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3 de Abril de 2011, 21:00 , por Desconhecido - | No one following this article yet.
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Tucanos torraram 2,5 bilhões de reais na reforma de 98 vagões, com 35 anos de uso, dinheiro que daria para comprar 136 vagões novos

9 de Dezembro de 2013, 13:01, por Desconhecido - 0sem comentários ainda

Por Ester Neves
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Após um ano e meio de investigações, o Ministério Público de São Paulo divulgou um relatório sobre o superfaturamento de quase 1 bilhão de reais em contratos para reforma de trens do Metrô, da capital paulista.

Resumo desse descalabro: foram pagos 2,5 bilhões de reais pela reforma de 98 vagões, com 35 anos de uso. Valor esse que daria para comprar 136 vagões novos. Mas, o PSDB acha que não deve dar nenhuma explicação.

Sobre essas graves denúncias, baseadas em fortes indícios de superfaturamento, estamos vendo, por um lado, o PSDB empenhado em evitar a apuração, como sempre fez. Esta tem sido a marca registrada desse partido: jogar a sujeira para debaixo do tapete e  por outro, a mídia corrupta, capitaneada pela Globo, finge que nada está acontecendo. Chega a ser nauseabunda essa situação.

Se fossem os bagrinhos do PT já estavam todos fritos, mas com os tubarões assassinos não acontecerá nada.

A revista ISTOÉ traz matéria, muito bem documentada, que revela que, na gestão Serra, a máfia dos trens “incentivada por agentes públicos, superfaturou contratos em quase um bilhão. Acesse a matéria pelo link:

E agora, Serra?

Por: Pedro Marcondes de Moura, Sérgio Pardellas e Alan Rodrigues, Isto É

09/12/2013

O ex-governador José Serra nega irregularidades, mas novos documentos obtidos por ISTOÉ mostram que a máfia dos trens, incentivada por agentes públicos, superfaturou contratos em quase R$ 1 bilhão durante sua gestão

A primeira reação da maioria dos políticos que se tornam alvo de denúncias de corrupção é negar enfaticamente sua ligação com os malfeitos. A partir do surgimento de novas evidências, em geral as justificativas vão sendo readaptadas. Quase todos agem assim. O ex-governador de São Paulo, José Serra, cumpriu o primeiro passo da má liturgia política, mas não o segundo. Mesmo com o escândalo do Metrô de São Paulo chegando cada vez mais próximo dele, Serra mantém as alegações iniciais. O ex-governador tucano diz que durante sua gestão não tomou conhecimento de qualquer cartel montado por empresas de transportes sobre trilhos. Muito menos que teria incentivado o conluio, pois sempre atuava, segundo ele, a favor do menor preço. Mas Serra não poderá mais entoar por muito tempo esse discurso, sob o risco de ser desmoralizado pelas investigações do Ministério Público. Novos documentos obtidos por ISTOÉ mostram que a máfia que superfaturou contratos com o Metrô de São Paulo e a Companhia Paulista de Trens Metropolitanos (CPTM) não só agiu durante o governo Serra como foi incentivada por agentes públicos a montar um cartel.

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O TREM DA CORRUPÇÃO

Cartel operou na CPTM durante gestão Serra

Conforme a documentação em poder do MP, as irregularidades ocorreram entre 2008 e2011. No período em que a maior parte dos contratos irregulares foi assinada, Serra era governador (entre 2007 e 2010). Os superfaturamentos estão relacionados a um controverso projeto de modernização de 98 trens das Linhas 1-Azul e 3-Vermelha do Metrô. A reforma dos veículos, com cerca de quatro décadas de operação e considerados “sucata” pelas autoridades que investigam o caso, custam ao erário paulista R$ 2,87 bilhões em valores não corrigidos, um prejuízo de quase R$ 1 bilhão. Para se ter uma ideia, os valores se assemelham aos desembolsados pelo Metrô de Nova York na aquisição de trens novos. E quem vendeu os trens ao Metrô nova-iorquino foi justamente uma das companhias responsáveis pela modernização em São Paulo.

