Feinsilver: “Eu acho condenável os médicos brasileiros assediarem os cubanos, que foram para o seu país ajudar os mais pobres entre os pobres”
26 de Setembro de 2013, 9:12 - sem comentários aindaUOL – Médicos cubanos foram perseguidos em outros países?
Feinsilver – Não! Eu acho condenável os médicos brasileiros assediarem os cubanos, que foram para o seu país ajudar os mais pobres entre os pobres.
Para socióloga americana, médico brasileiro teme concorrência com cubano
Por: Cármen Guaresemin e Camila Neuman, UOL
21/09/2013
Estudiosa da diplomacia médica cubana, a socióloga norte-americana Julie Feinsilver, formada pela Universidade de Yale, é uma exceção em seu país. Admiradora da medicina praticada no país governado pelos irmãos Raúl e Fidel Castro, ela lançou em 1993 o livro “Healing the Masses” (“curando as massas”, em tradução livre), no qual abordava o modelo implantado na ilha.
Hoje, tanto o livro como artigos da socióloga se transformaram em referências para quem quer se aprofundar em medicina cubana. Feinsilver, que vive em Washington, já contou em entrevistas que teria sido vigiada pela CIA e FBI, com direito a telefone grampeado.
“Acho condenável os médicos brasileiros assediarem os cubanos, que foram para o seu país ajudar os mais pobres entre os pobres”, disse Feinsilver em entrevista, por e-mail, aoUOL. “Houve protestos por parte de algumas sociedades médicas por causa de um medo infundado: a concorrência.”
UOL – No Brasil, o salário de um médico cubano que participa do programa Mais Médicos será de R$ 10.000, ou cerca de US$ 4.000. No entanto, 85% desse valor vai para o governo cubano. Cuba sempre faz esse tipo de acordo?
Julie Feinsilver – Sim, o governo oferece educação gratuita e muito mais para os médicos, e atua como um headhunter encontrando os postos de trabalho e gerenciando a contratação. Em um país capitalista, os profissionais pagariam impostos por todos os serviços e necessidades sociais básicas fornecidas, além de uma taxa para o headhunter. Não é razoável que o governo cubano negocie um acordo que seja bom para ele e para os médicos?
Em relação à porcentagem real de dinheiro no contrato com os médicos cubanos, não sei se 85% é a parte do governo. Falo baseada no caso típico em que o governo recebe a parte do leão. Um amigo me informou que o Brasil tem uma lei de transparência que torna pública a informação dos salários (Lei Complementar 131, também conhecida como Lei da Transparência, sancionada em 2009 e que obriga a União, os Estados e municípios com menos de 50 mil habitantes a divulgarem seus gastos na web), o que eu acho uma excelente ideia. Infelizmente, isso não é comum na maioria dos lugares e, em alguns casos, pela própria lei, essa informação fica “escondida”, ou seja, não é fácil de ser encontrada.
UOL – Sabe qual é o salário médio que os médicos recebem em Cuba e em outros países?
Feinsilver – Não há uma média. Salários dependem do acordo feito entre governo e o país interessado. No entanto, os salários em Cuba são muito baixos porque toda a educação e cuidados de saúde são gratuitos e o restante é altamente subsidiado. Isso não quer dizer que tudo seja maravilhoso em Cuba. Não é, mas os custos beiram o insignificante para necessidades muito básicas. Você não pode comparar preços, salários e custos em Cuba aos de qualquer outro lugar. Toda economia de lá é diferente da dos países capitalistas.
UOL – Como o governo cubano repassa o dinheiro para os médicos? É possível monitorar se eles estão repassando os valores corretamente?
Feinsilver – Seus salários são pagos para suas famílias em Cuba com bônus por estarem no exterior, e o adicional é pago a eles no país onde estão, mas eu tenho sérias dúvidas de que isso possa ser monitorado. O governo brasileiro ou empresas brasileiras permitem que estranhos monitorem como pagam seu próprio pessoal? Eu duvido. Então, por que esperar que os cubanos façam isso?
UOL – Aqui no Brasil, os médicos cubanos vão trabalhar nas regiões mais pobres e remotas, onde os profissionais brasileiros não querem ir por falta de estrutura no local. Essa diferença foi vista no Brasil, por opositores ao programa federal Mais Médicos, como uma forma de exploração de médicos cubanos. Você concorda com essa afirmação?
