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3 de Abril de 2011, 21:00 , por Desconhecido - | No one following this article yet.
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Assista ao vivo o ato em defesa da Petrobras às 18 H

24 de Fevereiro de 2015, 6:31, por Desconhecido

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Quando até Álvaro Dias e Pedro Simon denunciavam as falcatruas da privataria tucana

22 de Fevereiro de 2015, 14:19, por Desconhecido

DISCURSO DE ÁLVARO DIAS CONTRA FHC E O ESCÂNDALO DO PROER NA VENDA DO BAMERINDUS PARA O HSBC

A escandalosa venda do Bamerindus para o banco inglês HSBC, hoje envolvido em um escândalo mundial, com uso de recursos públicos do PROER foi denunciada até pela Veja, vejam vocês.

Governos tucanos vem saqueando o Brasil e o Paraná há muito. E quem diz isso não sou eu, além da Veja, também denunciou este saque ao patrimônio público um atual tucano raivoso, quando ainda tinha algum compromisso com o Paraná e com a verdade.

Leiam e ouçam o discurso na íntegra, que conhece o Álvaro Dias dos dias atuais ficará bastante surpreso/a:

SENADO: Atividade Legislativa – Pronunciamentos

Autor: Alvaro Dias (PDT – Partido Democrático Trabalhista /PR)

19/12/2001

Casa: Senado Federal
Tipo: Pronunciamento
SENADO FEDERAL
SECRETARIA-GERAL DA MESA
SUBSECRETARIA DE TAQUIGRAFIA
Discurso de Álvaro Dias no Senado em 19/12/2001