Além do flagrante superfaturamento, o promotor Marcelo Milani, do Patrimônio Público, já confirma a prática de cartel. O conluio, segundo ele, foi incentivado por agentes públicos em pelo menos um dos dez contratos relacionados à modernização. Trata-se do contrato do sistema de sinalização, o CBTC. Em depoimento ao MP, o engenheiro Nelson Branco Marchetti, ex-diretor técnico da divisão de transportes da Siemens, relatou que representantes da multinacional alemã e da concorrente Alstom foram chamados para uma reunião por dirigentes do Metrô e da Secretaria de Transportes Metropolitanos. Na época, o órgão era comandado por José Luiz Portella, conhecido como Portelinha, braço direito de Serra. Durante o encontro, as companhias foram incentivadas a montar cartel para vencer a disputa pelo contrato do sistema de sinalização dos trens das linhas 1, 2 e 3 do Metrô. Os executivos das empresas ainda sugeriram que o governo licitasse a sinalização linha por linha, o que triplicaria a concorrência. Mas o governo foi enfático ao dizer que gostaria que um consórcio formado por duas empresas vencesse os três certames. A Alstom acabou vencendo sozinha o contrato para o fornecimento do CBTC para as três linhas do Metrô. Em outro depoimento prestado à Polícia Federal, Marchetti já havia relatado que as pressões do governo paulista eram constantes. “No edital havia a exigência de um capital social integralizado que a CAF (empresa espanhola) não possuía. Mesmo assim, o então governador do Estado (José Serra) e seus secretários fizeram de tudo para defender a CAF”, declarou ele sobre o contrato para fornecimento de vagões pela CPTM em que o ex-governador e Portella teriam sugerido que Siemens e CAF se aliassem para vencer a licitação. A prática narrada acima acrescenta novos elementos ao escândalo na área de transporte, que Serra, apesar das constantes negativas, não tem mais como refutar.

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CONLUIO

Contratos de modernização de trens das Linhas 1-Azul e 3-Vermelha foram vencidos sem disputa a preços acima do estabelecido pelo Metrô de São Paulo

Novos documentos e depoimentos em poder do Ministério Público também reforçam que o esquema criminoso teria o apoio de políticos e funcionários públicos beneficiados pelo recebimento de propina. Na última semana, outro executivo da Siemens, além de Everton Rheinheinmer, confirmou a existência de pagamento da comissão para agentes públicos de São Paulo. Em depoimento à Polícia Federal, o vice-chefe do setor de compliance da multinacional alemã, Mark Willian Gough, relacionou uma conta em Luxemburgo de Adilson Primo, ex-presidente da companhia no Brasil, no valor de US$ 7 milhões, aos subornos. À ISTOÉ, um ex-dirigente da MGE, outra empresa envolvida no cartel, também confirmou que representantes da Siemens cobraram de sua companhia o pagamento de propina a autoridades, em troca da obtenção de contratos com o governo paulista. A cobrança teria partido do próprio Rheinheinmer. O dinheiro, segundo o ex-executivo da Siemens, teria como destinatários parlamentares da base aliada ao governo tucano na Assembleia Legislativa. Ainda de acordo com o ex-dirigente da MGE, Rheinheinmer também teria o procurado para abrir uma conta no banco suiço Credit Suisse, em Zurique. O ex-dirigente da MGE afirma que era para lá que a Siemens mandaria parte do dinheiro desviado. “Fui procurado por Everton da Siemens tanto para pagar propina para a base aliada quanto para abrir a conta na Suíça”, confirmou à ISTOÉ o executivo da MGE.

