Davina Castelli: A ficha corrida de uma senhora racista e seus crimes reincidentes
18 de Fevereiro de 2015, 12:53Em 2012, Davina Apparecida Castelli foi flagrada pelas câmeras de tv em plena avenida Paulista cometendo racismo contra policiais, porque eles eram negros e se recusaram a tirar um deficiente físico da calçada a quem Davina, à época com 72 anos, chamava de “lixo”, “macaco”.
Veja o vídeo:
Como se não bastasse este flagrante, ela já havia feito isso antes e tem 6 processos na Justiça (veja a matéria abaixo)
Em 2014 ela finalmente sofreu uma condenação, embora a defensoria pública tenha recorrido e ela permanece em liberdade.
Livre e impune, ela se sente no direito de continuar a praticar seu racismo usual, agora com descendentes de orientais e em outro estado, no Paraná, na cidade de Curitiba. Detalhe, ela não se constrange diante das câmeras de tevê. As autoridades paranaenses, assim como os advogados das vítimas podem consultar a Justiça paulista. A ficha corrida da senhora racista é extensa.
O que será que a Defensora Pública que conseguiu habeas corpus para esta senhora desequilibrada acha disso?
Juíza condena e multa idosa por chamar negros de ‘imundos’ em SP
26/02/2014 15h50 – Atualizado em 27/02/2014 07h30
Três vítimas acusaram aposentada de 72 anos de racismo em 2012 em SP.
Magistrada ordenou prisão; defesa recorreu e mulher está solta.
A Justiça de São Paulo condenou e determinou a prisão de uma aposentada de 72 anos por discriminação racial contra três negros em um shopping em novembro de 2012. Há uma semana, a magistrada Giovana Furtado de Oliveira sentenciou Davina Apparecida Castelli, que é branca, a pena de quatro anos e 39 dias de prisão em regime semiaberto e multa de R$ 28.960 de indenização por danos morais a cada um dos ofendidos.
De acordo com a sentença, Davina xingou a corretora Karina Chiaretti de “macaca” e ofendeu outras duas pessoas, a vendedora Suelen Meirelles e o supervisor predial Alex Marques da Silva, dizendo a elas que “os negros são imundos”.
A Defensoria Pública recorreu da decisão no Tribunal de Justiça de São Paulo (TJ-SP), que nesta quarta-feira (26) concordou com o pedido de habeas corpus para que a condenada não vá para a cadeia e continue recorrendo em liberdade.Segundo sua defesa informou no processo, a condenada negou o crime de racismo. Entretanto, Davina não compareceu ao julgamento e foi condenada à revelia.
A equipe de reportagem também não conseguiu localizar Davina e a responsável por sua defesa, a defensora pública Regina Bauab Merlo para falarem do caso.
Não é a primeira vez que Davina responde a um processo na Justiça. Há seis ações contra ela no site do Tribunal e Justiça. No YouTube existe ainda vídeos títulos parecidos com “Racista da Paulista”, no qual a idosa ofende um policial enquanto se apoia num andador com rodinhas. Naquela ocasião, ela havia cobrado do agente de segurança que retirasse da sua frente um deficiente físico.
Vítima diz ter sido xingada de macaca
Duas das três vítimas falaram. Elas contaram que sofreram atos racistas no dia 30 de novembro no Top Center, na Avenida Paulista, região central da capital. A assessoria do shopping infomrou ao G1 que “não se pronunciará a respeito”.“Achei a atitude da juíza brilhante. Foi a primeira vez que eu fui vítima de preconceito racial, mas soube que não foi a primeira vez que essa senhora ofendeu negros no shopping”, disse Karina, que é formada em publicidade e trabalha como corretora de imóveis.
Aos 36 anos, casada com um branco, com o qual tem dois filhos, Karina falou que foi xingada por Davina quando comprava esmalte para a filha. “Do nada, ela olhou para mim e disse que negros não deveriam entrar no shopping, que eu era ‘macaca’”, afirmou ela. Karina diz que pretende dar a maior parte da indenização, caso a receba, para uma instituição que cuida de adolescentes drogados.
O supervisor predial Alex Marques da Silva, de 23 anos, conta que ele e Suelen foram chamados de ‘negros imundos’ pela aposentada quando tentaram defender Karina dos insultos.