Feinsilver – Não. Cubanos têm uma ideologia muito diferente da dos brasileiros. Eles se voluntariam para ir a áreas remotas e carentes em outros países e consideram um dever servir no exterior e ajudar os necessitados. Ganham muito mais dinheiro e obtêm vantagens fazendo isso, apesar de parecer um ganho muito baixo para os brasileiros. Claro que também estão altamente motivados pelo dinheiro extra e benefícios que receberão prestando serviço internacional.
Queria salientar que sua formação ideológica, desde a infância, é muito diferente da de pessoas de países capitalistas. No entanto, isso não significa que eles não estão interessados em ganhar muito mais dinheiro, principalmente porque nas recentes reformas econômicas (os cubanos gostam de chamar de “atualização de sua economia”), os médicos ficaram em desvantagem se comparados às pessoas que trabalham no turismo, área na qual gorjetas e ganhos em moedas fortes são comuns.
Missões no exterior ajudam a nivelar as condições de igualdade para eles, mas com grande sacrifício pessoal, pois deixam o seu país e os seus entes queridos para viver em condições ainda mais modestas e, por vezes, muito pior em outros países onde servem os pobres. Motivação ideológica dos médicos (saúde é um direito humano básico para todos) fornece uma justificativa importante para esse sacrifício, assim como o dinheiro que ganham.
UOL – As principais entidades médicas brasileiras são contra a vinda de médicos estrangeiros, especialmente os cubanos, por serem a maioria, pois não vão fazer a mesma avaliação exigida aos que estudam fora para exercer a medicina no Brasil. Concorda com esse argumento?
Feinsilver – Não, médicos cubanos vão trabalhar em áreas carentes, onde a população tem necessidades básicas de saúde e pode ser mais do que adequadamente tratada por eles. A formação e o treinamento dos cubanos são diferentes das dos brasileiros (e de profissionais de outros países) porque junto com a medicina curativa, estudam e enfatizam a atenção primária, a prevenção de doenças e epidemias e a promoção da saúde. Eles avaliam o paciente como um ser vivo bio-psico-social e trabalham em um ambiente específico que também deve ser avaliado para melhorar a saúde da população.
UOL – Médicos cubanos foram perseguidos em outros países?
Feinsilver – Não! Eu acho condenável os médicos brasileiros assediarem os cubanos, que foram para o seu país ajudar os mais pobres entre os pobres. Eles [brasileiros] podem protestar para o seu governo, mas o tratamento que deram aos médicos cubanos foi antiprofissional e desumano. Houve protestos por parte de algumas sociedades médicas por causa de um medo infundado: a concorrência. Porém, os médicos locais se recusam a trabalhar onde os cubanos estão dispostos a ir: as áreas remotas e os bairros pobres.
UOL – O que motivou a senhora a estudar a medicina cubana?
Feinsilver – Vi as desigualdades dentro e entre os países enquanto pegava carona ao redor da América do Sul e Europa, muitos anos atrás. Isso me levou a estudar o que, na época, era um experimento social fascinante. E a saúde universal grátis era uma parte importante dessa experiência. O fato de um país pobre e em desenvolvimento decidir ajudar outros países prestando serviços de saúde gratuitos aos pacientes foi muito impressionante e esse é o tipo de ajuda externa que muitas nações mais desenvolvidas poderiam proporcionar.
O tratamento que os profissionais brasileiros deram aos médicos cubanos foi antiprofissional e desumano
UOL – O que atrai sua atenção na medicina cubana?
Feinsilver – A vontade e a capacidade de compartilhar seus conhecimentos e habilidades, da atenção primária à evolução do desenvolvimento da biotecnologia (devacinas e tratamentos) e transplantes de órgãos sofisticados, entre outros, a populações carentes de outros países. Além de fornecer gratuitamente educação médica para dezenas de milhares de estudantes pobres do mundo em desenvolvimento desde 1961, apesar de ter perdido metade de seus próprios médicos à emigração logo após a revolução (1959).
UOL – Como foi sua experiência como consultora na Fiocruz (Fundação Oswaldo Cruz)? (A socióloga morou um período no Brasil em 1996.)
Feinsilver – Foi maravilhosa, porém, eu só fiz uma breve consultoria, muitos anos atrás. Os executivos e cientistas que conheci eram altamente qualificados, muito bem educados, trabalhadores, pessoas dedicadas, além de serem interessantes e agradáveis para se trabalhar em grupo. Eu ficaria feliz em fazer outra consultoria se surgisse uma oportunidade.
UOL – Lembra-se do que viu aqui e de como era a saúde quando nos visitou?