O Ministério Público paulista investiga o superfaturamento na modernização dos 98 trens das Linhas 1-Azul e 3-Vermelha do Metrô paulista há pelo menos um ano e meio. Um dos fatos que chamaram a atenção do promotor Milani foi a falta de competitividade na licitação dos quatro lotes de veículos reformados. Cada um deles foi disputado por um único consórcio, que reunia uma ou mais empresas. Ao final, sagravam-se vencedores com propostas acima dos valores estabelecidos pelo Metrô em consulta de tomada de preço feita com as próprias empresas. Tamanho disparate nos preços fez com que até dirigentes das companhias oferecessem descontos para a estatal. Um deles foi assinado pelo ex-presidente da Siemens Adilson Primo. As apurações, no entanto, esbarravam em um obstáculo. A iniciativa de reformar veículos com cerca de quatro décadas em operação só existe no Estado de São Paulo. Em outros lugares do mundo, esses veículos seriam aposentados e trocados por novos por questão de segurança dos usuários e desempenho do sistema. Sem parâmetro de comparação de preços, ficava inviável concluir se a decisão tomada pela gestão de José Serra lesava ou não os contribuintes paulistas.

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Após realizar 30 oitivas, porém, o promotor pôde confirmar as irregularidades. Ao contrário do que se pensava inicialmente, quando o Metrô de São Paulo justificou que a opção pela reforma aconteceu porque ela sairia 60% mais barato do que o valor a ser desembolsado para compra de trens novos, os altos custos da modernização dos trens não apareciam apenas nos quatro contratos de reforma. Em um claro movimento de despiste, o governo paulista fracionou o serviço e acrescentou outros seis contratos à reforma. O serviço foi, oficialmente, orçado em R$ 1,6 bilhão. Só que, na verdade, a modernização dos 98 trens, com 588 vagões, teve um custo de R$ 2,87 bilhões. Sem contar as correções monetárias. Segundo o Ministério Público, o Metrô de Nova York realizou a compra de 300 vagões, neste ano, por US$ 600 milhões, o equivalente a RS 1,4 bilhão. Pagou proporcionalmente menos pelos veículos novos do que São Paulo está desembolsando na revitalização daquilo que o MP classifica como sucata. Procurado, o Metrô nega problemas com os trens e irregularidades nos contratos.

Em depoimento ao MP em 9 de setembro ao qual ISTOÉ teve acesso, o ex-diretor do Metrô e signatário de contratos da reforma dos trens Sérgio Correa Brasil confirmou que a estatal não previa no orçamento “o chamado truque, bem como a caixa que importariam em 40% do custo final”. No entanto, esses e outros itens, de acordo com seis contratos extras analisados pelo MP, foram licitados e estão sendo trocados. Diante das irregularidades, o promotor Marcelo Milani deu, na terça-feira 3, um prazo de 30 dias para que o presidente do Metrô de São Paulo suspenda os dez contratos de modernização.

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Fotos: PEDRO DIAS



Cooperifa vai distribuir 10.000 livros na quebrada: Natal com livros

9 de Dezembro de 2013, 9:37, por Desconhecido - 0sem comentários ainda

NATAL COM LIVROS. A Cooperifa vai distribuir 10.000 livros na quebrada

Com o objetivo de incentivar a leitura na periferia paulistana, a Cooperifa 

(Cooperativa Cultural da Periferia) distribuirá 10.000 livros, a partir das  11h de 15 de dezembro, no Largo da Piraporinha, altura do n. 1.000 da Estrada do M’Boi Mirim, zona sul de São Paulo.

A distribuição dos títulos, doados por amigos da Cooperifa, Editora Record, Itaú Social e Itaú Cultural, faz parte das comemorações dos 12 anos de atividades da Cooperifa.

No dia 15 de dezembro, uma barraca de feira será armada no Largo da Piraporinha para expor os livros. Ao mesmo tempo, vários artistas convidados e os integrantes da Cooperifa percorrerão as ruas do Jardim Angela, Parque Santo Antônio, Guarapiranga, Jardim Novo Santo Amaro e Jardim São Luiz para entregar a literatura aos moradores daquela região da zona sul paulistana.