“Chamamos a polícia, que infelizmente não a deteve e nem a levou para a delegacia, onde estávamos para fazer um boletim de ocorrência de injúria racial contra ela”, lamentou. “A mulher falou que passou mal, os policiais a levaram para casa. Ela só apareceu na delegacia depois do flagrante”.
Defesa
No processo, a defensora de Davina alegou que a acusação de racismo contra a idosa coloca em choque a palavra das supostas vítimas contra a da aposentada, que teria negado as ofensas quando compareceu ao 5º Distrito Policial, na Aclimação, para dar sua versão.“Excelência, tudo que pesa contra a ré são as declarações dos ofendidos, evidentemente interessados no deslinde do processo. Temos apenas a versão das vítimas. Por outro lado, em que pese a ausência da ré em juízo, na fase inquisitorial a acusada negou veementemente as acusações”, afirmou a defensora.
A advogada continuou apontando que Davina disse ter sido hostilizada. “Esclareceu que fora hostilizada por um grupo de mulheres quando ia para sua casa, na avenida Paulista, e que não sabe declinar as razões de tal hostilidade. Assim, tudo que temos são as declarações das vítimas contra a declaração da acusada”, rebateu a defensora Regina no processo.
Sentença
Mas diante do fato da acusada não ter comparecido sequer a sua própria audiência na Justiça, a juíza a julgou e a condenou à revelia. Considerou ainda que a ré “mostrou completo descaso com seres humanos, em razão de sua raça ou cor, e também com a Justiça.”“No caso vertente, depreende-se claramente dos autos os danos morais sofridos pelas vítimas, decorrentes das ofensas realizadas pela acusada, que lhes causaram indignação, humilhação e constrangimento, abalando-as íntima e psiquicamente. E nisto consiste, exatamente, o dano moral indenizável. Relativamente ao valor da indenização pelos danos morais, deve-se considerar, primordialmente, a natureza mais compensatória, porém também punitiva do instituto”, escreveu a magistrada na sentença.
“Sei que surge essa discussão: ‘coitada, ela tem 72 anos.’ Mas ela sempre fez isso e nunca ninguém falou nada por medo ou desconhecimento”, afirmou Carmen Dora de Freitas Ferreira, advogada de Alex e Suelen e presidente da Comissão de Igualdade Racial da OAB (Ordem dos Advogados do Brasil) em São Paulo.
“Foi por causa da idade da acusada que a juíza deu a prisão para ela em regime semiaberto”, disse Carmen. “Mas infelizmente a Defensoria recorreu e a Justiça deu um habeas corpus para a dona Davina continuar em liberdade podendo ofender mais pessoas que encontrar no seu caminho”, diz a defensora das vítimas de racismo.
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Boulos: Ser de esquerda no Brasil hoje é defender a Constituição Brasileira
17 de Fevereiro de 2015, 10:40Excelente a análise de Guilherme Boulos, líder do MTST, faz do governo Dilma e da atual conjuntura política.
Boulos compara a atual conjuntura a 1954. Faz críticas pertinentes ao governo Dilma e a oposição golpista. E esclarece o papel dos movimentos sociais como MTST tem no atual contexto político.
Uma de suas melhores frases é a de que, na atual conjuntura com o avanço da direita golpista, ser de esquerda, hoje, é defender pautas constitucionais que jamais foram regulamentadas como: auditoria da dívida pública, democratização das comunicações, taxação de grandes fortunas, financiamento público das campanhas e a função social da propriedade. Ele está coberto de razão.
Assista a entrevista, vale cada frase.
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Em 15 anos, O Brasil corre o risco de perder até 60 diferentes línguas indígenas
17 de Fevereiro de 2015, 10:16Em 2000, quando escrevi a primeira versão da minha coleção de história para crianças, prêmio Jabuti 2005 na categoria didático-paradidáticos, minha personagem Guarani que (na coleção, hoje, intitulada Manacá e publicada pela Editora Positivo) discute com as crianças a questão indígena, abria sua série na coleção de 4 volumes discutindo o direito de aprender a ler e escrever também em sua própria língua. Quinze anos depois a EBC faz uma matéria trazendo à tona o grave problema no processo de escolarização indígena que muitas vezes nega este direito. Espero que não seja tarde demais.