Feinsilver – Lembro-me muito do Brasil, pois quando fui consultora da Fiocruz não foi a única vez que eu estive aí. Na verdade, eu peguei carona por todo o país, inclusive para Manaus, muitos anos antes e até assisti a algumas conferências. Também já passei férias aí.
No que diz respeito à saúde, lembro-me de muitas áreas com necessidades de melhoria e de médicos de classe mundial no Rio de Janeiro e em São Paulo. Eu não posso falar sobre todas as cidades, mas tenho certeza de que muitas tenham igualmente bons médicos… se você puder pagar por eles.
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Mujica: “Parece que nascemos só para consumir e consumir. E quando não podemos, carregamos a frustração, a pobreza, a autoexclusão”
26 de Setembro de 2013, 6:33 - sem comentários aindaNós ainda teremos a dimensão da importância dos discursos de Dilma Rousseff e Pepe Mujica na ONU.
Líderes latino-americanos falando para o mundo um discurso dissonante que há muito não se ouvia na ONU.
“O deus mercado, que organiza a economia, a vida e financia a aparência de felicidade. Parece que nascemos só para consumir e consumir. E quando não podemos, carregamos a frustração, a pobreza, a autoexclusão. O atual modelo de civilização é contra os ciclos naturais, contra a liberdade. É uma civilização contra o tempo livre, que não se paga, que não se compra e que é o que nos permite viver as relações humanas. Arrasamos as selvas e implantamos selvas de cimento. Enfrentamos o sedentarismo com esteiras, a insônia com remédios. E pensamos que somos felizes ao deixar o humano” – Pepe Mujica, presidente deste pequeno e admirável país chamado Uruguay.
Pepe Mujica: “deus mercado organiza a economia e a felicidade”
Por Vanessa Silva, do Portal Vermelho
25/09/2013
Destoando dos discursos feitos por seus pares durante a 68ª Assembleia Geral da ONU, o presidente uruguaio, José Pepe Mujica, durante 40 minutos, criticou veementemente o consumismo: “o deus mercado organiza a economia, a vida e financia a aparência de felicidade”, elogiou a utopia “do seu tempo”, mencionou sua luta pelo antigo sonho de uma “sociedade libertária e sem classes” e destacou a importância da ONU que é o “um sonho de paz para a humanidade.
Aos jornais uruguaios, Mujica prometera um “discurso exótico” e de fato, fugiu do protocolo ao dizer que “tem angústia pelo futuro” e que nossa “primeira tarefa é salvar a vida humana”. Sou do Sul e “carrego inequivocamente milhões de pessoas pobres na América Latina, carrego as culturas originárias esmagadas, o resto do colonialismo nas Malvinas, os bloqueios inúteis a Cuba, carrego a consequência da vigilância eletrônica, que gera desconfiança que nos envenena inutilmente. Carrego a dívida social e a necessidade de defender a Amazônia, nossos rios, de lutar por pátria para todos e que a Colômbia possa encontrar o caminho da paz, com o dever de lutar pela tolerância.”
Durante seu discurso, Mujica criticou o capitalismo e as guerras/ Foto: Reuters
A humanidade sacrificou os deuses imateriais e ocupou o templo com o “deus mercado, que organiza a economia, a vida e financia a aparência de felicidade. Parece que nascemos só para consumir e consumir. E quando não podemos, carregamos a frustração, a pobreza, a autoexclusão”. No mesmo tom, ressaltou o fracasso do modelo adotado no capitalismo: “o certo hoje é que para a sociedade consumir como um americano médio seriam necessários três planetas. Nossa civilização montou um desafio mentiroso”.
Para o mandatário, que já havia surpreendido o mundo com seu discurso durante a Rio+ 20, criamos uma “civilização que é contra os ciclos naturais, uma civilização que é contra a liberdade, que supõe ter tempo para viver, (…) é uma civilização contra o tempo livre, que não se paga, que não se compra e que é o que nos permite ter tempo para viver as relações humanas”, porque “só o amor, a amizade, a solidariedade, e família transcendem”. “Arrasamos as selvas e implantamos selvas de cimento. Enfrentamos o sedentarismo com esteiras, a insônia com remédios. E pensamos que somos felizes ao deixar o humano”.
Mujica defendeu a utilidade da produção de recursos no mundo: temos que “mobilizar as grandes economias não para produzir descartáveis com obsolescência programada, mas para criar coisas úteis para a população mundial. Muito melhor do que fazer guerras. Talvez nosso mundo necessite de menos organismos mundiais, destes que organizam fóruns e conferências. E que no melhor dos casos ninguém obedece”. “O que uns chamam de crise ecológica é consequência da ambição humana, este é nosso triunfo e nossa derrota”.