“Natal com livros” da Cooperifa
Data: 15 de dezembro, a partir das 11h
Local: Largo da Piraporinha, altura no n. 1.000 da Estrada do M’Boi Mirim
Mais informações:
Tel: (11) 9 9342-8687 – 96595499



Elite fascista no Brasil queima, envenena, incendeia, mata mendigos a paulada, diz que devem virar farinha de peixe e quer varrê-los da rua

8 de Dezembro de 2013, 14:11, por Desconhecido - 0sem comentários ainda

Moradores de rua são alvo de protesto em Florianópolis: “Não precisamos de mendigos: Fora!” Li a notícia dese movimento em Florianópolis que quer varrer os mendigos de Canasvieiras como se fossem lixo. Parei para lembrar de alguns casos que chegaram até a mídia, vejamos:

Assassinos do Pataxó, Galdino dos Santos

Na madrugada de 20 de abril de 1997 Galdino, um pataxó foi queimado vivo por adolescentes de classe média na capital Federal. Durante o julgamento em 2001 os acusados disseram que o objetivo era “dar um susto”, fazer uma “brincadeira”” para que ele se levantasse e corresse atrás deles. Alegaram, ainda, que chegaram a jogar fora na grama parte do álcool adquirido num posto de gasolina, por não ser necessária toda a quantidade comprada para dar o alegado “susto”. Um dos rapazes disse à imprensa que ele e seus amigos haviam achado que Galdino era um mendigo e que, por isso, haviam decidido perpetrar o ato.

Em maio de 2011 mendigos de Belo Horizonte envenenados com veneno de rato

Em setembro de 2011, uma senhora na paulista exige que a polícia retire morador de rua paraplégico do seu caminho, chamando-o de lixo, macaco, e diante da recusa dos policiais, ela os ofende.

Em fevereiro de 2012, o estudante de Desenho Industrial Vítor Suarez Cunha, de 21 anos foi barbaramente espancado e ficou internado  com diversas fraturas na face porque tentou defender um mendigo que estava sendo agredido por 5 delinquentes, na Praça Jerusalém, no bairro Jardim Guanabara, Ilha do Governador

No mesmo mês vários moradores de rua em Salvador foram trucidados durante a greve dos policiais militares. Há suspeitas de que foram policiais, eles mesmos, os matadores.

Em maio de 2012, mendigo espancado por segurança da SuperVia na Central do Brasil

Em novembro de 2012 Guarda Civil de Santos agride morador de rua em Santos

Em Abril deste ano em Minas Gerais, Donato se diverte ‘enforcando’ mendigo em imagem divulgada na sua página pessoal do Facebook. O neonazista é acusado por agressões a negros e gays 


(Print: Facebook)
Abaixo a prisão do meliante:

Em julho, Maceió Alagoas o mendigo deficiente físico, identificado como Cícero Elias da Silva, de 41 anos é espancado e o policial civil agressor lhe aponta uma arma

Também em julho o Fantástico copiando um probrama estadunidense lança a versão tupiniquim com o tema ‘agressão a mendigo

Em outubro deste ano no Rio de Janeiro

‘Mendigo deveria virar ração para peixe’, diz vereador de Piraí, RJ ao defender projeto que proíbe voto a moradores de rua

Por isso, a elite catarinense de Florianópolis querer varrer os mendigos que ela trata sem nenhum eufemismo como “lixo” não deveria nos surpreender. O que indigna é mais uma vez isso cair no vazio, afinal os moradores com ação fascista estão organizados em uma associação, podem ser identificados, portanto, o Ministério Público não faz nada porque não quer.



A mídia criminaliza o PT porque ela faz parte de grandes corporações favoráveis a uma agenda neoliberal e menos redistributiva possível

8 de Dezembro de 2013, 12:12, por Desconhecido - 0sem comentários ainda

Por que a criminalização da política interessa às grandes corporações?

Os grandes veículos são grandes corporações favoráveis a uma agenda de corte liberal e o menos redistributivista possível. Isso explica a criminalização.

