, especialmente nos anos em que Aécio esteve no poder, também é fortemente criticada pelo cerceamento à liberdade de imprensa no estado e, especialmente, na capital. Relatos (7) denunciam censura tácita em redações de jornais e emissoras de rádio e TV a conteúdos críticos ao candidato e à gestão do governo tucano, bem como demissões de jornalistas a pedido do presidenciável e de pessoas diretamente ligadas a ele. Além disso, o candidato é acionista (8) em empresas jornalísticas e proprietário de emissoras de rádio em Minas Gerais (9), contrariando o artigo 54 da Constituição Federal e o Código Brasileiro de Telecomunicações, que proíbem que políticos sejam proprietários, diretores ou exerçam cargos remunerados em empresas concessionárias de serviço público, como é a radiodifusão. Outra ação autoritária de Aécio no campo da liberdade de expressão envolve diversos processos judiciais (10) movidos contra administradores/as de páginas na internet e usuários /as de redes sociais.

:: Mudar pra pior

Embora Aécio insista em dizer, durante a campanha, que sua eleição representa a mudança que o Brasil necessita, é preciso analisar o conteúdo dessa mudança. No que diz respeito à segurança pública, a redução da maioridade penal para 16 anos (11), uma das propostas do candidato, fere leis internas e acordos internacionais dos quais o país é signatário, relativos à proteção da infância e adolescência. Além disso, diversos estudos na área da criminologia apontam que soluções repressivas e punitivas não têm relação direta com a redução dos índices de violência. Outro dado importante se refere à autoria dos delitos: segundo o Ministério da Justiça, adolescentes de 16 a 18 anos são responsáveis por apenas 0,9% de todos os crimes (12) praticados no país.

Aécio também promete enxugar a máquina pública cortando ministérios (13) e reduzindo investimentos. Até agora não apresentou, porém, critérios objetivos e consistentes para isso, o que pode acarretar sérias consequências para a execução de políticas sociais no país. Proposta semelhante foi implementada em Minas Gerais durante os governos do PSDB, com o nome de “choque de gestão” (14) e sob o pretexto de equilibrar as contas públicas. No entanto, o que se observou foi o sucateamento da máquina pública, prejuízos à carreira dos/as servidores/as, déficits orçamentários e a permanência do estado entre os mais endividados do país.

Não bastasse isso, Aécio conta com o apoio de representantes de segmentos sociais bastante conservadores, incluindo os ex-candidatos à Presidência Pastor Everaldo (PSC) e Levy Fidélix (PRTB), que apresentaram, entre outras, propostas de teor claramente machista e homofóbico durante suas campanhas presidenciais.

Assim, chamamos a atenção para a gravidade do atual cenário eleitoral, pois existe uma possibilidade real de um enorme retrocesso no campo dos direitos sociais e políticos, individuais e coletivos. Antes de aceitar acriticamente o atraente e vazio discurso da mudança, é preciso saber para onde ela aponta. O “Muda Brasil” defendido por Aécio Neves vai na direção contrária às pautas defendidas por nós e por amplos setores da sociedade civil comprometidos com a democracia, os direitos humanos e a justiça social.

Fórum das Juventudes da Grande BH, 17 de outubro de 2014.

Grupos, coletivos ou instituições que desejem assinar esta nota devem deixar um comentário neste post ou escrever um e-mail para forumdasjuventudes@gmail.com, com o título “Repúdio”.

Também assinam esta carta:

Bloco das Pretas
Brigadas Populares
Cajueiro – Centro de Formação, Assessoria e Pesquisa em Juventude
Código Movimento
CEN – Coletivo de Estudantes Negrxs
Conexão Periférica
Fora do Eixo
Grupo História em Construção
Instituto Tucum
Mídia NINJA
Movimento Nacional da População de Rua
Negras Ativas
Observatório da Juventude da UFMG
Reaja Minas
Rede Afro LGBT Mineira

Fontes:

(1) http://migre.me/mktLs
(2) http://migre.me/mktOs
(3) http://migre.me/mktP6
(4) http://migre.me/mktPL
(5) http://migre.me/mktQS
(6) http://migre.me/mktUb
(7) http://migre.me/mktUF
(8) http://migre.me/mktVq
(9) http://migre.me/mktWJ
(10) http://migre.me/mktXH
(11) http://migre.me/mku0U
(12) http://migre.me/mku5q
(13) http://migre.me/mkvCT
(14) http://migre.me/mkudB

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Não, não é a Venezuela chavista e a Recife petistaluladilmista

22 de Outubro de 2014, 13:46, por Desconhecido - 0sem comentários ainda

Recife ontem à noite:



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