E defendeu que é através da ciência e não dos bancos que o planeta deve ser governado.
Paz e guerra
“A cada 2 minutos se gastam US$ 2 milhões em insumos militares. As pesquisas médicas correspondem à quinta parte dos investimentos militares”, criticou o presidente ao sustentar que ainda estamos na pré-história: “enquanto o homem recorrer à guerra quando fracassar a política, estaremos na pré-história”, defendeu o mandatário ao criticar a política da guerra.
Assim, criamos “este processo do qual não podemos sair e causa ódio, fanatismo, desconfiança, novas guerras; eu sei que é fácil poeticamente autocriticarmos. Mas seria possível se firmássemos acordos de política planetária que nos garanta a paz”. Ao invés disso, “bloqueiam os espaços da ONU, que foi criada com um sonho de paz para a humanidade”.
O uruguaio também abordou a debilidade da ONU, que “se burocratiza por falta de poder e autonomia, de reconhecimento e de uma democracia e de um mundo que corresponda à maioria do planeta”.
“Nosso pequeno país tem a maior quantidade de soldados em missões de paz e estamos onde queiram que estejamos, e somos pequenos”. Dizemos com conhecimento de causa, garantiu o mandatário, que “estes sonhos, estes desafios que estão no horizonte implicam lutar por uma agenda de acordos mundiais para governar nossa história e superar as ameaças à vida”. Para isso é “preciso entender que os indigentes do mundo não são da África, ou da América Latina e sim de toda humanidade que, globalizada, deve se empenhar no desenvolvimento para a vida”.
“Pensem que a vida humana é um milagre e nada vale mais que a vida. E que nosso dever biológico é acima de todas as coisas, impulsionar e multiplicar a vida e entendermos que a espécie somos nós” e concluiu: “a espécie deveria ter um governo para a humanidade que supere o individualismo e crie cabeças políticas”.
Médicos do programa ” Mais Médicos” são aprovados por pacientes de comunidade rural
25 de Setembro de 2013, 14:34 - sem comentários ainda
Feliz e brincando com o espanhol Abraham Alba, Maria Igraci disse que a pressão arterial ficou alterada depois de receber a visita de um médico ” tão bonito” (Clóvis Miranda)
Médicos do programa ” Mais Médicos” são aprovados por pacientes de comunidade rural
Pacientes de Unidade Básica de Saúde da Família que moram na comunidade Pau Rosa aprovam novos profissionais
Por: JÉSSICA VASCONCELOS, A Critica
Manaus, 25 de Setembro de 2013
Os moradores da comunidade rural do Pau Rosa, localizada no km 21 da rodovia BR-174 (Manaus-Boa Vista), que há duas semanas contam com um médico do programa “Mais Médicos” na Unidade Básica de Saúde da Família (UBSF), consideram que a vida está muito melhor com o profissional por perto.
Segundo Gregório Jansen, 62, agora quem precisa de atendimento tem todos os dias. O aposentado, morador da região há 15 anos, conta que quando a unidade foi inaugurada não havia médicos todos os dias e a dificuldade para obter tratamento era grande. “As pessoas tinham que ir até Manaus para conseguir atendimento”, conta.
De acordo o agente de endemias Ruy Sena, 35, hoje a unidade conta com três médicos clínicos gerais, além de dois dentistas, enfermeiros e assistente social.
Para ele, com a equipe atual é possível atender as 1,1 mil moradoras da comunidade e manter a frequência nas visitas as casas. Ruy diz ainda que são realizados todos os dias 45 atendimentos.
A dona de casa Maria Tereza conta que tem gostado muito do atendimento do novo médico e diz que ele foi bastante atencioso, olhou nos olhos e conversou bastante.
Na UBSF 55, na rua 25, bairro Nova Cidade, Zona Norte, o médico espanhol Abraham Alba teve o primeiro contato com os moradores do local onde vai trabalhar a partir de segunda-feira. Ele está muito animado com o trabalho e espera poder ajudar bastante a comunidade.
O médico diz que se inscreveu no programa “Mais Médicos” por que acredita no modelo de saúde da família, onde o objetivo é aproximar a saúde do povo.
Alba conta ainda que antes de vir para o Brasil trabalhava na cidade de Valença na Espanha, em um hospital e quando viu a oportunidade de vir para cá, trabalhar em um local distante dos grandes centros ficou bastante entusiasmado.