via SENADO

O SR. ÁLVARO DIAS (Bloco/PDT – PR. Pronuncia o seguinte discurso. Sem revisão do orador.)
– Sr. Presidente, Srªs e Srs. Senadores, a história da destruição do Banco Bamerindus ainda haverá de ser contada, por algum autor talentoso e interessado no bem do Brasil, como a saga em que alguns poucos tecnocratas do Governo decidiram trair os interesses do Brasil e, especialmente, do Paraná, em favor de um grande banco estrangeiro.
Esse drama, que se desenrolou entre 1995 e 1997, no qual o Tesouro nacional e o povo brasileiro foram vítimas de uma gigantesca sangria de recursos e de riquezas, foi relembrado, recentemente, por quem foi Presidente do Bamerindus quando ele ainda existia e era brasileiro. Refiro-me ao depoimento do ex-controlador do banco, ex-Senador da República, José Eduardo de Andrade Vieira, perante a CPI do Proer, da Câmara dos Deputados, em 24 de outubro próximo passado.
Nesse depoimento, Andrade Vieira, que tanto lutou para salvar o seu banco, instituição financeira de grande porte e de relevante importância para a economia nacional, trouxe fatos e documentos contundentes sobre distorções e irregularidades que deixam muito mal o Governo Federal e que envergonham e causam indignação a todos aqueles que querem o bem de nosso País.
A perda do Bamerindus é um episódio lamentável e execrável. Os prejuízos causados ao Brasil são 20, 30 vezes maiores que os do caso do TRT de São Paulo, tão comentado. E estão associados ao mau uso que se fez do Proer, o mecanismo criado em 1995 para socorrer o sistema financeiro. O Proer justificava-se naqueles casos em que servia para manter a liquidez e a solvência do sistema bancário e garantir os interesses dos depositantes e dos poupadores. Mas, em muitos casos, serviu como instrumento de favorecimento e oferta de benesses a uns poucos. No caso do Bamerindus, benesses gigantescas ao banco inglês HSBC, quando se poderia gastar um décimo do que se gastou se a intenção fosse a de honestamente salvar um banco brasileiro.
Sr. Presidente, o Bamerindus, destruído pelo Governo Federal, chegou a ser o segundo maior banco do País. Ele tinha história, tradição e interação dinâmica e saudável com nossa economia. Foi criado em 1927 e evoluiu por força de seriedade e de trabalho ao longo de muitas décadas de existência. Tinha 50 mil acionistas e 28 mil empregados. Atuava por meio de 1.240 agências e 4 mil postos de serviço, em todo o território nacional. Pagava anualmente R$200 milhões em tributos. Era um banco atualizado tecnologicamente e, das instituições financeiras privadas, a que mais se dedicava ao fomento agrícola. Era motivo de orgulho, principalmente para o Paraná, sua base de origem. Tinha 3 milhões de clientes.
Em 1995, com a mudança súbita no panorama econômico e o estancamento da inflação, os bancos brasileiros entraram em dificuldades, adaptados que estavam às regras anteriores. O Bamerindus foi apenas mais um deles. O que realmente passou a pressionar o banco e que, finalmente, o derrubou, foi uma decisão consciente e deliberada no seio do Governo Federal, centrada no Ministro da Fazenda e no então Presidente do Banco Central, Gustavo Franco, de que só deveriam restar no Brasil dois grandes bancos brasileiros de varejo e que um grande banco brasileiro deveria ser repassado a um banco estrangeiro.
Para atingir esse fim, o Governo recorreu a dois truques maquiavélicos. Primeiro, deixou vazar para a imprensa boatos malévolos sobre a suposta irrecuperabilidade do banco; ao longo de alguns meses, no final de 96 e início de 97, as manchetes e textos da imprensa destinados a solapar a confiança do público no Bamerindus somam um dossiê de 200 páginas. Ora, a confiança é o principal patrimônio de um banco. O segundo truque foi negar ao Bamerindus o pagamento de títulos governamentais que lhe eram devidos, no total de R3,4 bilhões; esses créditos, no entanto, foram pagos ao comprador estrangeiro do Bamerindus, o HSBC, tão logo se deu a desnacionalização do nosso banco.
O acionista controlador do Bamerindus, Andrade Vieira, era Ministro da Agricultura e, em abril de 1996, retirou-se do Governo a fim de ter, eticamente, as mãos livres para lutar pelo seu banco. Mas isso de pouco valeu, pois já estava tomada, no núcleo mais íntimo do Governo Federal, a decisão antinacional. Revelou-se impossível defender o Brasil, o Paraná, 50.000 acionistas e 28.000 empregados.
Caso houvesse neutralidade e boa-fé nessa questão por parte do Banco Central, medidas simples salvariam o Bamerindus, dentre elas o uso de R$700 milhões do Proer, justificadamente. Pois bem, nesse caso, o Proer, naquele valor, foi negado ao banco. O Banco Central decidiu-se pela intervenção no Bamerindus em 26 de março de 1997. Em abril, vendeu-o ao HSBC e, a esse sim, concedeu a ajuda do Proer. Mas não meros R$700 milhões e, sim, R$5,8 bilhões, uma montanha de dinheiro, oito vezes mais do que havia recusado ao Bamerindus, banco brasileiro.
Difícil de compreender, Sr. Presidente, Srs. Senadores. É um escândalo esse esquema de favorecimento. Ele já vinha sendo montado desde muito antes, com a viagem do Ministro Pedro Malan a Londres, em janeiro de 1996, para negociar com o HSBC; e com os negaceios, recusas e omissões de Gustavo Franco no Banco Central. O HSBC também empreendeu diversas manobras com o fito de solapar e desvalorizar o Bamerindus. Entre outras, o HSBC declarava que não tinha interesse em comprar o Bamerindus. Mas, em abril de 1997, comprou-o, sim, e praticamente de graça. Nesse sentido, foi verdadeira a manchete da revista IstoÉ, de 27 de agosto de 1997: “Um presente chamado Bamerindus – cinco meses após a sua venda, descobre-se que os ingleses do HSBC levaram o banco de graça!”
