Vermelho: PCdoB divulga análise sobre Marco Civil da Internet
20 de Setembro de 2013, 14:57 - sem comentários aindaPCdoB divulga análise sobre Marco Civil da Internet
do Vermelho
20/9/2013
A Secretaria Nacional da Questão da Mídia do PCdoB vem acompanhado o Projeto de Lei do Marco Civil da Internet (PL 2126/2011) desde a sua criação em uma plataforma colaborativa, chegando a receber mais de duas mil contribuições da sociedade civil. Interesses de poderosas corporações econômicas estão “desfigurando” o texto original. Para preservar o direito de navegar livremente pela rede, a Secretaria enviou uma análise do PL à Presidência e a bancada do PCdoB na Câmara dos Deputados.
Existem pontos centrais que balizam o PL com o objetivo de manter a liberdade na internet e impedir que ela seja apropriada pelas empresas de telecomunicações – as telecoms ou teles – e que não devem ser alterados: neutralidade de rede (artigo 9º); retirada de conteúdos protegidos por direito autoral (parágrafo 2º do artigo 15); privacidade e proteção de dados. Além disso, diante das denúncias de espionagem há seguimentos propondo a obrigatoriedade de armazenamento de dados em data centers no Brasil, medida que na opinião do documento é ineficaz.
“As duas primeiras questões foram até o momento as principais fontes de tensão, que impediram o projeto de ser colocado em votação. As duas últimas, surgiram principalmente após as denúncias de espionagem, mas não são públicas, ainda, as propostas concretas de redação para estes itens, portanto teceremos apenas comentários gerais sobre estes”, diz um dos trechos do documento.
De acordo com o documento, é preciso estar atento ao que de fato motivou a publicação do regime de urgência, no Diário Oficial da União, na sexta-feira (13). Estar na ordem do dia “não significa que foram solucionados os impasses no interior do governo e entre os vários segmentos interessados diretamente nesta discussão: empresas de telecomunicações, grandes provedores de conteúdo, aplicações e serviços da internet, indústria do copyright – em particular aqui as empresas de radiodifusão – e os vários setores que fazem este debate nos movimentos sociais, universidades e outras organizações da sociedade civil”.
Os prazos para a reta final da tramitação do PL 2126 são: os deputados têm o prazo de 5 sessões ordinárias – a contar do dia 13, para apresentar emendas de Plenário ao projeto; a votação do Marco Civil deve ocorrer até no máximo o dia 27/10/2013. Se isso não ocorrer o PL 2126/2011 passa a trancar a pauta da Câmara; depois de votado na Câmara, o projeto tem mais 45 dias para ser apreciado no Senado, caso contrário tranca a pauta para a aprovação de outras matérias.
Neutralidade
A neutralidade da rede é um dos pilares do Marco Civil, para garantir que a internet continue da mesma forma como a conhecemos hoje: livre. “A neutralidade de rede é a garantia de que as empresas de telecomunicações – que oferecem conexão à internet – não possam tratar de forma diferenciada os pacotes de dados (conteúdos, aplicações e serviços) que trafegam na rede. Ou seja, quem fornece a conexão não pode distinguir a velocidade e qualidade com o qual determinado pacote circula”, defende o documento da Secretaria da Questão da Mídia, assinado pela comunista Renata Mielli, que lembra que “este tem sido o principal embate no interior do governo, entre a sociedade e as empresas de telecomunicações”. Ela lembra que, por se tratar do “coração do projeto”, “de nada adianta perder aqui e ganhar nos outros”. Por isso reforça: “Não importa se é o download de um vídeo, uma transação bancária, um upload de música, um acesso à rede social, uma mensagem de e-mail, ou uma conexão de voz por IP. Este princípio é o que garante que a internet seja neutra e, portanto, um ambiente de colaboração, descentralizado e criativo”.
O principal objetivo das teles em alterar esse princípio é claro que é o lucro, ampliando as “possibilidades de modelos de negócios e terem maior opções de pacotes para ofertar aos usuários, aumentando a capacidade de ganhos e reduzindo a obrigação de ampliação das suas redes de infraestrutura”.
Para impedir a censura
“O Marco Civil da Internet é uma carta de princípios, que prevê direitos e deveres para o uso da internet no Brasil. A discussão em torno da publicação de conteúdos e de sua retirada do ar é um aspecto central para equilibrar direitos e deveres de quem presta o serviço nas suas mais variadas camadas e de quem utiliza a rede”, esclarece o texto.