A dona de casa Maria Igraci Souza, 62, foi a primeira a receber a visita do doutor Abraham. Durante a visita a técnica de enfermagem, Claudia Felix aferiu a pressão da idosa que estava alterada. Para justificar, a idosa disse que estava nervosa com a visita de um médico tão bonito.
Maria Igraci, que é diabética e hipertensa, é acompanhada pelos agentes de saúde da unidade todas as semanas e diz com alegria que pretende ir bastante até o local para consultar com o novo médico.
Nova turma começa a trabalhar
Na próxima segunda feira os médicos estrangeiros que chegaram no último 15 assumem os cargos nas unidades de saúde da familia de Manaus.
Entre os cinco profissionais que irão atuar no município, dois são da Bolívia, um da Venezuela, um de Portugal e um da Espanha.
Os médicos irão receber na sexta-feira do Conselho Regional de Medicina (CRM) o número que dá direito a iniciar o trabalho.
Segundo a assessoria de comunicação da Secretária Municipal de Saúde (Semsa) o CRM não colocou dificuldades para o cadastramento deles, que vão iniciar o trabalho tranquilamente.
A assessoria disse ainda, que o treinamento coordenado pela Fundação de Medicina Tropical Dr. Heitor Vieira Dourado (FMT-HVD) e Fundação de Vigilância em Saúde (FVS) está ocorrendo dentro previsto.
De acordo com a Semsa o Ministério da Saúde já disponibilizou uma nova lista de profissionais que irão atuar no Estado e em breve novos médicos devem chegar ao Amazonas.
A capacitação tem a proposta de ampliar os conhecimentos dos profissionais quanto às políticas de saúde preconizadas pelo Governo do Amazonas .
Equipe da UBSF conta com o reforço do médico
Na Unidade Básica de Saúde da Família do bairro Nova Cidade, Zona Norte, 4,8 mil pessoas estão cadastradas para receber atendimento. Há ainda usuários não cadastrados que vem de outro bairro. Para atender toda a comunidade treze funcionários trabalham de segunda-feira a sexta-feira. Segundo a enfermeira, Paula Schmidt, o médico espanhol Abraham Alba terá muito trabalho quando assumir a unidade que ficou sem um profissional por duas semanas.
A enfermeira explica que o trabalho no local é muito grande e as estratégias montadas para conseguir atender a todos são diversificadas. Ela conta que em alguns casos os agentes chegam a fazer cartazes com os horários dos medicamentos e a dieta do paciente. “Para os pacientes que não sabem ler, por exemplo, as técnicas desenham uma lua se o remédio é a noite, um sol pela manhã, um prato antes do almoço. Nós precisamos atender a necessidade de todos”, diz.
De acordo os funcionários que trabalham com a estratégia da familia é preciso ter vocação, pois diariamente o atendimento é diferenciado. “Tem familias que seguem a risca as orientações, mas tem outras que você precisa está presente para conseguir fazer a diferença”, acrescentou a técnica Cláudia Felix.
Para a equipe da UBSF a chegada de Alba representa reforço importante, pois o trabalho poderá ser melhorado e as pessoas vão ser melhor atendidas. “Disposição para a ajudar o novo médico nós temos”, disse a enfermeira Paula Schmidt.
Bruno Salheb: “É o tamanho da minha roupa que determina se eu presto ou não pra fazer um trabalho administrativo?”
24 de Setembro de 2013, 18:23 - sem comentários aindaBruno Salheb em seu Facebook
24/09/2013
Passei em um concurso público para área administrativa e fui ontem fazer o exame admissional para trabalhar para o governo do estado de SP. Minha saúde anda ótima, quem me conhece sabe que eu mal tenho resfriado. Todos meus exames mostraram isso, sem sombras de dúvidas. Apesar de meu peso, nunca tive triglicérides, colesterol, pressão alta e minha glicose está sempre boa. Sendo assim fui apenas “cumprir tabela” em uma das clínicas terceirizadas que o governo do estado usa para com fazer o exames. Na prática o governo do estado terceiriza quase todo o amparo médico ao servidor e esses terceirizados prestam satisfação aos centros de Bauru e da capital.
O médico me atendeu depois de uma longa espera (um atraso de 1h a partir da hora marcada). Após um breve exame, checagem de pulso, estetoscópio no peito, o médico me olha e fala:
-Quanto você está pesando?