Sr. Presidente, é leitura obrigatória o depoimento detalhado de Andrade Vieira na CPI do Proer, da Câmara dos Deputados. Estamos aqui dando apenas as linhas gerais do seu depoimento. Mesmo a singeleza deste sumário basta para se perceber como foi destruído um pedaço do patrimônio brasileiro, um banco nacional que sempre esteve no coração dos paranaenses; destruído por manobras suspeitas, que partiram do núcleo do Governo Federal, num exemplo de mau uso do Proer, numa demonstração de que falta controle sobre aqueles que promoveram o escândalo bilionário do Marka e do FonteCindam.
O Sr. Pedro Simon (PMDB – RS) – Permite-me V. Exª um aparte?
O SR. ÁLVARO DIAS (Bloco/PDT – PR) – Concedo, com prazer, o aparte ao Senador Pedro Simon.
O Sr. Pedro Simon (PMDB – RS) – Não há dúvida de que é estarrecedor o pronunciamento de V. Exª, com as revelações que faz. Há muito tempo que conhecemos essa matéria, porque o Senado acompanhou passo a passo o processo. Quando o então Presidente do Bamerindus era Senador da República, usou a tribuna do Senado para denunciar o que estava acontecendo com o seu banco. À margem de quaisquer conjecturas que se possam fazer, como explicar o que aconteceu ao Bamerindus? O Sr. Andrade Vieira foi o tesoureiro da campanha do Senhor Fernando Henrique, foi o coordenador, foi quem arrumou os meios, foi o responsável financeiro pela campanha do Senhor Fernando Henrique Cardoso. Ou seja, era um homem da sua intimidade – porque o tesoureiro de campanha deve ser um homem em quem tenhamos absoluta confiança e de quem esperemos absoluta fidelidade. Além do mais, nunca se ouviu falar que o Sr. Vieira tenha cometido nenhuma irregularidade ou imoralidade em suas ações como tesoureiro da campanha. Terminada a campanha, ele foi escolhido Ministro da Agricultura pelo Presidente Fernando Henrique. O que mudou? Era um homem que, como tesoureiro da campanha do Presidente, conhecia fatos e números da campanha e os podia revelar. Sabemos que, em tese, de boa ou de má-fé, normalmente todos os Partidos cometem irregularidades nas suas prestações de conta, que não correspondem à realidade, são fictícias. Imaginava-se que ele poderia fazer revelações, mas ele não as fez, apesar das ameaças feitas. O que levou o Senhor Fernando Henrique a permitir um gesto dessa natureza contra um amigo e colaborador, contra um banco que, como diz V. Exª, era tradicional no País, tinha história, tinha biografia, não aconteceu da noite para o dia, foi crescendo e se desenvolvendo? Contra um banco, já seria grave, ainda mais contra um banco de propriedade do tesoureiro da sua campanha e seu Ministro da Agricultura. Ele trabalhava como Ministro enquanto solapavam o seu banco. Por isso, como lembrou V. Exª, o Sr. Andrade Vieira teve que renunciar ao Ministério para vir a esta Casa e, da tribuna, debater e apresentar os fatos que demonstravam que ele estava sendo sabotado. Há uma interrogação: o que pode ter acontecido? Teria sido insensibilidade do Senhor Fernando Henrique ou teria havido acontecimentos graves de que Sua Excelência tinha conhecimento e nós não sabíamos? Fica, portanto, esta interrogação: ou teria acontecido uma bomba, fatos muito graves de que o Senhor Fernando Henrique tinha conhecimento e não quis divulgar, ou, então, sinceramente, Sua Excelência teve uma atitude triste, para não dizer mesquinha, para não dizer dolorosamente reprovável, em relação a seu tesoureiro e Ministro.
O SR. ÁLVARO DIAS (Bloco/PDT – PR) – Muito obrigado, Senador Pedro Simon.
Realmente o Governo deve explicações nesse caso. A hipótese de existirem irregularidades graves, como V. Exª sugere, exigiria maior transparência do Poder Público. O Banco Central, que é o instrumento capacitado a fiscalizar o sistema financeiro deveria anunciar ao País as razões desse procedimento, porque não há lógica na ação governamental. Quando um governo nega, para recuperação do Banco, R$700 milhões do Proer, para que ele permaneça brasileiro e de seus 50 mil acionistas minoritários, e oferece R$5,8 bilhões – oito vezes mais do que o banco brasileiro reivindicava para seu saneamento – para um poderoso banco inglês, não há como concordar com essa lógica da perversidade. Sobretudo, Sr. Presidente, Srªs Srs. Senadores, porque 50 mil acionistas minoritários são vítimas dessa transação antinacional.
Mais de 50 mil famílias brasileiras estão clamando por justiça às portas do Banco Central, na CPI da Câmara dos Deputados, nos gabinetes dos Senadores. Constantemente recebemos o Coronel Ribas, que lidera esse movimento em favor dos acionistas minoritários, sobretudo residentes no Paraná.
Para concluir, Sr. Presidente, esse famigerado caso Bamerindus, sua entrega gratuita ao capital financeiro internacional – aliás, como se fosse um presente de casamento real –, obra do Governo, causou incalculável prejuízo ao Brasil, ao Paraná, ao erário público e a cada cidadão brasileiro. E representa bem a imensa tarefa diante de nós, de colocarmos freios e controles eficazes que impeçam, no futuro, a repetição desses freqüentes escândalos que afetam o nosso sistema bancário, sempre às expensas do nosso povo.
Muito obrigado, Sr. Presidente.