Eu falo Tupi Antigo, especial da Agência EBC
Textos: Vitor Abdala
Edição: Lilian Beraldo
Fotos: tânia Rêgo
Desenvolvimento: Pedro Ivo de OliveiraNos próximos 15 anos, o Brasil corre o risco de perder até 60 diferentes línguas indígenas – o que representa 30% do total estimado de idiomas falados pelas diversas etnias no país. Na avaliação de especialistas ouvidos pela Agência Brasil, isso representa uma perda irreparável tanto para as culturas indígenas quanto para o patrimônio linguístico cultural mundial. Eles também defendem que esses idiomas que levaram séculos para se desenvolver são fundamentais para a manutenção de outras manifestações culturais, como cantos e mitos.
“Esse é um patrimônio que pertence não só à comunidade brasileira como ao mundo.” José Carlos Levinho, diretor do Museu do Índio
Apesar de algumas iniciativas isoladas de valorizar as línguas desses povos – como a do município de São Gabriel da Cachoeira (AM) que, em 2002, tornou o tukano, o baniwa e o nheengatu línguas co-oficiais da cidade –, estima-se que mil idiomas indígenas brasileiros tenham sido extintos nos últimos 500 anos. Na maioria dos casos, isso ocorreu com a extinção da comunidade de falantes, ou seja, dos próprios índios. Hoje, entretanto, o maior risco não está mais no extermínio da população indígena, mas sim nos processos de escolarização, na exploração da mão de obra e inclusive nos programas sociais que favorecem a entrada da televisão em todas as aldeias.
Para os indígenas, o idioma materno é um instrumento de autoafirmação da identidade e da cultura. No Rio de Janeiro, em uma área de proteção ambiental, um grupo de 60 índios usa sua própria língua, o guarani, como forma de manter tradições e se comunicar.Atualmente, apenas cinco das cerca de 200 línguas indígenas faladas no Brasil têm mais de 10 mil falantes.
Línguas indígenas como o tupi deram importantes contribuições ao português.
Durante as primeiras décadas de ocupação portuguesa, o tupi antigo foi a principal língua de comunicação entre índios, europeus e uma geração de brasileiros mestiços que começava a povoar o território nacional. Mas perdeu a força em meados do século 18, quando o então primeiro-ministro português, Marquês de Pombal, proibiu o uso e o ensino do tupi no Brasil e decretou o português como língua oficial. Há ainda línguas indígenas que, por sua complexidade e dinâmica, acabaram virando objeto de estudo e desafiaram teorias consagradas da linguística, caso da língua pirahã.
Apesar de a Constituição garantir uma educação diferenciada aos indígenas, com escolas próprias que ensinem o idioma nativo, uma série de dificuldades estruturais comprometem a qualidade desse ensino. Faltam professores treinados e material didático, por exemplo. Diante disso, muitos jovens passam a frequentar escolas urbanas.
O governo afirma que tem buscado investir na formação de professores indígenas para garantir que a língua materna seja passada para as crianças nas escolas. O Ministério da Educação (MEC) também alega que tem investido na pesquisa e documentação de línguas indígenas, na preparação de materiais didáticos e na construção de escolas destinadas a esses povos. Para o diretor do Museu do Índio, entretanto, a forma como as escolas nas aldeias são estruturadas não contribui para a preservação da cultura e da língua desses povos.
Acesse a página da EBC para ler os demais artigos do Especial e ver as belíssimas fotos que os acompanham
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Faltou ética jornalística e sobraram boatos no nascimento da filha de Padilha
16 de Fevereiro de 2015, 21:31Faltou ética jornalística e sobrou boatos de corporativistas sem ética médica no nascimento da filha de Padilha pelo SUS.
Cristóvam Buarque, senador pelo PDT, há muito defende a ideia de que filhos de agentes públicos eleitos devem obrigatoriamente matricular seus filhos e demais dependentes em escolas públicas. Seu projeto foi arquivado em 2014.
Quando Lula teve câncer, uma onda reacionária e preconceituosa na internet desejou sua morte. Centenas de usuários da rede o mandavam tratar seu câncer no SUS. Curioso que José Alencar (vice do ex-presidente Lula) durante 13 anos tratou um câncer de intestino no hospital privado Sírio-Libanês. Alencar veio a falecer naquele hospital e ninguém nunca sugeriu que ele fizesse seu tratamento no SUS. Para essas pessoas SUS é para pobres, hospitais privados para vices-presidentes empresários. O SUS é visto por esta ala reacionária e preconceituosa não como um direito à saúde pública, mas como um castigo.