Por: Fabiano Santos, Carta Maior

07/12/2012

Arquivo

O equívoco da criminalização da política brasileira, promovida pela cobertura diária da grande imprensa, e direcionada, sobretudo, para lideranças do Partido dos Trabalhadores, não decorre apenas da desinformação e de um possível viés ideológico em favor de oposicionistas ao governo. Decorre principalmente do fato de serem os grandes veículos de comunicação no país, grandes corporações e, como tal, favoráveis a uma agenda de corte liberal, tanto menos redistributivista quanto possível.
Por este motivo, o PT passa a ser o grande inimigo, porque é a mais bem sucedida experiência institucional brasileira de aliar democracia e alocação política, leia-se, através da ação governamental, de bens e valores econômicos e sociais. Ao mesmo tempo, seu relativo sucesso explica resultados de diversas sondagens, segundo as quais a taxa de identificação partidária com o PT, sempre rondando os 25%, é alta, seja em termos internacionais, seja levando-se em consideração a história brasileira.

A presença do tema da corrupção nas eleições e no debate político, neste sentido, é essencial para o campo conservador brasileiro. É imprescindível transmitir a informação de que toda forma de ação governamental é suspeita, por envolver quase que por definição desvio de recursos escassos, extraídos das famílias e das empresas. Trata-se, contudo, de estratégia perigosa, tanto mais perigosa, quanto mais consciente for a respeito de seus possíveis efeitos sobre a natureza democrática do nosso regime. Senão vejamos.

Em linhas gerais, duas correntes antagônicas buscam explicar o comportamento político em sociedades de massas, sociedades que aliam capitalismo e democracia: um primeiro conjunto de autores defende a hipótese de acordo com a qual as decisões a serem tomadas em uma democracia de massa são mais complexas do que a capacidade cognitiva do cidadão comum pode suportar; o segundo grupo é mais otimista quanto à competência política dos eleitores, ao enfatizar o papel que as instituições, como os partidos, cumprem no sentido de auxiliá-los no exercício da racionalidade em momentos de decisão política.

No primeiro caso, os eleitores são representados como seres voláteis, que consomem informação e respondem a ela de maneira afetiva, sem filtros capazes de associar a produção dos dados a seus interesses de mais longo prazo, bem como a relação destes mesmos dados com os temas fundamentais da agenda pública. Esta é a teoria do eleitor impressionista, instável, que encontra dificuldades quase que intransponíveis para exercer graus razoáveis de racionalidade em seu processo decisório. No segundo caso, os eleitores são representados como seres que selecionam as fontes de informação política e são capazes, em determinadas circunstâncias, de fazê-lo de maneira minimamente eficiente – isto é, optando por aquelas ações e decisões que melhor traduzem seus interesses.
Controvérsias à parte, algum consenso entre estas linhas existe quanto ao fato de sermos mais consistentes em nossas decisões quando decidimos em torno de fatores mais estruturais da vida política, tais como partidos, grupos sociais, ideologia e lideranças bem estabelecidas, e menos consistentes quando construímos juízos com base em variáveis mais restritivas e de curto prazo. Por exemplo, nós, cidadãos, seriamos mais ponderados na ocasião em que chamados a escolher representantes e governantes do que quando convocados a decidir sobre questões específicas da agenda pública, como ocorre nas ocasiões de plebiscitos e referendos.

Mas voltemos ao exemplo do partido político. Por que é tão fundamental no regime representativo? Basicamente porque as agremiações partidárias são uma das fontes centrais de estabilização das decisões e identidades políticas dos cidadãos numa democracia. O partido cumpre a relevante função de associar o voto dado pelo eleitor  a uma agenda de políticas públicas a ser seguida por um candidato. A informação sintetizada no partido é um dos veículos mediante os quais os eleitores são levados a apoiar os diversos candidatos em pugnas eleitorais.
Quando os partidos parecem falhar, por exemplo, quando suas lideranças são vítimas de uma cobertura monotemática em torno da corrupção, o ambiente das decisões políticas se torna mais errático e os eleitores mais sujeitos a adotar cursos de ação prejudiciais, com base em informações de curto prazo, aí sim impressionistas, em temas específicos, desprovidos de relações mais estruturais com a agenda pública. Por isso, é tão importante preservar os partidos no contexto de uma disputa eleitoral, pois eles estabilizam o processo decisório do cidadão comum, em geral desinteressado em buscar todas as evidências necessárias ao reconhecimento dos mecanismos de causa e efeito característicos do mundo político.