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Conheça o Levante da Juventude por ele mesmo

22 de Fevereiro de 2015, 12:27, por Desconhecido

Levante: a juventude de esquerda atual que muitas esquerdas desconhecem

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Íntegra do nocaute que Haddad deu em Villa e Sheherazade e a reação dos sabujos da organização do jornalismo ficcional

22 de Fevereiro de 2015, 9:56, por Desconhecido

A surra histórica que Haddad deu na dupla de entrevistadores reacionários e sem um mínimo de preparo virou febre na internet.

A estudante Kalianne Tosold comenta:

Passei a semana inteira protelando para terminar de ouvir a entrevista do prefeito de SP, Fernando Haddad, concedido a JP.

Não é por nada não, mas aguentar escutar a voz cínica e carregada de hipocrisia da “boa cristã” Sheherazade requer um bom humor (e estômago) que só uma sexta-feira pode proporcionar! O ataque dela ao plano piloto de Hadadd que busca timidamente dar dignidade a algumas – já que estamos falando de um plano piloto – travestis e transsexuais que procuram outro destino que não o da prostituição e da morte nas ruas, é de uma escrotidão intragável. Tentou engatar suas falácias contumazes para cima de Haddad e teve que escutar dele uma aula de civilidade e competencia.

Sou fã desse político e não me envergonho de afirmar que espero o milagre da multiplicação de Haddads nas administrações públicas desse pais.

Ouçam aí abaixo a íntegra.

Os cães de guarda do jornalismo ficcional da Globo ficaram feridos de morte.

E além de atacar Dilma diuturnamente reforçaram as trincheiras contra Haddad:

Um tal de Fucs fez a lista mais sabuja já vista no jornalismo ficcional da organização, (confira aqui). Acho que nem gente do naipe de tio Rei conseguiria fazer. 

É tanta desfaçatez travestida de jornalismo que o sociólogo Wagner Iglesias dedicou alguns minutos decupando o texto:

O “jornalista” chegou a dizer que Haddad é um dos piores prefeitos da História de SP. Só se esqueceu de Serra, Kassab, Maluf e Jânio, para citar alguns. A histeria do texto chega a afirmar que “Haddad detonou a Vila Madalena”. 

O titulo do artigo de Época é um primor. Fala em 7 barbaridades de Haddad que jamais esqueceremos. Sete por quê? Algo como as sete pragas do Egito? E que juízo de valor é este em relação a “barbaridades”? E o “jamais”, a troco de quê? Haddad teria feito algo assim tão recriminável que deva ser lembrado para todo o sempre, por gerações? E por fim, o velho artifício de sempre, a la Veja: colocar uma afirmação de interesse da publicação na 1a. pessoa do plural, no caso do jamais ESQUECEREMOS. Esqueceremos quem, cara pálida?

A direita sabe que Haddad, mesmo com todos os problemas de sua gestão em SP, é um nome com grande potencial para o futuro do petismo. Não nos admiremos que tentem macular a imagem dele antes que ele pense em vôos mais altos.

Sobre a mesma ‘matéria’ de Fucs, a estudante cearense Kalianne analisa:

7 ações que só gente besta de São Paulo é que pode achar ruim! Eu acho é ÓTIMO!!! A cidade finalmente está sendo do povo. Vila Madalena agora é frequentada por gente “diferenciada” que “assusta” os moradores locais com blocos de carnaval??? Eu rio litros aqui! ônibus tem preferência em vias estreitas ou nãoo em relação ao transporte individual???? Eu acho ÓTIMO!!! MSTS está conseguindo algum avanço??? Aplausos! “Nóias” têm sido tratados como sujeitos e não como objetos de repressão e higienização??? Estrelinhas para o prefeito!
Quanto mais esses escrotos choram seus mimimis e inventam palavras que Haddad jamais proferiu, eu acho é ótimo!!!!

A entrevista da JP com Haddad demonstra bem como esses coxinhas paulistas merecem o governador que tem, mas jamais merecem o prefeito Haddad!
Eu moro em Viena, aqui as ciclofaixas também desbotam ( ohhhhh que pecado!) Aqui 
as ciclofaixas também entram sobre calçadas quando essas são mais largas. Aqui as ciclofaixas também acabam no fim de um cruzamento e não continuam, porque a partir daquele ponto o ciclista entra na via com os outros meios de transporte. Aqui também tem grafitti, e aqui também tem gueto de ‘nóias’ em lugares turísticos, inclusive! E eu moro na capital de melhor qualidade de vida do mundo, eleita por 4 anos consecutivos! Ah, mas Viena é vermelha, há mais de 30 anos.

A reação animalesca contra aquele que governa a cidade para todos da mídia sabuja nas organizações da famiglia Globo não é surpresa, não é mesmo?