O texto original do PL define que o provedor de aplicações de internet só poderá ser responsabilizado pelo conteúdo gerado por terceiros se, após ordem judicial determinando a retirada deste conteúdo, ele permanecesse no ar. As contribuições que criticavam este dispositivo o faziam a partir de argumentos variados, entre eles a judicialização do assunto, num cenário em que a Justiça não está preparada e não tem as diretrizes para julgar estes temas; parte considerável da população não teria instrumentos para solicitar, via judicial, a retirada de determinado conteúdo que considere infringente; como garantir os direitos autorais de conteúdos protegidos e postados por terceiros tendo como foco o direito de autor propriamente dito e o forte lobby da indústria de copyright envolvendo os direitos autorais.
“Sobre os pontos 1 e 2 há que se reconhecer que é preciso definir claras diretrizes para que o Judiciário atue neste campo. Contudo, reconhecer a deficiência existente não retira a validade do princípio. Já que sem a previsão explicita de notificação judicial, o que valeria é o notice and take down – ou seja, retirada apenas mediante notificação sem qualquer mediação, um verdadeiro ataque à liberdade de expressão”, alerta a secretaria.
O relator da matéria, o deputado Molon, alterou o texto original do caput do artigo 15 que trata do assunto, fazendo pequenos ajustes, mas mantendo a necessidade de ordem judicial para que o provedor de aplicações seja responsabilizado civilmente pela manutenção de conteúdo gerado por terceiros. Mas, o relatório incluiu uma preocupante exceção a esta regra no 2º parágrafo deste artigo: “O disposto neste artigo não se aplica quando se tratar de infração a direitos de autor ou a direitos conexos”. Ou seja, a exceção “beneficia explicitamente a indústria de copyright e afeta de forma impactante a liberdade de expressão na internet. Porque somente com uma notificação, oriunda de qualquer pessoa ou parte, um provedor pode retirar um conteúdo postado do ar se a alegação for violação do direito autoral. Sem que haja o direito ao contraditório, ou obrigação de ouvir a pessoa responsável pela postagem. Sem qualquer trâmite legal”.
Mas quem de fato está interessado nesse ponto? Sabe-se que essa briga não é para proteger o artista, pelo contrário, o compartilhamento de seu trabalho na internet tem sido fonte de renda e reconhecimento. É preciso apontar as empresas que estão interferindo diretamente no texto para se beneficiar. A Rede Globo é uma delas, que quer impedir, por exemplo, a disseminação do vídeo do SPTV, cujo estúdio foi alvo de um protesto de militantes da comunicação que usaram um laser verde para invadir a programação da emissora. “E, mais que isso, é uma briga entre produtores de conteúdo e o Google. E nesta briga e jogo de interesses quem perde é a liberdade de expressão e o usuário”, avisa o documento.
Da Redação do Vermelho com Secretaria da Questão da Mídia do PCdoB
Em audiência na Câmara, CUT volta a cobrar arquivamento do PL 4330 da terceirização
19 de Setembro de 2013, 8:44 - sem comentários aindaPara presidente da Central, projeto não garante direitos aos terceirizados e ainda ameaça todos os demais trabalhadores com carteira assinada
Por: Luiz Carvalho
18/09/2013
Logo no início da sua intervenção, o presidente da CUT, Vagner Freitas, destacou a dificuldade que os movimentos sociais tiveram para entrar no Congresso e a necessidade de diminuir a distância entre o Legislativo e as ruas. “Se essa é a Casa do Povo, deveria ser permitido aos trabalhadores que lotassem essas galerias e isso só comprova a necessidade de fazermos uma reforma política para que também possamos estar aqui e não apenas os empresários.”
Trabalhador é quem defende trabalhador – Ele rebateu ainda os argumentos dos empregadores, que antecederam sua fala e disseram estar interessados em proteger os terceirizados. “A segurança jurídica que desejam é para precarizar salários e condições de trabalho. É mentiroso dizer que a terceirização é para contratar mão de obra especializada. Se esse PL passar, o trabalhador será demitido e, depois, contratado indiretamente para trabalhar mais e ganhar menos. Também estamos preocupados em garantir direitos aos 13 milhões de terceirizados que os empresários tanto citam, mas esse projeto não trata disso, ao contrário, quer apenas precarizar os outros 48 milhões.”