Ora, crises desencadeadas por denúncias de corrupção nada tem a ver com aspectos estruturais da vida política. Aliás, o tema corrupção é apenas um tema, um “tema sujo”, como diriam os teóricos da comunicação política, a partir do qual o eleitor não é capaz de derivar políticas para o país. Em outras palavras, uma campanha eleitoral cujo mote principal é a corrupção assume contorno plebiscitário, em um contexto no qual o eleitor se torna menos ponderado, mais afetivo do que propriamente capaz de associar o posicionamento dos diversos candidatos a questões centrais da agenda. O PT, em coalizão com diversas outras forças, várias das quais conservadoras, tem apresentado suas prioridades aos eleitores.
Inclusão, redução da pobreza e crescimento econômico com forte presença do estado têm sido os fundamentos de sua ação como partido do governo e no poder. Se é importante uma alternativa democrática, esta certamente não se encontra na criminalização da política e do PT, sobretudo, se pensamos em uma alternativa democrática. Boa para gerar crises, e desacreditar governos de perfil mais popular, a criminalização da política é, essencialmente, péssimo meio de pedagogia democrática.

(*) Cientista político, professor e pesquisador do IESP/UERJ



A mídia criminaliza o PT porque ela faz parte de grandes corporações favoráveis a uma agenda neoliberal e menos redistributiva possível

8 de Dezembro de 2013, 12:12, por Desconhecido - 0sem comentários ainda

Por que a criminalização da política interessa às grandes corporações?

Os grandes veículos são grandes corporações favoráveis a uma agenda de corte liberal e o menos redistributivista possível. Isso explica a criminalização.

Por: Fabiano Santos, Carta Maior

07/12/2012

Arquivo

O equívoco da criminalização da política brasileira, promovida pela cobertura diária da grande imprensa, e direcionada, sobretudo, para lideranças do Partido dos Trabalhadores, não decorre apenas da desinformação e de um possível viés ideológico em favor de oposicionistas ao governo. Decorre principalmente do fato de serem os grandes veículos de comunicação no país, grandes corporações e, como tal, favoráveis a uma agenda de corte liberal, tanto menos redistributivista quanto possível.
Por este motivo, o PT passa a ser o grande inimigo, porque é a mais bem sucedida experiência institucional brasileira de aliar democracia e alocação política, leia-se, através da ação governamental, de bens e valores econômicos e sociais. Ao mesmo tempo, seu relativo sucesso explica resultados de diversas sondagens, segundo as quais a taxa de identificação partidária com o PT, sempre rondando os 25%, é alta, seja em termos internacionais, seja levando-se em consideração a história brasileira.

A presença do tema da corrupção nas eleições e no debate político, neste sentido, é essencial para o campo conservador brasileiro. É imprescindível transmitir a informação de que toda forma de ação governamental é suspeita, por envolver quase que por definição desvio de recursos escassos, extraídos das famílias e das empresas. Trata-se, contudo, de estratégia perigosa, tanto mais perigosa, quanto mais consciente for a respeito de seus possíveis efeitos sobre a natureza democrática do nosso regime. Senão vejamos.