Afinal, o jornalismo-negócio da Globo é vergonha nacional, é aquele jornalismo ficcional que em página de caderno de Economia fala de prédios assombrados. Não, não é uma metáfora, o Caderno de Economia de O Globo teve mesmo coragem de fazer este papel vergonhoso: Confira aqui:

jornalismo_ficcional_O_Globo

O jornalismo-negócio da Globo é aquele que tem ordem da direção de não tocar no nome de FHC quando o assunto é a Lava Jato, que troca a data de afundamento da Plataforma P36 ocorrida durante o governo FHC e a coloca no governo Dilma, que não se incomoda sequer de usar suas novelas pra fazer campanha contra a Petrobras e o governo, afinal não há qualquer diferença entre o jornalismo-negócio-ficcional feito pela Globo e a ficção de suas novelas, confira aqui, aqui e aqui.

O jornalismo praticado dentro de todas as propriedades cruzadas da famiglia Globo não se incomoda sequer de inventar a matéria inteira sobre medo dos funcionários da Petrobras, mesmo sendo desmentidos pelos próprios funcionários citados que nunca foram entrevistados. Confira aqui.

Portanto, nenhuma surpresa com mais uma matéria reacionária de um jornalismo-negócio numa das propriedades cruzadas do Clarín tupiniquim. 

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Estudante de medicina estuprada resiste: “Ninguém toca nos meus sonhos”

22 de Fevereiro de 2015, 8:06, por Desconhecido

Toda mulher tem uma série de casos de agressão para relatar, claro que não estou falando apenas em estupros. As mulheres são assediadas em trens, metrôs, ônibus, nas ruas, na praia, em qualquer espaço público por estranhos, especialmente quando adolescentes e jovens.
Aos cinco anos eu fui assediada numa rodoviária. Minha mãe, sozinha, com três filhos pequenos, dois praticamente de colo, já que a diferença de idade de meu segundo irmão para minha terceira irmã é de 1 ano, 1 mês e 20 dias. Não podendo carregar os três, deixou-me sentada à espera do ônibus e pediu para um senhor me olhar. Foi até uma farmácia próxima para comprar remédio para o ouvido do meu irmão que gritava de dor. Quando chegou a polícia já estava no local, uma senhora presenciou a molestação e chamou a polícia.
Na adolescência a festa que eu mais gostava era o carnaval. Adorava o carnaval até chegar roxa em casa dos beliscões que levava. Certa vez num carnaval, um predador mesmo estando acompanhada de meu namorado passou a mão no meu traseiro. Outra, assim que me mudei para São Paulo, tive de entrar numa loja no centro, comprar um jeans para voltar pra casa, porque não aguentei o assédio no metrô e nas ruas por estar de shorts.
Esta é a realidade que meninas, jovens e mulheres até chegarem a velhice sofrem diariamente no Brasil. O estupro é piada pra ‘comediantes’como Rafinha Bastos. A barbárie contra mulheres violentadas e agredidas fisicamente e, às vezes mortas, é cometida na maioria das vezes por homens próximos: ex-companheiros, pais tios, amigos da família.
Mas usar do desequilíbrio mental pra justificar um estupro me parece uma justificativa oportunista.
Tive um ex-namorado que tentou se matar durante a faculdade. Chegou a subir no prédio para se atirar. Liguei para os parentes para buscá-lo, chamei ambulância, bombeiros, pedi socorro aos amigos. Era visível o seu desequilíbrio e eu tinha muito medo de ele se matar e aos 19 anos eu não conseguia lidar com aquilo sozinha.
Mas ele nunca me agrediu. Nunca. Seu desequilíbrio na época era tão grande que certa vez, numa festa, ele chegou a arrancar a porta do meu apartamento, não a arrombou, tirou as dobradiças e deixou o apartamento sem portas. A abertura e fechamento da porta com o entra e sai das pessoas que estavam na festa (a festa ocorria na parte coletiva do prédio, mas as pessoas iam ao apartamento pegar coisas para a festa) o incomodaram a ponto de ele tirar a porta.
Entendo perfeitamente porque esta estudante de medicina acabou sendo vítima de estupro daquele que ela tentou ajudar. Ela é tão jovem quanto eu era quando aquele meu ex-namorado tentou se matar. Não conseguimos lidar com isso. Por isso e ainda mais por ter se relacionado com ele, ela cedeu ir ao lago. Nada justifica a violência a que foi submetida por um macho ferido. Nada. Os danos deste estupro não cessam com o fim do ato, a violência prossegue na denúncia e no tratamento social que a vítima recebe como ela relata no seu dolorido depoimento:

A violência vir de alguém próximo é ainda pior. Estou sempre esperando que me magoem de novo. Sexo ainda é um problema. Lembro de tudo, aí sinto dor.”