Segundo Vagner, a Central quer negociar, mas não com essa proposta. “Estamos dispostos a sentar na mesa para estabelecer regras para normatizar, mas desde que retire esse projeto. Colocar o trabalhador para ter uma jornada maior e pagar menos, não tornará o país mais competitivos. Em cada rincão deste país vai ter um militante da CUT organizado para impedir que esse PL avance”, disse.
Além da CUT, dirigentes das demais centrais também estiveram presentes e demonstraram unidade contra o PL. Os trabalhadores aproveitaram para questionar a razão de outros projetos favoráveis à classe trabalhadora, como a redução da jornada sem redução de salário e o fim do fator previdenciário, não receberem a mesma atenção e urgência dos deputados.
Legalizar a exploração – Empresário e autor do projeto, o deputado federal Sandro Mabel (PMDB-GO) e o relator do texto na Câmara, Arthur Maia (PMDB-BA), mostraram estar afinados com os patrões. Em todas as intervenções, parlamentares e empresários destacaram a terceirização como um processo irreversível e a necessidade de garantir um ordenamento jurídico. Algo como defender o trabalho escravo simplesmente porque ele existe.
“Essa lei acaba com a precarização dos trabalhadores, que hoje só contam com a Súmula 331 do TST (Tribunal Superior do Trabalho). Vamos diminuir muito o sofrimento do trabalhador que perde emprego e não tem para quem reclamar. Muitos são contra porque não leram o projeto ou por ideologia”, apontou Mabel.
A “defesa” dos terceirizados foi ironizada pelos deputados Dionilso Marcon (PT-RS) e Janete Pietá (PT-SP). “Nunca vi raposa cuidar do galinheiro. O deputado Sandro Mabel tem lado e não é dos milhões de trabalhadores, mas sim dos empresários, a quem tem de prestar conta, de quatro em quatro anos, porque são eles que financiam sua campanha”, disse Marcon.
“Sandro, não subestime a classe trabalhadora, que leu o projeto. Há sim uma questão de ideologia: você representa os empresários e nós, a classe trabalhadora”, afirmou Pietá.
Arthur Maia também adotou o viés da defesa dos terceirizados. “Se existe dificuldade, temos que resolver no acordo ou no voto. O que não pode é o Brasil negar-se a oferecer a todos que vivem da terceirização uma legislação clara para que possamos banir definitivamente a insegurança jurídica.”
Mesma língua –Pelo lado dos empresários, o argumento seguiu pela necessidade de legalizar a precarização. “A terceirização é uma realidade no mundo e uma forma moderna de gestão das atividades econômicas. Não podemos simplesmente chegar aqui e fechar os olhos. Vamos continuar terceirizando sim e queremos uma segurança jurídica. Sem legislação, caímos no casuísmo, que não é interessante nem para trabalhadores, nem para empregadores.”
Deputado federal e vice-presidente da Confederação Nacional do Comércio (CNC), Laércio Oliveira deixou claro que, na verdade, os empresários querem é ajudar. “Essa lei traz proteção, a maioria dos artigos traz segurança jurídica e as centrais deveriam defender a lei. Desprezar uma proposta que só contempla vantagem para os trabalhadores? Falta bom senso. Sem terceirização, o Brasil para”, argumentou, esbanjando generosidade. Juristas são contra – A visão de quem cuida diariamente de processos relacionados a terceirizações fraudulentas, porém, é totalmente oposta a dos empregadores. O ministro do TST, Maurício Delgado, lembrou que 19 dos 26 ministros do tribunal, todos os presidentes de Tribunais Regionais do Trabalho (TRT) e a Associação Nacional dos Juízes do Trabalho (Anamatra) divulgaram um manifesto contra o projeto de lei.“Todos têm no mínimo 25 anos de experiência no julgamento de questões relativas à terceirização e julgamos cerca de mil processos por mês, o que mostra razoável experiência sobre a realidade do Brasil. Esse projeto generaliza terceirização e, ao invés de regular e restringir o que provoca malefício social, torna procedimento de contratação e gestão trabalhista praticamente universal no país”, defendeu.Para ele, caso a proposta seja aprovada, as categorias profissionais tendem a desaparecer, porque todas as empresas terceirizarão suas atividades. “Não há um único exemplo de terceirização benéfica em relação à saúde nos casos que