Em agosto de 2014, outro político petista, Alexandre Padilha, ex-ministro das Relações Institucionais do governo Lula e ex-ministro da Saúde do governo Dilma, que não tem plano de saúde, é ativista em defesa do SUS, anunciou que sua esposa a jornalista Thássia Alves estava grávida e faria o pré-natal e o parto pelo SUS.
Na última quinta-feira, 12/02 nasceu Melissa, filha do casal.
Nascimento e morte no curso natural da vida não são notícias, são fatos do ciclo da vida de qualquer ser vivo. Nascem milhares de crianças por dia no Brasil. Boa parte delas nasce em maternidades do SUS. Isso não é notícia. Isso é o cotidiano de um país que lutou pela saúde pública como um direito de todo cidadão.
Thássia, esposa de Alexandre Padilha, foi diagnosticada com pré-eclâmpsia, uma doença que ocorre em mulheres grávidas cujos sintomas são pressão arterial elevada, excesso de proteína na urina, edemas dentre outras complicações. O diagnóstico quando feito no pré-natal, contribui para salvar a vida das gestantes e seus bebês, porque a grávida passa a ser monitorada, orientada, tratada e se necessário, o obstetra antecipa o parto. Não é raro bebês de gestante com pré-eclâmpsia nascerem prematuros.
Foi o que ocorreu na quinta-feira com Melissa, a filha de Thássia e Padilha. Ela nasceu na rede pública do SUS no hospital e maternidade municipal Vila Nova Cachoeirinha. Nasceu prematura, com 1,3kg e recebe atendimento especial no berçário para ganhar peso, como é indicado aos prematuros. Sua mãe deixou a UTI na manhã seguinte ao parto (13/02) e foi para um quarto comum e no domingo já havia recebido alta. Ou seja, tudo correu bem, com os cuidados necessários dentro de um quadro de pré-eclâmpsia. Ambas estão bem.
Mas como toda esta história comum, que ocorre centenas de vezes, todos os dias no país, virou manchete na mídia monopolizada e partidarizada do Brasil?
No dia 12, jornais e blogs da mídia monopolizada destacaram como notícia o fato, sem deixarem de lembrar ao leitor que se tratava do “candidato derrotado do PT nas eleições estaduais’.
Com todo viés partidário que conhecemos praticado por esta mídia reacionária, poderíamos ao menos celebrar o fato de noticiar algo positivo sobre o SUS; o fato de um político, ex-ministro duas vezes e candidato ao governo do estado de São Paulo tomar juntamente com sua companheira uma decisão coerente com o seu discurso. Mas o que se viu foi um show de desinformação e reverberação do corporativismo de médico reacionários e sem qualquer ética. Os mesmos médicos que fizeram campanha colérica contra o programa Mais Médicos, contra o SUS. Até mesmo um blog da Folha dedicado à maternidade não fugiu à regra e reproduziu links e boatos de uma página fascista de corporativistas com diploma médico. No show de desinformação e ficção a imprensa monopolista espalhou o boato de que Padilha teria levado às pressas sua filha para a UTI de um hospital privado. Nenhum destes veículos sem ética dedicou qualquer tempo para checar se as mentiras ditas na página dos corporativistas reacionários contra o SUS e o Mais Médicos e agora contra Padilha e Haddad eram procedentes. Ao contrário, serviram como megafones de hoax, dos corporativistas com diploma de medicina sem ética médica.
Faltou jornalismo, perdeu-se a chance de fazer serviço de utilidade pública
Segundo dados do Ministério da Saúde, a hipertensão é responsável por 13,8% das mortes maternas no Brasil, sendo a principal causa de morte durante a gravidez no país. Por isso o pré-natal é tão importante, o acompanhamento regular durante toda a gravidez ajuda reduzir estes riscos.
Mas os jornais e blogs reacionários perderam a grande chance de esclarecer seus leitores sobre a necessidade do pré-natal, sobre os sintomas da pré-eclâmpsia, doença que pode se manifestar em muitas gestantes. Todo este serviço de utilidade pública foi desprezado tanto por médicos sem ética como por um jornalismo-negócio cuja ética jornalística foi para o ralo.
O fundo do poço ainda é superficial perto do nível do jornalismo sem qualquer ética praticado nos meios monopolizados de comunicação. A boataria e desinformação foi tão grande que provocou a Secretaria Municipal da Saúde a publicar uma nota esclarecendo o ocorrido.
