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3 de Abril de 2011, 21:00 , por Desconhecido - | No one following this article yet.
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Posicionamento CUT-RJ sobre a greve dos garis

7 de Março de 2014, 12:02, por Desconhecido - 0sem comentários ainda

Entidade aponta a negociação como saída democrática para o conflito e repudia declarações do prefeito acusando de delinquentes e marginais os trabalhadores

“Posicionamento CUT-RJ sobre a greve dos garis

via CUT-RJ

06/03/2014

FOTO: MIDIA NINJA

A CUT-RJ vê com extrema preocupação o desenrolar da greve dos garis do Rio de Janeiro, que chega ao seu sexto dia sem uma solução que ponha fim ao impasse entre as reivindicações da categoria e a prefeitura do Rio de Janeiro.

Primeiro é importante assinalar que nem a direção do sindicato dos trabalhadores da Comlurb nem o movimento de oposição que está à frente da greve têm quaisquer vínculos com a Central Única dos Trabalhadores.

Contudo, isso não impede a direção da CUT-RJ de se posicionar resolutamente em defesa do direito de greve da categoria e contra as demissões anunciadas pela prefeitura.

A CUT-RJ repudia também declarações do prefeito Eduardo Paes acusando de delinquentes e marginais trabalhadores que cruzam os braços na luta pela conquista de legítimas reivindicações de classe.

Por fim, apontamos a negociação como saída a democrática para o conflito, sempre tendo como norte o atendimento das reivindicações dos garis, que travam um bom combate por dias melhores para eles e seus familiares. Quem presta um serviço tão importante e essencial para os cariocas tem de ser ouvido pelo poder público com especial atenção.

Rio de Janeiro, 06 de março de 2014.

Direção da Central Única dos Trabalhadores no Estado do Rio de Janeiro.



“Enquanto tiver gente para aplaudir, sorrir, curtir e compartilhar o preconceito, os preconceituosos vão ocupando o ciberespaço”

5 de Março de 2014, 8:09, por Desconhecido - 0sem comentários ainda

Facebookdocídio

Por: Wemerson Augusto, na edição 788 do Observatório da Imprensa

04/03/2014

Lá, tem de tudo. Gente bonita, sucesso, ego, fanfarrões, festa, preconceito, corpos, ostentação, desinformação e, às vezes, informação, ideias. Para nossa alegria estão por lá também o avô, a avó, a vizinha, o tio, o primo, a prima, o pai, a mãe, o amigo distante, o desconhecido e aquela amiga bonita que compartilha fotografias sensuais. O que entristece nesta babilônia é ver o preconceito ganhar força. Há coisas boas no Facebook, mas infelizmente perdem o jogo. O preconceito se apresenta de forma engraçada, ganha notoriedade, curtições e compartilhamentos. Um dos campeões é o de classe social.

Pesquisas, informações, utilidades públicas e curiosidades ficam geralmente em segundo, terceiro ou quarto plano. Talvez por este comportamento de parte dos usuários, muitas pessoas conscientes irão cometer o Facebookdocídio nos próximos meses, anos. Os botões de denunciar o preconceito no Facebook são insuficientes. Os mecanismos de rastreamento baseados em algoritmos são incapazes de interpretar o sentimento que milhares de mensagens preconceituosas causam nos receptores das mensagens. O sucesso da rede social que abraçou o mundo pode ser o seu próprio fracasso.

Os mesmos que destilam o ódio aos usuários menos abastados financeiramente compartilham mensagens de escritores que nunca leram. E pra variar, mensagens carregadas de preconceitos. Há poucos dias, um contato, compartilhou a seguinte mensagem no Facebook: “Bolsa família é coisa de vagabundo, este povo tinha que morrer.” E para tristeza do bom senso, havia abaixo do comentário, dezenas de risos, gargalhadas, curtições. Apoiavam o preconceito estudantes, jovens, adultos, idosos e políticos.

Preconceituosos no ciberespaço

Começa o dia e lá vêm às mensagens de lição, orientação, guia e oração. Durante uma semana pesquisei no mesmo horário, das 6 às 7 horas da manhã, as mensagens que apareciam na timeline relacionadas com escritores, artistas etc. Os autores mais citados na pesquisa, que não teve caráter científico, apenas uma amostragem, foram: Clarice Lispector, Caio Fernando de Abreu, Arnaldo Jabor, Pedro Bial, Vargas Llosa, Cazuza, Bill Gates e Steve Jobs.

Pérolas da desinformação. Frases de imaginário popular são trocadas de origem no Facebook. O famoso bordão “Deus ajuda quem cedo madruga” ganhou as páginas da bíblia, em Coríntios 13:4-7. Novamente o Bolsa Família ganhou destaque, desta vez, no livro A Cabeça de Steve Jobs: “O Brasil é o pobre por que tem Bolsa Família. Acabe com esse programa que o problema está resolvido”. E a máxima: “Mais vale um passarinho na mão do que dois voando”, segundo o povo do Facebook, foi escrita por Caio Fernando de Abreu, em sua obra Morangos Mofados.

Depois do abre alas, da mensagem de bom-dia e da desinformação, é hora de fazer graça. De preferência quanto mais pobre for o personagem da narrativa, melhor. Uma das mensagens que captei foi a de duas jovens que postaram uma imagem. “Prontas para o carnaval”. Para ódio dos sabichões literários, as jovens que postaram uma imagem do carnaval se exibiam numa piscina improvisada com uma caixa d’água. Para nossa tristeza, os literatos da manhã pediam a retirada da foto do Facebook. “Ninguém merece. Feias, gordas e sujas, quem vai querer? Realmente orkutizaram o Facebook”.

Enquanto tiver gente para aplaudir, sorrir, curtir e compartilhar o preconceito, os preconceituosos vão ocupando o ciberespaço.
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Wemerson Augusto é jornalista