julgamos diariamente.”O também ministro do TST Alexandre Belmonte acrescentou que o projeto elimina os limites para a terceirização estabelecidos pela Súmula 331 do tribunal. Presidente da Associação Nacional dos Magistrados da Justiça do Trabalho (Anamatra), Paulo Schimidt classificou o texto como “tragédia”, enquanto o presidente da Associação Nacional dos Procuradores do Trabalho (ANPT), Carlos Lima, definiu como “um retrocesso social”.Sem unanimidade – Também representante do TST,Caputo Bastos discordou de seus colegas e afirmou que o problema dos acidentes de trabalho “não são por conta da terceirização, mas por falta de fiscalização nas empresas.”Já o ex-ministro do Trabalho Almir Pazzianoto defendeu, sob vaias, a aprovação imediata do projeto e uma discussão posterior do tema pelo Judiciário.Regulamentar a fraude – Opinião diferente apresentou outro ex-ministro do Trabalho, o deputado federal Ricardo Berzoini (PT-SP), que recebeu Mabel pela primeira vez para discutir o Projeto de Lei 4330, em 2004, quando ainda ocupava o ministério. Na ocasião, ele afirmou já existir previsão de prestação de serviço na legislação brasileira. “O que se está propondo agora é a interposição fraudulenta de mão de obra daqueles empresários que são desonestos. Do jeito que está, o projeto é inconstitucional. Se permitirmos a fragmentação da organização sindical dos trabalhadores, e é só dos trabalhadores, porque os empresários vão continuar com seu sistema “S”, um patrimônio duramente constituído será jogado no lixo.”Além do PT, as bancadas do PSB, PSOL e PCdoB, por meio de suas lideranças, confirmaram que são contrárias ao projeto.Próximos passos – Ao final do encontro, o secretário de Relações do Trabalho do Ministério do Trabalho, Manoel Messias, disse que é preciso equilíbrio para garantir uma legislação justa e que isso só será possível “se houver entidades sindicais fortes, sem fragmentação dos trabalhadores e com limites à regulamentação.”O presidente da Comissão de Constituição e Justiça e de Cidadania (CCJC), deputado Décio Lima (PT-SC), encerrou a Comissão Geral com a afirmação de que não há data marcada para votar o PL e defendeu que o diálogo entre trabalhadores, empresários e governo continuem.Para a secretária de relações do Trabalho da CUT, Maria das Graças Costa, o debate foi positivo, principalmente para a classe trabalhadora. “Pela primeira vez os empresários resolveram mostrar a cara e deixaram claro quais interesses defendem. Acredito que nossos argumentos venceram essa disputa hoje, mas só vamos conseguir engavetar esse projeto se houver mobilização em todos os estados”, concluiu.
Folha não aprende: Além de não ouvir o outro lado para fazer suas matérias porcas bota palavra na boca dos outros
18 de Setembro de 2013, 16:44 - sem comentários aindaAssessor do MEC mandou nota desmentindo matéria e informando que não foi procurado pela reportagem sobre tutores de universidades federais não quererem participar do Mais Médicos.
Precisa avisar ao jornalista Lucas Reis que o trecho “entidades privadas, inclusive com transferência de recursos” extraído da MP do Mais Médicos está sem contexto e não versa sobre participação de tutores.
Precisa avisar ainda ao jornalista Lucas Reis que a Folha não tem credibilidade sobre ouvir ambos os lados no programa Mais Médicos, tendo em vista várias matérias recentes, como a do médico que trabalhava no Sírio, denunciada pelo Viomundo, além da emblemática reportagem sobre demissão de médicos em que o jornal escolheu personagens escabrosos a esmo e foi enquadrado pelo próprio Ombudsman.
NOTA DO MEC
Em relação à reportagem “Universidade federal se nega a ajudar programa de Dilma”(“Cotidiano”, 14/9), o MEC (Ministério da Educação) esclarece que todos os Estados brasileiros já têm tutoria definida para o programa Mais Médicos.
A tutoria será oferecida por instituições públicas federais, estaduais ou municipais, por escolas e programas de residência médica e por secretarias estaduais e municipais de saúde.
Até agora, 28 universidades federais participam do Mais Médicos, em 24 Estados brasileiros. Não é permitida a participação de instituições privadas.
O MEC esclarece ainda que não foi procurado pela reportagem.