A gravidade dos casos de estupro da medicina de Ribeirão é ainda maior, quando pensamos na possibilidade de os estupradores seguirem incólumes e se tornarem médicos. Direção, professores e alunos da USP-Ribeirão têm de encarar de frente este problema e as faculdades de medicina no geral precisam urgentemente rever seus currículos com o objetivo central de formarem médicos humanizados. Seus representantes nos CRM  e a profusão de absurdos que vimos durante a campanha sórdida dos médicos corporativistas contra o programa Mais Médicos, durante as eleições e na boataria reacionária durante o nascimento no SUS da filha prematura de um ex-ministro nos dão o retrato de como foram e estão sendo formados os médicos no Brasil. Assusta e indigna. E os poucos de origem pobre que chegam aos bancos das faculdades de medicina são tratados como lixo pela própria classe em formação.

“Quando aconteceu, cheguei a pensar em trancar a faculdade e ir embora. Mas ele não vai tomar mais nada de mim. Ninguém toca nos meus sonhos. Não vou sair da faculdade. Não peço que ninguém acredite em mim, mas que sejam neutros. A Justiça vai julgar o caso. (…)

Eu já tinha me decepcionado com alguns colegas. Para entrar numa faculdade de medicina a pessoa pode até ser inteligente, mas não quer dizer que tenha bom coração e caráter. Muitas vezes, os mais preparados para o vestibular são os que tiveram oportunidades e dinheiro. E a prepotência vem junto.

Eles não têm noção do que acontece longe dos seus bercinhos de ouro. Eu e o B. fazemos parte da turma pobre da faculdade. E somos poucos. Uma turma que quer fazer medicina da família, cuidar de gente. A maioria quer cuidar de ganhar dinheiro.

Tenho medo de quando eles estiveram no consultório. Como vão atender gays, lésbicas, mulheres negras e vítimas de violência sexual? Vão falar: ‘Ah, não foi assim?’ Vão dar risada na cara da paciente? Vão desconsiderar o que relatam?

Apesar de tudo, não me arrependo de ter denunciado. Se eu pudesse falar com todas as vítimas de violência sexual, eu diria: ‘Vocês têm que ir até o fim’. Muitas desistem, temendo enfrentar delegados, escrivães, peritos, exames, amigos e família. Sei o quanto as vítimas se sentem desamparadas.

Tenho medo que T. volte à universidade, das ameaças, de acontecer de novo. Como conviver com uma pessoa dessa? Espero que ele nunca se forme. Como um médico é um estuprador? Não pode. Temo por todas as mulheres que estão perto dele.”

Estudando com o Inimigo

por Eliane Trindade, Folha

Estudante da USP denuncia ex-namorado por estupro no campus

22/02/2015

Aluna do segundo ano da Faculdade de Medicina da USP de Ribeirão Preto, G., 19 anos, denunciou um colega de turma, T., 21, seu ex-namorado, por estupro.

Já houve uma audiência do processo na 2ª Vara Criminal da cidade e a universidade abriu sindicância para investigar o fato ocorrido em 8 de agosto do ano passado dentro do campus.

A seguir, a estudante, que não pode dar detalhes do caso que corre em segredo de Justiça, fala do estigma de ter denunciado violência sexual na universidade.

Estudante da Faculdade de Medicina da USP que foi estuprada por um colega de sala, seu ex-namorado
Estudante da Faculdade de Medicina da USP que foi estuprada por um colega de sala, seu ex-namorado

Depoimento…

“Todos os meus colegas sabem que denunciei por estupro meu ex-namorado, que também é aluno do segundo ano de medicina na USP de Ribeirão. O serviço de psicologia da universidade foi falar com a classe, mas relataram como se fosse assédio.

Foi mais grave. Eu me ausentei por uma semana e T. se internou na unidade de psiquiatria do Hospital da Clínicas, onde foi preso em flagrante no mesmo dia em que me violentou na trilha que leva ao lago, dentro do campus.

Nós namoramos por quatro meses. Logo depois, comecei a namorar um outro colega de turma, com quem estou até hoje. Quando contei que estava com outra pessoa, ele voltou a me importunar. Tinha ido ao psiquiatra, ameaçava se matar.