Ora, a assistente havia me pesado minutos antes. O número estava na frente dele. Informei meu peso e segui com uma frase espirituosa:
- É, estou um pouco gordinho.
Seguido pela réplica do doutor:
- Não, você está muito gordo. Não posso te aprovar com esse seu peso.
Questionei o doutor. Ora, o que que tem o meu peso? Não estou ali pra ser um soldado, estou ali pra prestar serviços administrativos e meus exames atestam minha saúde perfeita! Ele tornou a falar:
- Olha, isso vem de cima. Eu estou cumprindo ordens. O IMC máximo que o estado permite é 29,9, o seu é 35. Vou dar retido e em Bauru vão te encaminhar para ser examinado por uma junta médica.
Foi um choque! Essa é uma atitude derivada de um pensamento que cresce em SP. É o mesmo pensamento que mata negros nos bairros pobres, é o mesmo pensamento que barra pessoas pobres em shoppings, que humilha nordestinos nos centros do sudeste. Ser gordo é ser feio, é ser menos cidadão, é ser marginalizado. Vivemos um processo estético-higienista tocado pelo governado estabelecido em Sp nos últimos 20 anos.
“Não Bruno, essa palavras são muito fortes, você está usando o reductio ad hitlerum tão famoso na internet”. Não. Estou me baseando em fatos. Minha experiência não foi um “erro” do médico, ou apenas uma atitude de ignorância do sr. governador do estado.
Nosso estado vive o pior cenário de sua história na questão de falta de professores e muitos deles hoje só estão trabalhando por meio de liminar judicial, pois foram considerados fora do padrão estético. É uma política pública de segregação, de tornar determinados cidadãos dignos de menos direitos que os outros.Tenho uma rede valorosa de amigos e companheiros com os quais serrei fileiras em lutas por direitos trabalhistas e direitos humanos e, após o choque inicial entrei em contato com todos eles. Vereadores, deputados, ministros, jornalistas, advogados. Essa luta não podia ser só minha. Fui amparado como sempre soube que seria.
Graças a esse apoio hoje cedo recebi uma ligação do médico me contando que havia acontecido um erro e que eu estava aprovado e poderia assumir o cargo, que na verdade eu não era gordo, o limite era 41 e não 29,9. Ele disse que não tinha culpa, estava seguindo ordens superiores.
Ora, o que disse a ele repito: e as outras pessoas que saíram de lá chorando ontem? E a expectativa delas de conquistar dignidade através do trabalho? E se eu tivesse IMC 41? É o tamanho da minha roupa que determina se eu presto ou não pra fazer um trabalho administrativo? O senhor sabia da imoralidade absoluta da ordem que recebera e mesmo assim a executou?
Sinceramente, não é uma vitória. Será quando forem abolidos da política esses pensamentos preconceituosos. Será vitória quando a abominação de seguir ordens sem pensar sobre elas for passado. Enquanto isso temos a luta!
Fascistas, nazistas, não passarão! Jamais passarão!
Lula avisa: “Tô no jogo!” e os reaças piram!
24 de Setembro de 2013, 17:50 - sem comentários aindaHoje, em entrevista exclusiva concedida à TVT, Jornal ABCD Maior, Tribuna Metalúrgica, Rede Brasil Atual, Rádio Brasil Atual e Revista do Brasil, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou que a vitória de Dilma Rousseff nas eleições de 2014 será também sua vitória dele.
Luta também falou sobre a Copa, para ele, o país tem duas opções: usar a Copa do Mundo para o fortalecimento da imagem no exterior ou fazer um evento fracassado pelos problemas internos.
Sobre a Reforma Política, a opinião de Lula é que “a gente só vai ter uma reforma política plena o dia que a gente tiver uma constituinte própria”.
Em relação à política de alianças, o ex-presidente defende a aliança entre PT e PSB.
Eleições para o governo do estado: ”Em São Paulo, a gente nunca esteve tão próximo de ganhar a eleição como agora” e para isso Lula defende que o PT aumente o leque de alianças em São Paulo.
Em relação ao Mais Médicos o ex-presidente reconhece que falta dinheiro para a saúde e a população se manifesta por mais qualidade.
Sobre a ação penal 470, Lula afirmou que só vai fazer as declarações após o término do processo e afirma: “Qualquer que seja o resultado, vou ter muita coisa para falar a respeito”
Sobre democratização das comunicações no Brasil, Lula afirma que políticos não querem fazer mudança na comunicação brasileira: “A imprensa precisa evoluir”, desafia Lula
Assista a entrevista na lista de reprodução abaixo