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Alheias às polêmicas, cidades de SP esperam os médicos cubanos
18 de Setembro de 2013, 15:35 - sem comentários aindaAlckmin, aquele médico que dá vergonha em Jatene, disse que não há falta de médicos. Curioso que no estado que ele governa olha só:
Alheias às polêmicas, cidades de SP esperam os médicos cubanos
Por Ligia Guimarães, De Pedreira e Santo Antônio de Posse, SP para o Valor Econômico
17/09/2013
Em Santo Antônio de Posse, no interior de São Paulo, estão adiantados os preparativos para a chegada da médica cubana que a cidade receberá nas próximas semanas por meio do Mais Médicos. O Ministério da Saúde informou que ela se chama Silvia e, embora isso seja quase tudo o que se sabe dela, o nome já ocupa as conversas no posto de saúde da família Benedicto Alves Barbosa,o Popular,que atende 5 mil famílias de quatro bairros, e será o local onde a médica atuará oito horas por dia.
“Não sei nem a idade dela”, diz Vânia Regina da Cruz Santos, secretária de Saúde, que correu para encontrar e alugar uma casa para a futura moradora, tão logo obteve o anúncio do ministério, no início do mês, de que Posse receberia um dos cinco profissionais que pediu. “É uma casinha de dois quartos, pequena, mas aconchegante”, conta a secretária, que na semana passada recebeu a visita de representantes do ministério e da Organização Panamericana de Saúde (Opas) para aprovar as instalações de trabalho e moradia.
Enquanto no país as discussões sobre o Mais Médicos se polarizam entre governo federal e conselhos regionais de medicina — até ontem o governo não havia conseguido o registro provisório profissional para nenhum dos 682 médicos formados no exterior -, nas cidades paulistas escolhidas para receber os primeiros médicos a chegada é dada como certa e a expectativa é que eles ajudem a amenizar as dificuldades da saúde pública local. Em Posse, por exemplo, onde não há hotéis, Vânia conta que os próprios moradores se candidataram para receber a hóspede. “Mas como a médica vem para ficar três anos, preferimos garantir um lugar só dela”, diz.
Pelas regras do programa federal, é papel da prefeitura arcar com moradia, alimentação e transporte.
Até agora, nas contas da secretária, são R$ 650 mensais de aluguel, R$ 1.500 em enxoval e R$ 7.500 em mobília, que ela já comprou, mas aguarda a entrega.A comida, provisoriamente, virá em marmitex (“precisamos conhecer os hábitos, se ela gosta de cozinhar ou não”). O deslocamento ao trabalho será em carro da prefeitura.
Tanto esforço, espera Vânia, valerá a pena: Posse busca há tempos preencher vagas em quatro dos seis postos de saúde da cidade que, atualmente, não têm médico fixo, para atender à demanda diária. Concurso público realizado em janeiro ofereceu salário que chegava a R$ 12 mil, mas não conseguiu nenhum médico da família. O motivo, na opinião de Vânia, é o receio dos profissionais em firmar compromisso de 40 horas semanais, o que elimina possibilidades de salário maior com outros empregos.
O Valor visitou, na quarta-feira passada, Pedreira e Santo Antônio de Posse, duas das três únicas cidades do Estado de São Paulo contempladas na primeira leva de 400 médicos cubanos que vieram ao Brasil pelo programa (a outra é Embu Guaçu, na região metropolitana de São Paulo). Apesar de serem próximas a grandes centros – os dois municípios integram a região metropolitana de Campinas, que tem curso de medicina em três universidades diferentes, ambas têm déficit de profissionais na saúde básica, área que resolve 80% das necessidades da população.
Os profissionais que atuarão no interior de São Paulo ficarão até o fim da semana na capital paulista, em fase de “acolhimento” para, segundo o ministério, estudar as peculiaridades epidemiológicas, rede de atendimento e aspectos culturais do Estado. Começarão, então, a se encaminhar para os locais de atuação até o dia 22- e são livres para desistir a qualquer momento.
Enquanto esperavam por vaga nos dois postos de saúde,onde atuarão as duas médicas cubanas anunciadas pelo ministério, pacientes e moradores da região relataram dificuldades para conseguir atendimento com médico e, na maioria, afirmaram esperar que a vinda dos profissionais ajude a reduzir filas e problemas, apesar de demonstrarem algumas dúvidas e do desejo de “ver para crer”.