Todo mundo ficou preocupado. Ele quis conversar. Marquei na USP naquela sexta, 8 de agosto do ano passado. Ele insistiu para irmos para o lago e termos privacidade. Entramos na trilha e ele só perguntava: “Quem é?” Contei que estava com B., também nosso colega de turma. Ele surtou. Bateu no chão, chutou árvore.

DESPEDIDA

Um lado meu dizia: ‘Vai embora, ele tá louco’. O outro me fez ficar, com medo de ele se matar. Ele se acalmou, sentou ao meu lado, ficou chorando e me xingava. Foi quando falou que queria transar. A despedida.

Eu disse: ‘Você tá louco?’ Ele me puxou pelo cabelo e tentou me beijar. Tentei correr, ele me segurou e falou no meu ouvido: ‘Eu ainda não terminei’. Abaixou minha calça. Senti o tecido da calcinha penetrando também. No momento, você ainda acha que a pessoa vai parar.

Quando mais eu dizia não, com mais força ele me penetrava. Eu dizia que tava me machucando e ele fazia: ‘Xihhh [mandando calar a boca]‘ e me penetrava com mais força. Não foi sexo consensual como ele alega. Depois que ejaculou, ele me largou e eu caí na terra.

Para voltar para a faculdade, no meio da trilha, ele ainda tentou me segurar. Gritei para ele não tocar mais em mim. ‘Você tem ideia do que fez lá atrás? Você me estuprou!’ Ele rebateu: ‘Você queria. Tava molhada’. Estava usando uma pomada para candidíase que teria funcionado como lubrificante.

Ele começou a chorar e a dizer: ‘O que foi que eu fiz?’ Achei que tinha caído a ficha, mas de repente ele deu risada e disse que ninguém ia acreditar em mim. E ameaçou contar para o meu namorado e dizer que eu tinha gostado.

Gritei que ia denunciá-lo. Mas percebi que poderia colocar minha vida em risco. Ainda sozinha com ele, falei: ‘Vamos esquecer isso’.

NA PSIQUIATRIA

Mais tranquilo, ele contou que ia para a UE [Unidade de Emergência, do Hospital das Clínicas] para não fazer algo contra a própria vida. Quando cheguei na faculdade, mandei uma mensagem para um amigo dele dizendo que T. tava muito doente.

Fui para a casa do meu namorado, que me viu toda suja de terra e foi comigo à delegacia da mulher. Lá foi insuportável. Você acha que vai ser acolhida, mas não. Comecei a ser estuprada às 4h30, o ato durou uns cinco minutos, mas só parei de ser violentada quando voltei para casa à noite.

Do balcão, a escrivã perguntou o que me aconteceu, enquanto eu estava lá de pé, tremendo. Pedi uma cadeira. Ela arranjou um lugar para eu sentar, mas sempre com má vontade. Até que a delegada apareceu. Relatei o que tinha acontecido e ela mandou eu voltar outro dia para fazer uma representação e abrir o processo. Quando saí, elas fecharam a delegacia.

Nessa altura, minha mãe já tinha feito um escarcéu. Ligou para a faculdade. Dr. Carlotti [Carlos Carlotti Jr., diretor da Medicina da USP Ribeirão], foi me encontrar na delegacia. Ele me levou para fazer o corpo de delito.

No hospital, fiquei esperando o perito por quase três horas. E quando apareceu, ele foi um grosso. Ficava repetindo: ‘Ah’, ‘tá’. ‘Hum’. ‘Sei.

Na maca, quando foi fazer o exame, também foi um bruto, machucando ainda mais as minhas partes íntimas. Eu falava: ‘Tá doendo, tô ardida’. Ele dizia: ‘Tá tudo normal. Não tem muito material’. Já havia se passado cinco horas. O ginecologista que acompanhou o exame anotou o atraso no prontuário.

Meu cunhado, que é policial, já tinha mobilizado a delegacia de plantão para que prendessem o T. em flagrante. Fui para lá dar um novo depoimento. Tinha tomado calmante, estava grogue. Não conseguia ficar sentada.

O LEGAL E A CDF

Só então fui pra casa. Passei uma semana em Caraguatatuba com minha mãe. Quando voltei para Ribeirão, T. ainda estava preso no hospital, onde ficou algemado à cama até a soltura dias depois. No prontuário, está escrito depressão leve, mas o psiquiatra havia dito que ele estava no estágio cinco de suicídio, o mais alto.