Em linhas gerais, duas correntes antagônicas buscam explicar o comportamento político em sociedades de massas, sociedades que aliam capitalismo e democracia: um primeiro conjunto de autores defende a hipótese de acordo com a qual as decisões a serem tomadas em uma democracia de massa são mais complexas do que a capacidade cognitiva do cidadão comum pode suportar; o segundo grupo é mais otimista quanto à competência política dos eleitores, ao enfatizar o papel que as instituições, como os partidos, cumprem no sentido de auxiliá-los no exercício da racionalidade em momentos de decisão política.

No primeiro caso, os eleitores são representados como seres voláteis, que consomem informação e respondem a ela de maneira afetiva, sem filtros capazes de associar a produção dos dados a seus interesses de mais longo prazo, bem como a relação destes mesmos dados com os temas fundamentais da agenda pública. Esta é a teoria do eleitor impressionista, instável, que encontra dificuldades quase que intransponíveis para exercer graus razoáveis de racionalidade em seu processo decisório. No segundo caso, os eleitores são representados como seres que selecionam as fontes de informação política e são capazes, em determinadas circunstâncias, de fazê-lo de maneira minimamente eficiente – isto é, optando por aquelas ações e decisões que melhor traduzem seus interesses.
Controvérsias à parte, algum consenso entre estas linhas existe quanto ao fato de sermos mais consistentes em nossas decisões quando decidimos em torno de fatores mais estruturais da vida política, tais como partidos, grupos sociais, ideologia e lideranças bem estabelecidas, e menos consistentes quando construímos juízos com base em variáveis mais restritivas e de curto prazo. Por exemplo, nós, cidadãos, seriamos mais ponderados na ocasião em que chamados a escolher representantes e governantes do que quando convocados a decidir sobre questões específicas da agenda pública, como ocorre nas ocasiões de plebiscitos e referendos.

Mas voltemos ao exemplo do partido político. Por que é tão fundamental no regime representativo? Basicamente porque as agremiações partidárias são uma das fontes centrais de estabilização das decisões e identidades políticas dos cidadãos numa democracia. O partido cumpre a relevante função de associar o voto dado pelo eleitor  a uma agenda de políticas públicas a ser seguida por um candidato. A informação sintetizada no partido é um dos veículos mediante os quais os eleitores são levados a apoiar os diversos candidatos em pugnas eleitorais.
Quando os partidos parecem falhar, por exemplo, quando suas lideranças são vítimas de uma cobertura monotemática em torno da corrupção, o ambiente das decisões políticas se torna mais errático e os eleitores mais sujeitos a adotar cursos de ação prejudiciais, com base em informações de curto prazo, aí sim impressionistas, em temas específicos, desprovidos de relações mais estruturais com a agenda pública. Por isso, é tão importante preservar os partidos no contexto de uma disputa eleitoral, pois eles estabilizam o processo decisório do cidadão comum, em geral desinteressado em buscar todas as evidências necessárias ao reconhecimento dos mecanismos de causa e efeito característicos do mundo político.

Ora, crises desencadeadas por denúncias de corrupção nada tem a ver com aspectos estruturais da vida política. Aliás, o tema corrupção é apenas um tema, um “tema sujo”, como diriam os teóricos da comunicação política, a partir do qual o eleitor não é capaz de derivar políticas para o país. Em outras palavras, uma campanha eleitoral cujo mote principal é a corrupção assume contorno plebiscitário, em um contexto no qual o eleitor se torna menos ponderado, mais afetivo do que propriamente capaz de associar o posicionamento dos diversos candidatos a questões centrais da agenda. O PT, em coalizão com diversas outras forças, várias das quais conservadoras, tem apresentado suas prioridades aos eleitores.
Inclusão, redução da pobreza e crescimento econômico com forte presença do estado têm sido os fundamentos de sua ação como partido do governo e no poder. Se é importante uma alternativa democrática, esta certamente não se encontra na criminalização da política e do PT, sobretudo, se pensamos em uma alternativa democrática. Boa para gerar crises, e desacreditar governos de perfil mais popular, a criminalização da política é, essencialmente, péssimo meio de pedagogia democrática.

(*) Cientista político, professor e pesquisador do IESP/UERJ