“A gente vai entender ele? Eles falam meio enrolado.Será que eles vão abrir mais consultas?”, pergunta a diarista Cinira Oliveira, 39. O contador Jonathan Rodrigues, 24 anos, também tem receio em relação ao idioma.”Vai trazer um médico que não vai entender o que as senhoras [mais velhas] falam. Eu sou jovem e não vou entender”. “E a receita, que a gente não entende nem em português, vai entender em outra língua?”, ri a costureira Jéssica Gaudêncio, 26 anos, ao lado da filha Brenda, 4, que brincava e corria pelos corredores do Posto de Saúde da Família do Jardim Andrade, na periferia de Pedreira, bairro que abriga cerca de seis mil pessoas que dependem de seus serviços.
A presença cubana na saúde pública de Pedreira não é inédita. Em 1995, a cidade foi uma das pioneiras do país ao receber os médicos de Cuba,que ajudaram, inclusive, a estruturar o atendimento à saúde básica do município nos moldes que ele é hoje – com acompanhamento de longo prazo das famílias, criação de vínculos com os pacientes e visitas domiciliares.
Anos depois, em 1997,foi um médico cubano, que vive até hoje em Pedreira, quem liderou a implementação do programa Saúde da Família, conta o secretário de saúde, Adriano Peres Lora que, à época, era clínico-geral e participou da primeira equipe do programa.
A experiência, diz ele, inspirou Lora a fazer doutorado em saúde coletiva.”Eles[os cubanos]me passaram conhecimento, de puericultura, pré-natal, que agente não fazia na época”, diz o secretário, que se declara ansioso pela chegada da médica Tânia. “Eu tenho só o nome, é Tania Aguiar Sosa. Não me passaram mais nada, nem a idade, nem formação”, conta Lora. “A ideia é colocá-la inicialmente em um hotel e temos uma casa já em vista, que demorará um pouco a vagar”, planeja. O objetivo é, com o reforço estrangeiro, ampliar a rede de atenção básica de Pedreira, que tem oito médicos da família e cobre apenas 65% da demanda.
Cinira, à espera na fila do posto, lembra de ser atendida por uma das cubanas. “Gostava do atendimento, ela procurou ser bem próxima da gente, da família”, diz. “Eu entendia o que ela falava,mas ela falava bem devagar”, conta.
Vânia Cruz Santos, secretária em Santo Antônio de Posse, mobiliou casa e escolheu enxoval para médica cubana
Às 6h15, sete pessoas esperavam em pé, do lado de fora do portão, a aberturado posto em Pedreira, às 7h. Pedidos simples, como entregar exames ou tirar dúvidas sobre medicamentos, são resolvidas pela própria enfermeira da unidade. Se o caso é grave, o caminho até o médico pode ter mais um desvio: o transporte, na ambulância da prefeitura, até o pronto-socorro ou a um especialista, a alguns quilômetros dali. A expectativa era garantir presença entre os 16 primeiros da fila e receber senhas para, depois de passar pela triagem da enfermagem, saber se seriam ou não atendidos pelo único médico do local. Por volta das 9h, já sentadas na sala de espera, 26 pessoas aguardavam. Naquela quarta, foram distribuídas 19 senhas.
A agente escolar Bernadete da Silva, 55 anos, em frente ao posto desde às 6h30, foi em busca de alívio para as dores que, de tempos em tempos,sente em razão do reumatismo. Moradora de Pedreira há 30 anos, ela diz que espera, em média,três a quatro horas por atendimento.
“Eu fui atendida pelo médico cubano da outra vez, foi muito boa a experiência, eles são muito atenciosos”, diz. “Um profissional a mais já vai ajudar bastante. Em vez de consultar 16, vai consultar 32, 40. Mas tem que ver para crer”, diz Bernadete, que no dia em que a reportagem visitou Pedreira, foi atendida após três horas e meia de espera.
“Aqui o atendimento é bom, mas há dificuldades”, disse, depois de receber receituário para tomar injeções na farmácia mais próxima. “Você chegou em um dia bom.Tem dia que a fila está lá outro lado”, reclamou Jéssica. “Eu achei que nem ia conseguir passar hoje, porque às 5h10 tem que estar na fila e, quando venho com ela (a filha Brenda), não dá por causa da friagem”, diz a costureira.
Jéssica, Cinira e Bernadete frequentam o posto do Jardim Andrade onde, segundo plano da Secretaria de Saúde, a médica cubana trabalhará oito horas por dia e dividirá com o atual clínico-geral toda a demanda da saúde básica que, atualmente, é maior que a capacidade de atendimento. Para os pacientes, a principal carência da saúde não é de equipamentos, nem de estrutura física- o posto é limpo e conservado.