O caso dividiu a turma. Ninguém veio falar nada comigo. Até que um dos amigos do T., começou a espalhar dados do processo entre os colegas e a dizer que eu menti. Para piorar, T. é o popular, enquanto eu sou mais reclusa. Ele vai às festas, bebe, fica quase pelado. Eu estava focada em estudar. Começou um papo na turma: ele é legal, ela ninguém conhece.

Muita gente passou a assumir uma postura hostil em relação a mim. Parecia que eu e o meu namorado tínhamos lepra. Aumentaram os olhares tortos quando a medicina de Ribeirão ficou na berlinda.

Meu caso foi levado à CPI da Assembleia Legislativa de SP. É como se eu denegrisse a imagem da faculdade. Não importa o fato de eu ter sido vítima de uma violência. A mensagem é que eu deveria ficar quieta para não manchar a imagem da medicina.

MACHISMO

Tem muito de ‘Clube do Bolinha’ e de a sociedade ser machista. Não só os meninos. Me impressionou ver garotas com o mesmo discurso. Na CPI, quando leram meu depoimento, uma garota se levantou: ‘Eu não acredito em nada disso, porque ela namora outro’. O que isso tem a ver? Autoriza a violência?

É mais fácil julgar. No ano passado, escreveram no nosso grupo do WhatsApp: ‘Tem uma ovelha negra entre nós’. Sou a ovelha negra. Ele, não.

Não vou desistir. Entendo que para se sentirem seguros meus colegas prefiram acreditar que nada aconteceu. Se fosse com a mãe ou a irmã deles, iam pensar diferente.

T. está afastado da faculdade. Mesmo assim não consigo ir à USP sozinha. É difícil lidar com o medo. Acho que vai acontecer de novo. Suspeito de todos os homens.

A violência vir de alguém próximo é ainda pior. Estou sempre esperando que me magoem de novo. Sexo ainda é um problema. Lembro de tudo, aí sinto dor.

Espero que ele seja condenado, mesmo sabendo que é uma pena de prisão [de seis a dez anos]. Tem gente que diz: ‘Ah, não foi tão grave assim!’ Como? Tenho vontade de gritar: não foi só o meu corpo que ele violou, mas toda a confiança que eu tinha nele.

Quando aconteceu, cheguei a pensar em trancar a faculdade e ir embora. Mas ele não vai tomar mais nada de mim. Ninguém toca nos meus sonhos. Não vou sair da faculdade. Não peço que ninguém acredite em mim, mas que sejam neutros. A Justiça vai julgar o caso.

POBRES X RICOS

Eu já tinha me decepcionado com alguns colegas. Para entrar numa faculdade de medicina a pessoa pode até ser inteligente, mas não quer dizer que tenha bom coração e caráter. Muitas vezes, os mais preparados para o vestibular são os que tiveram oportunidades e dinheiro. E a prepotência vem junto.

Eles não têm noção do que acontece longe dos seus bercinhos de ouro. Eu e o B. fazemos parte da turma pobre da faculdade. E somos poucos. Uma turma que quer fazer medicina da família, cuidar de gente. A maioria quer cuidar de ganhar dinheiro.

Tenho medo de quando eles estiveram no consultório. Como vão atender gays, lésbicas, mulheres negras e vítimas de violência sexual? Vão falar: ‘Ah, não foi assim?’ Vão dar risada na cara da paciente? Vão desconsiderar o que relatam?

Apesar de tudo, não me arrependo de ter denunciado. Se eu pudesse falar com todas as vítimas de violência sexual, eu diria: ‘Vocês têm que ir até o fim’. Muitas desistem, temendo enfrentar delegados, escrivães, peritos, exames, amigos e família. Sei o quanto as vítimas se sentem desamparadas.

Tenho medo que T. volte à universidade, das ameaças, de acontecer de novo. Como conviver com uma pessoa dessa? Espero que ele nunca se forme. Como um médico é um estuprador? Não pode. Temo por todas as mulheres que estão perto dele.”


rede socialEliane Trindade é editora do Prêmio Empreendedor Social. Foi repórter da coluna ‘Mônica Bergamo’ e editora da ‘Revista da Folha’. É autora do livro-reportagem ‘As Meninas da Esquina’ e venceu o prêmio Ayrton Senna de Jornalismo com a reportagem ‘O que Eles Vão Ser Quando Crescer’. Neste espaço, mostra personagens e fatos dos dois extremos da pirâmide social, espalhando também nas redes sociais. Escreve às terças, a cada duas semanas.

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