Todos os médicos que atenderam Thássia eram dos SUS, nenhum residente foi retirado da sala de cirurgia, não houve transferência nem do bebê nem da mãe para hospital privado, dado que a maternidade municipal de Vila Nova Cachoeirinha é referência e tinha todos os recursos humanos e tecnológicos para atendê-las e a todas as mães e bebês que fazem uso deste equipamento público.
Na sexta-feira à noite conversei com o avô de Melissa, Anivaldo Padilha, e no sábado pela manhã nos falamos por telefone. Ele estava indignado, mas não surpreso, porque já está acostumado com uma direita sem qualquer republicanismo.
Estamos indignados, é falta de ética querer usar um parto para atacar o SUS. É mentira dizer que residentes foram tirados da sala ou que minha neta foi para um hospital privado e tudo o mais que alega esta página do Facebook de médicos sem ética alguma, disse Anivaldo por telefone.
É lamentável que páginas como esta sejam amplificadas nas matérias de jornal. Isso não é liberdade de expressão, não tiveram responsabilidade ética ao publicar isso e os médicos desta postagem não tem ética médica. Não posso acreditar! Estamos falando de um hospital-maternidade de referência, é muita irresponsabilidade dessas pessoas, prosseguiu Anivaldo.
Eu não tenho plano de saúde também, não tenho nada contra os que têm, mas é uma escolha consciente de nossa família que tanto lutou e luta pela Saúde Pública. Eu uso SUS, Padilha usa o SUS. Se não usasse seria atacado, quando usa é atacado. É impossível dialogar com este grupo sem ética que já falsificaram até diploma para atacar meu filho, completou Anivaldo Padilha.
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Faltou ética jornalística e sobrou boatos no nascimento da filha de Padilha
16 de Fevereiro de 2015, 21:31Faltou ética jornalística e sobrou boatos de corporativistas sem ética médica no nascimento da filha de Padilha pelo SUS.
Cristóvam Buarque, senador pelo PDT, há muito defende a ideia de que filhos de agentes públicos eleitos devem obrigatoriamente matricular seus filhos e demais dependentes em escolas públicas. Seu projeto foi arquivado em 2014.
Quando Lula teve câncer, uma onda reacionária e preconceituosa na internet desejou sua morte. Centenas de usuários da rede o mandavam tratar seu câncer no SUS. Curioso que José Alencar (vice do ex-presidente Lula) durante 13 anos tratou um câncer de intestino no hospital privado Sírio-Libanês. Alencar veio a falecer naquele hospital e ninguém nunca sugeriu que ele fizesse seu tratamento no SUS. Para essas pessoas SUS é para pobres, hospitais privados para vices-presidentes empresários. O SUS é visto por esta ala reacionária e preconceituosa não como um direito à saúde pública, mas como um castigo.
Em agosto de 2014, outro político petista, Alexandre Padilha, ex-ministro das Relações Institucionais do governo Lula e ex-ministro da Saúde do governo Dilma, que não tem plano de saúde, é ativista em defesa do SUS, anunciou que sua esposa a jornalista Thássia Alves estava grávida e faria o pré-natal e o parto pelo SUS.
Na última quinta-feira, 12/02 nasceu Melissa, filha do casal.
Nascimento e morte no curso natural da vida não são notícias, são fatos do ciclo da vida de qualquer ser vivo. Nascem milhares de crianças por dia no Brasil. Boa parte delas nasce em maternidades do SUS. Isso não é notícia. Isso é o cotidiano de um país que lutou pela saúde pública como um direito de todo cidadão.
Thássia, esposa de Alexandre Padilha, foi diagnosticada com pré-eclâmpsia, uma doença que ocorre em mulheres grávidas cujos sintomas são pressão arterial elevada, excesso de proteína na urina, edemas dentre outras complicações. O diagnóstico quando feito no pré-natal, contribui para salvar a vida das gestantes e seus bebês, porque a grávida passa a ser monitorada, orientada, tratada e se necessário, o obstetra antecipa o parto. Não é raro bebês de gestante com pré-eclâmpsia nascerem prematuros.
Foi o que ocorreu na quinta-feira com Melissa, a filha de Thássia e Padilha. Ela nasceu na rede pública do SUS no hospital e maternidade municipal Vila Nova Cachoeirinha. Nasceu prematura, com 1,3kg e recebe atendimento especial no berçário para ganhar peso, como é indicado aos prematuros. Sua mãe deixou a UTI na manhã seguinte ao parto (13/02) e foi para um quarto comum e no domingo já havia recebido alta. Ou seja, tudo correu bem, com os cuidados necessários dentro de um quadro de pré-eclâmpsia. Ambas estão bem.