“Não adianta construir postinho, tem que ter mais médicos”, diz Bernadete.
Assim como em Pedreira, os pacientes na vizinha Posse anseiam pela chegada de mais um médico, que fique o dia todo no local: enquanto doutora Silvia não vem, um cirurgião faz as vezes de clínico-geral durante a tarde – somente com hora marcada – no Posto de Saúde da Família Benedicto Alves Barbosa, conhecido como posto do bairro Popular. Por volta das 11h, quando a reportagem chegou ao local, não havia filas.
“Acolhemos todos os pacientes no posto e encaminhamos, o que sobrecarrega o pronto-socorro.
Temos remédio aqui, temos farmacêutico. Se tivesse médico, poderíamos resolver “, diz Patrícia de Miranda Sanches Bergo, 34 anos, gerente do posto.A maior parte dos entrevistados teceu elogios à equipe do posto: reivindicam, no entanto, a presença de um médico fixo na unidade. “Eu espero que a chegada da nova médica melhore, porque a gente não consegue marcar consultas. Já vim aqui e só consegui para dali a dois meses. Não me preocupo se [o médico] é de outro país; o que importa é ser bom”, diz a empregada doméstica Conceição Gonçalves, 44 anos que esperava pela consulta.
A auxiliar de produção Romilda Schapieski, 59 anos, diz que uma vez já chegou passando mal e foi encaminhada ao pronto-socorro, de ambulância, por falta de médico.”Podia ter tomado um remédio aqui”, reclamou. Ao saber da chegada dos médicos estrangeiros, Romilda teve dúvidas. “Mas e no Brasil?
Não tem?”
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Iara Bernardi nos representa: Deputada se posiciona contra a aprovação do PL nº 4330/ 04
18 de Setembro de 2013, 14:51 - sem comentários aindaDeputada Iara se posiciona contra a aprovação do PL nº 4330/ 04
A bancada do Partido dos Trabalhadores (PT) na Câmara dos Deputados se reunirá nesta quarta-feira (18) numa comissão geral para debater sobre o Projeto de Lei (PL) número 4330/ 04, também conhecido como, “PL da terceirização”, tem o objetivo de reduzir custos das empresas e resultou em precarização das condições de trabalho; aumento dos acidentes e doenças; baixos níveis salariais; ampliação da jornada de trabalho; crescimento da rotatividade; e inadimplência de direitos trabalhistas. As informações provêm do dossiê elaborado pela Central Única dos Trabalhadores (CUT).
A deputada federal Iara Bernardi (PT/ SP), uma das fundadoras CUT, em Sorocaba, já se manifestou totalmente contra a aprovação do PL, que segundo ela, “é uma afronta ao trabalhador”. “O PT é historicamente contra toda ação que extingue ou diminua os direitos dos trabalhadores. Esta comissão tem como objetivo, efetivar a nossa ação contra este Projeto”, disse a deputada.
Segundo informações da assessoria do PT na Câmara, a CUT alerta que, caso o projeto seja aprovado como está, ampliará ainda mais as condições precárias de trabalho e colocará em risco todos os contratados com carteira assinada – mais de 45 milhões no País -, porque libera a terceirização completa e sem limites pelas empresas.
O Tribunal Superior do Trabalho (TST) e a Associação Nacional dos Magistrados do Trabalho (Anamatra) também já se posicionaram contra o projeto, argumentando que a terceirização “provocará gravíssima lesão social de direitos sociais, trabalhistas e previdenciários no País”.
O Projeto
Segundo o PL 4330/ 04, a terceirização deve valer para todas as atividades da empresa e trabalhos secundários (atividade-meio). O Projeto autoriza a contratação de empresas especializadas para a terceirização de qualquer atividade ou etapa do processo produtivo da empresa contratante, seja ela pública ou privada, rural ou urbana.
Outro ponto é definir se a responsabilidade da empresa contratante em relação às obrigações trabalhistas deve ser solidária ou subsidiária.
Uma – importante – divergência é sobre a garantia dos direitos trabalhistas aos terceirizados, em especial a como deve ficar a representação sindical. A proposta prevê que os empregados terceirizados sejam regidos pelas convenções ou acordos trabalhistas feitos entre a contratada e o sindicato dos terceirizados.