Mas como toda esta história comum, que ocorre centenas de vezes, todos os dias no país, virou manchete na mídia monopolizada e partidarizada do Brasil?
No dia 12, jornais e blogs da mídia monopolizada destacaram como notícia o fato, sem deixar de lembrar ao leitor que se tratada do “candidato derrotado do PT nas eleições estaduais’.
Com todo viés partidário que conhecemos praticado por esta mídia reacionária, poderíamos ao menos celebrar o fato de noticiarem algo positivo sobre o SUS, o fato de um político, ex-ministro duas vezes e candidato ao governo de São Paulo tomar juntamente com sua companheira uma decisão coerente com o seu discurso. Mas o que se viu foi um show de desinformação e reverberação do corporativismo de médico reacionários e sem qualquer ética Os mesmos médicos que fizeram campanha cerrada contra o programa Mais Médicos, contra o SUS. Até mesmo um blog da Folha dedicado à maternidade não fugiu à regra e reproduziu links e boatos de uma página fascista de corporativistas com diploma médico. No show de desinformação e ficção a imprensa monopolista espalhou o boato de que Padilha teria levado às pressas sua filha pra uma UTI de hospital privado. Nenhum destes veículos sem ética dedicou qualquer tempo para checar se as mentiras ditas na página dos corporativistas reacionários contra o SUS e o Mais Médicos eram procedentes. Ao contrário, serviram como megafones de hoax, dos corporativistas com diploma de medicina sem ética médica.
Faltou jornalismo, perdeu-se a chance de fazer serviço de utilidade pública
Segundo dados do Ministério da Saúde, a hipertensão é responsável por 13,8% das mortes maternas no Brasil, sendo a principal causa de morte durante a gravidez no país. Por isso o pré-natal é tão importante, o acompanhamento regular durante toda a gravidez ajuda reduzir estes riscos.
Mas os jornais e blogs reacionários perderam uma grande chance de esclarecer seus leitores sobre a necessidade do pré-natal, sobre os sintomas da pré-eclâmpsia, doença que pode se manifestar em muitas gestantes. Todo este serviço de utilidade pública foi desprezado tanto por médicos sem ética como por um jornalismo-negócio cuja ética jornalística foi para o ralo.
O fundo do poço ainda é superficial perto do nível do jornalismo sem qualquer ética praticado nos meios monopolizados de comunicação. A boataria e desinformação foi tão grande que provocou a Secretaria Municipal da Saúde a publicar uma nota esclarecendo o ocorrido.
Todos os médicos que atenderam Thássia eram dos SUS, nenhum residente foi retirado da sala de cirurgia, não houve transferência nem do bebê nem da mãe para hospital privado, dado que a maternidade municipal de Vila Nova Cachoeirinha é referência e tinha todos os recursos humanos e tecnológicos para atendê-las e a todas as mães e bebês que fazem uso deste equipamento público.
Na sexta-feira à noite conversei com o avô de Melissa, Anivaldo Padilha, e no sábado pela manhã nos falamos por telefone. Ele estava indignado, mas não surpreso, porque já está acostumado com uma direita sem qualquer republicanismo.
Estamos indignados, é falta de ética querer usar um parto para atacar o SUS. É mentira dizer que residentes foram tirados da sala ou que minha neta foi para um hospital e tudo o mais que alega esta página do facebook de médicos sem ética alguma, disse Anivaldo por telefone.
É lamentável que páginas como esta sejam amplificadas nas matérias de jornal. Isso não é liberdade de expressão, não tiveram responsabilidade ética ao publicar isso e os médicos desta passagem não tem ética médica. Não posso acreditar! Estamos falando de um hospital-maternidade de referência, é muita irresponsabilidade dessas pessoas, prosseguiu Anivaldo.
Eu não tenho plano de saúde também, não tenho nada contra os que tem, mas é uma escolha consciente de nossa família que tanto lutou e luta pela Saúde Pública. Eu uso SUS, Padilha usa o SUS. Se não usasse seria atacado, quando usa é atacado. É impossível dialogar com este grupo sem ética que já falsificaram até diploma para atacar meu filho, completou Anivaldo Padilha.
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